T
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13

Tabaqueira – caixa ou bolsa para transportar tabaco na algibeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 5; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1268. CO

 

Tabaqueiro – lenço grande e vermelho usado pelos que cheiram tabaco. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1268. CO

 

Tabardilho – tifo exantemático || doença das vinhas, causada por um fungo parasita; teve o seu início na ilha de Chipre por volta do ano de 1505 || pintas, manchas, nódoas. Fontes: Moraes, 1957, vol. X, p. 575; 1813, vol. II, p. 747; Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 5. LR

Tabardo – vestido || antigo capote de mangas e capuz. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 5; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 575; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1168. CO e LR

 

Tabatinga – argila do Brasil empregue na caiação de paredes. Fontes: Lopes, 2004, p. 16; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1268. CO

 

Tabaxir – açúcar de bambú ou espódio vegetal || giz do alfaiate. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 333; Machado, vol. VI, p. 201; Moraes, 1994, vol. V, p. 224. CO

 

Tabolã – jogo de tabuleiro na Índia. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 58. CO

 

Tabua – planta com cujas folhas e talos se fazem esteiras e cadeiras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 12. LR

Tábua de carneiro – painel de azulejos setecentista proveniente do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo (Caldas da Rainha), utilizado pelo almoxarife e escrivão da instituição para calcular a relação entre o número de enfermos por dia e as quantidades exactas de carne de carneiro. Este painel é composto por duas colunas: a da direita refere-se ao número de enfermos (lotação total do hospital) e a da esquerda à multiplicação de três quartos de um arrátel (de carneiro) correspondente ao jantar de cada enfermo. Segundo Jorge de São Paulo (séc. XVII), no hospital das Caldas existiriam cerca de oito tabuadas deste género. Infelizmente, só chegou até nós a tábua do carneiro, mas na sua obra o cronista faz um esboço do que seriam as tábuas das rações de galinha (um quarto a cada enfermo) e da tábua da conta das padas de pão alvo (até 1643 o almoxarife considerava 19 padas de pão por alqueire). Estes instrumentos de contabilidade assemelhavam-se a tabuadas que ajudavam os servidores nos seus expedientes, procurando evitar erros de cálculo. LR 

 

Tabuado, tavoado, taboado, taboádo – tábuas de um soalho; ripas de madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 10; Moraes, 1813, vol. II, p. 748. LR

 

Tabuão, taboão – tábua grande e grossa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 30; Moraes, 1813, vol. II, p. 748. OV

 

Tabulageiros, tavolageiros, tavollageiros – os jogadores de jogos de sorte || donos de casas de jogo. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 579; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1309. CO

 

Taburno – estrado que se coloca junto ao altar ou cama. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 12. LR

 

Tacaniça, tacaníça – lanço do telhado que cobre os lados do edifício. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 749. RF

 

Tachim, taichim – caixa utilizada para guardar um livro litúrgico cuja encadernação seja frágil ou preciosa, geralmente em couro ou cartão revestido a tecido. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 89. IS

 

Tafecira – designação antiga para vários tecidos orientais, como o chintz, a seda, o algodão. Fontes: Pires, 1978, p. 303, nota 308; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 336. CO

 

Tafetá, tafetâ – pano leve de seda usado para cortinas ou forros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 15; Moraes, 1813, vol. II, p. 749. AR e LR

 

Tafife – régua de madeira com secção quadrangular de pequenas dimensões || lasca de madeira, com que se tapam as juntas das portas ou janelas, produzidas pelo secar da madeira. Fonte: Moraes, 1980, vol. V, p. 230. RF

 

Tairo – leite coalhado e azedado || peixe ou leite azedo. Fontes: Dalgado, 1983, p. 339; Gonçalves e Wicki, 1957-1962, p. 140. CO

 

Talas, tallas – chicote com uma só tira de couro || linhas onde se prendem os anzóis para pescar || fasquia de carvalho rachada com a qual se fazem canastras. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 133; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 21. AR

 

Taleiga de trigo - medida de cereais compreendida entre 1,5 e quatro alqueires, diferenciando-se de um saco por este ser de seis alqueires. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 22; Conde, 1999, p. 127; Moraes, 1813, vol. II, p. 751. LR

Taleiga, taleigo – saco, bolsa pequena. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 22; Moraes, 1813, vol. II, p. 751; Conde, 1999, p. 127. LR

 

Taleigada de azeite – dois cântaros de azeite na medida de Lisboa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 22; Moraes, 1813, vol. II, p. 751. LR

Talha – recipiente de boca estreita e de grande dimensão, usado para conter e conservar produtos naturais sólidos ou líquidos em áreas rurais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 24; Moraes, 1999, vol. V, p. 234; Lexicoteca, 1985, vol. II, pp. 1278-1280; Domingues, 2006, p. 182. CO

 

Talhador – o mesmo que trincho || cutelo grande de talhar carne. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 25; Moraes, 1813, vol. II, p. 752. LR

 

Talhe, talhe – forma ou figura de vestes talhadas || figura do corpo || cinto. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 74; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 26; Moraes, 1813, vol. II, p. 752. AR

 

Talho, tálho – golpe que se dá com a espada || gume || instrumentos de cortar, em geral || local onde se corta, distribui e vende carne. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 73; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 26; Moraes, 1813, vol. II, p. 752. AR

Talim – correia a tiracolo, à qual se prende a espada ou outra arma. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 236; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 27. RF

Tamanco, tamánco – tipo de calçado rústico que se usa para andar na lama. Tem sola de madeira ou cortiça e cobertura de couro forte. O mesmo que soco ou taroca. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 753. AR 

 

Tamanino – o mesmo que pequeno. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 31; Moraes, 1813, vol. II, p. 753. LR

 

Tamarga, tamargueira – nome vulgar de várias plantas da família das tamaricáceas, cuja casca tem propriedades tónicas e adstringentes. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXX, p. 616. RF

 

Tamarindos – árvore tropical também designada por tamarindeiro. O fruto desta árvore é laxativo, mitiga a sede e modera os “humores”. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 32-33. LR

 

Tamariz, tamargueira, tramagueira – o mesmo que tamarga; arbusto cuja raiz, casca e flores são utilizados na medicina para combater a obstrução do baço e para atenuar os “humores” melancólicos e tartarosos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 32; Moraes, 1813, vol. II, p. 753. LR

 

Tambaca, tambaque – espécie de cobre muito fino. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 753. CO

Tambo, taimbo – banco || mesa baixa || mesa baixa onde os frades comiam, por castigo, no refeitório || leito, câmara ou cama dos noivos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 34; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 578. CO

Tambor – instrumento militar composto por uma caixa de madeira cilíndrica com duas faces cada uma revestida a pele de carneiro; toca-se com duas baquetas || soldado de infantaria cuja função é tocar tambor. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 34. LR

Tamborete – banco, cuja designação deriva da sua forma de pequeno tambor. Assento sem braços nem espaldar || paus e tábuas que fecham o mastro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 34; Moraes, 1813, vol. II, p. 753. CO e LR

Tamboril – peixe || pequeno tambor. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento II, p. 237. LR

 

Tamiça - cordel fino de esparto que servia para coser esteiras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 35. LR

 

Tamis – peneira de fio de seda, de malha muito unida, para substâncias finamente pulverizadas e massas ou líquidos pastosos, usada na farmácia, doçaria, etc. || tecido inglês de lã || em sentido figurativo, o que se disfarça ou encolhe. Fontes: Machado, 1991, vol. VI, p. 222; Moraes, 1994, vol. V, p. 239. CO 

Tamoeiro – peça de pau que no carro vai como tirante entre a junta de bois || correia que prende à canga, ao cabeçalho ou cabeçalha (do carro, charrua, arado, etc.) || apeeiro. Fonte: Dicionário de Língua Portuguesa, vol. II, p. 1215. OV

 

Taná – designação para os tecidos de algodão grosso de diversos padrões, fabricados sobretudo em Taná, perto de Mumbai; tecido muito usado em Goa, devido ao seu preço baixo. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 351; Bragança Pereira, 1935, p. 58. CO

 

Tanchagem, chantagem, plantago – erva de muitas espécies; nasce em lugares sombrios e frescos; tem propriedades defecativas. A infusão desta erva é aplicada em colírios para as doenças dos olhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 272, vol. VIII, p. 37; Moraes, 1813, vol. I, p. 383, vol. II, p. 754; Chernoviz, 1890, p. 1049. LR

 

Tangedor – aquele que toca instrumentos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 38. LR

 

Tangimento, tangymento – toque. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 195. LR

 

Tanha – em Trás-os-Montes e no Minho, talha ou vasilha de barro para azeite. Fontes: Machado, 1991, vol. VI, p. 227; Moraes, 1994, vol. V, p. 243. CO 

 

Tanino – substância adstringente que se encontra em muitos vegetais (noz-de-galha, casca de carvalho, grainha da uva, etc,), usada na indústria e na medicina. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXX, p. 670. AR

 

Tapen – pano de algodão pintado da Índia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 118, 405. CO

 

Tapi, topi – barrete ou carapuça na Índia Portuguesa. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 359. CO

 

Tapinaria, talparia – tumor grande não acumulado mas largo, um pouco mole e que provoca dores. Abcesso pituitoso que nasce sobre o pericrânio ou entre este e o crânio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 30; Moraes, 1813, vol. II, p. 753; Arraiz, 1683, Parte I, p. 184. LR

 

Tardinheiro – vagaroso, preguiçoso. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 757. LR

 

Tábulas, tábolas, távolas – pequenas peças redondas conhecidas por “pedras”, usadas em alguns jogos de tabuleiro, como as damas ou o gamão. Fontes: Freire, 2001, vol. II, p. 292; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 275. CO

Tarima – estrado com alcatifa e cadeira, coberto por um dossel. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 53; Moraes, 1999, vol. V, p. 250; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1300. CO

Tarlatana – tecido transparente usado no vestuário feminino. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXX, p. 738. AR

 

Tartaranha – barco de pesca com vela latina e com dois paus que saem da popa e proa || ave de rapina semelhante ao açor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 55; Moraes, 1813, vol. II, p. 758. LR

 

Taurim – barco de passagem no Concão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 61; Trindade, 1963, p. 379; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 363-364. CO

 

Tavolagem, tavolagem, tavollagem – casa de jogos || jogos de sorte. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 579; Lexicoteca, 1985, vol. II, p 1309. CO

 

Têa – lenha de pinho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 579. CO

 

Teada – pano branco de algodão; pano feito na Ilha de Carajá; pano cru. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 241-242; Pereira, 1935, p. 57; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 364; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1311. CO

 

Teiga de Abrão – meio alqueire ou meio almude. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 66; Moraes, 1813, vol. II, p. 760. LR

Teiga, teeiga – cesto de palha ou junco no qual se levavam as coisas de comer. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 66; Moraes, 1813, vol. II, p. 760. LR

 

Teixe – ornato em ouro || berloque antigo de ouro. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. II, p, 1307; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 582. CO

Telheiro – telhado de uma ou duas águas de telha onde as pessoas se abrigavam da chuva e do sol, geralmente para trabalhar || fabricante de telhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 69; Moraes, 1813, vol. II, p. 761. AR 

 

Telitone, tolde – vestido com muitos laçarotes e fitas. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 1238. OV

Teliz – cobertor de sela. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 69. RF

 

Tem pequena conta – tem pouca importância. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 63. AR

Temão de charrua– peça longa de madeira à qual estão atrelados os bois ou os cavalos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 69; Moraes, 1980, vol. II, p. 1238. OV

 

Temão, timão, tomão – barro do leme || lança do coche ou carruagem || direcção, governo || pau que une o arado à canga onde estão presos os bois. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 69; Moraes, 1980, vol. II, p. 1238. OV

 

Temperado, temprado – equilibrado, sóbrio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 73; D. Duarte, 1942, p. 114. LR

 

Temperar o relógio – untar, olear o mecanismo do mesmo. LR

 

Tempereiro – nome do ferro do tear que as tecedeiras pregam nas fitas do pano, para não encolher || cada um dos quatro paus que se pregam na nora em direcção ao eixo || temperar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 76; Moraes, 1980, vol. II, p. 1240. OV

 

Tempo relego – espaço de três meses no qual o rendeiro ou senhorio podem vender os seus frutos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 218. LR

 

Têmporas – três dias de jejum religioso (Quarta-feira, Sexta e Sábado) realizados quatro vezes ao ano coincidindo com as quatro Estações. Este preceito religioso foi instituído pelo papa Calisto I, não só com a finalidade de consagrar a Deus, como também para implorar a graça do Espírito Santo. Segundo Bluteau “as primeiras têmporas são depois do primeiro domingo da Quaresma, as segundas depois da festa do Espírito Santo, as terceiras depois do dia da Exaltação da Cruz, as últimas depois do dia de Santa Luzia que cai a 13 de Dezembro”. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 90. LR

Tenaz – instrumento de ferro de que se usam vários oficiais para arrancar ou ter na mão coisas que de outra maneira não poderiam. Há tenazes para arrancar pregos e tirar brasas. Tem o ourives de ouro várias castas de tenazes; tenaz de ponta, que pega com as pontas; tenaz que pega com extremos chatos; tenaz de tornilho, que aperta com parafuso. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 91. LG 

 

Tenção de julgador ou de desembargador – parecer que o julgador coloca num determinado feito. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 92. LR

 

Tenção, tençaõ, tençao, tençom, tençam, teençom – intenção, vontade de fazer ou dizer algo || nos escudos é a figura ou o desenho alusivo aos feitos gloriosos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, pp. 92-93. LR

 

Tendilha – tenda de venda de pequenas dimensões. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 94. RF

 

Tendilhão – tenda, pavilhão pequeno, barraca de campanha || na ex-Índia Portuguesa, dossel com que no Verão se resguardavam as machilhas || biombo que isola as camas das freiras nos dormitórios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 94; Moraes, 1813, vol. II, p. 765; 1980, vol. V, p. 269; Monteiro, 2001, p. 84. AR e RF

 

Tenga – coco maduro no Malabar || óleo de coco. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 207, 405; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 367. CO

 

Teni coit – jogo do mata em Goa. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 58. CO

 

Tenor – vaso de barro onde se guarda a banha ou manteiga do porco, azeite, etc. || açucareiro. Fonte: Moraes, 1980, vol. V, p. 270. RF

 

Tento, ténto – pedra pequena, feijão ou outro objecto semelhante usado nos jogos para se fazer contas || sentido, atenção, cuidado || vara usada pelos pintores para encostar a mão, de modo a que esta corra mais firme || acção feita no freio pelo cavaleiro. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 85; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 100; Moraes, 1813, vol. II, p. 766. AR

 

Ter a camisa no prego – ter empenhado tudo. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Ter mentes, teer mentes – o mesmo que “parar mentes”, isto é, prestar atenção. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 102. AR

 

Ter paço com alguém – divertir-se com alguém. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 380. LR

 

Terçado – que tem três coisas de mistura, diz-se do pão feito de três qualidades de farinha || dividido em três partes, ex: N. medidas de pão terçado: centeio, milho e trigo. Ver pão terçado || juntar quantidade equivalente a um terço || favorecer, proteger || traçar, cortar || servir de medianeiro || lutar a favor, pugnar em defesa || espada de folha larga e curta || machado grande. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 274; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 107. RF

 

Terciopelo - veludo com várias camadas de pêlo; veludo de três pêlos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 110. LR

Terço - instrumento usado para auxiliar o crente a rezar. Corresponde a uma terça parte das orações que compõem o rosário, tendo por objectivo auxiliar a memória de que rezava || o terço corresponde à terça parte de uma herança. Constitui a parte disponível ou a porção do património que o testador pode dispôr livremente através de legados. Fontes: Serra, 1998, pp. 15-29; Rocha, 1848, p. 240. IS e MD
 

Terebintina, therenbitina – nome genérico dado a resinas líquidas que se obtêm por incisão de vários vegetais. Fonte: Moraes, 1957, vol. X, p. 785. LR

 

Terrina – vaso de loiça ou metal, geralmente com tampa, no qual se leva a sopa ou o caldo à mesa; sopeira. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXXI, p. 489. AR  

Tersol – toalha || manustérgio do altar que serve para limpar os dedos do sacerdote. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. II, p, 1350; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 608. CO

 

Tesoura de espevitar – tesoura que serve para cortar a parte supérflua do pavio e por conseguinte avivar a chama. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 286. LR

 

Tesourar, thesourar– acumular. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 114. LR

 

Testada – parte da rua que fica defronte a um edifício || pedaço de terra que confronta com outra. Fontes: Moraes, 1957, vol. X, p. 830; 1813, vol. II, p. 771; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 131. LR

 
Testamento – acto pelo qual alguém dispõe, para depois da sua morte, de todos os seus bens ou de parte deles; declaração escrita e autêntica na qual uma pessoa descreve e consigna as suas últimas vontades, dispondo de todos os seus bens ou de parte deles. Existiam duas formas de testar: as formas ordinárias e as formas extraordinárias. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 31, pp. 526 – 530; Ordenações Filipinas, 1985, 4º Livro, Título LXXX, p. 900. MD
 
Testamento aberto – chama-se testamento aberto à escritura que foi escrita pela mão do próprio testador, quando aquele sabe escrever, ou por pessoa privada a seu pedido não tendo o instrumento público de aprovação feito pelo tabelião nas costas. O testador ou a outra pessoa por cuja mão foi escrito substituem o tabelião desde que o testamento tenha sido assinado por seis testemunhas, depois de lido perante elas. Este testamento deve ser publicado depois da morte do testador por autoridade de justiça. Fontes: Pinto, 1820,pp. 37-38; Rocha, 1848, pp. 536 – 537; Ordenações Filipinas, 1985, 4ºLiv., Tit. LXXX, p. 900. MD
 
Testamento cerrado ou místico – chama-se testamento cerrado à escritura que foi escrita pela mão do próprio testador, quando aquele sabe escrever, ou por outra pessoa a seu pedido. No final, a escritura deverá ser assinada pelo testador se souber assinar ou pela pessoa que o escreveu. Segue-se o auto de encerramento que deve verificar-se na presença do tabelião. O testador deverá entregar ao tabelião, na presença de cinco testemunhas, a escritura declarando que se trata do seu testamento. Verificando que não há qualquer rasura ou coisa que possa causar dívida, o tabelião lavrará nas costas do testamento o auto de aprovação, dobrando a escritura de seguida em quatro para a cerrar e coser com quatro pontos de linha e quatro pingos de lacre, voltando a entregar a escritura ao testador. Fontes: Pinto, 1820, pp. 38 – 43; Rocha, 1848, pp.534-535; Ordenações Filipinas, 1985, 4º Liv., Tit. LXXX, p. 901. MD
 
Testamento de mão comum – “Pela praxe está admitido que marido e mulher possão fazer sua disposição no mesmo papel e acto, ao que chamão testamento de mão comum”. Trata-se de uma escritura onde marido e mulher exprimem qual a sua última vontade em relação aos bens espirituais e materiais. A escritura embora comum aos dois testadores permitia-lhes ter vontades diferentes. Geralmente os casais utilizavam este tipo de testamento para se nomearem “um ao outro”, como principais herdeiros, de comum acordo. Fonte: Rocha, 1848, p. 573. MD
 
Testamento nuncupativo – testamento verbal. “Poderá o testador ao tempo da sua morte fazer testamento por palavra, ou ordenar de seus bens por algua maneira, não fazendo disso escritura alguma”. Neste caso o testamento vale desde que as declarações e última vontade do testador tenham sido assistidas e feitas na presença de seis testemunhas. Fontes: Pinto, 1820, pp. 43 – 46; Rocha, 1848, pp. 537 – 538; Ordenações Filipinas, 1985, 4º Liv., Tit. LXXX, pp. 906 -907. MD
 
Testamento público – escritura que o tabelião escreverá nos seus livros de notas à medida que o testador vai declarando as suas últimas vontades. No final e depois de lido, terá de ser assinado pelas testemunhas presentes ao acto e pelo testador se souber assinar. Fontes: Rocha, 1848, p. 534; Ordenações Filipinas, 1985, 4º Liv. IV, Tit. LXXX, p.900. MD

Testo, tésto – tampa das panelas ou vasos que geralmente têm uma pega em cima || robusto, enérgico, firme. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 77; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 138; Moraes, 1813, vol. II, p. 772. AR

Tiara papal, tiara pontifícia - mitra com três coroas usada pelo papa nas cerimónias religiosas de maior importância || dignidade papal. Fonte: Bluteau, 1720, vol. VIII, p. 161; Moraes, 1994, vol. V, p. 290. OV

 

Tiba, tiva – indivíduo da terceira casta do Malabar, o qual se ocupa essencialmente na indústria dos coqueiros. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 363-364. CO

 

Tigelada – recipiente repleto de comida. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 163. LR

Tijolo, tegelo, tejelo, tijelo, tigello – louça de barro. Fontes: Moraes, 1957, vol. X, p. 709; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 610. LR e CO

 

Tiklem – jogo do galo na Índia. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 59. CO

Timbre - insígnia que se põe sobre o escudo de armas, para distinguir os graus de nobreza || ornato que se põe sobre o elmo. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 775; Bluteau, 1712-1728, vol. 8, p. 165. IS

 

Timo, thymo – o mesmo que tomilho || glândula situada logo a seguir à glândula tiroidiana. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 160; Chernoviz, 1890, pp. 1085-1086. LR

 

Timpanites, thympanitis – hidropisia do vento; prisão de ventre; inchaço no ventre pela presença de gases. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 818. LR

Tina, tinha, tinhalha – vasilha com arcos e aduelas ao modo de dorna ou pequena cuba || recipiente usado sobretudo para recolher, levar e pisar as uvas e guardar o vinho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 610. CO

 

Tinada – conteúdo de uma tina || líquido que pode conter uma tina. Fonte: Machado, 1991, vol. VI, p. 319. CO

 

Tinaia – tina ou talha de grande dimensão. Fonte: Linschoten, 1998, p. 91, nota 59. CO

Tinteiro – vaso com tinta onde se molha a pena para escrever. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 169-170. LR e AR  

 

Tintini, tintininí – jogo de cartas ou dados. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 610. CO

Tirante – cordas ou correias dos coches que servem para puxar; cordas grossas que se prendem da canga dois bois ao arado, semeador, sachador ou grade para os animais ajudarem a semear a terra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 172; Moraes, 1813, vol. II, p. 777. LR

 

Tiraz – pano de linho com alguns ramos ou feitios e, às vezes, com ouro. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1372; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 610. CO

Tirela – parte tecida de uma franja || começo da tecelagem para ajuntamento dos fios da teia e para remate da peça. Fontes: Machado, 1991, vol. VI, p. 330; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 274. CO 

 

Tiricandi – panos verdes e vermelhos com pinturas de pássaros. Fonte: Pires, 1978, p. 291, nota 296. CO

 

Tisana, tizana, ptisana suplemento alimentar resultante da trituração da cevada num almofariz, onde se desprendia a casca da mesma || bebida feita à base de cevada, água, alcaçuz e, por vezes, figos e tâmaras que se dava ordinariamente aos enfermos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 177. LR

Toalha de mão - pano de linho ou algodão com que se enxugam as mãos || Peça importante no cerimonial de corte relativo à mesa. Era indispensável para enxugar as mãos depois de alguém apresentar ao comensal uma salva e um jarro com água (pichel) para lavar as mãos antes, durante e depois da refeição, podendo também dar a toalha em seguida, trazendo-a pendurada no ombro. Nos cerimoniais mais complexos, a toalha era dada por uma pessoa diferente da que dava a salva. Fonte: Moraes, vol. V, 1994, p. 305. OV e IS

Tocha, tócha – vela grande e grossa de cera de quatro cantos e quatro pavios de fios torcidos || archote || brandão || castiçal || círio || facho || brilho em sentido figurado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 184-185; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1378; Machado, 1991, vol. VI, p. 340; Moraes, 1994, vol. V, p. 307; Moraes, 1813, vol. II, p. 780. AR e CO 

 

Tocheiro, tochéiro, tochéira – castiçal grande onde se põem tochas || caixa ou arca para tochas. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 780; Machado, 1991, vol. VI, p. 340; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 274. AR e CO

 

Tomar ou receber uma mulher em camisa – recebê-la em casamento sem dote. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Tombo – nome dado aos inventários de bens, geralmente fundiários. IS

 

Tomento – o material mais grosso que sai da estopa com o qual se faz o pano de liteiro || o material mais áspero do linho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 197; Suplemento I, pp. 257-258; Moraes, 1813, vol. II, p. 783. LR

 
Tonel, tonellada – vasilha própria para líquidos igual a duas pipas ou correspondente a 840 litros; vasilha grande, geralmente em madeira, para conter vinho, não inferior à capacidade de duas pipas, mas podendo ter uma capacidade muito superior. Uma tonellada correspondia a 50 almudes de vinho, os quais deviam corresponder a um tonel e a pipa a 25 almudes. Fontes: Viterbo, 1798, p. 383; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 32, pp. 43 – 44. MD
 

Tonga – pequena e leve carruagem de duas rodas e sem tejadilho usada na Índia Britânica, em especial, nas estradas acidentadas e nos lugares montanhosos. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 380. CO

 

Tonsura – acção de cortar o cabelo ou barbas || cerimónia eclesiástica onde se corta parte do cabelo da pessoa que se dedica ao serviço da Igreja, para servir a Deus e receber as Ordens Sacras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 201; Moraes, 1813, vol. II, p. 784; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXXII, p. 54. AR

 

Topa – jogo pueril composto de um osso com quatro faces || rapa || fura-vidas || árvore brasileira também chamada pau-de-balsa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 201; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1386. CO

 

Topaz, topeze – mestiço na Índia e na Malásia nos sécs. XVII e XVIII || cristão indígena que sabia português e servia em geral como tradutor, intérprete entre os povos locais e os europeus. Fontes: Trindade, 1963, p. 379; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 201; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 381-382; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1387. CO

Topázio – pedra preciosa transparente e brilhante de cor amarela. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 201; Moraes, 1813, vol. II, p. 784. OV

 

Topete – cabelo que se levanta na testa || parte anterior da crina do cavalo pendente sobre a testa. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 784; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 202. RF

 

Tópico – um determinado lugar || assunto || argumento, ponto principal || remédio tópico é aquele que se aplica exteriormente sobre a parte que dói. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 203; Moraes, 1813, vol. II, p. 784. LR

 

Topitis, topetijs, topetins – pano grosseiro de algodão do Ceilão. Fonte: Pires, 1978, p. 303, nota 308. CO

Toral – numa camisa feminina é a parte do cabeção || a parte mais forte de uma lança. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 204; Moraes, 1813, vol. II, p. 785. LR

Torçal – cordão feito de fios de retrós || cordão de seda com fios de ouro || seda torcida. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 204; Costa, 2004, p. 159; Moraes, 1980, vol. V, p. 318. AD

 

Torcedor – instrumento para torcer fios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 205; Moraes, 1980, vol. V, p. 318. AD

 

Torcedor de seda – oficial que torce seda. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 205. AD

 

Tornar em linguagem – o mesmo que traduzir. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 273. LR

 

Torno de água – bica. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 214. LR

 

Torno de pipa – pequeno pau furado ao meio. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 213-214. LR

 

Torva, tórva – impedimento, estorvo, prejuízo, oposição, empecilho, perturbação. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 68; Moraes, 1813, vol. II, p. 789. AR

 

Tosadura - efeito de tosar, tosquiar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 220. LR

 

Tostão, tostam – moeda de ouro ou prata mandada cunhar em 1517 pelo rei D. Manuel I que valia cerca de 1200 reis. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 222. LR

 

Tostões, tostoens – moeda de prata mandada cunhar pelo rei D. Manuel que valia cem reis. Meios tostões equivaliam a cinquenta reis. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 222. LR

Touca de baptismo – touca que se usa na cerimónia do baptismo, substituindo com frequência o crismal. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 84. AR  

Toucador – móvel onde se guardam os adereços que enfeitam a mulher || touca feminina que se usa para apanhar o cabelo antes de dormir. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 223. LR

 

Tozador, tosador – aquele que tosa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 220. LR

 

Trabelho, tarabelho, trebelho – pequena peça de madeira que prende ao meio da corda da serra e dá a volta obrigando-a a torcer, enquanto assenta sobre o alfaizar || corrente para prender os pés || cada uma das peças do jogo de xadrez. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXXII, p. 392. AR

 

Trado – verrumão utilizado pelos marceneiros e carpinteiros; serve para abrir furos em madeira grossa || verruma grande usada pelos tanoeiros com que se fazem os batoques. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 233; Moraes, 1980, vol. II, p. 1309. OV

 

Trallação – transcrever, copiar || trasladação. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 794; D. Duarte, 1942, p. 6. LR

 

Trama, tramo – num tear é o fio da lançadeira || bubão de peste. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 238; Suplemento I, p. 261; D. Duarte, 1942, p. 70; Roque, 1979, pp. 155, 168. LR

Trancelim – jóia da ourivesaria popular com o mesmo comprimento dos cordões, mas cujos elos são trabalhados em filigrana || fio de prata, ouro, pedras ou seda com que se aperta a copa do chapéu. Fontes: www.museudaourivesaria.com; Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 240; Moraes, 1813, vol. II, p. 795. AR 

 

Trasflor – lavor de ouro sobre esmalte. Fontes: Machado, 1991, vol. VI, p. 398; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 274. CO

 
Trastes – móvel, utensílio, alfaia, objecto ou coisa que tem alguma serventia. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 32, p. 620. MD
 

Trauto – 125 passos; espaço que uma besta podia correr a galope e que correspondia, em média, a 125 passos || pedaço de terra || num caminho é a distância percorrida sem parar. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 803; Viterbo, 1965, vol. II, p. 259. LR

 

Trautos - o mesmo que contracto. Fonte: Viterbo, 1965, vol. II, p. 259. LR

 

Travessia – também designada por vento travessão, isto é, todo o vento que é forte e contrário à navegação || efeito de atravessar || caminho que se desvia do trilho principal. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 262. LR

 

Trebelhar – brincar || jogar || mover os trebelhos no xadrez || divertir-se. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 615; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1431. CO

 

Trebelho – brinco || cada peça no jogo de xadrez || dança || brincadeira || antigo imposto sobre a venda de vinho a retalho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 265; Viterbo, 1984, vol. II, p. 615; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1431. LR e CO

 

Treitoira, treitoeira – cada um dos paus que descem das chedas e entre os quais se move o eixo do carro. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXXII p. 701. RF

 

Trejeitos, tregeitos – jeitos || falsas aparências || habilidade das mãos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 266; Moraes, 1813, vol. II, p. 804. LR

Trempe – arco de ferro que assenta sobre três pés sobre o qual se coloca a panela ao fogo || jogo de vasa, manilha com três parceiros || três pessoas que têm ideias ou interesses comuns || três pedras, não em linha recta, em que se assenta a panela ao lume || jangada formada por três paus || armadilha || postura da mão na viola. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 266; Moraes, 1980, vol. II, p. 1333. OV 

 

Trestombando – caindo. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 91. LR

 

Treu – pano fabricado na comarca do Porto e com a largura de um palmo e dois dedos que é usado nas velas de embarcações. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 616; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1438. CO

 

Trevessado – desordenado. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 187. LR

 

Triaga, theriaga, teriaga - remédio de confecção caseira que era bastante usado aquando de mordeduras ou picadas de bichos ou insectos. Segundo Bluteau a triaga era um “composto de medicamentos quentes em que entram sessenta e três ingredientes, sem falar no vinho e no mel”. As suas propriedades mais conhecidas são aquelas que se relacionam com a cura de frialdades, apoplexia, paralisia, epilepsia, etc. Triaga dos pobres seria o composto mais fácil, rápido e mais barato de fazer. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 277-278. LR

Tricórnio – chapéu que tem três bicos. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXXII, p. 731. AR

 

Trigo de prioste – o melhor trigo de uma colheita. Fonte: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 706. LR

 

Trincho – o mesmo que talhador. O pau ou o prato onde se trincha a comida || a parte por onde se trincha || acto de trinchar || antigamente, em determinadas casas religiosas trincho era o nome dado ao prato com debrum em volta onde se levava a ração da carne da cozinha para o refeitório. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 289; Moraes, 1813, vol. II, p. 810. LR

 

Trinitários – membros da ordem da Santíssima Trindade. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 294. LR

 
Trintário cerrado – trinta missas, que se diziam por alma de alguém, durante trinta dias consecutivos, conservando-se o celebrante durante esse tempo encerrado na igreja. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 32, p. 888. MD
 

Trintário de São Gregório, trintârio de São Gregório – reza de trinta missas continuadas por cada um dia do mês, com obrigação de a última ser no fim e um ofício. Durante o período de trinta dias para além de rezar e velar pela alma do defunto o sacerdote ficava também responsável por acender as candeias. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 294. LR

 

Trintário, trintârio, trintaro, trintairo – conjunto de trinta missas rezadas por trinta dias || trinta missas rezadas por trinta padres num dia. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 810. LR

 

Tripé, trepe – estofo aveludado || pé ante pé. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 295; Moraes, 1980, vol. II, p. 134. OV

 

Tripeça, trepeça – banco de três pés. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 272; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1452. CO

 

Tripeira – mulher que lava ou vende tripas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 295; Moraes, 1813, vol. II, p. 811. LR

Tríptico – espécie de quadro composto por três painéis solidários ou por um painel central acompanhado por dois volantes que se encerram sobre ele. O elemento central pode ser um painel, um conjunto de painéis ou uma caixa. Existe ainda o tríptico portátil, cujo tamanho é menor e é facilmente transportável. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 24. AR

 

Troar – trovejar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 302. LR

 

Trochado, trocellado – antigo lavor feito na seda ou em qualquer tecido e que antigamente se usava nos vestidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 303; Moraes, 1980, vol. V, p. 374. AD

 

Trocisco, trochisco – medicamento sólido de forma piramidal, cónica ou cúbica. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 812. LR

Trono – assento de rei ou de príncipe da Igreja. Cadeira de braços, grande e imponente, muito decorada e, geralmente, coberta por um dossel. Fonte: Candi, 1985, p. 330. AD

 

Trovisco, trovisqueira – arbusto cujas folhas e frutos eram usados como purgantes. Este arbusto nasce nos campos e tem flor amarela e leite amargo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 313; Moraes, 1813, vol. II, p. 815; Chernoviz, 1890, p. 1128. LR

 

Troxel, trouxel, trouxelo, trosel – fardo. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 618. CO

 

Tu – jogo das escondidas em Damão e Diu. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 59. CO

 

Tubara, tubera – o mesmo que criadilha || género de cogumelo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 318; Moraes, 1813, vol. II, p. 816; Chernoviz, 1890, pp. 1128-1129. LR

 

Tuia - casta baixa da Índia que se dedicava à venda de arraca. Fonte: Barbosa, 1989, pp. 103-104. CO

Tulha – caixa de grandes dimensões para armazenar o milho ou cereais depois de debulhados. AR  

 
Tumba – espécie de maca onde levam os defuntos para a sepultura; esquife; caixão; túmulo; sepultura. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 33, p. 179. MD
 

Tumor cirroso, scyrroso – são os mais recorrentes nos doentes sifilíticos e nascem nas canelas, braços testa e toda a cabeça. Também se acham nas coxas, no osso entre o ombro e o cotovelo, na clavícula, nas costas e dedos. Este tipo de tumor também pode ser interno. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, p. 172-173. LR

 

Tumor frio – o tumor “frio” pode ser cirroso, com edema, nós, alporcas, apostemas, aquosos e ventosos. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, p. 172. LR

 

Tumor na virilha – bubão, encórdio, mula. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, p. 33. LR

 

Tumores aquosos e ventosos – aos sifilíticos surgem na bolsa dos testículos, nas juntas e ventre. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, p. 173. LR

 

Tumores edematosos – surgem nas pernas dos sifilíticos, tornando-os gradualmente caquécticos por lhes enfraquecer o fígado; surgem também nos joelhos e cotovelos. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, p. 173. LR

 

Turfolim – tecido indiano. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 393. CO

 

Turia, turundam – espécie de pano para o corpo. Fonte: Pires, 1978, p. 291, nota 296. CO

 

Turião – tecido de algodão feito na Índia. Fonte: Linschoten, 1998, p. 118. CO

Turibulo, thuribulo, thurîbulo – incensório; vaso onde se queima o incenso; objecto semelhante a um fugareiro suspenso por correias que serve para queimar o incenso nas igrejas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 159 e 333; Moraes, 1813, vol. II, p. 817. LR e AR 

 

Tussilagem, tussillagem – erva à qual também dão o nome de unha de cavalo; é emoliente e é usada contra a tosse. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 335; Moraes, 1813, vol. II, p. 818; Chernoviz, 1890, pp. 1137-1138. LR

 

Tutão, tutaõ – governador duma província na China || vice rei || a maior autoridade a nível provincial. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, p. 336; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 393; Pereira, 1992, p. 17, nota 33; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1480. CO

 

Tutia, totia, tutiá – óxido de zinco || peixe seláquio dos Açores. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 396; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1481. CO

 

Tutor interino – exerce a função de tutor apenas por um período limitado; tutor substituto até ao momento em que o verdadeiro tutor assumir novamente as suas funções. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 173. OV