P
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • 14
  • 15
  • 16
  • 17
  • 18

Pá de forno – utensílio, normalmente de madeira ou ferro e com um cabo muito longo, usado para enformar o pão e introduzi-lo no forno. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 168; Moraes, 1813, vol. II, p. 379. AR 

, pâ – ferramenta usada para várias finalidades, como cavar, juntar o lixo, tirar a neve no Inverno. É composta por um cabo e tem na extremidade uma superfície achatada com a qual se tira ou coloca algo. AR  

 

Paateira padeira. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 457. CO

 

Paateiro taberneiro. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 457. CO

 

Pacará - no Brasil, cesta redonda de várias cores, feita com palha de palmeira || espécie de anona. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 437. CO

 

Paceiro, paaceiro, pacèiro, passeiro – indivíduo que guarda os paços; o paceiro-mor era o indivíduo que superintendia os paços e as casas reais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 169-170; Moraes, 1813, vol. II, p. 397. LR

 

Pachari, passori – xaile branco ou de cor da Índia do Sul. Fonte: Dalgado, 1983, p. 127. CO

 

Pacharil – arroz que se vende com casca na Índia Oriental. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 103; Moraes, 1813, vol. II, p. 379. CO

 

Pacoba, pacova – fruto da pacobeira || nome genérico de banana. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 439. CO

 

Pacobeira - espécie de bananeira gigante do Norte do Brasil. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 439; Machado, 1991, vol. V, p. 486; Moraes, 1994, vol. IV, p. 151. CO

 

Pacona – designação para banana no Brasil. Fonte: Linschoten, 1998, p. 215 e p. 397. CO

 

Paços, paaços, páços – residência real ou palácio; solar de nobres. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 173; Moraes, 1813, vol. II, p. 380. LR

 

Pada – pão pequeno; duas bolas de pão unidas entre si e cozidas || embarcação do Ceilão de grandes dimensões cujo fundo é achatado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 174; Moraes, 1980, vol. IV, p. 151. LR

 

Padiola – instrumento de carga com 4 braços levado por dois ou 4 homens. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 175; Moraes, 1813, vol II, p. 381. OV

 

Pagode, pagóde – templo de uma religião oriental || ídolo de porcelana ou metal || moeda de Balagare (Índia), que valia 500 réis. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 184; Moraes, 1813, vol. II, p. 382. RF

Pala, palla, pálla – cartão em forma quadrangular forrado com tecido, geralmente de linho e decorado com os símbolos eucarísticos, que se coloca sobre o cálice || noz-moscada. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 203; Linschoten, 1998, pp. 239, 397. LR, AR e CO  

 

Palam, palan – banana madura no Malabar. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 215-216, 397. CO

Palangana – espécie de bacia ou tabuleiro onde se servem os assados || tigela grande || tigelada || grande quantidade de comida || tigela semelhante a uma bacia de mãos || cântara, bilha. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 447. CO

 

Palangapuz, palangpus – pano da Índia || coberta de cama; espécie de coberta fina de algodão de cores muito vistosa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 105; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 142. CO

 

Palanquim – espécie de cadeira ou leito portátil, com um varal por cima com cortinas que cobrem a pessoa, transportado por dois homens às costas, usado na Ásia e no Brasil. Em Angola é chamado tipóia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 193; Moraes, 1813, vol. II, p. 385; 1980, vol. IV, p. 157. CO e AD

 

Páleas – a pala do cálice. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 159. RF

Palhetãoa parte da chave com dentes que entra no orifício do escudete da fechadura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 201; Moraes, 1980, vol. IV, p. 161. OV 

Palhinha – palha que forra cadeiras, bancos e outros móveis || pedaço de palha || jogo de cartas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 105; Machado, vol. V, p. 504. CO

Pálio, paleo, páleo, pâllio, pállio, pálio – género de sobrecéu transportável suportado por varas, que era conduzido por homens nalgumas cerimónias, como cortejos ou procissões, resguardando-se no seu interior ou a pessoa celebrada ou o sacerdote que levava o Santíssimo Sacramento || faixa de lã branca com cruzes pretas, que o Papa traz por cima das vestes pontifícias como insígnia e que também concede aos arcebispos metropolitanos para usarem sobre a casula. Dado ser pessoal e intransmissível, quando o seu possuidor morre, vai com o mesmo para a sepultura ou é destruído. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 198, 204-205; Moraes, 1813, vol. II, pp. 385, 387; Dias, 2003, vol. VI, p. 500; Sá, 2004, p. 158. NP e CO 

Paliteiro, palitéiro – objecto onde se guardam os palitos || pessoa que faz palitos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 202; Moraes, 1813, vol. II, p. 387. AR 

Palmatória – ceptro de mestres da escola. Tem cabo liso e redondo terminando numa circunferência plana, com que os mestres castigam os rapazes, dando-lhes na palma da mão || castiçal com prato e asa || peça de ferro que serve para arredondar o fundo dos copos de vidro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 208; vol. IX, p. 107; Moraes, 1813, vol. II, p. 387. LG e LR 

Palmeta – peça muito delgada que os serralheiros utilizam para aperfeiçoar o furo feito com a rompedora ou punção || pancada na mão por castigo || artilharia: cunha de mira que faz levantar ou descer a culatra da peça, conforme a pontaria que se quer fazer, mais baixa ou mais alta || espécie de postigo, no tomadoiro das marinhas || lâmina de ferro para auxiliar a firmeza da cunha quando se pretende fazer uma abertura numa pedra || pequena cunha de madeira || peixe de carne avermelhada || ferro comprido com uma extremidade plana que tem como função estender unguentos, o qual faz parte dos instrumentos utilizados pelos cirurgiões. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 209; Moraes, 1980, vol. II, p. 592. OV

Palmito – ramo bento de palma, adornado de flores e fitas, que os defuntos inocentes ou virgens levam || parte interior ou miolo do tronco da palmeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 210; Moraes, 1813, vol. II, p. 388; Thesaurus, 2004, p. 107. AR 

 

Palmo – extensão de uma mão aberta que vai desde o dedo mínimo até ao dedo polegar; equivale a 22 centímetros || porção de qualquer coisa que tem um palmo || coisa comprida e larga. Fontes: Moraes, 1954, vol. VII, p. 708; 1813, vol. II, p. 388; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 210-211; Barroca, 1992, p. 55. LR

 

Palmo craveiro – palmo de cinco varas e três côvados. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 210. LR

 

Palmo geométrico – medida de quatro dedos da palma da mão, a que os antigos chamavam palmus minor || medida que leva dezasseis grãos de cevada. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 210. LR

 

Pâmpano, pampano - peixe semelhante à choupa dos mares da China e da Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 105; Linschoten, 1998, pp. 200, 397; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 150. CO

 

Paneens – casta de feitiçeiros na Índia. Fonte: Barbosa, 1989, p. 108. CO

 

Pangajana, pengaja – antigo barco de guerra comprido e de pouco calado na Malásia. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 158; Pires, 1978, p. 231, nota 183. CO

 

Paniara - na Índia, bolo de arroz e jagra. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 162. CO

 

Panical – mestre de esgrima, artes marciais e instrução primária no Malabar. Fontes: Cruz, 1997, p. 104, nota 194; Barbosa, 1989, p. 92; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 161; Moraes, 1994, vol. IV, p. 172. CO  

 

Paniers – vestidos, que evoluindo dos vertugardas, usavam igualmente armações internas, progressivamente mais circulares, forradas de barbas de baleia || vestidos franceses do início do séc. XVIII. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 181; vol. II, p. 292. CO

 

Pano cru, pano crú – tecido que não foi trabalhado. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 737. LR

Pano de armar – tapeçaria ou outro tipo de pano que servia para armações, usado para decorar superfícies diversas (paredes, panos de honra, etc..), geralmente durante ocasiões solenes.  Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. III, p. 247. AR  

 

Pano de ervas da Índia – tecido indiano executado com a seda do casulo do insecto selvagem. Ferrão, 1990, vol. IV, p. 259. CO

 

Pano de lenço – parte do muro que fica direito e tem alguma extensão || coisa muito antiga. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 225. OV 

 

Pano de logronho – pano proveniente da cidade de Navarra, com o mesmo nome. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 175. OV 

 

Pano de varas – burel ou picotilho estreito de que se fazem os gabões. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 737. LR

 

Pano-pico – certos padrões de fazendas para fatos, em que o tecido de lã se apresenta como que finamente pontuado a duas ou mais cores. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 272. CO

 

Pantufos – pequenos sapatos, usualmente de seda, que em vez de solas tinham assento de cortiça, que se costumavam usar dentro de casa. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 175; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 227. RF

 

Pão alvo – pão branco. Pão de trigo. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 747. LR

 

Pão ázimo – pão sem fermento com que se fazem as hóstias. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 468. CO

 

Pão bento – pão que se distribuía nas igrejas depois de abençoado pelo sacerdote. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, pp. 747-478. LR

 

Pão boco – pão de broa ou rala. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 461. CO

 

Pão cádimo – pão cozido vendido na feira, na praça ou em qualquer outro lugar público. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 462. CO

 

Pão de América – mandioca no Brasil. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 468. CO

 

Pão de domingo – o mesmo que pão da caridade, isto é, pão que antigamente se dava aos pobres aos domingos à porta da igreja. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 231-233. LR

 

Pão de farelo – feito com a parte mais grossa da farinha, que fica na peneira depois de peneirar. Bluteau diz que é propício para cães. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 231-233. LR

 

Pão de mistura – feito com várias farinhas. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 748. LR

 

Pão de ouro – ouro em folhas para dourar || ouro em massa. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 468. CO

 

Pão de ouro ou de prata – barras de ouro ou prata, com a forma de barca ou sapatão, transaccionadas na China. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 165. CO

 

Pão de rua – pão alvo de trigo consumido pelas pessoas mais ricas. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 461. CO

 

Pão do Chile – espécie de mandioca. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 175. CO

 

Pão dos anjos – o mesmo que pão do céu ou pão celeste, isto é, a Eucaristia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 231-233. LR

 

Pão dos pobres – uma variedade de abóbora. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 749. LR

 

Pão meado, pão miado – pão feito com duas farinhas, ambas participando com a mesma quantidade. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 749. LR

 

Pão molete – pão de trigo; no Minho e Baixo Douro é apenas conhecido por molete. Fonte: Moraes, 1954, vol. VII, p. 749. LR

 

Pão seco – pão sem qualquer tipo de conduto. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 231-233. LR

 

Pão terçado, terceiro – aquele que é feito com milho, trigo e centeio. Fontes: Moraes, 1954, vol. VII, p. 750; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 396. LR

 

Papa – variedade de jaca de pouca qualidade. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 205, 397. CO

Papeleira – móvel que serve de secretária e para guardar papéis. Na parte de baixo é idêntico a uma cómoda de gavetas. O corpo superior tem geralmente uma tampa com chave, que, quando aberta, serve para escrever; ao fundo desta, divisórias e gavetas guardam papéis || caixa pequena, sem tampa e com divisórias para colocar cartas e outros afins. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 178. IS e OV

 

Papeliço – embrulho de papel em forma cónica. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 240. LR

 

Paquouer – bananeira no Brasil. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 215, 398. CO

 

Pará – medida variável de capacidade para os secos de Cochim e Damão de aproximadamente 20 litros. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 168; Trindade, 1963, p. 378; Moraes, 1994, vol. IV, p. 182. CO

 

Paramento – em geral significa adorno, ou peça de pano rico para as camas, altares, paredes, cavalos, etc. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 282. IS

 

Parçaria – o mesmo que parceria; acompanhamento, sociedade. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 299. LR

 

Pardau, pardão – moeda da Índia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 264. LR

 

Pardeeiro, pardieiro – casa destruída; edifício muito velho. Fontes: Moraes, 1954, vol. VII, p. 816; 1813, vol. II, pp. 397-398; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 265. LR

 

Pardilho – qualquer coisa de cor parda || pano pardo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 265; Moraes, 1813, vol. II, p. 398. LR

 

Pardo – branco sujo; cinzento || mulato claro || branco e preto || casta de pêra e de maçã de tonalidades escuras || indivíduo de pele escura; mulato || nome de uma ave || o mesmo que leopardo || coutada. Fontes: Moraes, 1954, vol. VII, p. 817; 1980, vol. IV, p. 191; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 265. RF e LR

 

Parede empachosa – parede que separa. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 190. LR

 

Pareens - intocáveis vivendo nos lugares mais desabitados e remotos (Índia). Fonte: Barbosa, 1989, p. 110. CO

 

Parietária, parietaria, parietâria – erva que nasce nas paredes velhas e que tem propriedades emolientes, laxativas e, pelo nitro que contém, é diurética. A infusão desta planta é, normalmente, usada para problemas urinários. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 273; Moraes, 1813, vol. II, p. 399; Chernoviz, 1890, pp. 633-634. LR

 

Parlatório, pallatorio, palatorio – casa onde se tratam negócios públicos || locutório. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 461. CO

 

Parol – vasilha onde se apara o sumo de cana, nos engenhos de açúcar || grande depósito de aguardente em Minas Gerais || manjedoura. Fontes: Moraes, 1999, vol. IV, p. 195; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 491. CO

 

Partazana, partasana – alabarda grande. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 197; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 281. RF

 

Partidor – que parte, divide || aquele que faz partilhas; o funcionário judicial que faz o cálculo das partilhas. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 198; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 291. RF

 

Partir com boas aves – partir com bons presságios, partir com bons sinais. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 507.

Passamanes – fitas, galões, cordões ou tecidos entretecidos de fios de ouro, prata ou seda usados para ornamento de móveis e peças de vestuário || espécie de renda feita com bilros em almofada. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 298-299; Machado, 1996, vol. IV, p. 575; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 500; Moraes, 1999, vol. IV, p. 201. CO

 

Passamaque – espécie de sapatos. Fonte: Moraes, 1999, vol. IV, p. 202. CO

 

Passamento – agonia || quase morto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 299; Moraes, 1813, vol. II, p. 406. LR

 

Passareiro, passàreiro – caçador de perdizes ou de pássaros; aquele que se ocupa em caçar, criar e vender pássaros. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, pp. 407-408; Dias, 2003, vol. VI, p. 507. NP

 

Pastel – erva cuja folha se parece com a tanchagem, em cuja tintura os tintureiros banham os panos, a que hão-de dar alguma cor. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 310. RF

 

Pastilha – espécie de pasta perfumada, que se queimava para perfumar o ar, ou para aspirar o fumo, com fins terapêuticos. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 205; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 311. RF

 

Pastilheiro – vaso de madeira ou de metal para o preparo de pastilhas. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 205. RF

 

Pataia - caixa grande de madeira para guardar cereais e legumes, onde se recolhe sempre o mantimento do sobresselente para dois anos. Fonte: Trindade, 1963, vol. I, p. 92. CO

 

Pateiro, paateiro – guardador ou criador de patos || frade leigo encarregado da copa de um convento || taberneiro que vendia comestíveis || bilharda ou jogo de rapazes || espécie de pá de madeira com que se joga a bilharda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 316; Machado, 1996, vol. IV, p. 587; Moraes, 1999, vol. IV, p. 208; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 508. CO

Patena, patêna – espécie de pratinho com que o sacerdote cobre o cálice da missa; é da mesma matéria que este e serve para recolher os fragmentos da hóstia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 316. LG  

Patíbulo – para os autores da antiguidade significa forca e simultaneamente cruz || estrado onde eram colocados os instrumentos de suplício || cadafalso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 318; Moraes, 1980, vol. IV, p. 209. OV

 

Patim, patím – diminutivo de pátio, pequeno pátio; patamar. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 411; Dias, 2003, vol. VI, p. 508. NP

 

Patola, patolla – pano de Cambaia || pano de seda, por vezes, bordado ou com mistura de algodão e/ou lavores || xaile, dotim ou pano feminino. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 319; Pires, 1978, p. 333, nota 339; Barbosa, 1989, p. 152; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 194; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 511. CO

 

Pau de farinha – designação para a mandioca e tapioca na Índia Portuguesa. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 197. CO

 

Pau de São Tomé – designação na Índia para a madeira da casa, que o Apóstolo, segundo a tradição, tinha construído em Meliapur, com um enorme tronco transportado milagrosamente. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 197. CO

 

Pau lacre - laca. Fonte: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 197. CO

 

Paulo, paul, paúl – terra encharcada, alagadiça, pântano, brejo || terras baixas inundadas pelas águas dos rios ou enxurradas e que não têm saída senão por valas. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 20, p. 661; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 326-327; Moraes, 1813, vol. II, p. 143; São Paulo, 1968, vol. III, p. 480. LR, OV e MD

Pau-preto – trata-se de um tipo de madeira preciosa, em geral proveniente do Brasil, especialmente resistente aos parasitas, usada no fabrico de mobiliário de qualidade e balaustradas; designação atribuída em S. Tomé a duas árvores, a Heisteria parviflora Sm (Nonó) e Polyalthia Oliveri (Inhé-preto). O mesmo nome é dado no Brasil ao Eupatorium ballotaefolium. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, Vol. XX, p. 657. AR 

 

Pau-santo – o mesmo que guaiaco. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 611. LR

 

Pauta – papel pautado onde se escreve música || lista || linhas que se fazem num papel para que a escrita se apresente direita e regular || tábua ou papel com linhas negras que se coloca por baixo de um outro para se escrever || tábua ou papel onde estão escritos os nomes dos pregadores das missas || tabela de preços. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 329; Moraes, 1813, vol. II, p. 413. LR

 

Pauta de alfândega – catálogo de mercadorias, geralmente com indicação dos direitos alfandegários a cobrar por cada produto. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 413. LR

Pavilhão da píxide, pavelhão da píxide, pavelham da píxide – tecido que se coloca para cobrir a píxide, geralmente decorado e com uma abertura ao centro por onde passa a cruz da mesma. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 326. LR e AR

Pavilhão do sacrário, pavelhão do sacrário, pavelham do sacrário – tecido ornamentado com o qual se cobre o sacrário e que tem uma abertura ao centro por onde passa a cruz do mesmo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 326. LR e AR  

Peanha, pianha – espécie de pedestral ou suporte no qual assenta uma imagem, uma estatueta, etc. Chama-se peanha porque nela se assentam os pés da figura || peça do tear, na qual o tecelão coloca os pés para fazer subir ou descer os liços || no sentido metafórico é o que sustém o decoro, a honra e a glória || doença proveniente de uma chaga mal curada; afecta, geralmente, os animais nos cascos provocando-lhes dores intensas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 491-492; Moraes, 1980, vol. II, p. 642. OV e LG 

 

Pebas – nádegas. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 218. RF

Peça – jóia da ourivesaria popular feita com moedas autênticas, embelezadas com cercaduras, nas quais se coloca uma presilha para segurar a moeda sem lhe causar danos || peça de artilharia ou arma de fogo destinada a lançar grandes projécteis; boca de fogo, canhão. Fontes: www.museudaourivesaria.com; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XX, pp. 716-717. AR  

 

Pedra – medida de peso proveniente do norte da Europa, equivalente a oito arráteis e que servia para pesar linho. Fonte: Lopes, 2003, pp. 127-128. LR

 

Pedra de ara, pedra d’ara – ver ara. Altar, pedra benta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 463; Moraes, 1813, vol. I, p. 170. LR

 

Pedra de linho – antigo peso de pedra que servia para pesar o linho. Segundo Bluteau equivalia a “oito arráteis de linho depois de gramado”. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 148-149. LR

 

Pedra-bazar, pedra bezoar – substância de origem animal, proveniente de Malaca e da Pérsia, usada essencialmente na farmacopeia. Funcionava por contacto e era usada como antídoto de venenos ou afrodisíaco. Podia ser encastoada e usada ao pescoço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 116; Moraes, 1813, vol. I, p. 280. RF e LR

 

Pedra-ume, pedra hume – sal mineral de cor branca, sem cheiro, de sabor ácido e solúvel na água. Era usada pelos pintores para tornar as cores mais vivas e pelos tintureiros para dar lustre às cores dos panos. Pode também ser aplicada na preparação de peles, para clarificar águas lodosas, para conservar madeira e como adstringente e antisséptico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 357; Moraes, 1813, vol. II, p. 418; Monteiro, 2001, p. 83. AR

 

Pedrêscor sarapintada a preto e branco, comum em algumas galinhas || fabricado de pedras brancas e pretas || quebra como a pedra || batente da porta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 363; Moraes, 1980, vol. IV, p. 224. OV

 

Peendença, peendencia – penitência. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 425; D. Duarte, 1942, p. 66. LR

 

Peitada – subornada por peita, isto é, por dádiva que tem por objectivo subornar ou corromper || empurrão no peito; pancada no peito ou com o peito. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 227; Viterbo, 1712-1728, vol. II, p. 142. RF

 

Peitar – dar paga de suborno. Fontes: Viterbo, 1965, vol. II, p. 142; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 370. RF

Peitoral – correia presa na dianteira da sela e que rodeia o peito do cavalo, para que a sela não deslize para as ancas || parte do hábito religioso feminino ou masculino que cobre o peito || parte da armadura que cobre o peito. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 228. RF

 

Peixe escolar – caçoaria || peixe semelhante à pescada com corpo muito redondo e salpicado de pintas. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 471. LR e CO

 

Peixe pedra – choupa. Fonte: Cruz, 1997, p. 42, nota 144. CO

 

Peixol – pescada || peça de bacalhau salgado || posta de peixe. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 228. CO

 

Peixota, pescota, pessota, peixhota, pisota, piscescanes, pisceskanes – pescada, segundo documentos dos sécs. XII - XIV. Qualquer peixe ou posta de peixe || pau com que se fechavam os tambortes dos mastros das habitações. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, pp. 471, 476; Lexicoteca, 1985, vol. II, pp. 529-530. CO

Pelica, peliça – pele de carneira curtida, que fica muito branca e muito mole || das garras e dos retalhos é feita a cola do pintor || vestidura de pele ou forrada em pele de pêlo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 381; Moraes, 1813, vol. II, p. 423. OV e RF

Pelicanas – arrecadas, brincos. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 230. RF

 

Pelitaria – toda a qualidade de peles para calçado, vestidos, forros, roupas e guarnições. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p 231. RF

 

Pelota – pequena bola de chumbo ou ferro || jogo de rapazes || jangada de couro; espécie de cesto feito de couro de boi que servia de barco || almofada para alisar chapéus depois de engomados || no Brasil, bola de futebol || pequenas porções de carne, almôndegas || cada uma das partes em que se corta a massa do pão depois de amassada e que se atira contra o fundo ou contra as faces da masseira || madeixa de cabelo ou caracol || pequena bola de neve. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 382; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 532; Machado, 1991, vol. V, p. 632; Moraes, 1994, vol. IV, p. 232. CO

 

Pelote rachado – pelote com cortes e aberturas. RF

 

Pelote, pellote, pellóte – peça de vestuário semelhante a um casaco fechado, usado pelos joelhos e inicialmente justo ao corpo e com grandes cavas || quase o mesmo que peliça; espécie de casaco sem mangas, que os homens vestiam sobre o gibão e por baixo do tabardo || bola de ferro ou metal || almofada para alisar o pêlo dos chapéus depois de engomados. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, pp. 231-232; Viterbo, 1965, vol. II, p. 143; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 381; Palla, 1992, p. 47; Dias, 2003, vol. VI, p. 516. RF e OV

 

Pelouro, pellóuro – bala de metal ou ferro com que se carregavam as armas de fogo || bola feita de cera, que contém um papel onde está escrito o nome do juiz ordinário ou vereador. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 383; Moraes, 1813, vol. II, p. 424; Monteiro, 2001, p. 84. AR

 

Peltre – arame || latão || liga de estanho e chumbo, com que cunhou moeda em Portugal. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, p. 232; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 472. CO

 

Pelúcia – tecido felpudo de seda ou lã; tem a felpa mais longa e rara que o veludo. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 424. OV

Pena de escrever - tubo de pena de determinadas aves, como o pato, usada para escrever; pode ser também em metal ou chifre. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 233. OV

Penacho – conjunto de penas com que se adornavam os chapéus, capacetes e arreios das cavalgaduras. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p 233; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 397. RF

Pendão – tecido normalmente rectangular, suspenso num varão horizontal suportado por uma haste e decorado com representações e inscrições específicas. É usualmente levado em procissões por membros das confrarias religiosas. Pode também ser denominado por estandarte processional. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 136. AR  

 

Pendentes de mitra – duas tiras estreitas de tecido, normalmente franjadas, que caem da mitra até às costas. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 163. AR

 

Peneira alvarral – instrumento que servia para peneirar o rolão. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 391. LR e AR

 

Peneira rala – peneira feita com seda de cavalo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 391. LR e AR

Peneira, pineira – instrumento circular feito em madeira e seda ou outro tecido fino que servia para separar a farinha dos farelos. Fonte: Blueatu, 1712-1728, vol. VI, p. 391. LR e AR

 

Peneireiro – homem que faz ou vende peneiras || espécie de rede com a qual se cobre a cara quando se retira o mel das colmeias. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 391; Moraes, 1813, vol. II, p. 427. LR

 

Pensamentos – arrecadas com filigrana de ouro que se usavam nas orelhas. Foram muito usadas em Portugal. Eram constituídas por uma verguinha de ouro, cujas pontas fechavam até ao meio, entrando uma pela outra. Segundo Bluteau, o nome deriva da delicadeza da obra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 399; Moraes, 1980, vol. IV, p. 237; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 93, 144, vol. II, p. 474. AD

Pente – instrumento de madeira com uma densidade variável de dentes em ferro com que os cardadores cardam ou penteiam o linho ou a lã. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol., 21, p. 36. MD
 

Penteador – roupão ou espécie de toalha que se coloca nos ombros de quem se penteia ou corta o cabelo || espécie de roupão ou vestido, em geral não apertado na cintura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 402; Moraes, 1999, vol. IV, p. 240; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 544. CO

 

Pêra de cheiro – espécie de mirra. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 407. LR

 

Pêra de conforto – casta de pêra portuguesa. Fonte: Manuppella e Arnaut, 1967, pp. 184-185. LR

 

Percalçar – alcançar, conseguir, lucrar, ganhar. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 430; D. Duarte, 1942, p. 116. LR

 

Percalço, precalço – proveitos ou utilidades que os criados recebem para além da soldada. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 282. IS

 

Percinta – cercadura ou envoltório apertado || tira de lona, brim, ou serapilheira com que a bordo se cobrem os cabos antes de os forrar || ligaduras, faixas, tiras de lona, com os quais se armam e seguram as armações das camas indianas. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 95, 399; Moraes, 1994, vol. IV, p. 24; Machado, 1991, vol. V, p. 653. CO

 

erfume - preparado aromático || cheiro agradável ao olfacto proveniente de misturas de extractos de frutos ou flores. Fonte: Bluteau, 1720, vol. VI, p. 423; Moraes, 1994, vol. IV, p. 247. OV

 

Perikal - elefantíase que era uma doença muito comum na região de Cochim. Fonte: Cruz, 1997, p. 104, nota 194. CO

 

Perilha - ornato semelhante a uma pêra. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 249. AD

 

Perrexil – erva que nasce nos areais, junto ao mar. Era usada para tirar o fastio, lançando-se para o efeito as suas folhas em calda de vinagre com cravos || metaforicamente refere-se a um indivíduo galante. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 444-445; Moraes, 1813, vol. II, p. 438. LR

 

Pescado enxuto – peixe seco que era considerado menos nocivo que o peixe fresco (naturalmente “húmido” e, portanto, susceptível de se corromper). Fonte: Roque, 1979, p. 155. LR

 

Pescado posto em presa – isto é, peixe em cativeiro, em tanques. Fonte: Roque, 1979, p. 155. LR

 

Pescado real – solho, pois era o peixe reservado à Coroa em todas as pescarias no Tejo e no Douro. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 476. CO

 

Pespontado, pesponteado - cosido com pesponto. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 262. AD

 

Pesponto, posponto – ponto de costura em que a agulha entra um pouco mais atrás do lugar por onde saiu. O bordado pode levar prata, ouro, retrós, etc. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 466; Moraes, 1980, vol. IV, p. 262. AD

 

Pestellença – peste. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 70. LR

 

Pesume – lentidão. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 444; D. Duarte, 1942, p. 99. LR

 

Pez – resina do pinheiro queimado. Existe pez seco e pez líquido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 475; Moraes, 1813, vol. II, p. 445. LR

Pia de água benta – objecto côncavo de pedra ou outro material onde se coloca a água benta; nas igrejas esta pia estava do lado direito ou junto às portas laterais, mas este objecto pode ser também encontrado em celas de conventos, hospitais ou casas particulares. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 490. LR e AR 

 

Piastrão, piastromes – parte dianteira da couraça que cobre o peito; plastrão. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 269. RF

Pichel pequeno vaso, geralmente de estanho, do qual se bebia vinho ou com o qual o mesmo era retirado das pipas || vaso pequeno || cântaro pequeno. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 498; Moraes, 1980, vol. IV, p. 272; Dias, 2003, vol. VI, p. 531. OV e NP

 

Pichelana província da Estremadura é o mesmo que caçarola || frigideira de barro. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 272. OV

Pichorra – vaso de estanho com bico, característica que o diferencia do pichel; pequeno cântaro de barro com bico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 498; Moraes, 1999, vol. IV, p. 272; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 592. CO 

 

Pico, picul – medida de peso de 60 ou 61 quilos na antiga Índia Portuguesa. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 133, 399; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 208-209. CO

 

Pícola – castigo dado aos membros das comunidades jesuítas, que consistia em comer no refeitório de joelhos no chão, ou numa mesa baixa separada do resto da comunidade || instrumento de canteiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 500; Moraes, 1994, vol. IV, p. 272. CO 

 

Picoletepeça de serralharia que se insere na cavidade de outra. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 272. OV

 

Picotabarra em madeira colocada em praça pública, cuja extremidade superior era constituída por argolas e cadeias onde se executavam os criminosos de crimes repelentes || pelourinho, onde os criminosos eram expostos à vergonha || haste do pistão da bomba || sinal da jurisdição || nos barcos é o pau que amarra o gancho para se dar à bomba || o mesmo que galinha-da-índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 500; Moraes, 1980, vol. IV, p. 237; Viterbo, 1965, vol. II, p. 478. OV

 

Picote, picoto - espécie de burel ||pano grosso, vasto e áspero, de cor cinzenta, utilizado no fabrico das roupas dos pobres e religiosos || espécie de seda, lustrosa de que se faziam os vestidos || ponto de bordado || recorte denteado dos selos postais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 500; Moraes, 1980, vol. IV, p. 273. OV

 

Picotilho – burel fino || pano menos grosseiro que o picote. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 137; Machado, 1991, vol. V, p. 42; Moraes, 1994, vol. IV, p. 273. CO

 

Pílula, pirola, pilora, pirula – o mesmo que pílula || comprimido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 507; Moraes, 1980, vol. IV, p. 290. LR

 

Piluleiro – o que faz pílulas || boticário; farmacêutico || vaso de metal ou madeira no qual se fazem as pílulas. Fonte: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 278. LR

 

Pinaça – embarcação ligeira de pequeno fuste, vela e remo e não muito segura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 511; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 478. CO

 

Pinaca – resíduo de côco e de gergelim após a extracção do óleo || bolo de farinha torrada de arroz e jagra || instrumento de música hindu de corda. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 213; Moraes, 1994, vol. IV, p. 278. CO

 

Pingar, pingár – cair gota a gota || deitar sobre alguém pingos de gordura a ferver ou resina em sinal de castigo e tormento || Pingar um escravo: castigo corporal dado aos escravos com pingos fervidos de toucinho ou de azeite || Andar pingando: que é muito pobre. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 512-513; Moraes, 1813, vol. II, p. 452; Dias, 2003, vol. VI, p. 533. NP

Pinguela, pinguéla, pinguélo – pequena vara usada nas ratoeiras com que se arma o laço a fim de apanhar a caça. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 452; Dias, 2003, vol. VI, p. 533. NP

 

Pinhoada - pinhões de comer passados por açúcar e confeccionados com mel. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 514; Moraes, 1813, vol. II, p. 453. CO

 

Pinhoéla - seda com uns círculos aveludados. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 453. CO

 

Pinogénero de cone pequeno ou prego utilizado pelos sapateiros para firmar as solas sobrepostas || posição vertical do corpo com a cabeça para baixo || género de um jogo popular || peça existente numa dobradiça, a qual serve para firmar e sustentar as asas nos seus movimentos giratórios || haste metálica cilíndrica ou quadrangular que serve para sustentar as cordas nas incrustações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 514; Moraes, 1980, vol. IV, p. 282. OV

 

Piparote – pipa de reduzidas dimensões. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 533.

Pique – antiga arma de ataque composta por uma haste comprida que tem no seu termo um ferro pontiagudo || íngreme, fundo || picante || extremamente vertical || cartão de buracos no qual as rendeiras faziam desenhos com alfinetes || jogo de quatro pessoas, a pares e de nove cartas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 522-523. LR

 

Piroleia, piroleyra - recipiente para aguardente. Fonte: Bettendorf, 1990, p. 100. CO

 

Pírulas pestilenciais – comprimidos com propriedades laxativas. Nestas entravam, geralmente mirra, bolo arménio, azebre, agárico e açafrão. Fonte: Roque, 1979, p. 329. LR

 

Pisão, pisaõ – moinho constituído por uma roda dentada, que faz girar uns paus em forma de martelo. Quando estes batem nos panos, torna-os mais firmes e lisos || casa onde trabalham os homens que se dedicam a este ofício. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 533; Moraes, 1813, vol. II, p. 456. AR

 

Piseo – casta de ervilha maior do que as ordinárias. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 534; Roque, 1979, p. 330. LR

 

Pisoeiro – indivíduo que coloca o pano no pisão; aquele que apisoa panos || pisão. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 342; 1813, vol. II, p. 456. LR

 

Pitança - ração diária de alimentos || iguaria especial de dia de festa || qualquer coisa que se come ou bebe || antigamente era o nome dado à tábua onde se escrevia a porção de pão, vinho ou outro género recebido ou distribuído || primeiramente foi dado o nome de pitança à ração do soldado e depois foi aplicado aos eclesiásticos que recebiam determinada quantia de pão ou vinho consoante as horas, dias ou meses || géneros pagos numa renda || refeição que se come às sextas-feiras em determinadas casas religiosas que consistia, geralmente, em picado de galinha, carneiro ou outras carnes e distinguia-se por ser em maior quantidade do que nos dias correntes. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 347; 1813, vol. II, p. 456; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 535-536; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 627. LR e CO

Piveteiro, pibeteiro – vasilha onde se põem ou queimam os pivetes. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 295. RF

 

Pivetes, pebetes, pibetes – substâncias aromáticas que se queimam para perfumar. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 295; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 539. RF

Píxide – vaso sagrado onde se guardam as hóstias consagradas que se distribuem fora da comunhão. Normalmente é feito de um metal precioso, com o interior da copa de ouro ou dourado, com tampa, geralmente encimada por uma cruz. Faz conjunto com o cálice e a patena. Fonte: Thesaurus, 2004, pp. 129-130. AR

Plaina, praina – instrumento de carpintaria que serve para alisar a madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 540; Moraes, 1813, vol. II, p. 457. AR 

 

Planeta – o mesmo que casula. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 541. LR

 

Plasme – censure. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 164. LR

 

Plastrão – peitilho; gravata larga ou estofo que cobre o peito e cujas pontas se cruzam obliquamente || couraça. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXII, p. 86. RF

 

Plomo – chumbo. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, p. 304; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 479. CO

Pluvial – ver capa ou manta de asperges. AR

 

Pó de pedra – substância constituída por pó de granito (quartzo, feldspato e mica), usada com argila branca no fabrico de peças de cerâmica doméstica e decorativa, que começou a ser empregue no Reino Unido no séc. XVIII e em Portugal a partir de 1813. Fonte: Domingues, 2006, p. 153. CO

 

Pobres envergonhados – pessoas sem forma de garantir o nível económico do grupo social a que pertenciam, ajudadas de forma discreta, por vezes sigilosa, preferencialmente a domicílio, sendo visitadas por membros de confrarias. Em Portugal, ao longo da Idade Moderna, os pobres envergonhados foram geralmente mulheres chefes de agregado familiar. IS

Poeira – muito pó || vaso de areia que se coloca no escritório ou na escrivaninha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 566; Moraes, 1813, vol. II, p. 462. LR

 

Poia, poiá, poya – forno rústico feito por pedras soltas, nas quais se assentam as panelas || pão alto || bolo de trigo de grandes dimensões e chato || antigo imposto de vinte pães que se tinha que pagar a quem fizesse forno para cozer o pão || pão que se dava ao forneiro em troca de cozer o pão || vinho, aguardente ou azeite que se dava ao dono do lagar || mulher preguiçosa || dejecto, estrume. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 431; 1813, vol. II, p. 481; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 665. LR

 

Poial, poyal – lugar onde se coloca alguma coisa || banco fixo, assento de pedra ou madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 570; Moraes, 1980, vol. IV, p. 312; 1955, vol. VIII, pp. 431-432. OV 

 

Poio, poyo – o mesmo que poial || areia ou lodo que se junta nos canais e valas de um rio || no mosteiro de Alcobaça o poio era a casa situada entre o claustro grande e o das laranjeiras e onde os monges se reuniam para dizer o De Profundis antes de entrarem no refeitório. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 432; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 665; Suplemento I, p. 150. LR

Polaina – peça geralmente de pano ou de coiro que se veste por cima das meias e dos sapatos, cobre a parte da perna entre o joelho e o pé, abotoando-se ou afivelando-se do lado de fora || espécie de lenço para a cabeça usado pelas mulheres, que tivessem sido condenadas por alcovitice, quando estivessem fora de casa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 391; Moraes, 1980, vol. II, p. 133; Vasconcelos, 1942, vol. III, p. 470; Viterbo, 1965, vol. II, p. 483. OV 

 

Poldra – égua nova || ramo que nasce do pé de uma árvore || ramo sem utilidade || vara que na videira serve para transplantar || polvo com pouca idade || pedras que se colocam num curso de água para se passar por elas sem molhar os pés. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 436; 1813, vol. II, p. 463; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 571-572. LR

Polé – o mesmo que garrucha; roda pequena, encaixada num pau ou num ferro, pelo qual corre a corda que levanta o peso; roldana colocada na parte posterior das bestas e destinada a esticar a corda que prendia as pontas do arco e a fixá-la na noz, de forma tensa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 572; Moraes, 1813, vol. II, p. 463; Monteiro, 2001, p. 84. AR &

 

Polé de dar tratos – instrumento de tortura. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 80. LR

 

Poleá, poleás - lavrar e semear arroz nos campos com búfalos e bois || membro da casta escrava ínfima e impura no Malabar || oficiais mecânicos no Malabar. Fontes: Barbosa, 1989, p. 109; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 573; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 218-219; Moraes, 1994, vol. IV, p. 314; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 653. CO

 

Polipódio, polypodio, polypôdio – qualquer coisa que tem muitos pés || erva com raiz ramificada. O polipódio é laxativo e tem a virtude de purgar os humores melancólicos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 585. LR

 

Polmeira, pulmoeira, polmoeira, polmoèira – doença dos pulmões que surge nas bestas; falta de respiração causada por uma chaga nos bofes. Esta doença é também conhecida por “dar aos foles”. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 137; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 578; Moraes, 1813, vol. II, p. 465. AR

 

Poma – esfera, bola, globo || podia ser um objecto, geralmente em prata, oco, em cujo interior se colocavam brasas para aquecer as mãos || um objecto semelhante a este, com furos, podia também conter substâncias aromáticas e ser usado como perfume, pendurado à cinta das senhoras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 586. LR e IS

 

Pomas aromáticas – bolas medicamentosas que ou eram directamente cheiradas ou passadas de uma mão para a outra inalando-se o aroma ali deixado. Fonte: Roque, 1979, p. 328. LR

 

Ponto – furo que se faz com uma agulha || a linha que fica entre dois furos da agulha de coser || renda feita com a agulha || denominação de vários trabalhos de tapeçaria || ferragem onde se movem as portas móveis || em linguagem de sapataria, medida que corresponde a 2/3 de um centímetro || termo, fim, suspensão || provincianismo, local em que a corrente do rio é mais veloz. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 601-603; Moraes, 1980, vol. IV, pp. 327-329. OV

Popa – parte posterior da embarcação, por oposição à proa || de vento em popa, significa com vento de feição || o mesmo que poupa || coice. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXII, p. 477. AR

 

Popelina – tecido fino utilizado para fazer camisas e outras peças de vestuário feminino. Fonte: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 502. LR

 

Porcionista – nome dado àquele ou àquela que paga uma porção para residir numa determinada instituição, geralmente um colégio masculino, ou um recolhimento feminino, misturando-se com os outros indivíduos que neles residem a título gratuito, beneficiando de recursos geralmente provenientes da caridade pública e privada. IS

 

Portacollo – pergaminho ou couro atado com um cordel que os rapazes penduravam ao pescoço quando iam para a escola || rolo de couro com o qual os estudantes embrulhavam os livros || primeira peça dos actos judiciais || minutas de tabelião que depois eram registadas num outro livro || livro de notas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 629-630. LR

 

Porta-cravina, portacravina, portacravinas – bolsa de couro onde se coloca o couce da carabina e que se coloca debaixo do coldre. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 630. LR

 

Porta-fronha, porta fronha – nas casas minhotas são as portas grandes que fecham pátios e, portanto, ficam separadas da casa principal. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 440. LR

 
Portal-fronho – porta principal; chama-se assim, na província do Minho, ao portal por onde entram os bois na casa do lavrador. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 11, p. 902. MD

Porta-paz, portapaz – placa pequena decorada com imagens religiosas, que é dada a beijar aos fiéis e, por vezes, ao celebrante. Esta placa é normalmente de metal e tem na parte de trás uma pega que serve para expor verticalmente a peça || peça de prata em forma de lâmina que se dá a beijar na Eucaristia em certas missas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 632; Thesaurus, 2004, p. 107. AR e OV 

 

Portas fronhas – nome dado no Minho às portas maiores de uma casa || porta do pátio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 440; Moraes, 1813, vol. II, p. 61. LR

Portinhola – porta pequena. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 475. LR

 

Pospasto – o mesmo que sobremesa; prato doce que se come no final das refeições; postres. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 642; Moraes, 1813, vol. II, p. 476. LR

 

Pospor – deixar para outro dia, adiar; colocar numa camada inferior. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 642; D. Duarte, 1942, p. 9. LR

 

Posta – pedaço, fatia ou naco de peixe, carne, etc. || estação de cavalos colocada de distância a distância para serviço dos viajantes || carreira ou curso impetuoso do cavalo || diligência ou veículo para serviço público || correio || sentinela || balas de chumbo mais pequenas que as balas de calibre para armas de fogo || despacho dos cargos e ofícios entre os franciscanos || popularmente, indivíduo mole, preguiçoso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 645-646; Moraes, 1994, vol. IV, p. 341; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 685. CO

 

Postilhão, postilhaõ, postilham – homem que transportava a cavalo correspondência entre diferentes localidades || mensageiro, correio || indivíduo que monta um dos cavalos da frente quando o carro é puxado por mais de uma parelha. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 561; 1813, vol. II, p. 478; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 648. LR

 

Potaje, potagem potágem – do francês «potage», fatias do pão molhado no caldo || sopa, caldo, guisado de hortaliças, de peixe e de carnes. Havia potagens à francesa, potagens para merendar, potagens de lebre, coelho e perdizes assadas, potagens de peixe e cenouras, entre outras || qualquer bebida || sopa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 651; Moraes, 1813, vol. II, p. 479; Dias, 2003, vol. VI, p. 560; Roque, 1979, p. 331. NP e LR

Pote, póte – vaso de barro alto, com asas e boca larga, para guardar água || espécie de panela de ferro que servia para cozinhar nas lareiras; assenta em três pés, colocados sobre as brasas, e é tapada geralmente com um testo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 652; Moraes, 1813, vol. II, p. 479. AR  

 

Prasmar, prasmár – repreender, censurar. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 61; Moraes, 1813, vol. II, p. 483; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 676. AR

 

Pratel, partel, prátel – prato pequeno. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 483; 1980, vol. IV, p. 349; Dias, 2003, vol. VI, p. 507. NP e OV

Prateleira – estante ou armário onde se guardam os pratos || tábuas horizontais que dividem o interior dos guarda-loiças de um armário || tábuas de paredes onde se colocam os pratos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 672; Moraes, 1980, vol. IV, p. 349. OV 

 

Prato das galhetas – prato onde se colocam as galhetas, normalmente colocado junto ao altar. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 127. AR

Prato de esmolas - peça de metal, geralmente circular e mais ou menos plana, usada nas igrejas para os fregueses colocarem as suas ofertas. Fonte: Moraes, 1994, vol. IV, p. 350. OV

 

Prazo – propriedade de raiz, de que o dono concede a outrem o senhorio útil, por vida, ou vidas, ou em fateusim, impondo-lhe certa pensão anual || espaço temporal da existência de alguma coisa que há-de acabar, ou da execução de alguma tarefa. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 485; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 676. RF

 

Precatório – aquele que pede ou roga || carta precatória é o mesmo que carta de solicitação ou a carta que um juiz de uma determinada jurisdição pede a outro que cumpra o mandado do deprecante. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 486. LR

 

Pregão – aviso, notícia dada pelo pregoeiro, ou porteiro em casos de execução de justiça e outros autos judiciais, declaração de guerra, anunciação de um casamento ou de eventos de natureza distinta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 153; Moraes, 1813, vol. II, p. 490. OV

 

Prego caibral – o mesmo que prego de galeota. Prego de grandes dimensões com o qual se fixam caibros. Fonte: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 633. LR

 

Prego de galeota – o mesmo que prego caibral. Fonte: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 633. LR

 

Pregoeiro – que lança o pregão; o que pregoa || inculca || assoalhador || que dá a conhecer. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 490; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 693. OV

Preguiceiro – banco largo e comprido || escabelo, banco de encosto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 694; Moraes, 1813, vol. II, p. 490. AR 

 

Preservativo – em relação a medicamentos refere-se a antídotos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 713; D. Duarte, 1942, p. 75. LR

 

Pressa – rápido || necessidades, aflição, perigo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 715-716; D. Duarte, 1942, p. 118. LR

Prima tonsura – cerimónia da igreja, pela qual se recebia a tonsura, tornando-se clérigo. Fonte: Sá, 2004, p. 158. CO 

 

Primícias – a parte dos primeiros frutos que se oferece a Deus || os primeiros frutos ou lucros || a primeira obra do artista. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 503. RF

 

Prioste – século XVI era o indivíduo que tinha como função receber dinheiro da Coroa e pagar os vencimentos aos homens da igreja que exerciam tarefas no governo e no culto || aquele que cobra a renda das Igrejas || trigo prioste é o melhor trigo de uma colheita. Fontes: Moraes, 1955, vol. VIII, p. 706; 1813, vol. II, p. 504; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 748. LR

 

Privado – o mesmo que bacio || coisa que não é pública || íntimo || particular || indivíduo favorito. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 750; Moraes, 1980, vol. IV, p. 372. LR

 

Procissão das Endoenças – procissão da responsabilidade das confrarias de Misericórdia portuguesas, que tinha lugar durante a Semana Santa, depois da cerimónia do Lava-Pés da Quinta-Feira Maior. IS

 

Procissão dos Ossos – cortejo próprio das confrarias de Misericórdia portuguesas, realizado no dia de Todos os Santos, destinado a trazer em procissão solene os restos mortais dos justiçados para o cemitério, assegurando dessa forma que lhes fosse dada sepultura cristã. Destinava-se contudo a um tipo especial de sentenciados, os condenados a morte para todo o sempre, distintos aos condenados a morte natural. As ossadas destes últimos podiam ser recolhidas logo após a execução, ao passo que as dos primeiros deveriam aguardar pelo próximo 1 de Novembro, ficando entretanto expostas aos olhares públicos. No entanto, é de crer que estas distinções, de carácter acentuadamente medieval, se tivessem atenuado ao longo da Idade Moderna, embora o ritual se mantivesse vivo, tanto nas misericórdias do Reino como do Império. IS

 

Prol – vantagem, lucro, proveito || antigamente o mesmo queprole. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, pp. 769 -770; Moraes, 1980, vol. IV, p. 381. OV

Psaltério – o mesmo que saltério (instrumento musical de cordas em forma triangular muito usado pelos Hebreus) || livro da Bíblia, livro litúrgico ou ainda livro do coro que contém os salmos e sua explicação || denominação que os tradutores do Antigo Testamento deram ao hinário de Israel. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 841; Moraes, 1980, vol. IV, p. 396. OV

Pucarim – vaso de barro com asas. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 402. OV

 

Púcaro de água – refeição que não é nem jantar nem ceia || espécie de merenda de doces. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 818; Moraes, 1999, vol. IV, p. 403. CO

Púcaro, púcara, pûcaro – vaso pequeno, normalmente de barro não vidrado, para se beber água ou verter líquidos em vasos maiores || alcatruz de lata || qualquer vaso pequeno com asa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 818; Moraes, 1999, vol. IV, p. 403; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 772. CO

 

Pucho – droga || planta aromática que entrava na renda da especiaria em Goa. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 227; Moraes, 1994, vol. IV, p. 402. CO

 

Puera – paúl seco pelo sol || brasileirismo, lama seca. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 403. OV

 

Puli – tamarindo no Malabar. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 257, 400. CO

Púlpito – tribuna sobrelevada onde se faz a pregação; é fechada por parapeito e tem normalmente uma escada de acesso, um espaldar e um guarda-voz. Encontra-se no interior das igrejas. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 53. AR

Púlpito de refeitório – tribuna fixa e sobrelevada, fechada por parapeito, que se destina à leitura em voz alta no refeitório dos conventos. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 53. AR

Punção – furo || picada || instrumento metálico terminado em ponta que tem como função furar, utilizado geralmente pelos canteiros e pedreiros || espécie de ponteiro || instrumento cirúrgico em forma de agulha || instrumento pequeno, cravado, normalmente em osso, com a finalidade de marcar objectos de ouro e prata. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 826. OV

 

Punhado, punhádo – uma mão cheia de alguma coisa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 827; Moraes, 1813, vol. II, p. 527. LR

 

Purava, puravá, purauaa - pano indiano de algodão || túnica de algodão branco ornada de rosas de ouro e usada pelos brâmanes. Fontes: Pires, 1978, p. 375, nota 392; Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 819; Moraes, 1994, vol. IV, p. 408. CO

 

Purga – medicamento ou substância que tem o efeito purgativo || mezinha. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 829. LR

 

Purgar, purguar – limpar e eliminar as impurezas || purificar || expulsar os maus “humores”. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 829; Moraes, 1980, vol. IV, p. 408. LR

Púrpura – cor vermelho-escuro que se extraía dos moluscos da família dos purpúrideos || antigamente, tecido tingido a cor púrpura || tipo de tecido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 835; Moraes, 1980, vol. IV, p. 409. OV

 

Pústula, pustula – o mesmo que bostela. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 838. LR