F
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
 

Faca, facaneia, facanea – cavalo de pequeno tamanho que se trazia de Inglaterra, Polónia, Frísia e outros países do norte. Eram geralmente as montadas das damas ou príncipes || instrumento de corte. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, pp. 272-273. IS

 

Face – o lado direito de um tecido e de uma peça de vestuário. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 283. NP

 

Faceira, faceiroa, faceiro, faceiroó, facezeiro carne da face dos bois || a queixada || obesidade || figurativo, vaidoso, vistosa, garrida || náutica, peça de madeira por onde trabalham os cabos || em Trás-os-Montes designa terra de lavoura junta às povoações || pequena almofada, travesseiro, cabeçal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 8; Moraes, 1980, vol. II, p. 8; Viterbo, 1965, vol. II, p. 242. OV

 

Facergenes – tapete ou genuflexório diante do altar || galhetas de água e vinho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 242. CO

 

Facinoroso – mau, perverso || aquele que cometeu um crime grave; criminoso. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 19; 1813, vol. II, p. 4; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 11. LR

Facistol estante grande usada nos coros das igrejas para se colocarem os livros litúrgicos. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 9. OV 

Faiança – louça de pasta porosa envernizada ou esmaltada; cerâmica. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. X, p. 836. AR

Faixão, faixam – tira de tecido específica para apertar ao redor da cinta. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 284. NP

Falconete – pequena peça de artilharia de calibre 2, dos séculos XVI e XVII. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. X, pp. 861-862. AR 

 

Falifa o mesmo que pelica || pele pequena e fina de animal preparada para a confecção de luvas, calçado etc. Fonte: Moraes, 1980, vol. IV, p. 230. OV

 

Fanão, fanám, fanane – moeda antiga indiana de baixo valor || farol || archote, tocha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 30; Moraes, 1980, vol. III, p. 16; Viterbo, 1965, vol. II, p. 250. OV  

 

Fanega, fânega, fanga – o mesmo que fanga || em Barrancos, medida de 60 litros de trigo || medida castelhana de cereais, legumes e sal, utilizada na fronteira portuguesa || medida que corresponde a quatro alqueires || medida de carvão de pedra equivalente a oito alqueires || em Abrantes, medida para azeitonas que corresponde a cinquenta litros || em Mação corresponde a cinquenta litros || lugar público onde se vendiam os cereais || peixe pequeno do mar. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, pp. 52, 54; 1813, vol. II, p. 10; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 31. LR

 

Fanhoso – linguagem nasal, roufenho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 32; Moraes, 1980, vol. III, p. 17. OV 

 

Fanoa – peça de fazenda. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 17. OV

 

Fanões, fonões – véus ou lenços brancos para envolver as oblações. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 251. CO

 

Fanon - guardanapo || pequena toalha. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 251. CO

 

Faraçola, farazola – termo de medição indiana que designa trinta e seis arráteis portugueses. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 420; Moraes, 1980, vol. III, p. 18. LR

 

Faraz - uma das castas mais baixas de Goa (mahâr) || antes denotava o tratador de cavalos e de tapetes e esteiras. Fontes: Moraes, 1994, vol. II, p. 18; Dalgado, 1983, p. 390. CO

 

Farelo – substância mais grossa que se separa da farinha após o primeiro processo de farinação. No Hospital das Caldas da Rainha, durante o século XVI, o farelo era dado como suplemento à alimentação das bestas da casa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 35; Moraes, 1980, vol. III, p. 19; AHHTCR, 1547-1548 – Livro de Receitas e Despesas [pasta 2] – Inv. 236, fólio 66v. LR

 

Faro – olfacto de alguns animais (ex. cães) || cheiro || cidade algarvia || torre na qual se acende uma lareira para iluminar os navegantes de noite. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 35-36. LR

 

Farpado – rasgado com ou sem intencionalidade || em forma de farpa || fendido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 36; Moraes, 1980, vol. III, p. 21. LR

 

Fartalejo – empada de massa doce envolvida em farinha de trigo. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 289. NP 

 

Farte, fartel - bolo de açúcar e amêndoas envolto em capa de farinha de trigo. Fontes: Manuppella, 1986, pp. 131-133; Dias, 2003, vol. VI, p. 289. NP e CO

 

Fastiento – aquele que tem fastio || o que causa fastio. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 40. LR

 

Fastio – repugnância do estômago aos alimentos || aborrecimento. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 40. LR

 

Fateusim, fateosim, fateosím – o mesmo que enfiteuse. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 14; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 41. RF

 

Fato – objectos móveis de uso diário, como roupas ou mobiliário portátil || no universo pastoril significa rebanho. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 42. LR

 

Fava de Malaca – o mesmo que anacardo. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 261, 385; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 392. CO 

 

Fazenda – todo o tipo de bens, desde as propriedades às mercadorias || dinheiro, tesouro público, erário || em Trás-os-Montes designa gado vacum || no Alentejo designa o todo de alguma coisa || pano, tecidos, estofos || antigamente, fama de mulher íntegra, honesta || gíria, mulher bonita || peleja, luta, duelo || acções empresariais realizadas ou a realizar || crédito, honra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 48-49; Moraes, 1980, vol. III, p. 26; Viterbo, 1965, vol. II, p. 252. OV

 

Fazer paço – fazer cortesia a alguém. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 380. LR

 

Fazer pauta ao doente – apontar o doente que deve de ser vigiado e servido de duas em duas horas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 329. LR

 

Febre – estado físico caracterizado pelo aumento da temperatura e aceleração do ritmo do pulso || paixão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 54, Suplemento I, p. 423; Moraes, 1813, vol. II, p. 609. LR

 

Febre acmástica, acmástica – febre cujo calor permanece igual do início ao fim. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 91. LR

 

Febre aguda – febre que é contínua e muito violenta. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 18. LR

 

Febre contínua – aquela que se estende durante vários dias. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55. LR

 

Febre epíala, epiala – febre caracterizada pelo sentimento simultâneo de quente e frio em várias partes do corpo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 174. LR

 

Febre epicmástica, epicmastica, epicmâstica – febre onde o calor vai aumentando gradualmente de dia para dia; contrária à febre paracmástica. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 330. LR

 

Febre espúria – febre que deriva do desequilíbrio simultâneo de vários humores e à qual se acrescenta melancolia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 291. LR

 

Febre ética, febre ethica – febre lenta, que não tem podridão dos humores. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55; Moraes, 1813, vol. II, p. 18. LR

 

Febre habitual – febre que dura há muito tempo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55. LR

 

Febre intermitente – febre que entre um aceso e o seguinte desaparece na totalidade; febre espaçada. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55; Moraes, 1813, vol. II, p. 18. LR

 

Febre irregular ou errática – aquela que surge e desaparece sem dia nem hora certa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55. LR

 

Febre lipíra, lipîra, lipira – febre maligna que faz inflamar os pulmões, o fígado e outros órgãos internos || febre que faz aquecer os órgãos internos enquanto os externos permanecem frios. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 150. LR

 

Febre paracmástica, paracmastica, paracmâstica - estado de febre onde o calor vai diminuindo desde o primeiro dia que surge até desaparecer completamente. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 251. LR

 

Febre podre – aquela que deriva da podridão dos humores, podendo ou não ser intermitente. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 565. LR

 

Febre quartã, febre quartaa – febre que surge de quatro em quatro dias. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55. LR

 

Febre sincopal, syncopal – febre que está sujeita a síncopes, isto é, aquela que faz cortar, momentaneamente, os batimentos do coração e que faz interromper a respiração. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 818. LR

 

Febre terçaa – febre que aparece de dois em dois dias e que deriva de cólera. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 55. LR

 

Feitorizar, feitorisar – ser feitor ou ter uma feitoria; administrar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 68; Moraes, 1813, vol. II, p. 20. LR

 

Felpa – pêlo proveniente de determinados tecidos, sobretudo, lã e algodão, frequente nas baetas e baetilhas || pano de seda || penugem de animais; buço, cabelo, pêlos; erva rasteira e fina; aspecto, carácter. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 73; Moraes, 1980, vol. III, p. 32. OV

Feltro – tipo de pano constituído por pêlos de animais e pisado com vinagre || pano sem costura muito usado no fabrico de chapéus || género de estofo de lã ou pêlo || crina, cabelo usado no estofo de móveis || forros para caldeiras a vapor || tapete vegetal que reveste o fundo dos tabuleiros nas salinas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 74; Moraes, 1980, vol. III, p. 33. OV

 

Femença, feménça – empenho, atenção, cuidado. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 21; D. Duarte, 1986, p. 15. AR

 

Fenecer – acabar, morrer. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 75-76. LR

 

Ferir de sobre-mão – ferir com a lança em posição horizontal, repousando-a em cima do antebraço. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 41. AR

 

Ferrago, ferrã – mistura de cereais que se ceifam ainda verdes para alimentar o gado. Fonte: Conde, 1999, p. 122. LR

 

Ferragoulo – capote de mangas curtas, à semelhança do gabão. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 85. LR

Ferrelha – pá pequena de ferro com que se tiram brasas do fogo. Fonte: Dicionário Enciclopédio Luso-Brasileiro, vol. I, p. 990. OV  

 

Ferro caldo – ferro quente. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 148. LR

Ferro de brasas – instrumento em ferro semelhante ao actual ferro de engomar, que servia para passar a roupa, alisando-a através do seu aquecimento, obtido pelas brasas incandescentes que se colocavam no interior do mesmo. LR e AR

Ferrolho – ferro corrediço com que se fecham portas, janelas, portais, etc. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 26; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 90. RF

 

Ferropeas, ferropeias – grilhões. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 90; Moraes, 1813, vol. II, p. 26. LR  

 

Festão, festam – espécie de ramalhete comprido composto de flores, frutos e folhagem entrelaçadas, com que se adornam templos || obra de escultura, que imita os festões naturais, ou lavrada em metais. Fontes: Morais, 1980, vol. II, p. 27; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 96. RF

 

Ffiaã, fiãa, fiaam, ffia, sfiaá, fiada - almofia ou alguidar para duas canadas, que servia para pagar certa medida de grão e manteiga || vaso de barro chato e redondo. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 269. CO

 

Fiadura – caução. Fonte: Conde, 1999, p. 122. LR

 

Figada – doce de figo || doce de bananas na Índia. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 395; Moraes, 1994, vol. III, p. 44: Machado, 1991, vol. III, p. 84. CO

 

Figo – fruto da figueira || fruto de algumas piteiras e palmeiras || banana na antiga Índia Portuguesa e em alguns sítios dos Açores || objecto amachucado. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 44. CO

 

Figos de Cananor – variedade de bananas de grande dimensão e qualidade proveniente de Cananor, na Costa do Malabar. Estas bananas, muito abundantes, eram secas localmente, descascadas e exportadas para toda a Índia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 98, 215, 385. CO

 

Figueiral – lugar ou terreno onde crescem figos || bananal. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 395; Moraes, 1994, vol. III, p. 44; Machado, 1991, vol. III, p. 85. CO

 

Figueiras da Índia – bananeiras. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 221, 385. CO

 

Figurado, fegurado – que se faz representar ou por iluminura ou por pintura. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 293. NP

 

Fijola – tira de cabedal ponteada e que forma bolso em volta de duas peças de couro. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 45. RF 

 

Filaça – desperdícios de algodão em rama e linho cardado. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 45; Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 430. RF

 

Filele, fileli – tecido fino e transparente, feito em lã e empregue em bandeiras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 118; Moraes, 1980, vol. III, p. 46. LR

 

Filha de gaança – o mesmo que filha bastarda. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 2. LR

 

Filho degastador – filho pródigo. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 48. LR

Filigrana, filegrana - obra de ourivesaria formada por fios finíssimos de ouro ou de prata, entrelaçados e soldados, imitando vários desenhos, renda, etc. Esta decoração pode ser aplicada sobre um fundo. As caixas e jóias medievais são frequentemente decoradas de ornamentos de filigrana formando um campo onde se destacam os esmaltes e pedras preciosas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 122; Moraes, 1980, vol. III, p. 47; Silva e Calado, 2005, pp. 165-166. AD 

 

Filigranado, filegranado – composição em que se usou filigrana || delicado. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 47; Silva e Calado, 2005, pp. 165-166. AD

 

Filigranar – fazer filigrana || trabalhar ou ornar com delicadeza artística. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 47. AD

 

Filônio, filónio, filónio, phylonio, philonio – medicamento composto por diversos ingredientes, mas cuja base é o mel. Serve para estancar o sangue e impedir abortos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 483; Moraes, 1813, vol. II, p. 446. LR

 

Finar-se de tramas – o mesmo que morrer de dor de levadigas ou morrer de tramas, isto é, morrer de peste. Fonte: Roque, 1979, p. 168. LR

 

Fio de carreta, fio de carreto – certo número de filamentos de cânhamo torcidos a formar fio. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 18. AD

Firmal, firmál – broche com que se prendiam os golpeados dos vestidos antigos || extremidades do cabresto as quais são atadas nas argolas das ilhargas || relicário. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 129; Moraes, 1980, vol. III, p. 51; Viterbo, 1965, vol. II, p. 273; Palla, 1992, pp. 188-189; Dias, 2003, vol. VI, p. 305. LR e NP 

 

Físico – nome dado aos que exerciam medicina; médico. IS

 

Fito – jogo com pau preso no chão, a que se faz tiro com a bola. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 133; Moraes, 1813, vol. II, p. 37. CO                                 

 

Fiusa, fyuza, fyusa, fiuza – confiança. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 134; D. Duarte, 1942, p. 159. LR

 

Flabelo – grande leque de penas de pavão, ou outras, posto num cabo comprido, que o escravo levava e movia. Espécie de ventarola que nas solenidades religiosas vai junto à cadeira gestatória do Papa. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XI, p. 442. RF

 

Fleuma, freima, fleima, flegma, phlegma - o mesmo que freimão || sangue frio || estado de quem está sem paixão || humor || expectoração espessa || Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 140, 206; Moraes, 1813, vol. II, p. 58. LR

 

Fleumático, fleugmático, fleugmatico, fleumático, fleimatico, flegmatico - indivíduo que tem muita pituita, sendo esta um dos quatro humores que compõem o temperamento do corpo || o que é relativo à fleuma || em sentido figurativo refere-se àquele que é paciente. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 39. LR

 

Florim – moeda de prata ou de ouro de valor variável usada na Holanda e na Áustria; em Inglaterra o florim equivalia a uma moeda de prata de 2 xelins; segundo Viterbo “corria em Portugal por 340 reis” || liteira antiga. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 145; Moraes, 1980, vol. III, p. 60; Viterbo, 1965, vol. II, pp. 275, 286-287. LR

 

Fogaça, fogáça – pão grande e doce que por altura das festas populares se dá em oferenda para custear as despesas com as festividades, ou se oferecia às confrarias com a mesma finalidade. O mesmo pão era também leiloado para gratificar os que lutavam e os que cantavam ao desafio. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 42; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 149-150. RF

Fogão de lenha – aparelho doméstico que serve para cozinhar a lenha. AR

 

Fogaréu género de tigela de ferro em forma de concha, redonda e aberta em cima, utilizada para queimar matérias oleosas e inflamáveis || fogueira, lume. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 150; Moraes, 1980, vol. III, p. 63. OV

 

Fogo actual – o mesmo que ferro em brasa que os cirurgiões e alveitares usavam para cauterizar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 153. LR

 

Fogo de monturo – fogo que queima sem fazer labareda. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 317. LR

 

Fogo potencial – o mesmo que cautério potencial; cáustico cujas virtudes estão nos minerais ou nas pedras corrosivas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 153. LR

Foice – instrumento com cabo de madeira e corpo de metal largo, de gume liso e afiado que serve para cortar erva ou outras espécies. Fonte: Oliveira, 1995, pp. 259-271. LR e AR

Foice junqueira – o mesmo que foice para cortar junco, junqueiro. Fonte: Oliveira, 1995, p. 269. LR e AR 

 

Foicinha – também se pode chamar seitoura; instrumento de cortar erva, com cabo de madeira e corpo de metal, dentilhado; foice. Fonte: Oliveira, 1995, pp. 259-271. LR e AR

Foicinho – foicinha de gume afiado e liso, sem serrilha. Fonte: Oliveira, 1995, pp. 259-271. LR e AR 

Fole, folle – instrumento que serve para soprar o lume || saco pequeno feito em pele de carneiro seca que os lavradores utilizavam para levar o trigo ao moinho || fruto semelhante a uma laranja, cuja casca é mais dura e o seu sumo mais azedo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 161. LR e AR  

 

Folgadio – aquele que procura os prazeres. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 100. LR

 

Folgança – descanso || bem-aventurança || folguedo || divertimento || recreação rumorosa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 157; Moraes, 1994, vol. III, p. 65; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 278; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1094. CO

Folha de flandres, frandes – folha de ferro laminada, batida e estanhada usada para fazer latas. Fonte: Monteiro, 2001, p. 83. AR

 

Folia – qualquer espectáculo, jogo ou demonstração alegre feita em dia de festa || dança alegre e rápida portuguesa dançada a solo ou por duas pessoas com guizos ou chocalhos e outros instrumentos || festa de várias pessoas dançando e tangendo tambor e pandeiro || dança muito rápida ao som de pandeiros e na qual entram muitas pessoas || grupo de cantadores e tocadores que angariam fundos para uma festa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 160; Azevedo, 2001, p. 57, 68; Moraes, 1994, vol. III, pp. 66-67; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1095. CO

Forcado, forcádo - instrumento rústico em madeira, ou com ferro, com cabo de madeira, composto por duas, três ou quatro pontas aguçadas. É utilizado nos trabalhos nas eiras, palhas e fenos. Fontes: Oliveira, 1976, pp. 288-289; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 167; Moraes, 1813, vol. II, p. 46. AR  

 

Forcadura, frocadura, frocadúra – ornato ou remate de froco || espaço entre as pontas do forcado || enfeite de palmas cruzadas ou em forma de forcado || vestuário de seda de Raz || extravagante. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 170, 218; Moraes, 1813, vol. II, p. 61; 1980, vol. III, p. 70; Monteiro, 2001, p. 83. AR e OV

 

Forja, fórja – forno de grandes dimensões onde se derrete o ferro proveniente das minas || fogão de ferreiro e ourives. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 171; Moraes, 1813, vol. II, p. 47. AR

 

Formante – vestido, peça ou objectos usado pela primeira vez. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 279. CO

Formão - decreto, provisão, alvará ou carta régia entre os muçulmanos do Oriente || salvo conduto || instrumento de marceneiro ou carpinteiro, em que uma das extremidades é achatada, larga e e cortante. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 436; Dalgado, 1919-1921, vol. I, pp. 402-403; Moraes, 1994, vol. III, p. 71; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1099. CO

 

Fornizo, fornizio – fornicação entre não casados. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 50; D. Duarte, 1942, p. 66. LR

 

Foro – tributo anual que o enfiteuta paga ao senhorio directo pela herdade que traz aforada || significa também tribunal, derivando da palavra latina Fórum, praça pública, onde se realizavam as audiências e se exercia a justiça. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 50; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 149. RF

Fota, fóta – tecido fino que se coloca na cabeça || touca, turbante turco, mourisco. Véu fino, listrado, com cadilhos que se põe em volta da cabeça à moda de turbante || antigamente significava nado, flutuação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 190; Moraes, 1980, vol. III, p. 76; Dias, 2003, vol. VI, p. 310. OV e NP

 

Foteado, foteàdo – semelhante à fota ou forrado de fota. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 190; Moraes, 1813, vol. II, p. 53; Dias, 2003, vol. VI, p. 310. NP 

 

Fraçada, frazada – manta peluda para a cama. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 270. IS

 

Frágua – forja, fornalha de ferreiro. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 79. RF

 

Fralda levantada – cauda de um vestido roçagante, que para não arrastar vai sobrerguida. Fonte: Viterbo, 1712-1728, vol. I, p. 339. RF

Fraldão – grande fralda que cobria o busto na parte inferior da armadura. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 80. RF

Fraldilha – avental que usavam as mulheres || avental de couro usado pelos ferreiros no exercício da sua profissão. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 80. RF 

 

Frangues, franguis, frangins – nome comum para o europeu cristão. Na Índia era o nome dado aos portugueses; posteriormente também se aplicou ao indo-português e ao cristão. Fontes: Trindade, 1963, p. 377; Dalgado, 1919-1921, vol. I, pp. 406-407. CO

Franjado – o que tem franja. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 201. AR 

 

Frasca – louça de cozinha e de mesa; designação da louça, sobretudo no convento de Odivelas || provisões; mantimentos || fato; mobília || comboio || no Alentejo, faina de fazer bolos ou doces || bolos ou iguarias no Algarve; oferta de bolos e vinho nas festas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 203; Moraes, 1994, vol. III, p. 82; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 285; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1109. CO

 

Frascagem – louça, baixela || bagagem. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 317. NP

 

Freimão, fleimam, fleimão, freimam - apostemas e inflamações do sangue em geral || tumor ou inchaço derivado do excesso de sangue; provoca dor e vermelhão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 140; Moraes, 1813, vol. II, p. 58. LR

 

Freixial – conjunto de freixos. Fonte: Moraes, 1953, vol. V, p. 331. LR

 

Freixo – árvore silvestre de grandes dimensões que floresce antes de dar folhas. As suas flores são semelhantes a fios, formando uma espécie de cachos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 207; Moraes, 1913, vol. II, p. 59. AR

 

Fressura, fresura - conjunto das vísceras mais grossas de alguns animais (os pulmões, o baço, o coração, o fígado, por exemplo). Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 318. NP

 

Frieldade, frialdade – antiga designação de reumatismo || em algumas províncias brasileiras quer dizer opilação || ser frio || desleixo. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 339; 1813, vol. II, p. 60; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 212; Chernoviz, 1890, p. 1243. LR

 

Frisa – tecido grosseiro de lã oriundo da Frísia, região do norte da Holanda com a qual Portugal manteve contactos comerciais || o pêlo do pano || tecido grosso de lã, semelhante à baeta || pêlos encrespados de um pano; pêlos que num tecido cobrem os fios || almofada que se coloca nas prensas manuais || camarote quase ao nível da audiência || friso, moldura || cavalo de frisa é o mesmo que um engenho militar. Fontes: Dias, 2003, vol. VI, p.318; Moraes, 1953, vol. V, p. 342; 1813, vol. II, p. 61; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 216-217. NP e LR

 

Frito – fritura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 218; Moraes, 1980, vol. III, p. 87. LR

 

Froca – camisa de cetim usada em vez do casaco. Fonte: Moraes, 1994, vol. III, p. 87. CO

 

Froco, fróco, froque – tecido de seda ou lã com pontas curtas e soltas, de forma redonda, que serve para bordar e ornamentar peças de vestuário; cordão coberto de felpa de seda fina desfiada. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 218; Moraes, 1813, vol. II, p. 61; Monteiro, 2001, p. 83. AR

 

Froixel, frouxel – pluma ou pequena pena das aves para encher colchões, cabeçais ou fronhas || pêlo fino, macio, das aves mais pequenas || pêlo de determinadas folhas e frutos || o que é forrado de material macio || maciez. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 220; Moraes, 1980, vol. III, p. 88; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 286. CO e OV

Fronha – peça de tecido que resguarda todo o travesseiro ou almofada || na gíria popular corresponde a rosto, cara. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 345; 1813, vol. II, p. 61; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 218. LR

 

Frontal – frente, frontaria, fachada || construção arquitectónica de carpinteiro e pedreiro, disposta na parte dianteira e rematada por uma porta ou janela || testeira || faixa utilizada pelos judeus aquando das suas orações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 218; Moraes, 1980, vol. III, p. 88. OV 

Frontal de altar – paramento com que se adorna a parte da frente da mesa do altar. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 270. IS 

Frontaleira sanefa ou franja que se coloca na parte superior de uma cortina para ornamentar o frontal do altar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 218; Moraes, 1980, vol. III, p. 88. OV

 

Fruta apedrada – fruta molestada pela saraiva. Fonte: Manuppella e Arnaut, 1967, p. 173. LR

Fueiro – conjunto de estacas, hasteadas na parte lateral do carro de bois ou carroças com o objectivo de amparar a carga || pau grosso. Fonte: Bluteau, 1720, vol. IV, p. 223; Moraes, 1994, vol. III, p. 90. OV

 

Fula – aguardente forte na Índia || flor na Índia || mulata || grupo étnico da Guiné-Bissau || empola || grande quantidade de pessoas ou coisas || preparação do feltro para o fabrico dos chapéus || calandra por onde passam os panos || pressa || porção de alimento mastigado de uma só vez. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento 1, p. 440; Linschoten, 1998, p. 220 e p. 386; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 409; Moraes, 1994, vol. III, p. 91; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1118; Machado, 1991, vol. III, p. 158. CO

 

Fulame – porção de feltro para chapéus. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1118; Machado, 1991, vol. III, p. 158. CO

 

Fulgúra – divertimento. Fonte: Viterbo, 1984, vol. II, p. 287. CO

 

Fulvo – que tem cor amarela-torrada; cor de ouro; alourado; dourado. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 92. AD

 

Fumeiro – vão da chaminé por onde segue o fumo || chão da chaminé no qual se prepara e acende o fogo. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 320. NP 

 

Fumigação – vapores que se aplicam por todo o corpo ou apenas em algumas partes. Estes vapores podem ser de água pura ou aromática. Nas fumigações parciais o vapor não cobre a cabeça, para isso o indivíduo entra numa espécie de caixa onde coloca a cabeça por um buraco circular. Fonte: Chernoviz, 1890, pp. 1231-1232. LR

 

Fumigar – fazer fogo. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 66. LR

 

Funda, fúnda instrumento de arremesso de pedras ou balas feito de corda, couro ou elástico, muito utilizado nas batalhas || instrumento de corda que serve para atirar a pedra com maior destreza || utensílio cirúrgico de remoção de hérnias || moeda cafreal da antiga Angola || produção || rendimento || espécie de capa para cobrir o escudo || arca de móveis; espécie de estojo || ligadura utilizada pelas mulheres que serve para suster e cobrir os peitos || botão ou correia de molas que se aperta e aplica contra as roturas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 230; Moraes, 1980, vol. III, p. 94; 1813, vol. II, p. 67; Dias, 2003, vol. VI, p. 321. NP e OV

Funil – utensílio de boca larga, em forma de cone ao contrário, que tem no fim uma ponta comprida que se coloca no gargalo estreito dos vasos, em especial das garrafas, para deitar líquidos sem entornar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 237; Moraes, 1813, vol. II, p. 69. AR

 

Fúrcula, furcula – clavícula. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 237; Moraes, 1813, vol. II, p. 69. LR

Fuso – instrumento para fiar com roca. Pau estreito e torneado com o qual se torce o fio || pau torneado por onde sobe e desce a vara do lagar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 242; Moraes, 1813, vol. II, p. 71. AR 

Fusta - embarcação longa e chata, de vela e remo. Embarcação de guerra ou de carga, cuja capacidade pode atingir 300 toneladas || género de xalé || fustã; castigo || corrente de relógio. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 382; 1813, vol. II, p. 71; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 242. LR 

 

Fustão, fustám pano || tecido em cordão || antigamente o mesmo que fustã que significa castigos com varas realizadas pelas autoridades públicas com o objectivo de provocar dor e vergonha nas vítimas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 242; Moraes, 1980, vol. III, p. 98; Viterbo, 1965, vol. II, p. 288. OV

 

Fusteiro – aquele que trabalha em fustão || carpinteiro de fustas. Fonte: Moraes, 1953, vol. V, p. 383. LR

 

Fustete, fustel, fustelete – nome atribuído a variadas plantas anacardiáceas. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 98. OV