B
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • 14
  • 15
  • 16
  • 17
  • 18
  • 19
 

Babegoure - calcedónia || pedras de veias pardas e brancas. Fonte: Barbosa, 1989, p. 47. CO

Babeira - nas salinas é a abertura por onde passa a água para os compartimentos cristalizadores || planta leguminosa || peça da armadura que resguarda a boca, barba e queixo; espécie de elmo. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 297; 1980, vol. I, p. 319; Salgado, 1996, p. 532. LR

 

Babosa, baboza – o mesmo que aloés. Do sumo desta planta se faz o azebre || nome de um peixe do mar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, pp. 94-95; Moraes, 1813, vol. I, p. 249; Chernoviz, 1890, p. 261. LR

 

Bacamarte – arma de fogo de cano curto e largo, reparada em coronha || livro grande e velho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 7; Moraes, 1980, vol. I, p. 320. RF

 

Bacelo, bacello – enxerto da videira que se faz para formar uma nova || vinha nova e pequena || propriedade rural onde existem ou existiram videiras. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 303; 1813, vol. I, p. 250; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 7-8. LR

Bacia vasos de barro ou arame para várias utilidades: barbear, lavar pés, urinar, etc || na terminologia de pedreiro era a pedra inferior dos púlpitos da pedraria. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 8. OV

Bacia de barbeiro, bacia de barba, bacia de barbear, bacia de degolar, bacia de sangrar, bacia de gola - prato que serve para deitar a água, com a qual se ensaboa a barba || bacia redonda, oval, de fundo chato, de bordos largos, em cuja aba se efectuou uma abertura semi-circular, destinada a facilitar a colocação do pescoço. Algumas destas peças tinham uma pequena abertura côncava na aba destinada a colocar o sabão líquido ou em pó. Fontes: Domingues, 2006, p. 29; Moraes, 1950, vol. II, p. 304. LR e CO

 

Bacia de gola – o mesmo que bacia de barbeiro ou bacia de barba. IS

 

Bacim, basim – lençaria de algodão lavado de Bengala || prato na Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 131; Moraes, 1994, vol. I, p. 348. CO

Bacio – vaso da noite, penico, servidor privado, urinol || antigamente designavam-se assim todos os vasos de boca larga, canecas, gomis || na província transmontana conserva o significado de prato || prato covo, grande e fundo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 9; Moraes, 1980, vol. I, p. 322; Viterbo, 1965, vol. II, p.11. OV

 

Bacu-Doit – jogo timorense de moedas jogado por um grupo de três ou quatro rapazes dos doze aos quinze anos. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 4. CO

Báculo, baculo – bastão, bordão. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 10. LG

Badalo, badálo – peça de metal situada no interior do sino; sineta ou campainha que se agita para tocar. || homem leviano ou sem juízo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 11; Moraes, 1813, vol. I, p. 250; Dias, 2003, vol. VI, p. 107. NP  

 

Badana, badàna – ovelhas velhas e magras que já não parem; a extremidade da pele ou da carneira que é muito fraca e de pouca utilidade. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento II, p. 99; Moraes, 1813, vol. I, p. 251; Dias, 2003, vol. VI, p. 107. NP

 

Badejo, abadejo – peixe semelhante ao bacalhau || na gíria significa “as partes pudendas da mulher” || algo importante, grande. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 313; 1813, vol. I, p. 251; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 11. LR

 

Badulaque – guisado de carne ou de carneiro, tudo cortado em pequenos pedaços com cebola, toucinho, tomate, pimentos e azeite. Era prato habitual nos menus conventuais. Fonte: Guimarães, 2001, pp. 119-120. CO

 

Baeta do latim baeietta. Tecido de lã ou algodão, grosseiro e felpudo || antigamente janota, peralvilho, faceiro || segundo Bluteau existem muitas espécies de baeta, a saber: castelete, eosal, conta nova, barca, cacheira, baetinha de pestable e imperial assim como a sua denominação varia mediante a região onde é fabricada: baeta de Inglaterra, de Olanda, de Barcelona, etc. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 384; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 10; Moraes, 1980, vol, I, p. 323. OV e CO

 

Baetilha - baeta fina, ligeira || espécie de flanela || tecido felpudo de algodão. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 385. CO

 

Bafá – jogo jogado por senhoras nas casas de jogo macaenses até um máximo de três e que consiste num baralho de cartas no tipo de pedras de dominó, dois dados e cinco cartas de papel. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 5. CO

 

Bafatá, bofetá - tecido de algodão muito fino e tapado, de fabrico indiano. Fonte: Dalgado, 1983, p. 132. CO

 

Bafordar – no jogo de armas, tirar lanças por alto, fingir um combate militar || atirar ao tabulado com lanças curtas || exercício realizado a cavalo. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 324; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 12. CO

 

Bafordo, bafòrdo – lança de bafordar. Cana de jogar ou de correr nos exercícios da gineta. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 251; Dias, 2003, vol. VI, p. 107. NP

 

Bafúrdio – antes cavalhadas || torneios pouco espalhafatosos. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 324. CO

 

Bagre – boga || peixe brasileiro || peixe comprido e rabiforcado com pele cor de prata, bom para comer e fazendo feridas difíceis de curar || planta gomosa do Brasil. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 14; Moraes, 1994, vol. I, p. 325; Pereira, 1992, p. 42, nota 144; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 386. CO

 

Bailéu, bailéo – luta com cocos muito apreciada em Damão e Goa e no qual dois jogadores seguram cada um o seu coco já descascado e previamente escolhido; jogada pelos hindus em Agosto, na Festa de Deossá e pelos cristãos na Festa de S. Lourenço || estrado móvel || palavra comum nos sécs. XV e XVI para estrado, cadafalso, ou varanda armados em lugares altos com cordas, calabres e madeiras || obra sacada ou ressaltada em edifício ou embarcação || andaime ou pequeno teatro em lugar eminente || andaime nos navios antigos || prateleira nas casernas militares. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 15; Azevedo, 2001, vol. II, p. 6; Moraes, 1994, vol. I, p. 326; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 12. CO

Bainha de faqueiro – estojo onde se colocam as lâminas das facas || caixa onde se guardam os talheres. LR e AR

 

Bainha, baínha, abaínha – estojos onde se guardam diferentes objectos, como facas, espadas e tesouras, entre outros, para os proteger da humidade. Fontes: Moraes, 1913, vol. I, p. 252. AR e LR

 

Bainheiro – oficial que faz bainhas de espadas, ofício igual ao do actual estojeiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 16; Moraes, 1980, vol. I, p. 236. RF

Baixela, baxela – todo o género de vasos que vem da copa e se usam na mesa para beber ou comer || conjunto de peças pertencentes a um serviço de mesa ou aparelho (pratos, terrinas, travessas, manteigueiras, molheiras, chávenas) e cujo uso se difundiu entre finais do séc. XVII e o início do séc. XVIII || objectos preciosos de serviço de uma igreja destinados ao culto litúrgico. Fontes: Domingues, 2006, p. 30; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 72-73; Moraes, 1999, vol. I, p. 327; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 388. CO

 

Baju – vestido até aos joelhos de mangas curtas || camisa de senhora de meio corpo, geralmente de escumilha ou beatilha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 16; Moraes, 1813, vol. I, p. 253. OV

 

Balagate, balaguate - pano da Índia que pode ser fino ou grosso, pintado de azul e branco. Segundo Bluteau eram panos muito usados no reino de Angola e na Costa da Mina || região do reino da Ásia, situada na península do Indo, antes do rio Ganges. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 17; Moraes, 1980, vol. I, p. 328. LR

 

Balaio – do françês balai. Cesto de palha em forma de alguidar || farnel. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 389. CO

 

Balais, balax - pedra fina da família dos rubis, sendo maior que este último no tamanho; pedra de cor vermelha || escova para limpar cavalos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 17; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 168-169; Moraes, 1980, vol. I, p. 328. LR

Balança – instrumento que serve para pesar || equilíbrio. LR e AR 

 

Balandrau, balandrao, balandram, balandrão – vestimenta antiga, com capuz e mangas largas, de origem moçárabe, para a chuva || casaco largo e comprido também designado de redingote; sobretudo || avental de médico. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 332; 1980, vol. I, p. 328; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 18. LR e RF

 

Balão – pequena e ligeira embarcação de remos na Índia || embarcação semelhante ao bergantim. Fontes: Dalgado, 1983, pp. 112-114; Moraes, 1994, vol. I, p. 328. CO

Balaustrada – série ou fileira de balaústres em pedra, madeira ou metal que formam uma varanda, janela, grade ou corrimão que acompanha o lanço de uma escada || grade pouco alta. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 44; Moraes, 1980, vol. I, p. 329; Silva e Calado, 2005, p. 52. AD 

 

Balaustrado – guarnecido de balaústres. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 44. AD

 

Balaustrar – guarnecer de balaústres; pôr balaústres em. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 44; Moraes, 1980, vol. I, p. 329. AD

Balaústre, balaustre, balaústro, balauste – pequena coluna de pedra, metal, cerâmica ou madeira, de secção circular, poligonal ou com perfis de fusos estrangulados, usada nas balaustradas || em marcenaria, designa as peças torneadas verticais no prolongamento das pernas de um móvel, que formam o espaldar de uma cadeira ou a cabeceira de uma cama, podendo servir de suporte a uma armação de dossel || o mesmo que esteio ou poste. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 19; Carvalho, 2004, p. 109; Silva e Calado, 2005, p. 52; Sousa e Bastos, 2004, p. 67. AD

 

Balchão, balichão, balacháo – acepipe composto de camarão picado e fermentado, bilibins, ambarés e especiarias picantes || conserva de camarão. Fontes: Dalgado, 1983, p.114; Moraes, 1994, vol. I, p. 329. CO

Baldaquino espécie de dossel ou pavilhão apoiado por pilares ou colunas de onde pendem as cortinas para cobrir um altar, um trono, ou um leito real || cúpula || pálio debaixo do qual se leva a hóstia consagrada. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 329. OV

Balde – vaso, que pode ser feito de diferentes materiais, usado para tirar água dos poços, transportar água, ou outros usos domésticos e agrícolas || vasilha usada a bordo para conduzir a água || instrumento rústico usado para bater a terra molhada, fazer valas, etc. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 21; Moraes, 1813, vol. I, p. 254; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 51. AR
 

Baldio – terreno que não está cultivado. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 480. LR

 

Baldoairo – livro com ladaínhas de santos, orações, preces entoadas e cantadas nas Ladainhas de Maio || livro com admoestações ao povo || parenéticos || homiliários || vidas ou flores de santos. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 330; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 13. CO

 

Baldréu – pelica para luvas, com cujos retalhos os pintores fazem uma espécie de cola || couro de fraca qualidade e com pouca dureza. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 340; 1813, vol. I, 255; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 21. LR

 

Balecy – casa de campo ou veraneio || moldura || bancada || armação para se sentar || armação para curar peixe. Fonte: Pires, 1978, p. 400, nota 410. CO

 

Balestra – engenho de atirar pedras || besta. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 342. LR

 

Balhestear – caçar com besta [arma] || balestrar; atirar com a balestra. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 342; 1813, vol. I, p. 255. LR

Balmaz, balmaze, balmázio, belmaz, belmás – pequeno prego de cabeça redonda com vários usos; em forma de calote ou achatado, era usado, por exemplo, na cravação dos couros das cadeiras, geralmente no intervalo dos pregos de cabeça grande decorativa; usado sobretudo em marcenaria e estofos, podia também prender tapeçarias nos móveis. Fontes: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 246; Machado, 1991, vol. I, p. 508; Moraes, 1994, vol. I, p. 331; Freire, 2001, vol. I, p. 179; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 92; Candi, 1985, p. 325; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 68. AD e CO  

 

Balona, mantéu à balona – ornato de lençaria. Volta que cai para trás sobre os ombros, segundo Bluteau vulgarmente chamada de bacalhau. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 24, vol. II, p. 7; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 70. AD

 

Balonas, valonas – calções com folhos largos franzidos, que se atavam por baixo do joelho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 24; Moraes, 1980, vol. I, p. 332. AD 

 

Balsão, balssom – insígnia de bandeira pequena || grande estandarte dos Templários || funil de madeira. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 332. RF

Balseiro – o mesmo que dorna ou tonel || nome dado aos cães dos caçadores que entram nas balsas para fazer sair os coelhos || lugar onde há balsas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 26; Moraes, 1813, vol. I, p. 256. IS 

Bambu, mambu - planta gramínea, de pé grosso e duro, embora oco no seu interior. Devido à sua rigidez são canas capazes de sustentar grandes pesos, sendo aplicadas em diversos tipos de construções. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 27; Moraes, 1980, vol. I, p. 333; 1994, vol. III, p. 417; Machado, 1991, vol. IV, p. 6; Linschoten, 1998, pp. 224-225, 230, 391; Moraes. CO e LR

 

Bame – antigo tecido da Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 118; Moraes, 1994, vol. I, p. 333. CO

 

Banca – mesa rectangular para escrever ou pousar livros || mesa de jogo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 27; Moraes, 1980, vol. I, p. 334. RF  

 

Bancal – pano próprio para cobrir mesas ou bancos. Fontes: Dias, 2003, vol. VI, p. 109; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 28; Moraes, 1980, vol. I, p. 334. RF e NP

Banco de encosto – com espaldar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 28. RF

Banco de pinchar – banco sem costas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 28. RF 

 

Bandana – lenço vermelho com desenhos brancos primitivamente fabricado na Índia || mulher elegante. Fontes: Dalgado, 1983, p. 120; Moraes, 1994, vol. I, p. 335. CO

Bandeira de Misericórdia – estandarte que estas confrarias levavam em procissão, podendo existir vários tipos. Havia a bandeira solene, que geralmente representava de um lado a Senhora do Manto e no reverso a Senhora da Piedade, e a bandeira dos presos, que os acompanhava nas execuções ou na Procissão ou Ossos, de feitura mais modesta. IS 

Bandolim – espécie de viola de quatro cordas duplas, de tampo abaulado ou chato que se toca com ponteiro, palheta ou com a unha. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 398; Moraes, 1994, vol. I, p. 335. CO

 

Baneane, baneâne, baniane, baniano – comerciante de religião jaina do Guzerate ou Cambaia na Índia || casta de comerciantes no Norte da Índia || habitantes da Índia de casta brâmanica || negociantes indianos traficando na Costa Oriental || casta indiana formada por quatro seitas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 32; Bragança Pereira, 1938, p. 232; Dalgado, 1983, pp. 122-123; Trindade, 1963, p. 375; Moraes, 1994, vol. I, p. 336; Machado, 1991, vol. I, p. 516. CO

 

Banguê, bangué – espécie de liteira rasa com tecto e cortinado de couro, conduzida por duas cavalgaduras que vão entre os varais, uma atrás, outra adiante e que serve para conduzir mulheres, crianças e enfermos || espécie de padiola para transporte de materiais de construção ou para conduzir cadáveres || esquife || coberta de couro para gado doente || vasilhame de couro cru || no Brasil engenho de açúcar movido a força animal || povo de Moçambique. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 336; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 398; Machado, 1991, vol. I, p. 515. CO 

 

Bangue, banque – cânhamo de onde se extrai o haxixe. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 363, 365. LR

 

Banho de casamento – pregão colocado pelo pároco com a finalidade de se saber de algum impedimento para a realização de um matrimónio. Segundo Bluteau estes banhos realizavam-se de três em três dias santos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 35. LR

 

Banho seco – banho a vapor. LR

 

Banhos de Argel – nome dado às prisões dos cristãos cativos em Argel. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 35. LR

 

Baniana – camisola || casaco. Fontes: Dalgado, 1983, p. 127; Moraes, 1994, vol. I, p. 336. CO

Banqueta – banco pequeno sem costas || canteiro de flores ou de relva || vala que separa dois terrenos || moldura de madeira de uma janela || passeio de uma rua || degrau em cima do altar onde se coloca uma fileira de seis castiçais com suas respectivas velas de cera e, ao centro, uma cruz || termo relativo às fortificações: degrau no interior de uma muralha desde o qual se eleva o parapeito. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 365-366; 1813, vol. I, p. 260; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 35-36. LR

 

Banzo – nostalgia || ave africana || degrau || os braços de um andor || numa escada, banzo corresponde às duas estruturas verticais onde estão embutidos os degraus. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 367; 1813, vol. I, p. 260. LR

 

Baralha – questão, conflito || misturar || enredos || baralho de cartas, conjunto de cartas de jogar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 39; Moraes, 1813, vol. I, p. 261; D. Duarte, 1942, p. 278. LR

 

Baram – jogo de corridas. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 56. CO

 

Barba de hissope, barba de issope – seda de cavalo que se coloca numa das extremidades de um pauzinho redondo e que serve para aspergir água-benta. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 44. LR

 

Barbato – aquele que tem barba || irmão leigo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 46. LR

Barbilho termo pastoril, rede de palha ou de esparto que se coloca no focinho dos bois para impedir que comam o trigo que debulham || espécie de açaime || empecilho, estorvo || termo de bichos-da-seda, que designa toda a seda que se retira dos casulos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 47; Moraes, 1980, vol. I, p. 341. OV

 

Barbo – peixe de rio, da família dos ciprinóides, sem dentes e com carne branca e mole, costas verdes e amarelas e barbas pendendo dos beiços inferior, parecido com a tainha ou sável. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 47; Moraes, 1994, vol. I, p. 341. CO

 

Barboto – peixe semelhante ao barbo. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 341. CO

Barça – revestimento de vime ou palha que se coloca em torno dos vasos de vidro || cesto de palha que servia para os trabalhadores levarem as suas refeições. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 383; 1813, vol. I, p. 264. LR

Barca - tipo de embarcação larga e pouco funda usada nas fainas da pesca, nas carreiras de comércio e nas linhas de cabotagem que ligavam os portos do Atlântico. Pode ter diversos tamanhos: as mais pequenas são apenas providas de remos e as maiores têm um único mastro com uma vela triangular. Segundo a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, barca é um navio de vela redondo de três mastros || melhor variedade indiana de jaca. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 205, 375; Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. I, p. 299; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, pp. 208-209. CO e AR

 

Barda – sebe || parede para que a chuva não desmorone a casa rústica || tapume de madeira num curral || pranchão de escorar || camada || amontoamento, ruma de coisas || antiga armadura de lâminas de ferro que cobria o cavalo. Fontes: Moraes, vol. I, p. 341; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 404. CO

 

Bardão, bardam – couraça do cavalo || muro de terra que se encontra e faz em torno das oliveiras, por vezes designado de bardalhão. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 384. LR

 

Barga – pequena casa coberta de palha || cardenha || palhoça II espécie de rede de emalhar. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 342; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 21. CO

 

Barim – o mesmo que buril || instrumento de ourives. Fonte: Viterbo, 1984, vol. II, p. 21. CO

 

Barnagais – antigo governador ou fronteiro de província litoral na Abissínia. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 343. CO

 

Barnagal, barnegal, bernegal – espécie de taça ou vaso chato e arredondado, para beber; era geralmente de cristal ou prata, ou ambas as matérias, ainda que também pudesse ser de barro; terrina. Fontes: Oviedo y Escudero, 1870, p. 260; Moraes, 1980, vol. I, p. 343. IS e RF

 

Barnardó – jogo do pião em Diu. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 56. CO

 

Barra pedaço de metal, achatado e grosso antes de ser fabricado || espécie de jogo que consiste em arremessar uma peça curta de ferro ao longe || no jogo do xadrez é uma fila de casas na horizontal || no jogo do truque é uma espécie de aro que está fixo à mesa || entrada estreita de um porto || cana do leme || conjunto de tábuas que formam o leito || barra de ferro é uma peça de ferro com 9 ou 10 palmos de comprido e cinco ou seis dedos de palmo || aparelho de ginástica constituído por uma peça roliça de metal ou madeira, fixada horizontalmente a dois esteios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 52-53; Moraes, 1980, vol. I, p. 344. OV

 

Barrado – tecido decorado com barras de cor diferente. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 246. CO 

 

Barraga, barragã, barragan – pano de camelo || tenda militar de campanha || casa rústica pequena e lavrada. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, 344; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 21. CO

 

Barramento – as duas peças laterais da cama de ferro || barras paralelas ao longo do torno do mecânico. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 344. CO

 

Barramentos – traves ligando os quatro pés das camas. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 179. CO  

 

Barregana – pano de pelo de cabra resistente à chuva. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 54. CO

 

Barrela, barela – solução alcalina que serve para branquear a roupa. Cinzas fervidas que depois se juntavam à roupa com o efeito de as branquear || lixívia || metaforicamente quer dizer o mesmo que engano. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 396; 1813, vol. I, p. 266; 1980, vol. I, p. 345; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 55; Chernoviz, 1890, p. 299. LR

Barrete – cobertura mole e flexível, ordinariamente de pano ou de malha de lã, que se ajusta à cabeça || espécie de chapelinho quadrado e rígido, com borla no alto, que usam os clérigos e que é insígnia dos cardeais e dos doutores || espécie de cobertura de malha de ferro para resguardar a cabeça || espécie de carapuça de algodão ou lã branca que se usava para dormir. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, pp. 272-273; Moraes, 1980, vol. I, p. 345; Silva e Calado, 2005, p. 55. AD

 

Barreteiro – pessoa que faz barretes ou aquele que tem uma loja de barretes || pequena ave à qual se dá o nome de picanço. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 397; 1813, vol. I, p. 267; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 56. LR

 

Barrigão – barriga grande || homem ocioso na Índia. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 169, 375; Moraes, 1994, vol. I, p. 346; Machado, 1991, vol. I, p. 530. CO

 

Barril – vaso de forma cilíndrica, para beber ou conservar os líquidos. Vaso de barro, com grande bojo e pequeno gargalo, em que bebem os homens do campo || vaso de madeira onde se guarda pólvora, alcatrão, azeite, biscoito, ou vinho. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 57. IS

 

Barroca – monte de barro || terreno com declive alternado ora com depressões ora com acumulação de detritos || barranco || passagem funda entre penedos || cova feita pela água da chuva. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 399; 1813, vol. I, p. 267; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 58. LR

 

Barroteiro – cada um dos remadores que dirigem os cabos contra a rebentação. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 400. LR

 

Baruto – camisão acolchoado de algodão usado pelos soldados de Maluco e outras partes da Malásia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 131. CO

 

Basta – tecido grosseiro de algodão de várias cores que serve para embrulhar na Índia || cordel com que se atravessam os colchões ou almofadas para segurar os enchimentos || prega que se faz da roupa para a tornar mais curta || barra de vestido || tecido grosseiro de algodão na Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 131; Moraes, 1994, vol. I, p. 348. CO

 

Bastarda, bastardia – segundo Cândido Figueiredo, parece ter sido um dos sistemas de equitação, provavelmente o da estardiota, que era oposto ao da gineta || instrumento de sopro; trombeta. Fontes: Andrade, 1989, vol. II, p. 532; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 376; Moraes, 1980, vol. I, p. 349. AD

 

Bastiães, bastiaaens, bastiaens, bastiões, bastioens, bestiaaens - trabalhos em alto relevo, em prata ou em ouro que representam animais. Este nome deriva de três irmãos ourives e excelentes artífices que se chamavam Bastioens. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 65; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 344; Moraes vol. I, p. 349; Viterbo, 1965, vol. II, p. 24. AD

 

Bastida – militarmente significa uma cerca de paus; torre de madeira que sobrelevava a altura dos muros do inimigo || monte de paus unidos || trincheira ou fortificação || jangada executada com muitos paus unidos entre si || espessura. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 409; 1813, vol. I, p. 269; Viterbo, 1965, vol. I, p. 123; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 64-65. LR

 

Bastidor instrumento para bordar || espécie de caixilho para segurar o pano nas quatro pontas para bordar com agulha || engenho || a cena móvel dos teatros || as coisas íntimas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 65; Moraes, 1980, vol. I, p. 349. OV

Bateira – pequena embarcação de pesca fluvial, de fundo chato, com remos e, por vezes, vela bastarda; era usada principalmente no Douro e Mondego || pequena embarcação sem quilha || água que cobre apenas os tabuleiros do arrozal. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 376; Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, 1980, vol. III, p. 815. AR

 

Batente – peça da porta onde esta bate quando se fecha || aldraba || ferrolho || tábua de pinho de duas polegadas de grossura || orla. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 69; Moraes, 1980, vol. I, p. 351. OV

 

Batina, abattina – o mesmo que sotaina, garnacha ou roupeta. Veste comprida, até aos pés, abotoada à frente de cima a baixo e ajustada ao corpo por uma faixa. A cor da batina difere consoante a pessoa que a usa: vermelha ou branca para o papa, vermelha para cardeais, roxa para bispos e preta para clérigos de grau inferior. Esta veste é usada pelos clérigos, meninos do coro e mestres de cerimónias durante o desempenho das suas funções na igreja. Fora desta só pode ser usada pelos clérigos. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 179. AR

 

Batoque, batóque – buraco circular em cima da barriga da pipa, tonel ou outra vasilha, por onde se enche, vedado com uma rolha de cortiça, à qual também se chama batoque. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 271; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.71. RF

 

Baú, bahú, bahul, bahúl, baul, babul – cofre em couro com tampa convexa, que serve normalmente para guardar roupa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 15; Moraes, 1813, vol. I, pp. 251-252. AR

 

Bazar, bezoar - concreção calcária que se forma no estômago de certos animais e que outrora se considerava um antídoto. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 422. CO

 

Bdellio, bdélio – goma de cor amarela ou avermelhada, derivada de uma árvore da Arábia, que se destila. Pode ser digestiva, sudorífica e aperitiva || incenso. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 76. AR

 

Beatilha pano de linho ou algodão muito fino || espécie de flanela || na Índia é usado para fazer camisas, em Portugal as mulheres usam-no para fazerem toucas ou toalhas de cabeça || touca de freira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 77; Moraes, 1980, vol. I, p. 354. OV

 

Beberagem, beberragem – bebida desagradável || cozimento medicinal de ervas || remédio || água de sêmeas para animais. Fontes: Barbosa, 1989, p. 41; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 81; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 417. CO

 

Bebinca, bebica, bibica – doce de Goa feito de farinha triga, ovos, amêndoa e leite de coco. Fontes: Dalgado, 1983, p. 143; Moraes, 1994, vol. I, p. 354. CO

 

Beca – capa que se aperta no pescoço e vai quase aos pés || vestimenta de magistrado ou toga. Veste, túnica preta apertada com um cinto, usada pelos magistrados judiciais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 82; Moraes, 1980, vol. I, p. 355; Dicionário de Língua Portuguesa, vol. I, p. 386. RF e OV

 

Bechucarias – quinquilharias || coisa várias e miúdas. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 355; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 26. CO

Bedame, badame – formão estreito e comprido de formato quadrado, utilizado para abrir encaixes na madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 82; Moraes, 1980, vol. I, p. 386. OV

 

Bedém – capa de couro ou de esparto contra a chuva || túnica mourisca, curta e sem mangas || palhoça || manto sem mangas || esclavina. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 83; Moraes, 1980, vol. I, p. 355; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 418. RF e CO

 

Begueiro – no Minho diz-se do jumento quando pequeno || besta de carga. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 386. OV

 

Beiçoairo, bençoeiro - livro ou rol dos bens doados ou deixados por testamento || inventário, rol dos bens duma casa, duma igreja, etc. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 355; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 26. CO

 

Beiju - bolos de farinha de mandioca ou tapioca feitos pelos índios do Brasil. Os Portugueses acrescentaram açúcar e outros condimentos. Os escravos negros enriqueceram os beijus com leite de coco; ainda hoje são comuns no Nordeste Brasileiro. Fonte: Cardim, 1997, p. 112. CO

 

Beirame – pano fino de algodão da Índia || espécie de chita || este tecido é utilizado para fazer coifas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 88; Moraes, 1980, vol. I, p. 356; Dalgado, 1983, p. 113. OV e CO

 

Beldroega – erva da família das urticáceas; erva comestível empregue na medicina e culinária. A beldroega provoca sono e quando ingerida em grandes quantidades tem efeitos purgativos. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 438; Chernoviz, 1890, p. 310. LR

 

Bem parecente – com bom aspecto. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 86. LR

 

Bem squeençado – o mesmo que bem-sucedido. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 222. LR

 

Benjoim, beijoim, beijuim – resina amarela e odorífera muito utilizada pelos boticários, que se extrai do benjoeiro, muito frequente na Ilha de Samatra. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 87. LR

 

Bens de alma – parte do património legado em testamento, destinado a assegurar a salvação eterna do doador ou pessoas por ele designadas. IS

Berço - cama ou leito de criança que serve para dormir e embalar || relativo à infância || antiga peça de artilharia curta e de pequeno calibre || a pátria, a terra de nascimento de alguém. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 554; Bluteau, 1720, vol. II, p. 106; Moraes, 1994, vol. I, p. 262. AR e OV

Bergantim – embarcação pequena e ligeira, parecida com a galé. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 107; Moraes, 1980, vol. I, p. 362. OV

 

Bérnio, berneu, berneo, bérneo – capa ou cobertor comprido, barato e grosseiro || pano vermelho fino. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 278; 1980, vol. I, p. 363. LR e OV

 

Bertangil, bertangi, bertanjil, bertanji, bretangil – tecido de algodão que se usava, antigamente, em África e na Ásia. Pano de algodão azul, preto ou vermelho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 109; Costa, 2004, p. 140; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 392; Moraes, 1980, vol. I, p. 364; Dalgado, 1983, p. 120. AD e CO

 

Bespiças, vespiças - tecidos antigos da Índia. Fonte: Rego, 1991-2000, vol. I, p. 372. CO

Besta – arma de arremesso constituída por uma coronha e um arco colocado transversalmente. Este tipo de arma tinha uma espécie de estribo, na parte da frente, onde o seu possuidor colocava o pé para poder tender a corda, sendo disparada por uma espécie de gatilho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 110; Moraes, 1980, vol. I, p. 364. RF 

 

Bétele, bétel, bethel, betere, betre – planta sarmentosa da família das piperáceas || planta de tonalidade avermelhada e de gosto aromático semelhante à folha da hera || pisa-se em grão de areia e mistura-se com pequeno cravo ou canela para a tornar mais gostosa || famoso masticatório da Índia e da Indochina com invólucro em forma de canudo e contendo areca, cacto, cal de ostra e, às vezes, substâncias aromáticas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 113; Moraes, 1994, vol. I, p. 365; Dalgado, 1983, pp. 158-161. CO 

 

Beteleia – terreno plantado de bétele || caixa ou vaso para bétele. Fonte: Dalgado, 1983, p. 161. CO

 

Betral – plantação de bétele. Fonte: Dalgado, 1983, p. 161. CO

 

Betune – casta baixa do Malabar, que se ocupa em fabricar sal e em cultivar arroz. Fontes: Barbosa, 1989, p. 107; Dalgado, 1983, p. 161. CO

 

Bévedo – bêbado. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 133. LR

 

Bicha – espécie de brinco. Antigamente em Portugal, era uma arrecada do feitio de uma cobrinha em baixo, fechando e entrando a verguinha da arrecada na boca do animal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 119; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 682; Viterbo, 1965, vol. I, p. 93. AD

Bigorna, bigórna – peça de ferro maciça com um bico a um lado, onde se malha, ou bate o ferro e outros metais || tronco onde assenta a bigorna. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 281; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.122. RF

Bilha – vaso de barro ou folha com gargalo curto, que serve para guardar água, vinho, leite e outros líquidos; semelhante à infusa, sem bico || botija. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 123; Moraes, 1999, vol. I, p. 371; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 430. CO

Bilha de segredo – tipo de bilha ou jarro destinado a conter água, concebido para enganar ou burlar eventuais utilizadores, quando desprevenidos, porquanto se impede a saída do líquido pelo caminho natural, fazendo-o passar por bicos dissimulados. Estas bilhas, fabricadas desde a Idade Média, eram frequentemente utilizadas por trabalhadores rurais, porque conservavam a água relativamente fresca no Verão. Fonte: Domingues, 2006, p. 35. CO

 

Bilharda - pequeno pau fino com que jogam os rapazes, fazendo-os saltar, e batendo nele, para o fazer afastar do círculo traçado no chão e conhecido por roda. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 431; Moraes, 1994, vol. I, p. 371. CO

Bilheteira – móvel com prateleiras ou compartimentos adequados onde se arrumam bilhetes ou outros papéis || mulher que faz ou vende bilhetes || lugar onde se vendem bilhetes || carteira própria para bilhetes de visita || salva, tabuleiro onde se guardam os bilhetes de visitantes. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 714. AR

Bilro – peça de madeira torneada, com feitio de fusos, com que se fazem as rendas com a mesma designação || pequenas peças semelhantes a estas ornamentam as chamadas camas de bilros. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 179 e vol. II, p. 289. CO

Binóculo – conjunto de dois óculos ligados entre si, sendo um para cada olho, usado para observação de objectos distantes, utilizando simultaneamente os dois olhos do utilizador. É usado somente na observação de objectos terrestres. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 724. AR 

 

Biquejar – antónimo de atouçar; significa “meter a cabeça entre as pernas”. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 84. AR

 

Birra – nome dado à cerveja em Portugal nos séculos XVII e XVIII no Minho || caixa para rapé em forma de pipo || zanga, agastamento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 125; Guimarães, 2001, p. 120; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 435. CO

 

Bisagra de balaústre – bisagra cujo formato se assimilava à secção recta do balaústre. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 246. CO

Bisagra, visagra, misagra – o mesmo que dobradiça ou gonzo. Gonzo sobre o qual gira uma mesa, porta, janela, etc. || leme. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 126; Candi, 1985, p. 328; Moraes, 1980, vol. I, p. 375. AD 

 

Biscoito, biscouto, biscoito de mar – espécie de pão de trigo achatado que, para que se conservasse mais tempo, sofria duas ou mais cozeduras. Era consumido especialmente em viagens marítimas. Segundo Bluteau para as pequenas viagens coziam-se duas vezes, para as grandes, quatro || bolinho feito normalmente com farinha, manteiga, açúcar, ovos, etc. Segundo Bluteau existiam biscoitos de massa, de ovos; de nata e de la Reina || palavra portuguesa que substitui a francesa biscuit e que serve para designar a porcelana não vidrada, sem brilho nem esmalte, alvo de uma só cozedura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 127; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 745; Moraes, 1980, vol. I, p. 375; Silva e Calado, 2005, p. 61. AD

 

Bispote – vaso de noite; vaso de barro com uma asa para urinar; bacia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 135; Moraes, 1999, vol. I, p. 376; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 436. CO

 

Boa teençom – boa opinião. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 182. LR

 

Boas – bens móveis ou de raíz. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 37. CO

 

Boas encarnas e cevaduras – expressão que significa bons pratos de carne ou de outros alimentos. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 49. AR

 

Boas manhas – o mesmo que boas qualidades. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 34. LR

 

Boas squeenças – acontecimentos felizes. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 42. AR

 

Bocal – abertura circular de um vaso, castiçal, cano, etc. || forro utilizado pelos alfaiates nas mangas do gibão || extremidade do castiçal || o parapeito de um poço || peça do freio do cavalo que entra na boca || canhão de casaco || a entrada da bainha de uma arma. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 137; Moraes, 1950, vol. II, p. 530. LR 

 

Bocal de travesseiro ou almofada – abertura de fronha para introduzir o recheio. RF

 

Bocara, bocaran, lenço de – classe mais fina do bocassim, tela de linho engomada, mais basta que a olandilha. O seu nome deriva da cidade de Bokhara ou Boukhara, cidade asiática do Turquestão, famosa pelos seus tecidos, de onde provavelmente se trazia. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 260. IS

 

Bocassim, bocaxim, bocassi, bocaxi – certo pano de linho, pisado a modo de pano de lã que se costuma tingir em várias cores || antigo tecido de algodão de qualidade semelhante ao fustão e que servia para forrar trabalhos de tapeçaria, divisórias em cortinados, etc. || entretela para enchumaçar; tarlatana. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 137; Moraes, 1980, vol. I, p. 381. RF  

 

Bocel, bocél – moldura redonda na base de uma coluna. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 286; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.138. RF

Boceta, boeta caixa pequena; cofre ou arca de pequenas dimensões || caixa ou gaveta que servia para guardar dinheiro ou jóias || caixa onde estavam guardadas as matérias de sucessão do Governo da Índia || aparelho de pesca || variedade de tangerineira. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 381; 1950, vol. II, p. 536; 1813, vol. I, p. 286; Viterbo, 1965, vol. I, p. 140; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 144. LR e OV

 

Bocete, bocète – ornato em forma de cabeça de prego convexa, nas antigas saias de malha e couraças. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 397; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.138. RF

 

Bodo, vodo, bodivo, vodivo, boda, bodium – festim de comer que se fazia nas igrejas por ocasião de alguma solenidade; nele comiam os pobres e os confrades da irmandade || distribuição de alimentos aos pobres em ocasiões especiais que podia ser acompanhada de presentes de roupa ou dinheiro || banquete, refeição. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 535; 1813, vol. I, p. 286; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 138-140; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 139-140. LR

 

Bofe, bófe – pulmão || maus bofes significa indivíduo de má índole || juramento. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 537; 1813, vol. I, p. 287; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 140-141. LR

 

Bojo – parte convexa e arredondada de um objecto || barriga grande || interior oco de uma saliência || parte interna de algo || prudência, paciência para aturar contratempos. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 835. AR

 

Bolachas – elemento característico do mobiliário maneirista e barroco português, especialmente usado em colunas e em pés de móveis || série de discos sobrepostos. Fonte: Freire, 2001, vol. I, pp. 179, 289. CO  

Boldrié – cinta ou banda a tiracolo, com uma peça onde suspendia a espada; cinturão; espécie de correia de couro usada pelos militares a tiracolo para suspender as armas (sabre, espada, etc.) ou para firmar a haste de uma bandeira || cinta ou cingidouro para o dinheiro. Fontes: Moraes, 1999, vol. I, p. 385; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 444; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 143. CO

 

Boleadeira – arma de apreensão usada para apanhar o gado e outros animais. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol IV, p. 842. RF

 

Boleado – remate vivo arredondado para atenuar as quinas. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 179-, vol. II, p. 289. CO 

 

Bolhão borbulhão || prata muito ligada, isto é, traçada com metais de valor inferior. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 386. OV 

 

Bolo de Castela – pão-de-ló. Fonte: Castelo Branco, 1994, p. 619. CO

 

Bolos de bacia – bolos que se fazem em bacias com fatias de massa delgadas e estendidas de maneira a que cheguem à circunferência da bacia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 145. CO 

 

Bom Pastor (em marfim) – escultura de vulto realizada maioritariamente em marfim e criada nos territórios indianos sob domínio português, a partir dos quais se difundiu noutras regiões asiáticas (China, actual Sri-Lanka e Filipinas), por encomenda dos ocupantes europeus aos artífices locais, e com origem atribuída ao séc. XVII || na sua iconografia mais comum representa o Menino Jesus trajado de pastor (capa de velo, ovelhas aos pés e bornal) sentado sobre um monte rochoso, no qual pastam ovelhas e ainda uma Fonte da Vida, podendo aparecer representadas outras imagens da iconografia cristã (por exemplo, presépios). Fontes: Osswald, 2010, pp. 139-140; Osswald, 1996. CO 

Bombachas, bombâchas – calções largos e compridos que se atavam por debaixo dos joelhos, eram de seda e encorpados com tufos ou garambazes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 150; Moraes, 1994, vol. I, 387; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 39; Lexicoteca – Moderno Dicionário da Língua Portuguesa, 1985, vol. I, p. 447. CO 

 

Bombarda – máquina de guerra, em uso na Idade Média, que servia para arremessar pedras || antiga peça de artilharia grossa, curta e com boca larga, que se assemelhava ao morteiro || antiga embarcação rasa em que se transportavam morteiros e obuses || instrumento musical de vento, hoje em desuso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 150-151; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 871; Moraes, 1980, vol. I, p. 388; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 96-97. AD

 

Bombardeiro – aquele que dispara || indivíduo que fazia as máquinas com as quais antigamente se atiravam grandes pedras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 151. LR

Boneca de roca – figura cujas mãos e cara têm forma realista, sendo o resto do corpo constituído por uma armação em madeira. A boneca ou figura de roca é vestida e levada nas procissões, sendo normalmente colocada no andor. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 136. AR 

 

Bonina – nome das florzinhas brancas ou avermelhadas que aparecem, de Janeiro a Setembro, nos relvados e prados húmidos a que também chamam margaritas ou margaridas || é comum chamar-se bonina a qualquer florzinha campestre branca ou mesmo a qualquer flor || indivíduo pretensioso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol II, p. 153; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 893; Moraes, 1980, vol. I, p. 389. AD

 

Bordador, borlador, broslador – aquele que borla; o que com seda e ouro faz lavores de agulha; um artesão bordador, sendo o ofício geralmente exercido por homens. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 940; Bluteau, 1712-1728, vol. 2, p. 157. AD e RF

Bordão, bordam – pau a que os que andam a pé se encostam. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 158. LG 

 

Bordegão, bordegaõ, bordegam – rústico. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 292. LR

 

Bordo - na linguagem náutica significa navio || acto de bordejar, cambalear, tropeçar || árvore do tipo das aceráceas, de madeira da família do carvalho do Norte, durável e empregue em fábricas ilustres. Do tronco desta árvore era extraído um sumo açucarado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 159; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 168-169; Moraes, 1980, vol. I, pp. 391-392. LR

Borla – ornamento de passamanaria composto, geralmente, de um pé ou botão, de onde pende um feixe de fios de seda, algodão, lã, ouro ou prata. É usado nos cantos de uma almofada de estrado, de liteira, em roupa de cama, etc. || barrete de doutor || objecto felpudo, usado pelas mulheres para aplicar pós no rosto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p 161; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 940; Moraes, 1980, vol. I, p. 392. AD 

 

Borlado – orlado; franjado. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 940. AD

 

Borlar – orlar; franjar. O mesmo que bordar. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 940; Moraes, 1980, vol. I, p. 392. AD

 

Borleta – pequena borla. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. IV, p. 940; Moraes, 1980, vol. I, p. 392. AD

 

Boroa scarolada – pão de painço consumido pelos mais pobres. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 39. CO

 

Borona – pão. Fonte: Conde, 1999, p. 120. LR

 

Borracheiro – homem que faz ou vende borracha || indivíduo que conserta objectos de borracha || aquele que transporta vinho em odres || pessoa que extrai o leite da mangabeira. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 576; 1813, vol. I, p. 293; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 162. LR

 

Borragem - erva de folhas largas, redondas, peludas e ásperas ao tacto. O seu talo é oco e quando tem flores são azuis ou púrpura, sendo as mesmas usadas com o fim de condimentar ou como meio terapêutico popular de grande adopção aquando de inflamações. O chá destas flores ou folhas é utilizado aquando de bexigas, sarampo, escarlatina e constipações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 163; Moraes, 1980, vol. I, p. 393; Chernoviz, 1890, p. 351. LR

 

Borzeguieiro – pessoa que faz ou vende borzeguins. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 579; 1813, vol. II, p. 294. LR

 

Borzeguins – antiga espécie de botas altas com atacadores || botas até aos joelhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 163; Moraes, 1980, vol. I, p. 394; Barbosa, 1989, p. 39. RF e CO 

 

Bostela, bostella, bustela – pequeno tumor cutâneo que deriva de “humores” acres e “quentes”. Pústula, ferida. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 167; Moraes, 1813, vol. I, p. 294. LR

 

Bosteloso, bostelloso – pessoa cheia de pústulas. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 294. LR

 

Bota – espécie de tonel com capacidade para ¾ de pipa || borracha para a água ou vinho || saco de couro || espécie de calçado. Fonte: Monteiro, 2001, p. 82. AR

 

Botão - é uma novidade de finais do século XIII, que marca a passagem do vestuário drapeado ao aderente, que em grande parte tornou possível. Enquanto o tipo de vestuário anterior fazia ressaltar o tecido, o botão permitia o vestuário cortado e cosido. As mangas, inclusivamente, eram muitas vezes peças separadas e apertadas aos corpetes através de botões. Os botões foram objectos de valor até muito tarde, sendo reutilizados em diferentes peças de vestuário. Muitas vezes de prata, e até de ouro, foram frequentemente citados nos inventários. Fonte: Muzzarelli, 1996, p. 33. IS

 

Botaréu – o estribo, contraforte ou pilastra de reforço que sustém arcos ou paredes, pegão, arco-botante. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 395. RF

Botica - palavra derivada do grego apothéke, do castelhano bote. Recipiente de barro ou vidro, quase sempre redondo e alto onde os boticários conservavam as suas drogas, xaropes, gomas e especiarias || loja onde se vendiam os preparos relativos à saúde || farmácia. No Livro das Receitas e Despesas de 1520-1521 do Hospital de Nossa Senhora do Pópulo (Caldas da Rainha) há uma nota feita pela mão de frei Jorge de São Paulo que diz que a botica “era huma casa para os doces e especiarias copas e adubos”, acrescentando no mesmo fólio que a “botica devia ser a casa em que estava o necessário para os enfermos de que tinha a chave ho espritaleiro”. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 169; Moraes, 1980, vol. I, p. 395; AHHTCR, 1520-1521 – Livro de Receitas e Despesas [pasta 1] – Inv. 235, fólio 119. LR

 

Boticão, boticam - ferro em forma de bico de papagaio || instrumento com o qual se tiravam os dentes || tenaz. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 169; Moraes, 1980, vol. I, p. 395; 1950, vol. II, p. 585; 1813, vol. I, p. 295. LR 

 

Boticário - proprietário da botica || aquele que vendia ou preparava as drogas medicinais. Segundo Bluteau “Os Boticários são os cozinheiros dos Médicos, cozem e temperam quanto nas receitas lhes ordenam”. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 169; Moraes, 1980, vol. I, p. 395. LR

 

Botinas – botas medievais de cano curto || bota ligeira de mulher ou criança. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 170; Moraes, 1980, vol. I, p. 395. RF 

Botões – jóia da ourivesaria popular oferecida pela madrinha. Se a criança morresse, os botões eram vendidos para pagar o vestido que a mesma usaria para “levar para o céu”; de outro modo iam sendo trocados até a afilhada, já adulta, adquirir os brincos à rainha. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR 

 

Botor – farinhas que se comem cruas. Fonte: Dalgado, 1983, p. 183. CO

 

Bouba, buba – normalmente diz-se no plural: boubas ou bubas || ferida || sífilis, morbo gálico (morbo gallico), mal francês. Bluteau refere-se a elas como “mal torpe e açoute da luxúria” || doença cutânea e contagiosa. Existem as boubas secas que são pequenos tubérculos espalhados esporadicamente pela cara, tronco e extremidades e que normalmente são moles. Boubas húmidas são as úlceras por cima da pele, às quais também se chamam boubas atoucinhadas. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 588; 1813, vol. I, p. 295; Salgado, 1996, p. 532; Chernoviz, 1890, pp. 357-359; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 170. LR

 

Boxá – pequena mala usada entre os moiros para guardar o fato. Fonte: Dalgado, 1983, p. 185. CO

 

Braça – antiga medida que correspondia a 10 palmos de craveira; medida de dois braços abertos e estendidos desde a extremidade do dedo do meio contando com o espaço do tronco até à extremidade oposta; equivalente a sete pés geométricos || no comércio de fitas e linhas a braça correspondia a 184 centímetros || na terminologia náutica significa a medida correspondente a 1,83 metros || braço de uma árvore. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 590; 1813, vol. I, p. 296; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 174; Barroca, 1992, p. 55. LR

Braçal – peça de armadura que protege os braços. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 151; Moraes, 1980, vol. I, p. 296, 397. RF

 

Braceiro – aquele que tem agilidade e/ou força nos braços || aquilo que se afasta com o braço || cavalo que levanta as patas da frente || qualquer coisa que se faça com o braço || pessoa que caça nos montes || indivíduo que leva uma senhora pelo braço || pessoa que atira longe com a força dos braços. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 591; 1813, vol. I, p. 296; Viterbo, 1965, vol. I, p. 140; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 174. LR

 

Braço relicário – relicário de natureza antropomórfica, em forma de braço.Fonte: Thesaurus, 2004, p. 95. OV

 

Bragada – parte da perna que é coberta pelas bragas. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 131. NP

 

Bragal, linho bragal, bragel – pano grosso atravessado de muitos cordões que se tece na Beira e em Trás-os-Montes || pano de que se fazem toalhas de mesa e guardanapos que cobre a amassadura da farinha para levedar || conjunto de roupa branca de uma casa || pano de linho grosso que antigamente era utilizado para fazer as ceroulas, também designadas de bragas ||outrora, preço de determinada quantidade de pano de linho grosso que correspondia a uma unidade em várias transacções || medida. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 178; Moraes, 1813, vol. I, p. 297; 1980, vol. I, p. 398; Dias, 2003, vol. VI, p. 131; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 40; Monteiro, 2001, p. 82. NP, OV e AR  

 

Bragas - calções || ceroulas usadas pelos pescadores e tintureiros; durante a Idade Média eram usadas indistintamente por homens e mulheres. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 179; Palla, 1992, p. 42. LR

 

Bragueiro - cabo fixo numa argola que atravessa o leme pelo meio || estamenha ou linho grosso que servia para as roupas interiores dos que professavam na regra de S. Bento || aparelho cirúrgico para segurar hérnias || cinto ou faixa || fralda para crianças de colo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 179; Viterbo, 1965, vol. II, p. 40; Moraes, 1980, vol. I, p. 398. LR

 

Braguilha, barguilha, bragueta – a parte dianteira das bragas, calças, calções ou ceroulas, desde o cós até à cintura, que tem uma abotoadura sob uma pestana, que a encobre || em arquitectura designa uma moldura convexa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 51, 179; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 17; Moraes, 1980, vol. I, p. 398. AD 

 

Branco – da cor da cal limpa, da neve, do leite, etc.; alvo; cândido || que tem cãs || limpo, asseado || diz-se das roupas de linho ou algodão que se usam junto ao corpo || de cor clara || móvel sem pintura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 182-183; Moraes, 1980, vol. I, pp. 398-399. AD

 

Branco de China – porcelana de um branco lustroso, coberta de um vidrado liso, brilhante e cremoso como o marfim. Fonte: Silva e Calado, 2005, p. 63. AD

 

Brandão – brandão de cera, espécie de tocha grande, lisa, redonda || vela de cera || termo de ourives, o castiçal redondo de vela grossa || apelido em Portugal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 184; Moraes, 1980, vol. I, p. 399. OV 

 

Branqueta – estofo de lã usado antigamente, em particular pelos pobres || tecido branco usado na confecção da roupa dos sargaceiros e dos pescadores poveiros; indumentária feita desse tecido || pano de baeta para agasalhar crianças de colo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 185; Machado, 1996, vol. I, p. 600; Moraes, 1999, vol. I, p. 399. CO

Braseiro, braseira - vaso de barro, de louça ou de metal (prata e ferro), com asas para remoção, usado em Portugal desde finais da Idade Média, onde se colocam brasas para aquecer as salas e os quartos de Inverno || fogareiro ou fogão, em que se prepara a comida || conjunto de brasas ou objectos queimados || homem de serviço tratando dos fogos da Casa Real. Fontes: Machado, 1991, vol. I, p. 602; Ferrão, 1990, vol. I, p. 602; Moraes, 1994, vol. I, p. 400; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 459. CO e IS 

 

Brasil – relativo ou pertencente à brasa || árvore leguminosa que produz a brasilina para tinturaria || brasilete || ipitiranga || pau-brasil || pau-pernambucano || pau-rosado || tinta na Índia: Fontes: Faria e Sousa, 1945-1948, vol. II, p. 19; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 459. CO

 

Bredos - planta hortense da qual se faz esparregado, cujas folhas são comestíveis e tem emprego medicinal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 188; Moraes, 1980, vol. I, p. 402. LR

 

Brejo – terra alagadiça. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 480. LR

 

Bretanha – lenço fino de fio, assim chamado porque procede da província francesa com o mesmo nome. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 260. IS

 

Breviário – livro que contém os ofícios divinos, a que estão obrigados a maior parte dos membros do clero secular e regular. O dia estava dividido em sete horas canónicas, correspondendo um ofício a cada uma delas: matinas ou laudes (ofício da noite, que tinha lugar às três ou quatro da madrugada), prima (seis da manhã), terça (nove), sexta (meio dia), nona (15 horas), vésperas (pôr do sol) e completas (já de noite). Clérigos e monges tinham de cumprir este programa, e faziam-no recitando o breviário, que também obedecia ao calendário litúrgico. Fonte: Serra, 1998, pp. 15-29. IS

 

Brial – indumentária antiga espanhola que usavam as rainhas e mulheres castas || túnica, atada pela cintura, que desce até aos pés || roupa de cavalheiros || peça de vestuário que se confeccionava com tecidos ricos || enxoval. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 191; Moraes, 1980, vol. I, p. 403; Dias, 2003, vol. VI, p. 134. OV e NP

Brida – rédea do cavalo pegada ao freio || refreio, restrição, que retém || parte da cabeça da ave, entre o bico e os olhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 191; Moraes, 1980, vol. I, p. 403. RF

 

Brim – pano de linho cru ou de algodão fabricado em Hamburgo || uma das qualidades é um pano muito tapado e forte que serve para as velas menores dos barcos || a outra qualidade é um pano estreito e de várias cores que serve para os forros dos vestidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 155; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 462. CO

Brincos à rainha, brincos à vianesa – jóia da cultura popular da mulher fidalga ou burguesa. Estes brincos consistem em cópias adaptadas dos que surgiram em Portugal no reinado de D. Maria I. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

Brincos à rei – jóia da ourivesaria popular. Brincos semelhantes aos brincos à rainha, mas constituídos por três partes, sendo a do meio em forma de laço. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

Brincos com pedras – jóia da ourivesaria popular. Brincos constituídos por uma franja e uma parte pendente, normalmente ornamentada com pedras azuis ou vermelhas. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

Brincos de chapola, brincos parolos, brincos de luas – jóia da ourivesaria popular usada inicialmente pelas mulheres do campo. São feitos de chapa de ouro fina e normalmente têm luas em relevo. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

 

Brindão – fruto do brindoeiro, da Índia, muito azedo, de tonalidade avermelhada por dentro e por fora, usado para tingir. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 212, 376; Dalgado, 1983, p. 195; Moraes, 1994, vol. I, p. 404. CO

 

Bringe, brinhe – carne, especialmente de galinha, cozida com arroz, que é o manjar predilecto dos persas e muçulmanos na Índia || em Goa, designa arroz preparado com camarão ou amêijoas || manjar delicado II antigo manjar oriental. Fonte: Dalgado, 1983, p. 195. CO

 

Bristol, brístol – pano forte e grosseiro fabricado na cidade inglesa de Bristol e que era muito comum em Portugal. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, 405; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 43; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 463. CO

 

Broa, boroa – pão ou bolo feito de farinha de milho || mulher baixa e gorda || sobrecarga de carrada || presente que se dá no Natal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 196; Moraes, 1994, vol. I, p. 405; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 464. CO

 

Brocadilho – espécie de brocado de seda ou algodão, de bordados simples e menos valiosos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 196; Costa, 2004, p. 141; Moraes, 1980, vol. I, p. 405. AD

Brocado – o termo, segundo Manuela Pinto da Costa, é comum em documentos antigos sobre tecidos mas não tem significação técnica. Tecido ricamente decorado por tecelagem de fios de ouro e prata || tela entretecida de fios de ouro de várias espécies. A qualidade mais preciosa é a que tem ornato de ouro relevado e se diz brocado-de-três-altos || tecido de seda, de origem oriental, bordado em relevo a ouro ou prata, com motivos ornamentais, geralmente, elementos vegetalistas estilizados ou animais. Usa-se no traje e mobiliário || bordado como brocado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 196; Costa, 2004, p. 141; Moraes, 1980, vol. I, p. 405; Silva e Calado, 2005, p. 64. AD 

Brocatel – tecido da família do lampasso, feito de linho e seda, com relevo e avesso || tecido de seda e prata tirada à fieira parecido com o brocado || tecido adamascado || tecido caracterizado pelos efeitos de cetim em relevo e por efeitos de lassas de trama, ligadas por uma teia de ligamento. O emprego de uma trama de fundo de linho ou de cânhamo permite obter – usando tensões diversas dos fios da trama e da teia – relevos muito acentuados dos efeitos de cetim || tecido de seda com ramagens, mais ligeiro e menos sumptuoso que o brocado. Um fio de seda forma a figura, mas os fundos são formados por simples trama de fio || tecido que imita brocado || Segundo Bluteau existe brocatel de França, de Itália, com prata fina ou falsa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.197; Costa, 2004, p.141; Moraes, 1980, vol. I, p. 405; Silva e Calado, 2005, p. 64. AD

Brocha, broxa prego curto de cabeça larga e chata || fecho || aloquete de latão, prata ou outro metal com que se fecha o livro || correia torcida de couro com que se abraça a garganta do boi cangado || os sapateiros chamam brocha aos pregos de salto || peça de apertar alparcas, tamancas ou qualquer calçado grosseiro, fechando e unindo uma borda à outra || o mesmo que broche, ornato ao peito, colchete. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 197; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 248; Machado, 1991, vol. I, p. 697; Moraes, 1980, vol. I, p. 405; Moraes, 1994, vol. I, p. 405; Viterbo, 1965, vol. II, p. 44. OV e CO 

 

Bronzeado – leito característico do século XVII, decorado com aplicações metálicas, vazadas, recortadas e douradas de latão e bronze, fundidas e cinzeladas. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 248. RF e CO

Broquel – pequeno escudo convexo, extremamente leve, geralmente confeccionado em madeira ou vime, coberto de couro e reforçado a ferro. Era sustentado por uma pega de ferro || tábua em que o servente de pedreiro leva a cal que vai lançando à parede. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 197; Moraes, 1980, vol. I, p. 407. RF

 

Bruaca – saco de couro cru pendendo por azelhas das cangalhas || pequeno saco para o sal || casaca velha || mulher velha e feia || mulher ordinária ou desmazelada || rameira. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, 407. CO

 

Bubã – diminutivo de bubão. Fonte: Roque, 1979, p. 166. LR

 

Bubão axilar – nas axilas, sovaco. Fonte: Roque, 1979, p. 153. LR

 

Bubão cervical – atrás da orelha. Fonte: Roque, 1979, p. 153. LR

 

Bubão inguinal – na virilha. Fonte: Roque, 1979, p. 153. LR

 

Bubão, bubao, bubam – tumor que surge nas pessoas afectadas com a peste. Também se dá o nome de bubão a qualquer inchaço que surja na zona da virilha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 201; Moraes, 1813, vol. I, p. 305; Chernoviz, 1890, p. 377. LR

 

Buçal – boçal. Peça do freio do cavalo que entra na boca; tipo de cabresto com focinheira. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 137. NP

 

Bucarejo – vasilha ordinária de formato quase esférico. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 137. NP

 

Budum, bedum – cheiro activo do bode não castrado; o cheiro e o sabor a sebo da carne do carneiro. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 138. NP

 

Búfara – forma arcaica de búfala fêmea. Fonte: Pereira, 1992, p. 42, nota 147. CO

Bufete de estrado – bufete miniatura geralmente com acabamentos mais requintados e destinado ao apoio do trabalho das senhoras nos estrados domésticos. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 248. CO 

Bufete, bofete, bofète, buffet – mesa ornamentada onde se escreve ou onde se conta dinheiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 141; Moraes, 1813, vol. I, p. 287. LR e AR 

 

Bufurdio, bufúrdio – jogo, justa, torneio a cavalo || combate entre dois chefes. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 411; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 45. CO

 

Bugia – feminino de bugio || vela de sebo || castiçal pequeno || também designado por velinhas ou candelinhas; as bugias são usadas no tratamento de estiramentos da uretra para dilatar o canal. As bugias diferem das sondas porque, enquanto estas últimas são ocas, as primeiras são totalmente maciças || província e cidade costeira do reino de Argel || cidade africana situada na margem do Nilo. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 644; 1813, vol. I, p. 306; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 160; Chernoviz, 1890, p. 378. LR

 

Bugio – espécie de macaco, mono || indivíduo que imita ou arremeda outrem || indivíduo feio mas engraçado || ameaças fingidas || peça de erguer pesos || engenho para puxar barcos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 205; Moraes, 1980, vol. I, p. 411. OV

 

Buglossa – planta medicinal da família das borrageiras, também chamada língua de vaca. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 645. LR

 

Bujarrona – vela triangular que se arma à proa da embarcação || censura grave, afronta || papagaio de forma poligonal, feito de papel, cujas hastes se prolongam além do papel e têm as extremidades ligadas por um cordel com bandeirolas. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 181. AR

Bule, búle – vaso onde se coloca água quente e nesta o chá, para se extrair a tintura deste e depois se beber. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 207; Moraes, 1813, vol. I, p. 306. AR

 

Bulhão – espécie de medalhão ou medalha comemorativa de ouro ou prata usada no século XV || Espécie de punhal antigo. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 188; Moraes, 1980, vol. I, p. 412. AD

 

Bulra, bulrra – burla, fraude. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 136. LR

 

Burato pano de seda fina com que as mulheres faziam os mantos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 209; Moraes, 1980, vol. I, p. 413. OV

Burel – pano de lã, grosso e áspero, utilizado pelos lavradores e criados para fazer cobertas de camas. Os nobres utilizavam o burel para colocar por entre as roupas de cama. Geralmente de cor escura, parda, castanha ou preta era muito utilizado para a confecção de roupas de luto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 209; Moraes, 1980, vol. I, p. 413; Esperança, 1656-1721, vol. I, p. 26; Dias, 2003, vol. VI, p. 138. OV, CO e NP 

 

Buril – instrumento para gravar no metal e noutros materiais duros. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 413. OV

 

Buscante – aquele que busca; Moço encarregado de levantar a caça; ofício de morador da casa de El-Rei. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 308; Dias, 2003, vol. VI, p. 139. NP

 

Buscar – apontar a lança contra o adversário || procurar, examinar. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 82. AR

 

Buscar o dente – contar os dentes dos cavalos a fim de determinar qual a sua idade. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 139. NP

 

Butirada – bolo ou pão de manteiga || bolo || produção de manteiga. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 660; 1813, vol. I, p. 308; Viterbo, 1965, vol. I, p. 149. LR

 

Buxa – prejuízo || pau que se coloca no lagar de vinho para não deixar sair o veio quando se levanta a pedra. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 661; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 164. LR

 

Buzeno - medida antiga de pães ou grãos. No Livro Antigo da Sé do Porto declara-se que o buzeno corresponde a dois alqueires e meio. No século XVIII cada buzeno corresponde a quatro alqueires || fosco, pouco transparente. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 416; Viterbo, 1965, vol. II, p. 51. OV

 

Búzio, buzeo – pertence à família dos moluscos || concha do mar, univalve, de forma espiral, cónica ou ovóide e com abertura larga. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 214-215; Moraes, 1980, vol. I, p. 416; Viterbo, 1965, vol. II, p. 51. OV