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Gaançar revelia – proceder por revelia. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 232. LR

Gabão, gabãoo, gabam –espécie de capote com mangas e capuz || aquele que elogia, louva. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 2-3; Moraes, 1980, vol. III, p. 101; Dias, 2003, vol. VI, p. 323. OV e NP

 

Gabinardo – capote comprido de mangas. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 323. NP

Gadanha – instrumento rústico que serve para cortar o feno ou ervas dos prados; a gadanha é composta por uma lâmina fina, comprida e larga, com pouca curvatura e um pau de madeira comprido com uma pega perpendicular no extremo oposto da lâmina e outra pega no meio para controlá-la. Fonte: Oliveira, 1995, pp. 271-272. LR e AR

 

Gadanho – semelhante ao ancinho mas com dentes grandes || garra das aves de rapina || província minhota, variedade de mato || gíria popular: unha, dedo, mão || garfo, gancho || expressões: fazer gadanho, fazer medo; meter o gadanho, pedir preço exagerado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 4; Moraes, 1980, vol. III, p. 102. OV

 
Gado à perca e ao ganho – é uma espécie de arrendamento pelo qual uma pessoa dá a outra um rebanho, bois, vacas, ou outros animais para esta guardar e pastar, com a condição de em tempo determinado, ou segundo o costume da terra, partirem o lucro. Fontes: Rocha, 1848, p. 661; Ordenações Filipinas, 4º Livro, Título LXIX, p. 880. MD
 

Gafaria – hospital destinado a leprosos. As gafarias foram numerosas até ao século XV e, com a recessão da doença, foram suprimidas ou reconvertidas noutras instituições. IS

 

Galaçé – galão estreito. Fontes: Machado, 1996, vol. III, p. 176; Moraes, 1999, vol. II, p. 105. CO

 

Galancim – espécie de galão usado como ornato no vestuário feminino do séc. XVII. Fonte: Machado, 1996, vol. III, p. 177. CO

 

Galanga – raiz medicinal proveniente da China ou da Ilha de Java. Esta planta pode ser de dois tipos e ambas as espécies têm o efeito de fortificar o estômago e cérebro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 9-10; Moraes, 1980, vol. III, p. 106. LR 

Galão bordado – bordado executado sobre materiais de enchimento e destinado a rematar ou decorar. Fonte: Costa, 2004, p. 147. AD

Galão franjado – galão rematado por uma franja de diversas alturas. Fonte: Costa, 2004, p. 147. AD

Galão tecido – tipo de galão ou passamanaria executado em tear com fios de seda, linho ou algodão. Fonte: Costa, 2004, p. 147. AD

Galão, galam - tecido ou entrançado de prata, ouro, seda, etc., do feitio de uma fita que serve para debruns, barras, etc. || ornamentação curva em forma de bandelette, ornada de pequenas pérolas, usada na decoração de bocéis e de peças de ourivesaria. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 11; Moraes, 1980, vol. III, p. 106; Silva e Calado, 2005, p. 176. AD

 

Galbano, gálbano – planta, da qual se retira por incisão, uma goma com o mesmo nome. As gotas desta goma são brancas e amargas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 12; Moraes, 1813, vol. II, p. 75. AR

 

Galé – embarcação comprida de remos e vela usada no século XVI || tábua de tipografia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 12-14; Moraes, 1980, vol. III, p. 107. LR

 

Galeaça – navio grande de guerra ou comercial, impulsionado à vela e a remo, de três mastros, com cerca 1000 toneladas de deslocamento e uma tripulação que chegou a atingir cerca de 400 homens. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 107; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 14. RF

Galeão – embarcação com tonelagem muito variável, com duas cobertas e quatro mastros. Armava artilharia de grande poder defensivo e tinha grande capacidade de carga. Fonte: Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. III, p. 95. AR 

 

Galeota – pequena galé; embarcação comprida de remos. Originária de Veneza, pouco diferia da galé. Era de dimensões mais modestas, aproximadamente de 35 m de comprimento por 4,70 m de boca e 1,70 m de pontal. Nunca excedia os vinte remos por lado, cada um para um só remador. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 108; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 14. RF

 

Galeote – o que servia de marinheiro nas galeotas da armada real. Fontes: Viterbo, 1965, vol. II, p. 7; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 14. RF

 

Gales, galles – pano com esta origem geográfica. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 447. CO

Galheta – pequeno vaso de vidro ou de outro material, com gargalo, no qual se coloca o azeite e o vinagre para irem para a mesa || recipientes utilizados ao serviço da missa para o vinho e para a água || bofetada. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 16; Moraes, 1980, vol. I, p. 1341. OV e LG 

 

Galhudo – o mesmo que galhoso || o que tem galhos || segundo Bluteau trata-se de um “peixe dos mares de Sesimbra”, cujo tamanho é similar ao do cação || nome que o povo dá a quem enterrava de noite os corpos dos defuntos que não tinham rendimentos para realizar uma cerimónia fúnebre || na gíria, designa o indivíduo que foi traído pela esposa || galhudos é o nome que se dá a uma casta de litães secos || aquele que anda com a tumba da Misericórdia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 71; Moraes, 1980, vol. III, p. 109; 1813, vol. II, p. 76. LR         

 

Gamboa – fruto do gamboeiro || marmelo mais doce || espécie de curral || aceiro. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 419; 1813, vol. II, p. 77; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 22. LR

Gamela, gamella, camella – vasilha de madeira de formato rectangular e de grandes dimensões que geralmente serve para dar alimento ao gado, lavar ou tomar banhos || recipiente onde antigamente os soldados, marinheiros e escravos comiam || erva procedente de S. Tomé que dá um fruto leitoso e medicinal || prato || em Torre de Moncorvo significa cada uma das duas curvaturas da canga || pequena corça. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, pp. 419-420; 1813, vol. II, p. 77; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 23. LR

 

Gancar – membro de associação agrícola nos territórios de Goa. Neste local, benfeitores que abriam terras, encanavam rios e edificavam pagodes e, depois de convertidos ao Cristianismo, igrejas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 448; Dalgado, 1919-1921, vol. I, pp. 416-417; Trindade, 1963, p. 377. CO

 

Gancaria – associação ou sessão de gancares nos territórios de Goa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 448; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 417. CO

Gancho – utensílio rústico composto por um pente de ferro, normalmente de três ou quatro dentes pontiagudos e encabadoiro com olho, onde entra um cabo de madeira. O seu nome mais comum é gancho, mas no Minho é chamado de gadancho, na Beira Litoral e Estremadura engaço e em Castelo Branco garrancho. Serve para tirar estrume das cortes, arrancar ervas daninhas e para cavar pequenas superfícies de terra mais dura. Fonte: Oliveira, 1976, pp. 286-287. AR 

 

Ganga, canga - tecido de algodão muito conhecido, que vem da Ásia e de lá trouxe o seu nome. Na Índia, tecido de algodão, grosso, amarelado ou azul, de proveniência chinesa. Fonte: Dalgado, 1983, p. 421. CO

Garavato – gancho que serve para pendurar coisas || pau comprido com um gancho numa das extremidades que serve para colher fruta || asa de ferro que se coloca na parede para suportar duas candeias às quais se dá o nome de garavatos || garavatos secos é o mesmo que lenha seca para queimar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 30. LR

 

Garbim, garbin, garvin – coifa de rede. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 270. IS

Gargaleiro – espécie de carro utilizado na apanha da uva, vindimas. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 1351. OV

 

Gargantão, gargantam – comilão || animal que come tanto a carne como o osso; aquele que devora tudo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 32; D. Duarte, 1942, p. 126. LR

Gargantilha – coisa que se põe ao pescoço, para tapar ou ornar || afogador largo para ornato do pescoço. Antigamente punha-se de ombro a ombro || segundo Bluteau, trata-se de uma gargantilha quando o fio que cerca o pescoço é composto de pedras preciosas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 33; Moraes, 1980, vol. III, p. 119. AD

Gárgula - figuras fantásticas existentes nos beirais dos telhados, com uma função simultaneamente decorativa e prática: ornamentam e escoam a água da chuva. Fonte: Moraes, 1994, vol. III, p. 119. OV

 

Gariteiro – dono de casa de jogo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 33; Moraes, 1994, vol. III, p. 119; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 300. CO

 

Garito – casa de jogo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 33; Moraes, 1994, vol. III, p. 119; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 300. CO

 

Garo, garro, garu, garuu – aloés || águila || voz estridente || espécie de lagosta; salmoira feita com os intestinos da lagosta. Fontes: Pires, 1978, pp. 254-255, nota 227; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 425; Moraes, 1994, vol. III, p. 119; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1145. CO

Garrida – sino pequeno, sineta. Em algumas comunidades religiosas era o sino que se tangia para anunciar o último chamamento para o início dos ofícios divinos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 35; Moraes, 1813, vol. II, p. 80. LR 

 

Garrotea, guarrotea – espécie de tecido. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 121; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 35. RF

 

Garrucha – forma como se armam as bestas, composto de arras e de roldanas || pistola grande || pessoa que num jogo não arrisca muito || o mesmo que “polé de dar tratos”, isto é, maus-tratos, esforço excessivo. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 441; 1813, vol. II, p. 80; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 449-450. LR

 

Gateira – fresta || sulco que encaminha a água das chuvas nos terrenos agrícolas || na gíria popular é o mesmo que bebedeira || buraco no fundo das portas pelo qual os gatos entram e saem. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 452; 1813, vol. II, p. 81; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 39. LR

 

Gatúm, gatum – de pêlo ou peles de gato || relativo a gato. Fontes: Costa, 2004, p. 148; Moraes, 1980, vol. III, p. 124; Viterbo, 1965, vol. II, p. 301. AD

 
Geira, jeira – de ordinário designa-se assim o espaço de terra que o arado ou uma charrua lavra cada dia II dias de trabalho que o foreiro devia dar ao senhorio e que faziam parte da composição do foro ou renda que o foreiro devia pagar em troca do direito de exploração de uma propriedade rústica. Havia geiras de corpo e geiras de bois II antiga via romana que ligava Braga a Astorga. Fontes: Bluteau, 1712 – 1728, vol. IV, p. 45; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 12, p. 253. MD
 

Gentio - termo usado pelos portugueses no séc. XVI para designar todos os povos não cristãos, muçulmanos ou judeus || gentalha || multidão. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 130; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1155. CO

 

Genuflexório – móvel apropriado para orar de joelhos. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 85. RF

 

Gergelim – planta oleaginosa com uso na culinária e na medicina. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 62-63; Moraes, 1980, vol. III, p. 132. LR 

Gibanete, jubanete – pequeno gibão de ferro ou aço. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 134; Viterbo, 1712-1728, vol. II, p. 16. RF e AR 

Gibão – veste antiga que cobria os homens desde o pescoço até a cintura || casaco de couro usado no nordeste brasileiro pelos vaqueiros || jubão, espécie de camisa, com ou sem fralda, forrado e enchumaçado, apertado na cintura para depois cair sobre as ancas. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 134; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 69; Viterbo, 1965, vol. I, p. 339. RF

 

Gineta – mamífero carnívoro, espécie de gato bravo || espécie de lança ou bastão dos capitães || modo de andar a cavalo, recolhidas as pernas nos estribos, os quais vão curtos e sem passar da barriga do cavalo, segundo o costume de África. Este sistema de equitação é também de origem árabe, ainda que se tenha aperfeiçoado em Espanha, chegando a constituir uma arte sobre a qual se publicaram muitos livros entre os séculos XVI e XVIII || relativo à tribo berbere dos Zenetas, famosa pela sua cavalaria ligeira, que participou da defesa do reino de Granada. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 136; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 73; Oviedo y Escudero, 1870, p. 271. IS e RF

 

Ginete – cavalo de boa raça, pequeno, mas bem proporcionado e dócil || soldado a cavalo que lutava com espada e lança || sela grosseira usada no Ceará e no Brasil do Sul || peixe de Portugal || bolo de Páscoa. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 136; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 74. RF

Girão, girom, jirom – aba ou roda de vestido || cercadura ou barra de cor que se põe nas roupas || retalho de pano || seio || regaço || colo. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 138; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 302. CO

 

Girofe, gyrofe, gyrofle – cravinho ou cravo-da-índia, cujos botões florais, secos ao sol até adquirirem uma cor castanha escura, se usavam na culinária. Na farmacopeia era usado como um anti-séptico. Fonte: Manuppella e Arnaut, 1967, p. 205. LR

Gobelim - de Gobelin. Tapeçaria francesa dos Gobelins || ponto de bordado oblíquo que serve para preencher os fundos nos lavores das tapeçarias. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1168. CO

 

Gocete, gocéte, gozete – peça de armadura de malha de ferro || espécie de dispositivo de couro que permite segurar melhor a lança e resguardar a mão. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 78; Moraes, 1813, vol. II, p. 90; 1953, vol.V, pp. 526, 551. AR e LR

 

Godorim, godrim - colchão estofado da Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 435; Trindade, 1963, vol. II, p. 377. CO

Goiva – instrumento de carpinteiro, espécie de formão em meia cana ou semicírculo, que tem o chanfro de corte na parte inferior, isto é, do lado côncavo || leito de corrente, fundo estreito || uma das cinco agulhas do estojo do artilheiro que tem como função a remoção da pólvora que está no interior da peça de modo a verificar o seu estado (húmido ou molhado). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 87; Moraes, 1980, vol. I, p. 1382. OV

Gola – parte do vestuário superior do corpo que envolve o pescoço, ou que formando dobra assenta aos lados dele. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 144; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 87. RF 

 

Gole – espada de Maluco, curta e de só um corte, estreita na empunhadura e alargando para a ponta || porção de líquido engolido de uma só vez; trago. Fontes: Trindade, 1963, p. 377; Moraes, 1994, vol. III, p. 144; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1168. CO

 

Goliardo – clérigo que costumava almoçar, jantar, merendar ou beber na taberna || todas as pessoas com os mesmos costumes. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 145; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 303; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1169. CO

 

Golpelha – raposa || alcofa grande || quantidade que a alcofa ou o alforge pode levar. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 532; 1813, vol. II, p. 91. LR

Gomil, gumil jarro com boca estreita e com asa, o qual se coloca sobre um prato raso, para levar água ou outros líquidos às mãos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 92; Moraes, 1980, vol. III, p. 146. OV 

 

Gonorreia purulenta – também designada por esquentamento. Fonte: Arraiz, 1683, Parte I, pp. 27-33. LR

 

Gonorreia, gonorrhea – blenorreia. Inflamação da uretra e prepúcio do homem ou da uretra e vagina da mulher. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 94; Chernoviz, 1890, p. 77. LR

 

Gonzo, engonço, gonço, - elemento constituinte de vários móveis. Este termo designa dois anéis entrelaçados, geralmente em ferro, cujas extremidades prolongadas em espigão são cravadas, abertas e rebatidas na espessura da madeira das duas partes unidas. Este dispositivo de duas peças permite a rotação de uma folha de porta ou janela, em torno de um eixo. O espigão penetra, para girar na fêmea (cavidade cilíndrica). Dobradiça. Encaixe. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 120; Candi, 1985, p. 327; Moraes, 1980, vol. II, p. 402, vol. III, p. 147; Silva e Calado, 2005, p. 181; Sousa e Bastos, 2004, p. 79. AD 

Gorgeira - volta, ou peça de pano, rendas, ou penas, de adornar o pescoço. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 92. IS

Gorgete – espécie de cabeção ou colarinho largo e em pregas, que se usava na camisa dos homens. Fonte: Dicionário de Língua Portuguesa, vol. I, p. 1388. OV

 

Gorgoleta – bilha, vaso ou quartinha de barro com gargalo comprido e estreito, no qual há um ralo por onde se filtra a água, que, ao passar, produz um certo ruído || gole. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 148; Machado, 1999, vol. III, p. 246; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1171; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 95. CO

 

Gorgomilos – termo popular para esófago. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 95. LR

 

Gorgomito – termo popular que significa goela, garganta. Fonte: Manuppella e Arnaut, 1967, p. 205. LR

 

Gorgorão, gorgoram – tecido de seda ou lã em forma de cordões. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 96; Moraes, 1980, vol. III, p. 148. OV

 

Gorgueira, gorjeira – adorno para o pescoço, o qual pertencia ao traje antigo das mulheres || o mesmo que gorjal. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 148. OV

Gorjal, gorjalim, gorgelim - parte da armadura que protegia o pescoço || espécie de colar, que as mulheres usavam, geralmente de prata, cravejado de pedras finas. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 148; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 96. RF e OV

Gorra – chapéu largo de veludo; espécie de barrete; carapuça. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 149; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 97. RF

 

Gota – inchaço nas articulações || pequena quantidade de alguma coisa, especialmente de líquidos || Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 100-101; Moraes, 1813, vol. II, p. 93; Chernoviz, 1890, p. 79. LR

 

Gota artética - aquela que se dá nos dedos e nas articulações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 101; Moraes, 1813, vol. II, p. 93. LR

 

Gota coral - o mesmo que epilepsia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 101; Moraes, 1813, vol. II, p. 93; Chernoviz, 1890, p. 84. LR

 

Gota rosada – ou caparrosa do rosto. Vermelhão nas faces e nódulos no nariz, orelhas e testa. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 84. LR

 

Gota serena - o mesmo que amaurose, isto é, cegueira mais ou menos completa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 101; Moraes, 1813, vol. II, p. 93; Chernoviz, 1890, p. 86. LR

Goteira – adorno, sanefa ou remate da tela posta ao redor do dossel ou céu de uma cama, em forma de gotas ou picos. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 272. IS

 

Grã – insecto empregue em farmácia e tinturaria || tinta escarlate obtida do mesmo insecto || tecido tinto como grã. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 150; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 106. RF

Graal, gral – cálice de metal ou vidro || recipiente utilizado na farmacopeia como o almofariz para a trituração de substâncias || difere do almofariz por o primeiro ser quase sempre de metal e o segundo fabricado em madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 116; Moraes, 1980, vol. III, p. 153. LR

Grade - o mesmo que locutório; local onde as religiosas vêm falar às pessoas de fora II instrumento de agricultura que consta de seis paus: quatro ao comprido e dois nas cabeceiras com dentes de pau ou de ferro com que se quebram os torrões, se esboroa e esmiúça a terra e se cobrem as sementeiras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 113 – 114; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 12, pp. 661 – 663. IS e MD

Grade de coro – elemento divisório que isola por um ou vários lados o coro litúrgico do corpo da igreja. O acesso é feito por uma porta integrada na grade. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 31. AR

Graminho – instrumento de carpinteiro que serve para traçar linhas paralelas e direitas na espessura e largura das tábuas. É composto por uma peça larga e rectangular e duas outras, mais estreitas e perpendiculares à primeira, onde se coloca um prego, parafuso ou qualquer outro pedaço de metal que servirá para riscar os traços na madeira. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 117. LR

 

Gramo – grito de alarme. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 154. RF

 

Grão, graam – semente || na gíria popular pode querer significar testículo || tecido de lã de cor vermelha || antigo peso que correspondia à vigésima parte de um grama. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 106-107; Moraes, 1980, vol. III, p. 156. LR

Grãos de conta, graons de conta – pérolas grandes || pedraria grossa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 260; Viterbo, 1965, vol. I, p. 60. AD

 

Grecisco, grizisco – bordadura preciosa feita na Grécia e exportada para toda a Europa, tendo sido muito usada em Espanha até ao início do séc. XIII; pano de cor cinzenta. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 159; Viterbo, 1983-1984, vol. II, pp. 304-305. CO

 

Greda, grede – espécie de barro macio, geralmente branco, utilizado outrora pelos pintores || variedade de argila arenácea. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 129; Moraes, 1980, vol. III, p. 159. OV

Grevas – espécie de botas ou meias de ferro, que iam desde o joelho até ao pé, usadas antigamente pelos soldados. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 131; Moraes, 1813, vol. II, p. 101. AR

 

Grilanda – cimalha, grilandeo. RF

 

Grimpa – cata-vento ou somente a lâmina do cata-vento que se coloca no cimo dos telhados dos edifícios e que indica a direcção do vento || fronte || extremidade de uma casa ou árvore. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 132; Moraes, 1980, vol. III, p. 161. LR

Grosa, groza – lima grossa de que usam os carpinteiros e ferreiros para desbastarem a madeira ou o ferro || faca com um fio um pouco voltado que serve para escarpar as peles || 12 dúzias || interpretação de versos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 135; Moraes, 1980, vol. I, p.1405. OV

 

Grou – ave pernalta colorida || constelação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 137; Moraes, 1980, vol. III, p. 163. LR

 

Guaiacam, guaiacão, guaico, guaiaco – também é chamado pau-santo. Era usado para provocar o suor e a urina; era normalmente usado para combater o morbo gálico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, pp. 141-142; Moraes, 1813, vol. II, p. 103. LR

Gualdrapa, gualdarapa – coberta para cavalo, sobre a sela e quase até ao chão; pano que se coloca sob a sela e pernas da mula não só para enfeitar como para proteger o indivíduo dos ressaltos de lama || grandes abas de um casacão. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 165; 1813, vol. II, p. 104; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 142. RF e LR

 

Gualla – vara; pau longo; pau de suporte; croque. Fonte: Pires, 1978, p. 419, nota 438. CO

 

Gualteira, gualtira – barrete, carapuça ou gorro de pastor. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p.165; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 142. RF

Guante, guánte, gante – luva de ferro || cidade episcopal dos Países Baixos (actual Gand). Fontes: D. Duarte, 1986, p. 87; Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 142; Moraes, 1813, vol. II, p. 104. AR

 

Guarda-cós, garda-cós – veste, roupa, casaca resguardando e apertando o corpo. Fontes: Moraes, 1994, vol. III, p. 167; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 300. CO

 

Guardalete, guardalate – espécie de tecido grosseiro. Fontes: Moraes, 1953, vol. V, p. 611; 1813, vol. II, p. 105; Dias, 2003, vol. VI, p. 345. LR e NP

 

Guarda-pisa – barra que servia para resguardar o interior das saias das mulheres. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p.168. OV

Guarda-pó, guardapo – casaco comprido de tecido leve que se usa para proteger o vestuário || entreforro || cobertura de leito, trono ou cadeirão || sobrecéu || baldaquino. Moldura que enquadra um retábulo nas partes superiores e laterais para o proteger do pó. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 147; Carvalho, 2004, p. 128; Costa, 2004, p. 148; Moraes, 1980, vol. III, p. 168. AD

Guarda-porta, guardaporta, garda-porta – cortina ou cortinado || tapeçaria; pano de raz. São peças de leitura vertical que se destinam a cobrir muros, vãos ou, como o próprio nome indica, portas. São tapeçarias, panos de lã, seda, normalmente bordados ou guadamecis. As guarda-portas não só protegem do frio como valorizam o ambiente funcionando, muitas vezes, como conjuntos de várias peças semelhantes com a mesma temática. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, 147, vol. VIII, p. 45, vol. VI, p. 224; Costa, 2004, p. 148; Pais et al., 2001, p. 81. AD

 

Guarnimento – enfeite, adorno. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, pp. 345-346. NP

 

Guarnimentos – o mesmo que arreios ou guarnições. RF

 

Guedelha, guedèlha – cabelo comprido || madeixa, melena; felpa. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 346. NP

Guincha – sacho com dois bicos pontiagudos. Fonte: Oliveira, 1976, p. 241. AR 

 

Guindareza, guindaréza – cabo usado para trabalhar nos guindastes de antigamente, estes últimos feitos de rodas de madeira || corda que serve para levantar algo ao alto. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 108; Monteiro, 2001, p. 83. AR

 

Guínde – nome que os portugueses residentes na Índia davam ao jarro. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 358. CO

 

Guingão - pano de algodão e seda ou tecido fino de algodão. Fonte: Dalgado, 1983, p. 449. CO

 

Guisa – modo, maneira, semelhança de alguma coisa || montar à guisa, significa à maneira de França, onde se aperfeiçoou este sistema de equitação originário de Itália, e que consistia principalmente em trazer os estribos muito longos, deixando cair as pernas direitas, como se o cavaleiro estivesse em pé. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 272. IS

 

Guizamento, guisamento – refere-se a tudo o que é necessário para satisfazer alguma coisa; tudo o que é necessário para algo || aviamento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p. 159; Moraes, 1813, vol. II, p. 109. LR

 

Gune, góni - saco grande, feito ordinariamente de juta. Material usado nos cobertores dos franciscanos na Índia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 438. CO

 

Gurguz – dardos ou armas de arremesso. O lançamento destas armas era feito com a ajuda das bestas, excepto as setas, atiradas com arcos. Fonte: Monteiro, 2001, p. 83. AR