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A boca testa – a boca dura. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 77. AR

 

Aal – árvore terebintácea indiana, cuja casca serve para aromatizar bebidas alcoólicas, como o vinho, e alguns alimentos || substância tintorial extraída das raízes da mesma árvore e empregue na Índia || porcelana amarela de origem chinesa. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1; Machado, 1991, vol. I, p. 11; Moraes, 1994, vol. I, p. 13. CO

 

Aba - parte inferior solta e pendente de algumas peças de vestuário || parte inferior e ligeiramente levantada do chapéu || capote usado por árabes e persas || espécie de manto usado pelos beduínos || veste semelhante ao roupão usada pelos turcos || tecido grosseiro de lã || lã || cabelo || penugem || designação para os sacerdotes de algumas igrejas orientais || divindade nas Filipinas || tira ou fasquia de madeira que guarnece os tectos em volta || parte suplementar de uma mesa, para dar, quando levantada, maior superfície utilizável || margem || sopé || fralda || orla || parte saliente de um telhado || carne da rês, entre a mão e a perna || parte da côdea do pão. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1; Machado, 1977, vol. I, p. 23; Machado, 1991, vol. I, p. 11; Moraes, 1994, vol. I, 11. CO

 

Abacisco – pequena divisão em pavimento de mosaico ou painel || espécie de ladrilho. Fontes: Machado, 1991, vol. I, p. 11; Moraes, 1994, vol. I, 14. CO

 

Abalonas, balonas – colarinhos de camisa pendentes sobre os ombros. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, p. 38; Moraes, 1980, vol. I, pp. 18, 332. AD

 

Abanador – instrumento de couro ou esparto com o qual se espevita o fogo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 11. LR

Abanico – em Portugal no século XVIII, abanico designa leque, abano pequeno || no vestuário antigo, segundo Bluteau era uma espécie de balona da largura de um dedo feita de um torçal branco, com lavor, que se cozia em cima da balona de renda || modo de volta composto de uma tira da largura de uma mão travessa de gaza ou de volante, sendo só usado pelas damas do paço e as senhoras no dia em que casavam || gorgeira ou enfeite para o pescoço || dito galante || adorno feminino consistindo em rendas dispostas à volta do pescoço e dos punhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 12, Suplemento I, p. 1; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, p. 40; Moraes, 1980, vol. I, p. 19; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 124. AD e CO

Abano, avano – instrumento em forma de leque, com um só cabo e sem varetas, com que se agita o ar para o refrescar ou desenvolver a combustão || leque || ventarola. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 12, 654; Moraes, 1980, vol. I, p. 19, vol. V, p. 447. AD

 

Abanos, mantéu de abanos, mantéu enrocado – espécie de volta de muitas dobras, em forma de canudos e ondas, que os antigos traziam ao redor do pescoço || na gíria, abanos significa orelhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 12; Moraes, 1980, vol. I, p. 19. AD

 

Abará – bolo brasileiro feito de massa de feijão condimentada com especiarias e temperada com azeite de palma. Fontes: Machado, 1991, vol. I, p. 17; Moraes, 1994, vol. I, 19. CO

Abarcas, alabarcas – sandálias com tiras finas, usadas pelos camponeses na Idade Média; nome de certo calçado rústico que usam os montanheses, particularmente em Castela, por ser de pau e ter uma semelhança com a barca lhe chamam abarca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 13; Viterbo, 1965, vol. I, p. 15; Moraes, 1980, vol. I, p. 19. RF

 

Abati –espécie de milho || planta aquática do Norte do Brazil || arroz no Brazil. Fontes: Machado, 1991, vol. I, p. 20; Moraes, 1994, vol. I, p. 22. CO

 

Abatimento, abatimènto – estado de fraqueza e/ou desânimo || queda, diminuição. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 16; Moraes, 1913, vol. I, p. 6; Chernoviz, 1890, p. 2. LR

 

Abatis – cabidela feita com entranhas das aves no Brasil || espécie de trincheira feita com árvores e ramos cortados || corte de madeira. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 9; Machado, 1991, vol. I, p. 20; Moraes, 1994, vol. I, p. 22. CO

 

Abegão, abegam – pessoa que cuida da abegoaria. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 23. LR 

 

Abegoaria – nome que se dá ao conjunto de animais e instrumentos com que se lavra a terra: bois, arado, charrua || trabalho agrícola. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 23; Moraes, 1813, vol. I, p. 7. LR

 

Abeto – espécie de pinheiro. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 8. LR

 

Abilhamento – aceio || ornato, atavio, enfeite || vestir || ornar. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 8; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 124. CO

 

Ablação, ablaçam – em cirurgia é a acção de extrair uma parte do corpo. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 17. LR

 

Ablução, abluçam – na celebração da missa é o pouco vinho que o sacerdote bebe aquando da Hóstia. Pode ainda referir-se à acção executada pelos sacerdotes de lavar os dedos depois da consagração da Hóstia || no baptismo é o acto de molhar a cabeça com água benta || na medicina ou cirurgia refere-se à preparação de um medicamento em algum licor de má qualidade que serve para purgar o doente || na química é a pureza de uma matéria que se alcança após várias infusões || lavagem, purificação através de lavagens consecutivas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 30; Moraes, 1913, vol. I, p. 9. LR

 

Aboiz, boiz, abois, aboîs, buîs – armadilha para pássaros; vara que metida no chão, e dobrada, colhe com um laço passarinhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 33; Moraes, 1980, vol. I, p. 31. RF

 

Abolório – ascendência. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 15; Moraes, 1980, vol. I, p. 31. AD

 

Abrego – vocábulo antigo que determina o lado da demarcação de uma propriedade || lado sul || vento do sudoeste. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 41. LR

 

Abrochado – abotoado, fechado, apertado com brocha. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 46. RF

 

Abrolho, abrólho – erva. Bluteau distingue dois tipos de abrolho: o abrolho terrestre que nasce nos campos, nas charnecas e em áreas arenosas; e o abrolho marítimo que nasce nas praias. Por ser uma erva espinhosa e nem sempre perceptível diz-se que para “não se picar com ela é necessário ter olho” || planta rasteira que deve o nome aos seus frutos espinhosos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 47; Moraes, 1813, vol. I, pp. 14-15; Dias, 2003, vol. VI, p.29. NP

 

Absente – afastado do lugar de onde habitualmente costuma estar; ausente, afastado, apartado, distante. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 30. NP

 

Absinto, absinthio, absynthio, absíntio, asintro – também designado de losna ou alosna. Planta de gosto amargo, utilizada para fortificar o estômago, ajudar na digestão, tratar de feridas e matar lombrigas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 48; Chernoviz, 1890, p. 22. LR

 

Abuna – nome comum do bispo da Cristandade de S. Tomé da Índia || patriarca dos Abexins || título dado aos sacerdotes cristãos no Oriente || nome dado pelos índios tupi-guaranis aos padres da Companhia de Jesus. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 53; Trindade, 1963, p. 375; Moraes, 1994, vol. I, p. 40; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 32. CO

 

Açacal – homem que transporta a água, aguadeiro; carregador de água. O vocábulo surge documentado desde o séc. XVI. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 42; Viterbo, 1965, vol. I, p. 162; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 64. OV e CO

 

Açacalar – limpar, brunir, lustrar || polir armas brancas || corrigir || apurar, aperfeiçoar. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 32; Moraes, 1994, vol. I, p. 42. CO

Açácar-martabão – lacre || goma de árvore. Fonte: Barbosa, 1989, p. 139. CO

 

Acadiro – palmeira, de cujas folhas os indígenas faziam charuteiras, cigarreiras e sacos para levar café || palmeira, que cresce na Índia e na Malásia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 10; Moraes, 1994, vol. I, p. 43. CO

 

Açafata, moça de açafate – dama ao serviço das senhoras da família real encarregue de transportar, no açafate, vestuário e peças de adorno; camareira. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 25; Machado, 1977, vol. I, p. 55; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. AD

 

Açafatar – meter ou acomodar em açafate || arrecadar; juntar; amealhar || lisonjear; apaparicar. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 25; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. AD

Açafate – cestinho de vime sem aro nem tampa, um cestinho estendido no qual as criadas costumavam trazer os toucados, lenços ou camisas de suas senhoras; cestinho em que as ninfas levavam flores. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 65; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. RF  

 

Açafateiro - aquele que faz açafates, cesteiro. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 26; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. AD

 

Acafelar – tapar com pedra de cal || cobrir, rebocar, alisar com cimento, asfalto ou argamassa segurar bem uma porta ou uma janela para que se não possa abrir. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 43; Silva e Calado, 2005, p. 14; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 33; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 163. CO e AD 

 

Açafrão, açafram, safrão – planta da espécie crocus sativus. É uma planta tintureira, originária da Ásia, cujas flores servem para obter a cor amarela utilizada como corante ou pigmento, nas artes e indústria e, como condimento, na culinária. É também empregue para fins medicinais || da cor de açafrão || peça que se ajusta ao leme do navio, para o reforçar ou para facilitar o seu movimento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 65; Chernoviz, 1890, pp. 25-26; Costa, 2004, p. 138; Moraes, 1980, vol. I, p. 43, vol. V, p. 70. AD

 

Açafroa, açafrôa, açaflor, carthamo dos tintureiros – planta da espécie carthamus tinctorius. O mesmo que açafrão bravo ou açafrão bastardo. É uma planta tintureira, cujas flores são utilizadas na tinturaria e na culinária. No Algarve chamam-lhe açaflor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 65; Chernoviz, 1890, p. 26; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. AD

 

Açafroar – deitar açafrão || dar cor de açafrão || tingir com açafrão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 65; Moraes, 1980, vol. I, p. 43. AD

 

Acairelado, aquayrelado, cairelado – guarnecido de cairel, ou seja, de galão estreito; debruado; bordado; agaloado. O termo pode ser relativo a vestuário, adornos ou roupa de cama. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 60; Moraes, 1980, vol. I, pp. 44, 104. AD

 

Acairelar – bordar, guarnecer com cairel; agaloar; debruar. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 44; Silva e Calado, 2005, p. 14. AD

 

Acedrenchado – axadrezado || acolchoado. Fonte: Viterbo, 1965, vol. I, p. 30. RF

 

Aceiro - um ou dois terrenos lavrados em torno de um pinhal ou de uma cova de grandes dimensões, que servia para evitar o crescimento de mato agreste, podendo ser aí atiçado o fogo para queimar a propriedade || campo inculto, próximo de canaviais ou matos, destinado a evitar que o fogo se prolongue às searas mais próximas, servindo simultaneamente para o trânsito de carros || o verbo aceirar significa resguardar ou defender as fazendas em momento de fogo || em Leiria o vocábulo aceiro adquire o nome de arrife || algo feito ou coberto em aço || o que trabalha em aço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 76; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 168-169; Moraes, 1980, vol. I, p. 53. LR

Acéter, aceter, acétere, acetere, acetre – púcaro de beber água || balde pequeno de tirar água dos poços || lavatório portátil; gomil; vaso de água às mãos || recipiente para água benta. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 57; Nimer, 2005, p. 97; Silva e Calado, 2005, p. 14. AD

 

Achacoso, achaquoso – pessoa que tem achaques. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 84. LR

 

Achaque, acháque – ataque de uma doença que já se tinha || doença sem gravidade || má disposição || nome dado aos soldados que, por causa dos seus achaques, podiam despedir-se ou serem despedidos do exército || pretexto, vício. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 84-85; Moraes, 1913, vol. I, p. 27. LR

 

Achar - conserva de vários frutos e raízes em vinagre ou salmoira. Fonte: Dalgado, 1983, p. 10. CO

 

Achorca, exorca, ajorca, xorca, chorca, axorca – argola || manilha. As axorcas eram largas, podiam ter esmaltes, lavores ou serem decoradas com pedras finas || pulseira de ouro ou prata em forma de argola, que as mulheres no Oriente e África traziam nos braços e pernas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VIII, pp. 617-618; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 337; Moraes, 1980, vol. I, p. 314, vol. II, p. 529; Sousa, 1789, pp. 80-81. AD 

 

Achumbado, achumbádo – da cor e do peso do chumbo; comparável ao chumbo quer pela cor quer pelo peso; peso exagerado || envolto em preocupações, sério, grave, sisudo. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 28; Dias, 2003, vol. VI, p.31. NP

Acica – bolsa. Fontes: Machado, 1977, vol. I, p. 73; Moraes, 1980, vol. I, p. 61. AD

Acicate – espora antiga somente constituída por uma ponta de ferro, dotada de uma peça que a impede de entrar a fundo no animal || utensílio com uma ponta de ferro que normalmente é utilizado pelos lavradores para picar os bois || estímulo, excitação. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p.61; Dias, 2003, vol. VI, p. 32. NP e OV 

 

Acidente da alma, accidente da alma – o mesmo que paixões da alma, isto é, os sentimentos como a tristeza, a alegria, a ira, etc. Segundo os autores médicos antigos o bom uso dos acidentes da alma podia preservar a saúde do corpo e, respectivamente, o mau uso dos mesmos desencadearia uma determinada doença. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 70; Moraes, 1913, vol. I, p. 22. LR

 

Acidente, accidente – na medicina refere-se a qualquer sintoma que sobrevém num paciente durante a sua doença como, por exemplo, o sono profundo, o fastio e as insónias; sintoma || desmaio || acontecimento inesperado || irregularidade de um terreno. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 70; Moraes, 1913, vol. I, p. 22; Chernoviz, 1890, p. 27. LR

 

Acidentes da eucaristia, accidentes da eucaristia – cheiro, cor e sabor que fica depois de se partir a hóstia consagrada. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 71; Moraes, 1913, vol. I, pp. 22-23. LR

Acitara – tapete || alcatifa || pano de raz || cobertor bordado || capa || manto de tela fina e preciosa || cortina || reposteiro. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 31; Moraes, 1980, vol. I, p. 63. RF

 

Acocombrado – que tem a forma do pepino. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 32 NP

 

Açofar, açoufar - latão; metal fictício; pechisbeque; ouro falso. Fontes: Machado, 1977, vol. I, p. 77; Moraes, 1980, vol. I, p. 65; Viterbo, 1965, vol. I, p. 31. AD 

 

Açofeifa, açofeira, açofèira – maçã da anáfega; jujuba, isto é, fruto da anáfega. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 103; Moraes, 1813, vol. I, p. 34; Chernoviz, 1890, p. 45. LR

 

Acolchoado – material composto por lã, algodão ou fibras sintéticas, colocado geralmente entre o tecido e o forro, cosido a modo de colcha, com algum enchimento de algodão, seda ou outra matéria || estofado, almofadado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 92; Moraes, 1980, vol. I, p. 66. RF

 

Acólito – ministro da igreja, desprovido de ordens sacras, que auxilia o pároco no serviço religioso, acende lâmpadas, leva as velas ao altar e ministra a água e o vinho nas galhetas para a consagração na missa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 93. RF

 

Acostar – encostar || chegar à costa || deitar, dormir. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 99; Moraes, 1913, vol. I, p. 33. LR

 

Acostar-se a alguém – ter a opinião igual a outra pessoa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 99-100; Moraes, 1913, vol. I, p. 33. LR

 

Açúcar de candil, açúcar cande, açúcar candi – açúcar que depois de ter sido fervido várias vezes sai com uma cor branca e bastante duro. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 116. LR

 

Açúcar macho – também se pode chamar “açúcar lealdado”. Aquele que está bem purgado. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 235. LR

 

Açúcar rosado – açúcar cozido em água com rosas. Fonte: Cardim, 1997, p. 161. CO

Açucareiro – vasilha de prata, porcelana, louça, estanho, metal prateado, aço, ferro esmaltado onde se serve o açúcar, que começa a figurar nas mesas ricas do séc. XVI || recipiente com diferentes formas correspondendo aos tipos de açúcar (mascavado, cristalizado, fino em pó ou em cubos). Fonte: Prado et al, 1999, p. 20. CO 

 

Açucena – lírio branco. Na medicina popular, o bolbo desta planta, depois de cozido, é usado em cataplasmas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 117-118; Moraes, 1913, vol. I, p. 38; Chernoviz, 1890, p. 46. LR

Adaga – arma semelhante a um punhal, com dois gumes junto à extremidade, que era usada no lado oposto ao da espada; espada curta. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 336; 1813, vol. I, p. 38; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 119. LR  

 

Adaguinha – adaga pequena. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 336; 1813, vol. I, p. 38. LR

 

Adarga - escudo de couro, leve, oval, com braçadeiras e orifício para colocar o dedo polegar que permite segurar o instrumento. Tem também uma correia pela qual pode ser pendurado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 120; Viterbo, 1965, vol. I, p. 211; Moraes, 1980, vol. I, p. 82; Salgado, 1996, p. 531. LR

 

Adargardo – pessoa ou coisa protegida com adarga. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 120; Viterbo, 1965, vol. I, p. 211; Moraes, 1980, vol. I, p. 82; Salgado, 1996, p. 531. LR

 

Adargar-se - cobrir-se com adarga com a finalidade de se proteger contra o inimigo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 120; Viterbo, 1965, vol. I, p. 211; Moraes, 1980, vol. I, p. 82; Salgado, 1996, p. 531. LR

 

Adarme - palavra de origem grega, Dragma, mais tarde modificada pelos árabes que lhe acrescentaram o artigo definido “a” || vocábulo que se prende com a terminologia relativa ao boticário. Trata-se da oitava parte ou da mínima parte de uma onça || pode também referir-se ao diâmetro interior do cano de uma arma. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 120; Moraes, 1980, vol. I, p. 82. LR

 

Adela, adéla – mulher que vende roupas e trastes em segunda mão em casa, nas ruas e nas feiras sobre penhoras de alfaias ou de ouro || adelas das honras: terceiras, alcoviteiras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 122; Moraes, 1813, vol. I, p. 39; Dias, 2003, vol. VI, p. 34. NP

 

Adem, adens – ave doméstica que anda na água || espécie de pato ou águia || designação geral de pato na Índia || Adem, cidade da Arábia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 122; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 67. OV e CO

 

Adia, adiá, adiâ, odiá – presente || presente ou dádiva entre alguns povos da Indochina || nome de presentes e ofertas ao rei no Reino de Bengala. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 11; Moraes, 1994, vol. I, p. 85; Wicki, 1961, p. 260. CO

 

Adibal – corda com que se segura a carrada || calabre. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 85. CO

 

Adibe, adybe – animal mamífero carnívoro da família dos chacais || acréscimo, adição. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 85; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 70. CO

 

Adimina, adynamia – conjunto de sintomas que surgem aquando de uma doença grave. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 47. LR

 

Adoba, adobe, adobo, adufo – espécie de terra com que se fazem rebocos e tijolos || espécie de tijolo grande, feito desse material e cozido ao sol || espécie de ladrilho grosso, não cozido ao fogo, mas seco ao sol || algema; grilhão; corrente grossa || seixo que se encontra no leito dos rios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 131-132; Moraes, 1980, vol. I, pp. 89, 92; Nimer, 2005, p. 84; Sousa, 1789, p. 10; Viterbo, 1965, vol. I, p. 159. AD

 

Adrac – gengibre verde. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 236, 372. CO

 

Adstringente, astringente – medicamento que, pelas suas qualidades frias, aperta os poros. Os medicamentos adstringentes são aqueles que pelas suas propriedades e quando em contacto com tecidos vivos os apertam. Por este motivo são aplicados externamente para, por exemplo, fechar uma ferida e internamente para cessar hemorragias || o que serve para apertar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 136; Moraes, 1913, vol. I, p. 46; Chernoviz, 1890, p. 47. LR

 

Adubo – especiarias que se usam para aromatizar a comida || na culinária o tempero das comidas com os seus ingredientes gordurosos (azeite, manteiga, toucinho) || excrementos de animais que se colocam na terra para a fertilizar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 137; Moraes, 1980, vol. I, p. 92; Esperança, 1656-1721, vol. I, p. 220. CO e LR

 

Aduela, aduélla – termo de pedreiro que designa a parte interior das pedras do arco, abaixo do capitel || tábua estreita e encurvada que se coloca na ombreira da porta; tábua de guarnição || madeira para fazer pipas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 137; Moraes, 1813, vol. I, p. 47; Monteiro, 2001, p. 81. AR 

 

Adufa – resguardo de janelas feito normalmente com conchas e usado na Índia || peça de madeira que serve externamente para reparar janelas || dique ou represa || roda de pedra ou galga, que esmaga a azeitona no lagar do azeite ou espreme o bagaço de uva no lagar do vinho || comunicação entre o viveiro e a caldeira de salgado em Setúbal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 40; Dalgado, 1983, p. 16; Moraes, 1994, vol. I, p. 92; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 81. CO

 

Adur, adúr – vocábulo antigo que significa apenas || com dificuldade || maldade || rio francês, junto da Gasconha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 143, Suplemento I, p. 16; Moraes, 1913, vol. I, p. 48. LR

 

Afasia, afásia, alalia, anaudia, aphemia, afemia – perda da capacidade de falar ou de compreender. Fonte: Chernoviz, 1890, pp. 196-197. LR

 

Aferidor, afilador – indivíduo que afila vasos, pesos ou pipas. Fontes: 1712-1728, vol. I, pp. 148, 157; Moraes, 1813, vol. I, p. 57. LR

 

Aficar, afficár – persuadir com afinco; defender os argumentos || cansar || perseguir; importunar. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 114; Bluteau, 1712-1728, vol. IX, p. 16; Moraes, 1813, vol. I, p. 54. AR

 

Afilar – cotejar os pesos de ferro (onças, oitavas, alqueires, etc.) com os marcos que existiam na câmara. Fontes: 1712-1728, vol. I, p. 157; Moraes, 1813, vol. I, pp. 52, 57. LR

 

Afincamento – aflição. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 72. LR

 

Afito – indigestão. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 58; Chernoviz, 1890, p. 49. LR

 

Afogador, afogador de pérolas – fio de pérolas ou pedraria engastada com que se adorna o pescoço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 159; Moraes, 1980, vol. I, pp. 99-100. AD e LG

 

Afogar – asfixiar || colocar alguém dentro de água || na culinária este vocábulo, utilizado até ao século XVII, significa o mesmo que refogar || suprimir, abafar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 151; Moraes, 1813, vol. I, pp. 58-59; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 169. LR

 

Afogar as sementes – expressão utilizada quando chove muito e em consequência da abundância das chuvas as sementes não nascem. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 151; Moraes, 1813, vol. I, p. 58. LR

 

Aforar, aforár – dar ou receber por meio de foro; tomar o foro || aforar um campo ou terras, etc.; tomar prédios rústicos ou urbanos por aforamento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p.160; Moraes, 1813, vol. I, p. 59; Dias, 2003, vol. VI, p. 37. NP

 

Afronça faço – nos requerimentos quer dizer “requerimento faço”. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. LR 

 

Afrontamento, afrontação, affrontação, afrontaçam, afrontação, affrontamento – cor rosada que o rosto adquire quando é inundado com calor desmesurado. Normalmente este calor interno sobe desde o ventre até à face || ansiedade || perturbação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 156; Moraes, 1813, vol. I, p. 56; Chernoviz, 1890, pp. 48-49; D. Duarte, 1942, p. 75. LR

 

Agalugem, agalugenlenho aloés consumido na Índia para dar bom hálito e também aconselhado para pessoas com problemas de estômago, de fígado, e para quem sofre de diarreia e pleurisia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 251, 372. CO

 

Agara – madeira da China e do Japão II madeira também conhecida como madeira de cheiro II espécie de esponja. Fontes: Dalgado, 1983, p. 19; Moraes, 1994, vol. I, p. 105. CO

 

Agárico, agarico – espécie de cogumelo que nasce nos troncos ou ramos mais grossos de uma árvore. Pode ser de dois géneros (macho ou fêmea) e tem propriedades purgativas || terra da espécie de cré fina. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 163; Moraes, 1913, vol. I, p. 62. LR

 
Agasalhar a freguesia – acolher, receber a população da freguesia que participa no velório. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 164. MD
 

Agere – casta baixa na Índia de pedreiros, carpinteiros, ferreiros, vazadores de metal ourives. Fontes: Barbosa, 1989, p. 106; Dalgado, 1983, p. 20; Moraes, 1994, vol. I, p. 107. CO

 

Aglutinar, agglutinar – fazer unir, soldar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 156; Moraes, 1813, vol. I, p. 64. LR

 

Aglutinativo, agglutinativo – unguento ou ligadura aglutinativo/a são aqueles que depois de unidas as partes de uma ferida se colocam por cima para que estas se mantenham juntas. Alguns exemplos de aglutinativos são o diaquilão gomado ou o tafetá. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 166; Moraes, 1813, vol. I, p. 64; Chernoviz, 1890, p. 54. LR

 

Agomia, agomía, agumia – faca curta utilizada pelos mouros, que é torta para dentro a modo de foice; faca de fouce || vaso de boca larga, sem bico, constituído por duas asas; gomil. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 177, 193; Moraes, 1813, vol. I, p. 66; Dias, 2003, vol. VI, p. 40. NP 

 

Agraço – uva verde; uva que ainda não está madura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 180; Moraes, 1813, vol. I, p. 67. LR

 

Água cardíaca – água com propriedades benéficas para o coração; resulta da fervura de borragem, cardo bento ou escabiosa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água cefálica, agoa cephalica – água com propriedades benéficas para o cérebro, normalmente confeccionada através da fervura de alecrim, manjerona ou salva. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água de açucenas, de clara de ovo ou de mel – água utilizada não só para tirar nódoas como também para atenuar as rugas do rosto. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água estíptica, agoa styptica – água que tem o poder de estancar o sangue. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 75. LR

 

Água hepática – água com propriedades benéficas para o fígado, resultante da fervura de chicória, beldroega ou rosas brancas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água medicinal – água à qual se adiciona alguma substância para fazer mezinhas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 172. LR

 

Água nefrítica, nephritica – água que serve para os rins; normalmente resulta da fervura de rabo, malva ou pepino. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água oftálmica, agoa ophtalmica – resultante da fervura em água de arruda, tanchagem, funcho ou eufrásia. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água rosada – água olorosa proveniente das pétalas das rosas. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 41; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 169. NP e LR

 

Água seca, ágoa secca – salitre. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 175. LR

 

Água splenitica – água com propriedades benéficas para o baço, preparada através da fervura de tamargueira, flor de giesta ou orégão do mato. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Água torácica, agoa thoracica – o mesmo que água peitoral, isto é, com benefícios para o peito. Esta água é normalmente obtida através da fervura de violetas, unha de cavalo (erva) ou urtigas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 171. LR

 

Aguadeira, agoadeira – mulher que vendia água a particulares ou que a levava às casas || as penas maiores de uma ave de rapina. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 499; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 176. LR

 

Aguadeiro, agoadeiro – masculino de aguadeira. Aquele que distribuía água pelos trabalhadores ou pelas casas || aquilo que é indicado para água || vento do Sul || indivíduo que faz entrar a água do mar nas marinhas de sal || qualquer coisa que serve para resguardar da chuva || capa ou capote || linho aguadeiro é aquele que está para curtir. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 499; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 176. LR

 

Aguagem, agoagem, agúagem – nome que davam os mareantes ao movimento das águas que corriam de uma parte a outra; corrente no mar alto ou junto às costas || massa de água que corre arrebatadamente por ocasião das enchentes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p.176; Moraes, 1813, vol. I, p. 70; Dias, 2003, vol. VI, p. 41. NP

 

Águas vertentes, água verrentes, agoas verrentes, agoas vertentes – água que desce pelos montes em tempo de chuva. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 175; Moraes, 1949, vol. I, p. 508. LR

 

Agueiro, aguèiro, augueiro, auguèiro, agoeiro, agueira – vala por onde corre a água das chuvas; valeta que se cava para nela correr as águas das estradas dos Concelhos || água para rega || cano onde escorre a água dos telhados || indivíduo encarregado de guardar a água dos regos. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 511; 1813, vol. I, p. 232; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 671. LR

 

Aguestia, ageustia – perda ou enfraquecimento do paladar. Fonte: Chernoviz, 1890, pp. 53-54. LR

 

Aguiarrado – esburacado, esfarrapado; golpeado, aberto, danificado. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 42. NP

 

Aguieiro, aguièiro – em carpintaria é a armação de madeira || peça de madeira grossa, proveniente do castanheiro, com 4,95 metros de comprimento || traves de madeira que formam o esqueleto para posterior colocação do telhado. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 513; 1813, vol. I, p. 72; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 190. LR

 

Águila - pau cheiroso de uma espécie de loureiro da Conchichina, apreciado e usado como incenso || árvore das regiões tropicais da Índia e Sueste Asiático || da família das timeleáceas, de madeira resinosa e aromática || usada como pau de incenso || também chamada de pau-de-águila. Fontes: Dalgado, 1983, p. 17; Trindade, 1963, vol. II, p. 377; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 114. CO

 

Aguilhada, agilhada, aguilháda – vara dotada de ferro agudo na ponta com o qual se picam os bois. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 191; Moraes, 1813, vol. I, pp. 65, 72; Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Agulha de marear – bússola de declinação com um traço de referência (linha de fé) que indica a direcção da proa do navio, pela correspondência na rosa dos ventos. A agulha encontra-se num morteiro cilíndrico em suspensão Cardano numa caixa montada num suporte. A linha de fé consiste num traço vertical na superfície cilíndrica interna do morteiro, do lado de vante, na direcção diametral paralela à quilha do navio. Fontes: Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. I, p. 70; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, p. 672. AR 

Agulha, agúlha – instrumento delgado de aço no qual se enfiam linhas para coser || lâmina de aço magnético que gira sobre um fulcro || agulha de marear, bússola. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 191-192; Moraes, 1813, vol. I, pp. 72-73; Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Agulheira, agolheira, agulhéira – uma espécie de planta ou erva; almiscareira || linha de pesca com apenas um anzol || rede de pequenas dimensões para a pesca de agulhas. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 518; 1813, vol. I, p. 73. LR

 

Agulheiro, agulheiro, agulheteiro - estojo para guardar agulhas || pessoa que faz agulhas || orifício na parede onde se insere um barrote que sustenta o andaime || fresta; buraco estreito e profundo na parede de uma casa || casa pequena || na terminologia náutica quer dizer a abertura circular no convés por onde se introduz o carvão. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 518; 1813, vol. I, p. 73; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 193. LR

Agulheiros – buracos por onde sai a água dos tanques ou chafarizes || orifícios para o escoamento de água. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 518; 1813, vol. I, p. 73. LR

 

Agulheta, agúlheta – remate de metal colocado na extremidade de um cordão que serve de ornamento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 193; Moraes, 1813, vol. I, p. 73; Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP 

 

Ai Manulin – jogo do paulito ou bilharda em Timor || jogo de tempo seco jogado por crianças de dez aos quinze anos geralmente distribuídas por equipas de três membros. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 3. CO

 

Aijulata – peça de pano com que se envolvem os índios e as índias. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 119. CO

 

Aipim, aipi, macaxeira - mandioca doce, do tupi ayi-pii || planta brasileira da família das euforbiáceas. Planta usada para produzir farinha alimentar, vinho, álcool. Casta de mandioca assada. Fontes: Cunha, 1966, p. 146; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 116. CO

 

Aipo, âipo – planta da família das apiáceas da qual existem quatro (segundo Bluteau) ou cinco (segundo Moraes) espécies; tem propriedades diuréticas e expectorantes || peça horizontal da charrua onde se prendem as restantes peças da armação || o mesmo que apo || usado para ornamentar a cabeça dos antigos. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 524; 1813, vol. I, p. 73; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 196. LR

 

Aiveca – peça de pau, que de um lado e de outro da ponta do arado, vai abrindo mais o rego pelo alto, afastando a terra, para a cama do rego ficar limpa. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p.74. RF

Ajuda, ajvda, ajúda – acto de ajudar; socorro, auxílio || o mesmo que clister; líquido medicamentoso que servia para ajudar a desobstruir a região do ventre; servia para amolecer e facilitar a saída das fezes, para aliviar dores ou matar as bichas dos intestinos || peça que sustenta outra || adição de cana-de-açúcar ao caldo || rédeas || ajudante. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 530; 1813, vol. I, p. 74; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 197; Chernoviz, 1890, p. 85. LR 

 

Ajudador, ajudadòr – apoiante, aquele que toma partido por alguém, o que dá suporte, aquele que auxilia || ajudador de delito: cúmplice. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 74; Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Ajudengado – de acordo com o costume dos judeus, que apresenta modos de judaísmo, condizente ao feitio judeu. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Alaa – ali, lá, além, nessa parte, nesse lugar, acolá. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Alamar, alâmar, alamár – enfeite de vestuário || linha de pesca || galões de lã, seda ou fio metálico, que servem para guarnição; cordão metálico, de ouro ou prata, que guarnece, à frente, uma peça de vestuário, de um lado ao outro da abotoadura || cordão ou trança macho-fêmea para abotoar a capa || significa a casa em que se mete o botão do alamar || obra de passamanaria com que se apertam e adornam algumas peças de vestuário. Palavra de origem hebraica cuja raiz é a palavra Alam, que significa atar || obra de requife de lã, seda ou fio metálico trançado ou torcido; espécie de firmal com que se adornam ou apertam os vestidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 205; Moraes, 1813, vol. I, p. 77; Dias, 2003, vol. VI, pp. 43-44. RF e NP

 

Alambel, alambél, alambel, alambèl, lambel, alâmel, lamel – pano de lã grosso, frequentemente listado de várias cores que serve para cobrir mesas, bancos ou outros móveis || lençaria de pano listado || banda, tira, faixa. Fontes: Rego, 1991-2000, vol. I, p. 55; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 121; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 205, vol. V, p. 26; Costa, 2004, pp. 138, 150; Moraes, 1980, vol. I, p. 125, vol. III, pp. 330-331; Nimer, 2005, p. 112. AD e CO

 

Alambre – o mesmo que âmbar; espécie de betume, grosso e resinoso || fio metálico, arame. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 205; Moraes, 1980, vol. I, p. 125. OV

 

Alaque – plinto, isto é, peça quadrangular sobre a qual assenta uma coluna ou pedestal de uma estátua || ábaco de capitel toscano. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 126; vol. IV, p. 304. AD

 

Alaqueca, laqueca, alequeca, alaqueqa, alaquequa – pedra avermelhada ou alaranjada e lustrosa do Oriente com que se fazem contas, brincos, etc.; esta pedra é apreciada pela propriedade de estancar o sangue e parar hemorragias. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 206, vol. V, p. 41; Dalgado, 1983, pp. 25-26; Moraes, 1980, vol. I, p. 126, vol. III, p. 337; Nimer, 2005, p. 137; Viterbo, 1965, vol. II, p. 359. AD

 

Alara – abano, abanico, leque com o qual o acólito enxota as moscas da cabeça ou face do celebrante. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 126; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 291. CO

 

Alazão, alazam – cor de canela mais ou menos escura || cavalo vigoroso, novo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 209-210. LR

 

Albafar, albafora, albafor, albafór – incenso, perfume; espécie de perfume extraído da raiz da junça, usado para perfumar os aposentos das casas || raiz da junça. A sua forma é parecida com avelãs ou pequenas azeitonas e é usada também para fins medicinais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 210; Machado, 1977, vol. I, p. 172; Moraes, 1980, vol. I, p. 128; Nimer, 2005, p. 208; Sousa, 1789, pp. 19-20. AD

 

Albarda – sela feita em pano com enchimento de palha usada nas bestas de carga || vestimenta de fabrico pouco cuidado e confeccionada com tecidos grosseiros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 211; Moraes, 1980, vol. I, p. 128. LR

 

Albardada – fatia de pão envolta em ovos batidos, frita e coberta de açúcar. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 124. CO

 

Albardão, albardam, bardom – sela rudimentar usada para selar as bestas e constituída apenas pelo xairel. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 212; D. Duarte, 1986, p. 19. AR

 

Albardeiro – pessoa que faz albardas || indivíduo que trabalha com imperfeição e grosseiramente. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 211-212; Moraes, 1980, vol. I, p. 128. LR

Albarela – pote cilíndrico de faiança utilizado nas farmácias. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 559. LR 

 

Albarelo – cogumelo comestível que nasce nos troncos dos castanheiros. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 559. LR

Albarrada, albarada, abbarrada – palavra de origem árabe que significa vaso de barro, louça da Índia, prata ou ouro, com ou sem asas, utilizado para refrescar a água ou como recipiente para flores. Aparece muitas vezes na decoração do couro de espaldar das cadeiras da segunda metade do século XVII, pousando sobre quadriculado em perspectiva e, por vezes, com asas em forma de animal exótico ou pássaro. Trata-se de um elemento criado com base na azulejaria portuguesa || vaso de duas asas || vaso de barro para beber || bilha; chaleira; bule || infusa, vaso de barro poroso, podendo ou não conter asas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 212; Dias, 2003, vol. VI, p. 44; Pais et al., 2001, p. 319; Silva e Calado, 2005, p. 20; Sousa, 1789, p. 16; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 26, 44. NP e AD

 

Albergaria – instituição destinada a acolher peregrinos, embora as suas funções se confudissem na Idade Média com as do hospital. IS

 

Albornoz – capa contra a chuva, com mangas e capuz de pano grosso, com a felpa para dentro. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 81. RF

 

Albumina – substância viscosa que se encontra nos animais e que constitui a maior parte da clara do ovo. A albumina líquida não tem cheiro, é transparente e se agitada fica com espuma. A albumina coagulada pelo calor e misturada com caldo, vinho ou leite é benéfica, por exemplo, no combate à disenteria || a albumina é usada aquando da aplicação de folhas de ouro e na encadernação de obras. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 88. LR

 

Alcachaz, alcaixa, alcaxa – gola || parte do costado do navio de madeira, compreendida entre as cintas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 223; Costa, 2004, p. 138; Moraes, 1980, vol. I, p. 131. AD

 

Alcachofrado – adjectivo que se usa para designar um lavor que se faz em bordados, brocados e damascos e que é mais alto do que o normal. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 215. AD 

 

Alcaçuz, alcacuz, alcasuz – leguminosa de raiz de cor amarela e de gosto adocicado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 216; Moraes, 1980, vol. I, p. 131. LR

 

Alcala, alçala, alçála – vaso para beber, fora do comum, utilizado em meios mais refinados || copo de barro pelo qual nas portarias dos conventos e mosteiros bebiam os pobres || espécie de pano de armar ou de raz || espécie de alfaia ou vestido, presente de um príncipe || castelo situado num ponto alto || fio de linha com que se cosem as redes de pesca. Fontes: Costa, 2004, p. 138; Moraes, 1980, vol. I, p. 131; 1813, vol. I, p. 85; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 227; Dias, 2003, vol. VI, p. 48. AD e NP

 

Alcalada, alcaláda – rede de cobrir os cavalos. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 82: Dias, 2003, vol. VI, p. 48. NP

 

Alcanave, alcânave – relativo ao cânhamo; diz-se de variedade de linho próxima do cânhamo. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 48; Moraes, 1980, vol. I, p. 132. RF

 

Alcancia, alcanzia, alcanzía, alcanzîa – espécie de jogo usado nas cavalhadas; jogo com bola oca, a qual era recheada com flores e cinzas || bola com pólvora, alcatrão ou qualquer outra substância inflamável que era atirada contra o inimigo || mealheiro de barro. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 574; 1813, vol. I, pp. 83-84; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 222; Salgado, 1996, p. 531. LR

 

Alcanforeiro, canforeiro, canforeira – frasco em que se trazia alcânfor (ou cânfora) para cheirar. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, p. 786; Moraes, 1980, vol. I, pp. 132, 462. AD

 

Alcaravez – tubo feito de ferro que conduz o ar do fole à forja. Fonte: Monteiro, 2001, p. 81. AR

 

Alcaravia – semente que se usa nos guisados; as sementes desta planta são usadas na farmácia por terem propriedades excitantes; a infusão destas sementes é usada aquando de cólicas flatulentas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 222; Moraes, 1813, vol. I, p. 84; Chernoviz, 1890, p. 93. LR

 

Alçaria – aldeia || casa de lavoura || espécie de plantas que nascem em terrenos arenosos, cujas folhas são semelhantes às das violetas. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 133. OV

 

Alcatifa, alquatifa pano de lã ou seda de várias cores e feitios que se utiliza para cobrir o chão ou assoalhada de uma casa || estrado || tapete. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 223; Moraes, 1980, vol. I, p.133. OV

Alcatruz, alcatrúz – vaso de barro que se ata à roda da nora e traz a água || peça de feição de alcatruz usada em colares e em obras antigas de ourivesaria. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 223; Moraes, 1813, vol. I, p. 84; Dias, 2003, vol. VI, p. 48. LR e NP

 

Alcavala, alcavalla – o mesmo que sisa || direito que se paga pela passagem de caminho não franco || imposto que se pagava por explorar uma terra || imposto comercial. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 223; Moraes, 1813, vol. I, p. 84; Conde, 1999, p. 119. LR

 

Alchas, alchaz – droga || tecido de seda grosso. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 133; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 321. CO

 

Alcobilha – diminutivo de alcova. Pequeno quarto de dormir. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 134; Silva e Calado, 2005, p. 21. AD

Alcofa - cesto de vime, esparto ou palma, redondo, largo e fundo, usado para colocar pão ou farinha || Bluteau refere que ao alcoviteiro se chama também alcofa: “alcofeiro” || berço alcochoada amovível ou portátil. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 224; Viterbo, 1965, vol. I, p. 326; Moraes, 1980, vol. I, p. 134. LR

 

Alcofinha - alcofa pequena || molusco marinho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 224; Moraes, 1980, vol. I, p. 134. LR

 

Alcorça, alcorcemassa fina de açúcar, com a qual se confeccionam os bolos e os seus enfeites como flores, ramalhetes etc. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 226; Moraes, 1980, vol. I, p. 135. OV

 

Alcorque – calçado rústico com sola de cortiça. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 135. RF

Alcova – antecâmara || aposento onde está colocado o leito || quarto de dormir. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 226; Moraes, 1980, vol. I, p.135. OV

Aldraba, aldrava, aldava, dava – peça de ferro em forma de argola que serve para bater, abrir ou fechar as portas || tranqueta || trinco || ferrolho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 229; Moraes, 1980, vol. I, p.135. OV  

 

Alecrim – arbusto aromático, de várias espécies, utilizado na culinária e na farmácia. Na medicina é usado em aplicações locais, através do cozimento das folhas e das flores deste arbusto. Os banhos de alecrim são benéficos para os inchaços das pernas e servem também para fortificar as crianças. O alecrim bravo é aconselhado contra as mordeduras de víboras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 230; Moraes, 1813, vol. I, p. 87; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 170; Chernoviz, 1890, pp. 96-97. LR

 

Aleivosia – traição || infidelidade. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 234; Moraes, 1813, vol. I, p. 88. LR

 

Aleivoso – alguém que faz mal a outrem que se considera amigo; traidor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 234; Moraes, 1813, vol. I, p. 88. LR

 

Aleja – espécie de tafetá listrado, por vezes, com mistura de algodão e mais comum no Norte da Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 31; Moraes, 1994, vol. I, p. 137. CO

 

Aléu, aleeo, aleo – vara grossa ou cajado com o qual se jogava à bola ou à choca nos finais do século XIV. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 236; Dias, 2003, vol. VI, p. 50. NP

 

Alexifármaco, alexifarmaco, alexipharmaco – o mesmo que antídoto. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 238. LR

 

Alfaça – o mesmo que alface. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 89. LR

 

Alfacava de cheiro – é usada para banhos aromáticos contra o reumatismo. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 99. LR

 

Alfageme, alfagém – barbeiro que, além do seu ofício, afiava armas brancas; fabricante e afiador de armas brancas, espadas e alfanjes; armeiro; guarnecedor de espadas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 239; Viterbo, 1965, vol. I, p. 54; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. RF

Alfâmbar, alfámar – cobertor de lã grosseira, peludo, correspondente ao actual cobertor de papa. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 54; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. RF 

 

Alfambareiro, alfanbareiro – oficial que faz cobertores de felpa || fabricante ou vendedor de alfâmbares || fadista || malandrim. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 340; Moraes, 1994, vol. I, p. 139. CO

 

Alfanes, alfanés – espécie de tecido branco e fino utilizado em roupas de cama e de vestir || espécie de cobertor. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 54; Moraes, 1980, vol. I, p.139. RF

 

Alfange, alfanje, alfanjar – espécie de espada, faca ou cutelo curto, largo e curvo como a foice mas com a superfície de corte na parte convexa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 242; Moraes, 1980, vol. I, p. 139; Nimer, 2005, p. 183; Sousa, 1789, p. 23; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 37-38. AD

 

Alfanjada – golpe de alfange. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 139; Nimer, 2005, p. 183. AD

 

Alfanjado – semelhante ao alfange. Fonte: Nimer, 2005, p. 183. AD

 

Alfanjar – dar forma de alfange. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 139. AD

 

Alfaqueque - do árabe alfakkak. Resgatador de escravos ou cativos || aquele que era encarregado de remir e propor a paz || correio || em árabe o vocábulo designa doutor da lei ou jurisconsulto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 242; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 348-349; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alfaqueque-mor - ofício constituído nas cortes de Lisboa no ano de 1459. O alfaqueque-mor tinha subordinado a si um conjunto de alfaqueques de menor posição, os quais eram enviados à mourama para fazer resgates de cristãos e mouros. Fonte: Viterbo, 1965, vol. I, p. 349. LR

 

Alfaqui - nome que os árabes davam aos seus sacerdotes, uma vez que eram pessoas versadas em direito e teologia. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, pp. 349-350; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alfaquim - nome dado em Setúbal ao peixe-galo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 26; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alfarda – vestuário feminino || contribuição paga por mouros e judeus aos cristãos. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, pp. 139-140. CO

 

Alfarém, alfarema, alfareme – espécie de véu ou touca. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 140. CO

 

Alfarroba – fruto da alfarrobeira; semelhante à fava, quando seco tem um sabor adocicado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 234; Moraes, 1813, vol. I, p. 90. LR

 

Alfarrobeira – árvore que dá alfarrobas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 243; Moraes, 1813, vol. I, p. 90; Chernoviz, 1890, p. 98. LR

 

Alfatete, alfatite – bolo doce feito com farinha, ovos, caril, cominhos e vinho || iguaria || acepipe || massa doce. Fontes: Manuppella, 1986, p. 19; Moraes, 1994, vol. I, p. 140; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 148. CO

 

Alfavaca de cobra – erva que nasce dentro ou junto a paredes velhas; também tem o nome de “pariétaria”. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 239; Chernoviz, 1890, p. 99. LR

 

Alfavaca do rio – planta cujas folhas e talo dão leite. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 239. LR

 

Alfavaca, alfabaca – a infusão desta planta é usada sobretudo aquando de constipações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 239; Moraes, 1813, vol. I, p. 90; Chernoviz, 1890, p. 98. LR

Alfeça, alfece – enxada || enxadão || picareta || instrumento rústico em algumas províncias portuguesas || safradeira || ferramenta de ferreiro || figura redonda com a altura duma mão-travessa || serve para abrir os olhos das enxadas, alviões, machados e martelos, pondo-se em cima, quando estão em brasa || instrumento consistindo em cilindro de ferro, vazado no centro, no qual se coloca a chapa em que se quer fazer a abertura ou olho, por meio de punção ou cravo que o atravessa, atingindo a parte vazada do cilindro || chapas para fazer machadas, enxadas, outros instrumentos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 24; Moraes, 1994, vol. I, p. 140; Viterbo, 1983, vol. I, p. 354; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 147. CO

 

Alféloa - massa de açúcar branco com forma de pequeno pão. Também existe alféola feita com melaço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 243; Moraes, vol. I, p. 90. CO

 

Alfenim, alphenim – doce feito de massa de açúcar e óleo de amêndoas doces a que se dá ponto especial || nas boticas era uma espécie de massa de cor branca confeccionada com açúcar e óleo de amêndoas doces, que servia contra a tosse e secura áspera. Era normalmente aplicado para aliviar o peito, limpando a garganta || indivíduo muito delicado e melindroso || pessoa franzina e frágil. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 280; Moraes, 1980, vol. I, p. 147; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 147. LR e CO

 

Alfeninar – de alfenim, efeminar || tornar frágil || tornar-se frágil ou efeminado || adornar-se. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 147. CO

 

Alferes - oficial do exército || aquele que levava a bandeira || porta-bandeira. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 244. LR

 

Alfil, alfim – peça, que, no jogo de xadrez, representava o elefante, ou seja, o actual bispo. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 147; Moraes, 1994, vol. I, p. 140. CO

Alfinete de gravata - jóia usada pelos homens de antigamente, se a sua situação económica o permitisse. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

 

Alfogaça – fogaça || oferenda. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 140. CO

 

Alfola, alfolla – vestuário precioso feito com um pano fino fabricado em Granada || espécie de cortinado antigo; pano de armar || antiga colcha mourisca. Fontes: Costa, 2004, p. 138; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, p. 910; Moraes, 1980, vol. I, p. 140; Viterbo, 1965, vol. I. p. 56. AD

Alfombra – tapete; alcatifa || tapete ou esteira para rezar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 27; Moraes, 1980, vol. I, p. 140; Nimer, 2005, p. 125; Viterbo, 1965, vol. I, p. 56. AD

 

Alfombrar – cobrir de alfombra; atapetar; alcatifar. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 141; Nimer, 2005, p. 125; Silva e Calado, 2005, p. 23; Viterbo, 1965, vol. I, p. 56. AD

Alforge – sacola de couro ou de outro material que serve para guardar alimentos, bens pessoais, dinheiro, etc. É constituído por dois sacos, quando transportado a pé, colocavam-no aos ombros, ficando uma parte no peito e outra nas costas. Quando transportado a cavalo era colocado na sela. Era muito utilizada pelos viajantes. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 246. OV

Alfrés, alfrezes, alfreces – alfaias e móveis de uma casa || peças ou enfeites de vestuário || leito, cama, colchão, esteira, tudo o que se estende no chão para servir de leito || panos ricos para armação. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 140; Nimer, 2005, p. 113; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 124; Viterbo, 1965, vol. I, p. 57. AD e RF

 

Algália – licor de almíscar de cheiro muito suave que se cria numa espécie de bolsinha nas virilhas do gato da algália, almiscareira || instrumento de cirurgião, utilizado para aplicar o caustico na cura das carnosidades, quando as candeias de cera e as tentas de chumbo ou prata não bastam. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 248; Moraes, 1980, vol. I, p. 141. RF

 

Algarafa – garrafa; garrafa para água. Fontes: Barbosa, 1989, p. 28; Moraes, 1994, vol. I, p. 141. CO 

 

Algebista, algebrista - cirurgião versado em álgebra || especialista que demonstra a virtude e habilidade de restituir ao seu lugar os ossos deslocados. Ortopedista. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 27; Moraes, 1980, vol. I, p. 142. LR

 

Algibe - cisterna que os mouros usavam para recolher água. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 142. LR

 

Algibebe, aljabebe, aljabeba, aljibeba, aljibebe – palavra que deriva do árabe aljabbeb; o que vende roupa ou vestidos usados, remendados || aljubeteira || pessoa que faz aljubetas || adeleiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 250; Moraes, 1980, vol. I, p. 142; 1949, vol. I, p. 648; 1813, vol. I, p. 93; Livro das Posturas Antigas, 1974, pp. 263-264. RF e LR

Algibeira, algibéira – espécie de saco pequeno de pano, ou bolso num vestido, onde se podem guardar coisas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 250; Moraes, 1813, vol. I, p. 93. AR 

Alguidar, alguydar – vaso de barro mais largo do que fundo que normalmente serve para se lavar alguma coisa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 251; Moraes, 1813, vol. I, p. 93. LR

Alicate – ferramenta composta por duas barras ou peças de ferro ou aço, em forma de tesoura, com pegas curvas e pontas chatas ou redondas. É usada para segurar peças metálicas, substituir fulminantes nos cartuchos, fazer balas, etc. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. I, pp. 945-946; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 256; Moraes, 1813, vol. I, p. 95. AR
 

Alimária – nome genérico para todos os animais não racionais. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 145. CO

 

Alionado, aleonado, leonado – fulvo; da cor do leão; alourado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 237, 260, vol. V, p. 81; Costa, 2004, p. 138; Moraes, 1980, vol. III, p. 352. AD e LR

 

Alivado – aliviado. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 147; Viterbo, 1965, vol. I, p. 61. AD

 

Alivamento – alívio || escoante || desembaraço. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 147; Viterbo, 1965, vol. I, p. 61. AD

 

Alivar – palavra dos séculos XIV e XV que designa o mesmo que aliviar, tirar o peso, desabafar; aligeirar. Fontes: Machado, 1977, vol. I, p. 202; Moraes, 1980, vol. I, p. 147; Viterbo, 1965, vol. I, p. 61. AD

 

Alizares – termo de pedreiro. São umas pedras compridas, em correspondência das ombreiras, da banda de dentro das portas das janelas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 239; Moraes vol. I, p. 147. RF

 

Aljarabia, aljaravia – veste ampla de mangas curtas e largas, com capucho; ainda hoje é usada em Marrocos e no Egipto, embora aqui a designar vestuário diferente. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 147. RF

Aljarazes – guizos de cães || sino || badalo. Fonte: Moraes, 1980, vol. I p. 147. OV 

Aljava – bolsa ou estojo onde se metem as setas ou furões para a caça de armadilha, que se traz pendente ou ao ombro ou na armação da sela || saca de linho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 256; Moraes, 1980, vol. I, p. 14. OV e RF

Aljofaina – bacia para lavar a cara || alguidar; escudela. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 147. OV 

 

Aljofar, aljofarar – ornar com aljôfar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 260; Moraes, 1980, vol. I, p. 147. AD

 

Aljôfar, aljofez, aljofre, algofar, aljofar, aljòvar – pérola miúda e irregular ou conjunto de pérolas miúdas e desiguais utilizadas na execução de bordados || designação que os ourives davam às pérolas mal feitas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 260; Costa, 2004, p. 138; Moraes, 1980, vol. I, p. 147; 1830, p. 97; 1813, vol. I, p. 97; Dias, 2003, vol. VI, p. 58; Viterbo, 1965, vol. I, p. 60. AD, OV e NP 

 

Aljofrado – guarnecido e ornado com muitas pérolas miúdas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 260. AD

Aljorce, aljorge, aljorxe, aljorze – na província alentejana é o mesmo que guizo || chocalho. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 147. OV 

 

Aljuba – palavra de origem árabe que representa um tipo de veste semelhante ao colete, com ou sem mangas, gibão. Fontes: Bluteau vol. II, p 261; Viterbo, 1965, vol. I, p. 62; Moraes, 1980, vol. I, p. 147. RF

 

Aljube - prisão para delinquentes em matérias eclesiásticas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 261; Moraes, 1980, vol. I, p. 147. LR

 

Aljubeiro - carcereiro do aljube. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 261; Moraes, 1980, vol. I, p. 147. LR

 

Almacega, almácega, almecega, almécega, almagega, almegega – tanque onde se recolhe a água da nora ou da chuva || espécie de uva branca || lamaçal || árvore do Brasil da família das terebintáceas || resina de arceira ou de lentisco || mástique || goma resinosa de aroeira || goma utilizada nas boticas. Esta resina era usada externamente na aplicação de óleos, unguentos ou emplastros. No Oriente as pessoas mascavam esta substância para perfumar a boca e fortalecer as gengivas. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 649; 1813, vol. I, pp. 99-100; 1980, vol. I, p. 149; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 266, 269; Chernoviz, 1890, pp. 116-117. LR e RF

 

Almadia - vocábulo derivado do árabe almadija ||pequena embarcação fluvial usada pelos canarins (Índia). As almadias eram feitas de um único pau/árvore. Muitas delas eram tão grandes que eram mesmo colocadas a navegar em alto mar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 267; Moraes, 1980, vol. I, p. 148. LR

 

Almadraque, almadrâque, almandraque – colchão grosso ou enxergão, de palha ou feno, comum nas casas pobres || colchão baixo onde dormiam os criados para estarem mais perto, quando eram chamados || manta grossa || travesseiro || almofada ou cochim antigo que servia de assento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 267; Moraes, 1994, vol. I, p. 148; Viterbo, 1965, vol. I, p. 387; Lexicoteca, 1985, vol. I, pp. 160-162. OV, RF e CO

 

Almafega, almâfega, almáfega, almáffega, almárfaga, amáfegua, almáfega – burel branco e grosseiro feito da lã de pior qualidade, a que chamam churra, eutilizado para o luto || material com que se faz sacos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 267; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 388; Moraes, 1994, vol. I, p. 148. RF e CO

 

Almafre, almófar, almófer, almofre – morrião || elmo || capacete de aço ou ferro que costumam trazer os homens vestidos de armas brancas || capacete de malha. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 148; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 389. CO

 

Almafreite, almafreixe, almofreixe – tapete || esteira || mala grande ou maletão em que se costumava levar cama nas jornadas || espécie de baú || fardo. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 148; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 389-390. RF e CO

 

Almagra, almagre, almagro – argila avermelhada usada na pintura, tinturaria e curtimento. Os serradores, carpinteiros e outros oficiais usavam-na para assinalar a parte por onde deveriam serrar ou cortar a madeira || cor de almagre || rubrica || em sentido figurativo designa sangue plebeu ou coisa de pouco valor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 268; Garcia, 1966, vol. I, p. 78; Moraes, 1980, vol. I, p. 148, vol. V, p. 55; Nimer, 2005, p. 225; Sousa, 1789, p. 55. AD

 

Almagrado – assinalado com almagra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 268; Nimer, 2005, p. 225. AD

 

Almagrar – assinalar, tingir ou pintar com almagra || marcar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 268; Moraes, 1980, vol. I, p. 148; Nimer, 2005, p. 225. AD

 

Almalafa – pano árabe || espécie de manto. Fontes: Barbosa, 1989, p. 11; Moraes, 1994, vol. I, p. 148. CO

 

Almalho, almalhe – touro || bezerro que ainda não trabalha, mas que está sujeito ao jugo. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 652; 1813, vol. I, p. 100; Viterbo, 1965, vol. I, p. 63; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 268. LR 

 

Almarraxa, almarracha, almanjarra, almaraxa, almarraxe, almaraxe – espécie de garrafa de vidro ou metal com orifícios no bojo para borrifar || vaso mourisco geralmente de vidro ou prata, que servia para borrifar || recipiente com a forma duma garrafa, com a parte superior aberta, gargalo curvado, quase em ângulo recto, terminando com crivo circular e com asa semelhante à asa dos actuais regadores || espécie de garrafa de prata ou vidro com bojo cheio de buracos || deitar água com a mão || aparelho com que se borrifa água; borrifador; regador || almotolia || hissope, aspersório. Fontes: Machado, 1977, vol I, p. 205; Moraes, 1980, vol. I, p. 149; 1994, vol. I, p. 149; Nimer, 2005, p. 223; Sousa, 1789, p. 56; Viterbo, 1965, vol. I, p. 64. AD e CO 

Almas do Purgatório – almas que segundo a crença religiosa permanecem no Purgatório (lugar de expiação das almas) até serem admitidas no céu. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXIII, p. 731. AR

 

Almaz – diamante. Fonte: Linschoten, 1998, p. 267, 372. CO

 

Almeazar – véu ou pala franjada usada nos ornamentos dos altares || manto para cobrir e ornar uma mesa || peça de roupa || toalha mourisca de linho. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 149; 1999, vol. I, p. 149. Viterbo, 1965, vol. I, p. 64. AD, RF e CO

 

Almegegar – adicionar ou colocar almacega em alguma coisa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 269. LR 

 

Almeia, almea – árvore da América Central (segundo Moraes) ou da Índia (segundo Bluteau). Bálsamo extraído dessa árvore || casca odorífera e resinosa da planta de onde se extrai o incenso || casca que nas boticas se designa timiama ou thymiama || bálsamo de estoraque || dançarina indiana ou egípcia || cantora em festas públicas. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 655; 1813, vol. I, p. 100; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 269. LR

 

Almeirão – planta semelhante à chicória || planta hortense. Na medicina é usada como tónico. As folhas do almeirão fervidas resultam numa bebida amarga que era dada às pessoas com problemas de pele. A raiz desta planta entra no xarope de chicória, composto dado às crianças com fins purgativos. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 655; 1813, vol. I, p. 101; 1980, vol. I, p. 149; Chernoviz, 1890, pp. 117-118. LR

 

Almexias – túnicas que os mouros eram obrigados a usar para que, não trajando à mourisca, se diferenciassem dos cristãos. Fonte: Viterbo, 1965, vol. I, p. 65. RF

 

Almíscar - substância aromática que o almiscareiro (animal) comporta numa bolsa que tem sob o seu ventre. O caçador, depois de morto o animal, retira-lhe da zona da bexiga uma espécie de ovo de sangue que é seco ao sol para daí se retirar uma matéria leve, de cor vermelha escura e de cheiro característico. Na medicina actua como antispasmódico e como tal o almíscar é empregue em casos de afecções nervosas, epilepsia, espasmos e histeria. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 272; Moraes, 1980, vol. I, p. 149; Chernoviz, 1890, p. 118. LR

 

Almiscarado, almisclado, almiscrado - coisa onde se coloca almíscar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 272; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 172. LR

 

Almiscareira - erva e folhas recortadas, cujas flores apresentam cinco folhas de cor púrpura que dão frutos. Dela é feita uma pasta medicamentosa que resolve e dissolve o sangue coalhado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 272; Moraes, 1980, vol. I, p. 149. LR

 

Almiscareiro - animal da Ásia, da família dos ruminantes que tem sobre o ventre uma bolsa da qual é extraído o almíscar. Animal que vivia nos reinos de Boutão, Tunquin e de outras partes da Ásia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 267; Moraes, 1980, vol. I, p. 149. LR

 

Almoçavar, almocovar, almocóvar, almocovâr – cemitério judeu ou mourisco sito fora das povoações. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 658; 1813, vol. I, p. 102; Viterbo, 1965, vol. I, p. 65; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 273; Salgado, 1996, p. 531. LR

 

Almoço – refeição que se tomava pela manhã. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 273. LR

 

Almofaça, almoface, almofáça, almofase - instrumento atravessado por pedaços de ferros dentados e outros lisos com que se limpam os animais || escova de ferro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 273-274; Moraes, 1980, vol. I, p. 150; 1813, vol. I, p. 102; Dias, 2003, vol. VI, p. 63. LR e NP

 

Almofaçar, almofáçar – limpar com a almofaça os animais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 274; Moraes, 1813, vol. I, p. 102; Dias, 2003, vol. VI, p. 63. NP

 

Almofala, almoçala, almocela – tapete; tapete ou esteira sobre a qual se ajoelham para rezar || cobertor ou manta de cama || capuz. Fontes: Machado, 1977, vol. I, p. 208; Moraes, 1980, vol. I, p. 150; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. II, p. 93. AD

Almofariz - palavra derivada do árabe almiharas ||  vaso de metal, pedra ou madeira em que se pisa, machuca ou tritura alguma coisa com o auxílio de um pilão. O almofariz e pilão de ferro são utilizados quando se trituram cascas, talos lenhosos ou raízes; o almofariz de mármore quando se pretende reduzir a pó substâncias como o açúcar e neste caso o pilão é de madeira; o almofariz de ágata quando são substâncias muito duras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 274; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 349-350; Moraes, 1980, vol. I, p. 150; Chernoviz, 1890, pp. 118-119. LR e OV 

Almofate – ferro usado pelos correeiros para fazer pequenos buracos por onde passam as fivelas. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 102. LR 

 

Almofia - palavra de origem árabe almokhia || vaso de grande dimensão, normalmente executado em barro vidrado ou estanho; assemelha-se a uma tigela de pequena profundidade mas de fundo largo que servia principalmente para lavar as mãos || alguidar, tigela de barro vidrado || o mesmo que altamia || prato grande de barro envernizado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 274; Viterbo, 1965, vol. I, p. 412; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR e OV 

 

Almofreixe, almofrexe – mala grande || baú sobre o qual se dispunham as camas aquando das viagens || saco de pano ou de couro no qual se levava a cama. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 274; Viterbo, 1965, vol. I, p. 413; Moraes, 1980, vol. I, p. 150. LR

 

Almoinha, almuínha, almoïnha, almaínha, almuinha - quintal cercado, fazenda. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, pp. 100, 102,103; Dias, 2003, vol. VI, p. 63. NP

 

Almoinia – casal, herdade, horta, prédio urbano, campo que se rega. Fonte: Conde, 1999, p. 119. LR

 

Almôndega, albondega, almóndega – bola de carne picada. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 102; Dias, 2003, vol. VI, p. 45. NP

 

Almorreimas – o mesmo que hemorróidas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 275-276; Moraes, 1813, vol. I, 102; Chernoviz, 1890, p. 119. LR

Almotolia, almotaria, almotoiga - vaso de forma cónica, de lata ou de alumínio que serve para guardar o azeite que se coloca nas candeias ou para transportar azeite ou petróleo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 276; Moraes, 1994, vol. I, p. 150; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 392. LR e CO

 

Almoxarifado área de jurisdição de um almoxarife para efeito de cobrança dos direitos reais de vários géneros, almoxarifado dos vinhos, dos azeites, etc. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 276; Moraes, 1980, vol. I, p. 150. OV

 

Almucela, almocela, almuzala, almuzela – cobertor leve feito de tecidos caros como seda e púrpura || cobertor ou manta de cama. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 66; Moraes, 1980, vol. I, p. 150. RF

Almude - antiga medida de cereais ou líquidos que equivale a 12 canadas ou 48 quartilhos. No sistema métrico decimal um almude corresponde a 25 litros. O uso de almudes para medir sólidos e líquidos tem uma longa história em Portugal, sendo documentado desde a segunda metade do século XI. Viterbo afirma que para a medição do vinho era mais frequentemente utilizado o almude que o alqueire, assim como acontecia com o vinagre. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 276; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 420-422; Moraes, 1980, vol. I, p. 150. LR

 

Alodial – terreno livre de encargos ou direitos senhoriais. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 2, p. 103. MD

 

Aloé, aloe, aloes – o mesmo que azebre ou erva-babosa. Planta que, quando ingerida, excita o apetite, tonifica o tubo digestivo, purga a cólera e a pituita, activa a secreção do fígado; quando é aplicada exteriormente seca e consolida as chagas || eira onde se debulha o trigo || antiga festa grega onde os lavradores celebravam em honra dos deuses Ceres e de Baco, depois da colheita do vinho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 277, Suplemento I, p. 31; Chernoviz, 1890, p. 119. LR

 

Alopecia, alopécia – queda de cabelo, doença que faz cair o cabelo; calvície. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 104; Chernoviz, 1890, p. 119. LR

 

Alparavaz – pano que oculta o vão do leito por baixo do colchão ou a aba da esteira que cobre a extremidade do estrado || sanefa que guarnece o dossel || franja. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 278-279; Moraes, 1980, vol. I, p. 153; Pais et al., 2001, p. 319; Viterbo, 1965, vol. I, p. 68. AD 

Alparca, alparcata, alpargata, alpercata, avarca, alpergata – espécie de calçado rústico; sola de sapato com tiras de couro, ou esparto, em lugar de pala, de que usam os religiosos de São Francisco || sandália de fazenda, geralmente com sola trançada de cordão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 279; Moraes, 1980, vol. I, p. 153; Sousa, 1789, p. 64; Viterbo, 1983, vol. I, p. 548; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 169. RF, AD e CO

 

Alpargateiro – vendedor ou artesão de alpargatas. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 169. CO

 

Alpe – travesseiro; almofada || pasto de gado || lugar elevado. Fonte: Moraes, 1999, vol. I, p. 149. CO

Alpendre, alpendurada, apendrada, alpendura - palavra usada desde o séc. XVI. Coberto, galilé, pórtico || espécie de tecto sustentado e erguido sobre colunas ou pilares. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 153; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 429. CO

 

Alpisto, apisto – substância de carne espremida que se dá ao doente quando não é capaz de mastigar. Normalmente é feito com carne de galinha. Alimento líquido dado aos doentes. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 673; 1813, vol. I, p. 153; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 281, 427. LR

 

Alporcas, escrófulas, escrophulas – doença que tem este nome por ser frequente nos porcos. Tumor em todas ou em algumas glândulas (garganta, virilhas, axilas, peito e, por vezes, mesentério). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 281; Chernoviz, 1890, pp. 1017-1018. LR

Alqueire - medida de grãos ou cereais; corresponde, actual e sensivelmente, a 13 litros e à sexagésima parte de um moio. Antiga medida para líquidos que corresponde a seis canadas, isto é, 8 litros actuais. Também se pode chamar de “rasa”. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire abraçado, alqueire arrasado - alqueire sobre o qual se coloca por cima um pau, uma tábua, o braço ou o cotovelo, para se arrasar o alqueire; aquele no qual se passa o braço ou um pau para tirar o excesso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 70, 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire acogulado – alqueire cujo conteúdo excede a medida, isto é, acima das suas bordas. Fonte: Viterbo, 1865, vol. I, p. 70. LR

 

Alqueire cheio pequenino - aquele que levava um alqueire e um celamim (décima sexta parte de um alqueire) do alqueire maior. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire de azeite – o mesmo que seis canadas. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 675. LR

 

Alqueire de braço curvado - aquele que se arrasava com o cotovelo e que devido à não uniformidade do próprio braço ficava com menos pão do que aquele que era suposto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire de catorze, quinze ou dezasseis alqueires - chamava-se o quarteiro, isto é, a quarta parte do moio à qual correspondiam 56, 60 ou 64 alqueires consoante as regiões. Fonte: Viterbo, 1865, vol. I, p. 70. LR

 

Alqueire de mão posta - medido entre o acogulado e o arrasado que se chamava abraçado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire de passa – oito arráteis e quatro alqueires; fazem uma arroba. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. LR

 

Alqueire de quinze alqueires - quarteiro por onde se devia pagar a jugada, equivalendo a quinze alqueires em algumas zonas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueire sem braço – aquele no qual não se passava o braço para rasar a medida. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 675. LR

 

Alqueire sem braço posto e sem tábua - o mesmo que alqueire acogulado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alqueirinho pequenino - alqueire que apenas ia até ao meio e levava um celamim escasso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 282; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 431-435; Moraes, 1980, vol. I, p. 139. LR

 

Alquiar, alquilar – alugar || termo utilizado sobretudo quando se refere ao aluguer de bestas ou de carros de transporte || pagamento de uma renda. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 676; 1813, vol. I, p. 105; Viterbo, 1965, vol. I, p. 70; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 283. LR

 

Alquice, alquicé, alquicel, alquicer – tipo de veste mourisca, espécie de capa, palavra derivada do arábico Quefeye, que significa o mesmo que cobrir, ou vestir || enxerga || manta de viagem || cobrejão de lã branca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 282-283; Viterbo, 1965, vol. I, p. 70; Moraes, 1980, vol. I, p. 154. RF

 

Alquitira, alcatira - simultaneamente planta e goma medicinal, à qual os boticários chamavam de Dragantum gummi. Goma branca que se extrai de astrágalos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 284; Moraes, 1980, vol. I, p. 133. LR

 

Alquorque, lcorque – calçado curto de carácter mais rústico. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 135. RF

 

Altamia, altamoa, altemia - palavra antiga para taça || o mesmo que almofia || vaso ou tigela vidrada || pequeno vaso || pode também designar um prato grande ou um prato de cozinha feito em barro || arte da caça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 285; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 436; Moraes, 1994, vol. I, p. 155. LR e CO

 

Altar – construção, fixa ou móvel, sobre a qual se celebra o sacrifício da missa. Pode ter designações diferentes consoante a colocação, função litúrgica específica, ou morfologia. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 20. AR

Altar portátil – caixa em forma de cofre, mala de viagem ou arca, que se abre e transforma num altar, usada pelo presbítero para celebrações fora da igreja. No seu interior tem uma pedra de ara e compartimentos para guardar objectos necessários à celebração da missa. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 20. AR

 

Altibaixos, altibáixos, altibaxos – desigualdade de um pavimento não plano || defeitos; imperfeições. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 107; Bluteau, 1912-1928, vol. I, p. 289. LR

 

Altirna – espécie de vestuário sacerdotal usado no Oriente || capa que os religiosos budistas traçam ou sobraçam || veste religiosa composta por veste inferior cingida da cintura para baixo e veste superior, que é uma espécie de toga ou cabaia, e que pode ser substituída por chaile leve, devido ao calor. Fontes: Dalgado, 1983, p. 36; Moraes, 1994, vol. I, p. 156. CO

 

Alúmen, alumen – o mesmo que pedra-ume. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 109; Chernoviz, 1890, p. 121. LR

 

Alumiador – indivíduo que lança o cavalo à égua. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 309. LR

 

Alumiamento – claridade || iluminação do espírito || dar vista a um cego. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 158; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 436. CO 

 

Alumiar, alomear – dar à luz, nascimento || acção de incendiar os letreiros de pedraria para as letras ficarem negras || iluminar, inspirar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 309; Moraes, 1813, vol. I, pp. 109-110; D. Duarte, 1942, p. 190. LR

 

Aluz - espécie de pele ou tecido antigo, espesso e felpudo, empregado para vestuário ou ornato. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 158; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 437. CO

Alva – vestidura sacerdotal de pano de linho branco que chega aos pés, usada por baixo da casula. A alva simboliza a vestia que vestiram a Cristo na casa de Heródes. || (antig.), vestidura comprida de pano branco que levavam os condenados a pena última, quando caminhavam para o lugar de execução || aurora || vila da região da Beira, nas proximidades de Viseu. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 304; Moraes, 1980, vol. I, p. 157; Calado, 2005, p. 25.OV e AD 

 

Alva de cão, allva de cao – nome que se dava no século XVII e XVIII ao excremento de cão, seco e reduzido a pó e misturado com outros ingredientes para fazer uma composição medicamentosa com benefícios para, por exemplo, fleima na garganta e que antigamente se dava aos doentes bexiguentos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 301; Moraes, 1813, vol. I, p. 110; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 172. LR

 

Alvadio – cor entre branco e preto; cinzento. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 157. OV

 

Alvaiade, alvayade - palavra derivada do árabe || carbonato de chumbo de cor amarela ou branca, dissolvido pelo vapor do vinagre. Trata-se de uma matéria pesada e fria usada por pintores e mulheres que se maquilhavam. Segundo Bluteau o melhor alvaiade é aquele que depois de moído na pedra é seco. Atribuía-se-lhe propriedades singulares por se apresentar como uma matéria refrigerante, redimindo a carne supérflua. As mulheres que o usavam tinham, segundo o mesmo autor, consequências imediatas como o apodrecimento dos dentes, o surgimento antecipado de rugas e achaques. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 306; Moraes, 1980, vol. I, p. 159. LR

 

Alvazil, alvazir, alvasir, alvacir, alvacil, aguazil, guazil – governador dos árabes ou persas; ministro do estado árabe que conseguiu algum tipo de mercê || oficial da administração ou justiça II juiz dedicado a causas de primeira instância || homem de diligências || oficial do Concelho. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, pp. 509, 703; 1813, vol. I, p. 111; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 71-72. LR

 

Alveci, alvecim, alveice, alveici, alveicim – certo tipo de seda branca e muito fina. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 159; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 440. CO

 

Alveitar – pesquisar || acção de alveitaria sem conhecimentos de veterinária || em sentido figurativo corresponde ao médico ignorante || curandeiro || ferrador, médico ou qualquer indivíduo que trata das bestas doentes sem possuir diploma para tal || pessoa que sabe pensar as bestas || indivíduo que só cura cavalos. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 703; 1813, vol. I, p. 111; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 307. LR

 

Alveitaria – acção de curar as enfermidades dos animais, nomeadamente das bestas. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 703; 1813, vol. I, p. 111; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 307. LR

Alvião – espécie de enxada, mas com duas extremidades, uma das quais pontiaguda como a das picaretas || instrumento de ferro para arrancar a pedra ou cavar a terra. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 160. OV 

 

Alvidrar – avaliar, estimar || acto de escolher um juiz para encerrar uma demanda. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 705; 1813, vol. I, p. 111; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 308; Viterbo, 1965, vol. I, p. 72. LR

 

Alvidro – juiz eleito por ambas as partes para terminar uma contenda. Fonte: Viterbo, 1965, vol. I, p. 72. LR

 

Alvitana, albitana – forro de vestuário || rede mais larga que serve no tresmalho || cerca com que os jardineiros protegem e resguardam as plantas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 34; Moraes, vol. I, p. 129. RF

Ama de leite – antes do biberão, quando o leite materno não estava disponível, a única solução para amamentar uma criança recém-nascida era contratar uma ama, ou seja, uma mulher que tivesse dado à luz há pouco tempo e pudesse dispor do seu próprio leite. Muitas vezes as mães não amamentavam por considerações de ordem estética (salvaguardar o bom estado dos seios) ou reprodutiva (ficavam imediatamente disponíveis para conceber nova criança). Nas realezas europeias medievais e modernas, não houve praticamente crianças amamentadas pelas suas próprias mães, mas o hábito foi comum a grupos aristocráticos ou mercantis. A prática difundiu-se ao longo de todo o século XVIII, alargando-se às camadas do artesanato urbano, e generalizando-se até às crianças mais desprovidas, como era o caso dos expostos ou enjeitados. Só depois do início da primeira guerra mundial, em 1914, é que as amas de leite desapareceram, sendo substituídas por leite artificial, ou biberões com tetinas esterilizadas. Na imagem, uma caricatura de Rafael Bordalo Pinheiro de finais do século XIX/princípios do século XX. IS

 

Âmagos – lavores que se faziam na prata. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981,vol. II, p. 256; Moraes, 1980, vol. I, p. 162. AD

 

Amal – condutor de palanquim || carregador. Fontes: Dalgado, 1983, p. 38; Moraes, 1994, vol. I, p. 162. CO

 

Amalrotar, marlotar – acto de apertar um papel da mão e enchê-lo de rugas. Tocar muitas vezes com as mãos, enrugar com as mãos Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 337. RF

 

Amaranto, amarantho – também chamada flor veludo; flor de cor roxa clara que nasce semelhante a uma espiga. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 319; Moraes, 1813, vol. I, 115. LR

 

Amarrotado, amarlotado – enrugado || enxovalhado. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 165. RF

 

Amaurose, amaurosis – o mesmo que gota serena, isto é, perda completa ou quase completa da visão. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 130. LR

 

Ambaçabete – casa de leões na Etiópia. Fonte: Álvares, 1989, vol. I, p. 65. CO 

 

Âmbar, ambar, ambre – distingue-se o “âmbar cinzento”, concreção formada no aparelho digestivo dos cachalotes, e o âmbar amarelo, resina fóssil de um amarelo translúcido que se encontra em abundância nas margens do Báltico. O âmbar amarelo, que se deixa talhar e polir como o marfim, é utilizado para a pequena escultura, objectos de ornamento e no fabrico de rosários ou contas. As duas substâncias foram usadas para fins medicinais e o âmbar cinzento também para perfumes. O âmbar é uma resina viscosa, castanha ou amarelada, segregada pelas coníferas e depois fossilizada, pode conter coisas como insectos, folhas, etc., que ficam presas na sua resina pegajosa antes que ela se solidifique || cheiro suave. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 324-325, 328; Chernoviz, 1890, pp. 132-133; Moraes, 1980, vol. I, pp. 167-168; Silva e Calado, 2005, p. 26; Wicki e Gomes, 1948-1988, vol. XI, p. 158. AD, OV e CO

 

Ambarés, ambaló – árvore oriunda do Norte da Índia, de folha caduca, flores brancas, comestível, mas de sabor agridoce. Fonte: Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, 1980, vol. I, p. 1654. AR

 

Ambil, amelim – papas de farinha de um legume chamado nachinim, cozidas em água, azedas, e consumidas pelos pobres. Fontes: Dalgado, 1983, p. 41; Moraes, 1994, vol. I, p. 168. CO

 

Ambrador – aquele que em tempos antigos ensinava as mulas a andar. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 69. NP 

 

Ambreado – perfumado com âmbar. Fonte: Nimer, 2005, p. 277. AD

 

Ambrear – aromatizar, perfumar com âmbar || dar a cor do âmbar. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, p. 168; Nimer, 2005, p. 277. AD

 

Ambreta – planta da Índia muito utilizada na perfumaria quando reduzida a pó || flor cujo cheiro é semelhante ao do âmbar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 38; Moraes, 1813, vol. I, p. 118; Chernoviz, 1890, p. 132. LR

 

Ambude – o mesmo que ferrolho. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 118. LR

Ambula – vaso pequeno de vidro ou de cristal. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 329. LG

 

Ameixa passada – ameixa seca; fruto com propriedades laxativas. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 133. LR

 

Amenorreia, amenorrhea – supressão invulgar da menstruação, falta de menstruação. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 137. LR

 

Amenta, emmenta – salário dado aos padres para encomendar as almas de alguns defuntos particulares a Deus || cântico que serve para esconjurar os lobos. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 171; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 449; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 194. CO

 

Amito, amicto, amícto, amíto – veste litúrgica que consiste num pano branco que o sacerdote põe em redor dos ombros, por baixo da alva. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 336, 340; Machado, 1977, vol. I, p. 232; Moraes, 1980; 1813, vol. I, pp. 121-122, vol. I, pp. 172, 174; Dias, 2003, vol. VI, p. 69. AD e NP

 

Amolar – afiar ou adelgaçar algo numa pedra de amolar. Afiar, aguçar || enganar || aborrecer || fazer recuar || reparar pipas ou tonéis. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, pp. 778-779; 1813, vol. I, p. 123; Viterbo, 1965, vol. I, p. 75; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 344. LR

 

Amomo – planta inter-tropical, cujas sementes se usam na medicina || perfume que se extrai dessas plantas || planta da família do cardamomo. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 781; 1813, vol. I, p. 124. LR

 

Amoníaco, ammoníaco, armoniaco, hammoniaco, amoníaco – goma aromática que era usada como remédio para as indisposições “frias” do cérebro e das partes nervosas. Era usada na confecção de emplastros porque abrandava e resolvia os inchaços e zonas duras. Nas boticas era costume fazê-lo numa espécie de massa, à semelhança do pez. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 342; Moraes, 1813, vol. I, p. 122; Chernoviz, 1890, pp. 137-139; Roque, 1979, p. 156. LR

Ampulheta, ampolheta – espécie de relógio composto por dois vasos de vidro afunilados que se comunicam nos vértices através de um pequeno orifício; o tempo é medido através do esvaziamento de cada um dos vasos. Fonte: Bluteau, 1720, vol. I, p. 355; Moraes, 1994, vol. I, p. 180. OV

 

Ana, anna – medida de comprimento que equivale, segundo Bluteau, a dois braços abertos. No Norte de Portugal a anna era a medida que os mercadores usavam para dimensionar os panos de linho, lã e seda. Bluteau oferece algumas das conversões das annas do Norte da Europa para as varas nacionais. Assim duas annas de Hamburgo equivaliam a uma vara portuguesa, duas annas de Amesterdão a cinco varas nacionais e uma anna de Londres o mesmo que um côvado e dois terços || em botica o vocábulo anna corresponde ao peso ou à medida que tem “cada uma das partes iguais”. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 357. LR

 

Anacardo, anacárdio, anacárdo – árvore que produz o anacárdio || fruto do anacárdio, que tem uma cor negra e forma achatada. A sua semente dá um óleo cáustico. Os Portugueses deram-lhe o nome de Fava de Malaca. Fruto com aspecto semelhante ao coração de um pássaro, com interior encarnado e que se usa para corroborar os nervos e/ou queimar o sangue. Muitos autores tendem a considerá-lo veneno || o mesmo que noz de acaju. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 805; 1813, vol. I, p. 127; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 358. LR

 

Anacoreta, anachorèta, anacorèta – pessoa que vive num ermo entregue à vida contemplativa; solitário. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 128; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 258. RF

 

Anafaia, anafaya – trata-se de uma teia de seda grossa. Corresponde à primeira seda que o sirgo ou bicho-da-seda tece, antes da formação do casulo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 359; Costa, 2004, p. 139; Moraes, 1980, vol. I, p. 183. AD

 

Anáfega, anafega, nafega – o mesmo que açofeifa. Árvore semelhante à ameixeira, cujos frutos são chamados de maçãs de anáfega e têm propriedades peitoris e aperitivas; usada muitas vezes em tisanas; abranda a acrimónia dos “humores” e provoca salivação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 233; Moraes, 1813, vol. I, p. 128; Chernoviz, 1890, pp. 237-238. LR

 

Anagaça, anagáça, anegaça, negaça, negáça – isca que se mostra às aves a fim de as caçar ou o pássaro que serve de isco para que se apanhem outros da mesma espécie. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 371, vol. V, p. 698; Moraes, 1813, vol. I, pp. 128, 133; vol. 2, p. 338; Dias, 2003, vol. VI, p. 70. NP

 

Anágoa – saia de lenço que se coloca pela camisa || vestidura de pano de linho que as mulheres usam sobre a camisa | | saiote fino. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 359; Moraes, 1813, vol. I, p. 128; Vasconcelos, 1942, vol. III, p. 470. OV 

 

Anasarca, anazarca – inchação de todo o corpo, especialmente da cabeça, pernas e braços. Também se chama hidropisia do tecido muscular. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 361; Moraes, 1813, vol. I, p. 129; Chernoviz, 1890, pp. 151-153. LR

Anchão – boião pequeno || compoteira. Fontes: Dalgado, 1983, p. 50; Moraes, 1994, vol. I, p. 188. CO

 

Ancho – largo || gordo || vaidoso. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 829; 1813, vol. I, p. 130. LR

 

Anchura – largura || vaidade. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 829; 1813, vol. I, p. 130; Viterbo, 1965, vol. I, p. 79. LR

Ancinho, ancínho – instrumento rústico constituído por duas peças: pente e cabo. O pente é composto por uma travessa de madeira, com os quatro lados paralelos e com o lado inferior cortado, onde se encontram os buracos para fixar os dentes, que podem ser de pau ou ferro. Na parte superior tem um olho para encaixar o cabo comprido de madeira. Serve para juntar palha ou feno, alisar e limpar a terra e espalhar estrume nos campos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 365; Moraes, 1813, vol. I, p. 130; Oliveira, 1976, pp. 277-278. AR 

Âncora, áncora, ancora – instrumento náutico, constituído por uma haste de ferro com olho, uma argola numa das extremidades e, na outra, uma travessa curvada do mesmo metal que termina em duas pontas de lança, ou de serra, as quais se prendem ao fundo aquático para segurar os navios. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 130; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 365. RF 

 

Andaiem – casa de um só andar. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 473. CO

Andas – liteira || palanquim, charola, andor || espécie de leito portátil colocado sobre varais em que homens ou animais levavam defuntos a enterrar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 369; Moraes, 1980, vol. I, p. 191; Viterbo, 1965, vol. I, p. 105. AD  

 

Andilhas – armação sobre albarda, onde se assentam as mulheres que vão a cavalo || espécie de sela com correias justaposta sobre 4 paus que se coloca em cima da sobre a albarda dos animais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 369; Moraes, 1813, vol. I, p. 132, 1980, vol. I, p. 191. OV e AD

Andor – espécie de andas, liteira ou leito de madeira que é levado aos ombros por quatro homens || charola, trono ou padiola portátil e ornamentada sobre a qual se conduzem imagens nas procissões. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 369-370; Moraes, 1980, vol. I, p. 191; Sousa, 1789, p. 64. AD 

 

Andruboia – jogo da cabra cega em Goa. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 3. CO

 

Anete – termo de navio, que designa a argola do pau atravessado, a que está pregada a âncora. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 372. IS

 

Anfião - palavra derivada do árabe afiun, os gregos deram-lhe o nome de ópio. O anfião é o resultado da goma que cresce, entre outros lugares, na Cambaia. Existiam vários tipos desta substância, sendo o do Cairo o mais apreciado e o mais caro. Quando utilizado indevidamente pode causar morte, provocando a sensação de sonolência e insensibilidade. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 48; Moraes, 1980, vol. I, p. 194. LR

Ânfora – utensílio em forma de vaso, com modelos variáveis, destinado a guardar líquidos, designadamente vinho e azeite; possuía geralmente gargalo estreito e duas asas simétricas. Fontes: Domingues, 2006, p. 15; Moraes, 1999, vol. I, p. 196; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 226. CO

 

Angarilha – capa ou forro de vime, palha ou até plástico para envolver ou proteger frascos e vasos || cabana de madeira || barça. Fontes: Dalgado, 1983, p. 57; Moraes, 1994, vol. I, p. 196; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 226. CO

 

Angelim – designação de várias árvores leguminosas do Brasil, da Índia e da China. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 374; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 194; Moraes, 1980, vol. I, p. 197. AD

 

Angelim-amargoso – árvore leguminosa do Brasil. A semente do angelim-amargoso é utilizada para fins medicinais com o intuito de expulsar lombrigas. A sua madeira, muito dura, é boa para a construção civil e marcenaria. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 374; Chernoviz, 1890, p. 169; Moraes, 1980, vol. I, p. 197. AD

 

Angraçá – espécie de blusa ou cabaia de algodão trazida pelos indianos e muçulmanos fora de casa. Fontes: Dalgado, 1983, p. 57; Moraes, 1994, vol. I, p. 199. CO

 

Angu – papa de consistência espessa feita de farinha de mandioca fervida com água e sal ou com caldo de carne, usado como acompanhamento de carnes e peixes. Fontes: Machado, 1996, vol. I, p. 274; Moraes, 1999, vol. I, p. 199; Garces, 1994, p. 52; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 231. CO

 

Angústia aflição || as angústias diferem das tribulações pelo facto destas últimas se prenderem com o corpo e as primeiras com a alma. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 376; Moraes, 1980, vol. I, pp. 199-200. LR

 

Anil - massa da Índia, resultante de uma erva plantada anualmente depois das chuvas e que se assemelha ao linho canhenho. Os mouros colhiam esta erva para fazer tinta azul mediante o processo de pisar muito bem a planta, acrescentando à pasta um pouco de água de modo a que se dissolvesse. Depois de desfeita, o líquido era fervido e colocado a secar ao sol, para se coalhar e se retirar os pedaços secos daquela pasta || tinta utilizada pelos mouros para tingir os seus tecidos || substância corante azul de origem vegetal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 377; Moraes, 1980, vol. I, p. 200. LR

 

Anilado - tingido de anil. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 377. LR

 

Anime - resina aromática. Pode ser de dois tipos: uma que se parece com mirra e a segunda proveniente das Índias de Castela e das Índias orientais que se assemelha ao incenso, diferindo apenas na cor e no tamanho. Era utilizada em perfumes e como meio terapêutico para as dores de cabeça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 379; Moraes, 1980, vol. I, p. 201. LR

 

Anis estrelado – o mesmo que erva-doce. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 136. AR 

 

Aniversários – fundações de missas de sufrágio, ditas em dias fixos. Regra geral, não implicavam vinculação de bens, mas apenas doações de quotas de frutos ou rendimentos à entidade que aceitava celebrá-las. Ao contrário da capela, os aniversários eram instituídos por testamento. Fonte: Araújo, 1997, p. 404. IS

 

Anojar, anogar, anogár – desgostar, enfadar, molestar, ter nojo ou causar nojo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 393-394; Moraes, 1813, vol. I, p. 138; D. Duarte, 1942, p. 185. LR

 

Anojo – animal que tem um ano de idade. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 394. LR

 

Antidotário – livro ou listagem que trata da composição dos medicamentos || local na botica ou na farmácia onde se colocam os específicos [medicamentos/substâncias próprios/as de uma determinada doença] de que se faziam os antídotos ou cordiais. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 925; 1813, vol. I, p. 142; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 403. LR

 

Antífona, antíphona, antiphona, antifaa – termo eclesiástico que designa um breve texto litúrgico dito ou cantado no princípio de um salmo ou canto religioso e depois repetido alternadamente em coro || canto, na missa, em que os coros se alternam. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 408; Moraes, 1980, vol. I, p. 210; 1949, vol. I, p. 927; Viterbo, 1965, vol. I, p. 82. LR e AD

Antifonário, antifonario, antifonal, antiphonário, antiphonario, antifaal – livro litúrgico que contém a música e o texto das antífonas || o entoador de uma antífona no coro, antifoneiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 408; Moraes, 1980, vol. I, pp. 210, 468; 1949, vol. I, p. 927; Viterbo, 1965, vol. I, p. 82. LR e AD

 

Antigualha artefactos e reminiscências provenientes do passado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 405; Moraes, 1980, vol. I, p. 210. OV

 

Antipasto, antepasto – aperitivo || iguarias tomadas antes da refeição || acepipes. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 243. CO

 

Antojo – desejo, apetite ou vontade de comer coisas extravagantes. Desejo que as mulheres grávidas por vezes têm || falar de antojo é o mesmo que falar segundo as aparências, isto é, sem realmente ter certeza do que se fala. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 710; Moraes, 1813, vol. I, p. 144; Chernoviz, 1890, p. 191. LR

 

Antona – tecido antigo || insecto da família dos antídeos. Fonte: Moraes, 1949, vol. I, p. 947. LR

 

Antraz, anthraz – o mesmo que carbúnculo. Doença comum naqueles que seleccionam a lã || tumor maligno que ramifica para o coração || insectos da família dos bombilídeos. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 951; 1813, vol. I, p. 142; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 411. LR

 

Apa – bolo circular e chato de vários tipos de farinhas não fermentadas, tais como o arroz, o trigo, ou o milho || na Índia Portuguesa a apa era assada em caco de barro. Fontes: Dalgado, 1983, pp. 60-61; Moraes, 1994, vol. I, p. 218. CO

Aparador – móvel destinado à exibição de baixelas e alfaias de prata e ouro nas refeições das cortes europeias; possuía uma parte inferior, geralmente protegida por um balcão e guardada por criados, e uma superior, com prateleiras (“degraus”) onde se exibiam os objectos; o número de degraus estava de acordo com a importância do anfitrião. Mais tarde, passou a designar os móveis de sala de jantar com dispositivos para exibir ou pousar louça, salvas de prata, ou simples travessas de comida || designação genérica dos móveis de encostar surgidos no séc. XVIII nas salas de jantar para depositar, apresentar e, às vezes, guardar os objectos destinados ao serviço de mesa || móveis com tampo livre para apoio de serviços a cerca de 90 centímetros do chão e podendo ter portas, gavetas ou prateleiras na parte inferior, com algumas dos seus mais importantes componentes acima do tampo (prateleiras, armários envidraçados, espelhos). Fontes: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 243; Stella, pp. 25-26. CO e IS

 

Aparelhar – na pintura “aparelhar o pano” é o mesmo que dar as primeiras pinceladas na tela com óleo de forma a ficar bem tapada e lisa, depois de colocado e bem esticado o pano na grade || em carpintaria significa começar a desbastar a madeira || aparelhar um navio é dotá-lo de tudo o que é necessário || preparar algo || fazer caso de alguma coisa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 418; Moraes, 1813, vol. I, p. 148; D. Duarte, 1942, p. 126. LR

 

Apedrado no séc. XV designava algo revestido de pedrarias, de ornatos ricos em ouro ou prata. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 421; Viterbo, 1965, vol. I, p. 511. OV

 

Apeiro – peças de atar os bois ao arado, ou carro, paramento de jugo || o aparelho de lavrar as terras || armadilhas || cães que acompanham a caça || qualquer aparelho de casa || todas as peças de jugo ou canga dos bois e vacas e de todo o aparato de lavoura e abegoaria (carros, charruas, grades, arados, segas, etc.). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 421; Moraes, 1813, vol. I, p, 151; Viterbo, 1965, vol. I, p. 512. OV

 

Apo, àpode - peça de madeira ou temão a que se liga todo o sistema da charrua. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol II, p. 968. RF

 

Apontador – indivíduo que faz pontas de instrumentos || ponteiro do relógio || aquele que aponta os sentidos || oficial que regista as faltas e presenças em determinados ofícios || militarmente corresponde à pessoa que tem a seu cargo fazer pontaria. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 1018; 1813, vol. I, p. 156; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 62. LR

 

Aposentador – aquele que aloja, que dá hospedagem || pessoa encarregue de procurar aposentos para aqueles que tinham direito a aposentadoria || militarmente correspondia à pessoa encarregue de escolher o local onde as tropas deviam estacionar. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 1022; 1813, vol. I, p. 157; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 434; Salgado, 1996, p. 532. LR

 

Aposentador-mor – indivíduo que estava incumbido do alojamento do rei e das pessoas da Corte. Partia um dia antes para providenciar o agasalho do rei e do seu séquito. O aposentador-mor estava encarregue de guardar os privilégios dos vassalos que davam aposentamento ao soberano, evitando por isso os alojamentos em casa de viúvas ou pessoas com isenção. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 1022-1023; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 434. LR

 

Apostema – tumefação de natureza inflamatória; abcesso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 436-437; Moraes, 1813, vol. I, p. 158; Chernoviz, 1890, p. 203; Roque, 1979, p. 166. LR

 

Apózema, apozema, aposima – tisana vegetal adoçada com açúcar ou mel || infusão de vegetais à qual se adicionam xaropes e outros medicamentos || o mesmo que “acabado de ferver”. Fontes: Chernoviz, 1890, p. 203; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 440; Moraes, 1813, vol. I, p. 159. LR

 

Appá-lippá – jogo das escondidas jogado em Goa por crianças de ambos os sexos com idade compreendida entre os três e os seis anos. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 3. CO

 

Appô- jingapô – jogo das palmas em Goa. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 3. CO

 

Apraçar – fazer vida na praça. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 83. NP

Aquamanil, aquamanila – recipiente com forma semelhante a um gomil destinado a deitar água para uma lavanda. Fontes: Domingues, 2006, p. 16; Moraes, 1999, vol. I, p. 239. CO

 

Ar de estupor – apoplexia. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 1067. LR

 

Ara, ára – oração, prece, reza || altar || pedra de ara é a pedra benta sobre a qual se colocava no altar o cálice e a hóstia consagrada, feita de mármore ou de outra pedra sólida || altar destinado ao sacrifício entre os pagãos || oração, reza || constelação austral || ave trepadora, espécie de arara || peixe marinho || planta aracácea || medida usada em Damão para sacos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 463; Moraes, 1980, vol. I, p. 240; Moraes, 1813, vol. I, p. 170. LR e OV

Arado, arádo – instrumento agrícola que serve para lavrar as terras. O arado difere da charrua por lavrar com dois bois. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 464; Moraes, 1813, vol. I, p. 170. AR 

 

Aragão, aragam – saco fechado nas pontas e aberto no meio || casta de uva preta. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 1065; Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 464-465. LR

Arandela, arondela, arondella - guarda-mão que se crava nas lanças e maças, na forma de um funil, que protege as mãos e os punhos || - de castiçal, peça que se coloca entre o castiçal e a vela para recolher a cera derretida. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 170. IS arc

 

Araveça – arado com uma aiveca e ferros, abre regos mais largos do que um arado ordinário. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 467; Moraes, 1813 vol. I, p.171. OV

 

Arbim, arbin, arabi – tecido grosso de lã; os vestidos feitos com este tecido eram usados em ocasião de luto || roupa áspera, certo tecido rústico antigo. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 1076; Viterbo, 1965, vol. I, p. 91; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 65 e Suplemento I, p. 65; Moraes, 1980, vol. I, p. 244. RF e LR

 

Arca barrada – arca de madeira para transportar valores, revestida de barras de ferro pregadas. RF

 

Arca d’El Rei – tesouro do rei; fisco da Casa Real. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 469. AR

Arca de cabelo, arca encoirada de cabelo – arca de madeira revestida a couro conservando o pêlo do animal. RF 

 

Arca de escritório – escritório de grandes dimensões || caixa que se transforma em escrivaninha. Fonte: Sousa e Bastos, 2004, p. 95. AD e RF

Arca de três chaves, burra – arca com três fechaduras, cujas chaves eram entregues a três pessoas diferentes. Só era possível abrí-la com as três chaves em simultâneo; normalmente servia para guardar dinheiro ou outros valores (papéis, roupa, etc). Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 212. LR e AR

Arca de verga – cesta ou cestão com o feitio de arca, servindo para arrecadação e transporte. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 243. CO

 

Arca ferrada – arca revestida exteriormente com perfilados de ferro pregados. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 261. CO

 

Arca nupcial - arca em que se guardava o dote das noivas, e que podia ser transportada para a sua nova casa aquando do casamento. Na Toscânia, principalmente em Florença, as arcas eram abundantemente pintadas com as mais variadas cenas da mitologia cristã e mesmo pagã. IS

 

Arca quebradiça – possivelmente duas arcas gémeas ligadas por dobradiças ou gonzos, colocadas numa aresta de fundo, o que permitia, quando carregadas em azémolas, pender uma de cada lado, equilibrando-se. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 243. RF e CO

Arca, arqua – caixa grande com fechadura que serve para guardar ou armazenar coisas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 469; Moraes, 1813, vol. I, p. 172. AR

 

Arcabuz – antiga arma de fogo de cano curto mas significativamente largo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 471-472. LR

 

Arção, arcam, arsam – peça arqueada de madeira, que faz parte da armação da sela, e a limita, a qual segura o cavaleiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 572; Moraes, 1980, vol. I, p. 245. RF

Arcaz, arquaz, arcâz, arcáz, arcaaz – também denominando caixão no século XVI; arca grande com gavetões || móvel de sacristia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 66; Moraes, 1980, vol. I, p. 246; 1813, vol. I, p. 66; Dias, 2003, vol. VI, p. 86. NP e RF

 

Arcolim – pequena e leve carruagem usada em Mumbai e no Guzerate com duas rodas e quatro pilares sustentando o toldo, pintada de encarnado e amarelo e puxada por um ou dois burros. Fonte: Dalgado, 1983, p. 65. CO 

 

Areca - fruto proveniente da Índia, parecido com uma avelã ou noz pequena, de exterior verde e interior amarelo. O seu cheiro é quase imperceptível, mas o seu sabor é picante. A areca era o último fruto que os índios comiam às refeições; fortificava o estômago e as gengivas e ajudava a digestão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 485; Moraes, 1980, vol. I, p. 248. LR

 

Arelhana – cordão de prata ou ouro para pôr à roda do chapéu como ornato || cordão de ouro ou prata de muitos fios usado pelos asiáticos à cinta e que nas pontas tem dois canudos de quatro dedos de comprido chamados muges em que se metem dinheiro ou diamantes || espécie de cinturão asiático onde se traz dinheiro ou se enfiam as adagas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 67; Dalgado, 1983, p. 69; Moraes, 1994, vol. I, p. 248. CO

 

Arequeira - árvore do género das palmeiras, alta mas sem ramos, dotada de folhas largas e compridas, cujos troncos são normalmente utilizados para fazer os mastros dos navios. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 485. LR

 

Arestas do linho – restos do linho resultantes do trabalho dos mações. Fonte: Roque, 1979, p. 201. LR

 

Argãa – o mesmo que alforge. AR

Arganel, arganéu, arganeo – argola || em linguagem marítima, designa a argola da âncora a que se prende a corrente || argola onde se pendurava o astrolábio || argola em que se prendem as cordas da artilharia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 67; Moraes, 1980, vol. I, p. 250; Nimer, 2005, p. 87. AD

 

Arganîzes – pano de algodão estreito e grosso fabricado na Índia de dois palmos de largo de cor azul e branca. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 67. CO

 

Argentado – prateado || voz argentada é o mesmo que voz clara. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 490; Moraes, 1813, vol. I, p. 177. LR

Arimono, arimónio – cadeirinha || pequena cadeira portátil || pequeno veículo fechado e portátil || espécie de cadeirinha portátil || cadeiras cobertas e fechadas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 69; Dalgado, 1983, p. 72; Moraes, 1994, vol. I, p. 253. CO

Armação de leito – inclui dossel, costaneiras e cortinas de correr. RF

 

Armador – aquele que arma || armeiro || pessoa que adorna andores, igrejas, casas aquando dos actos de festa ou luto || pessoa que aparelha os barcos para pesca, navegação ou transporte. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 8; 1813, vol. I, p. 180. LR

 

Armador-mor – indivíduo que guardava as armas do rei e inspeccionava os oficiais de armas. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 8. LR

 

Armadura de leito – o mesmo que armação, emparamento. RF

Armário, almário – sinónimo quinhentista de caixão de sacristia que mais tarde se chamou arcaz || móvel feito de madeira, com divisões em que se guardam objectos de uso caseiro. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 255. RF 

 

Armatoste - aparelho usado antes de as bestas (arma) serem de aço. Servia para armar as bestas com relativa rapidez. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 508; Viterbo, 1965, vol. I, p. 569; Moraes, 1980, vol. I, p. 255. LR

 

Armazém, almazém – local onde se guardam armas, munições e todo o tipo de material de guerra || termo que antigamente designava setas, dardos e tudo o que se levava nas bolsas com que se feria o inimigo à distância. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 100; Monteiro, 2001, p. 81. AR

 

Armeiro – pessoa que faz ou conserta armas || lugar onde se guardam as armas. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 12; 1813, vol. I, p. 181; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 508. LR

 

Armeiro-mor – indivíduo que inspeccionava as armas do rei. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 181. LR 

Armela, armella – peça de madeira ou ferro onde entra o ferrolho para fechar a porta || argola onde se enfia e segura a asa || bracelete que servia para adornar os braços. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 12; 1813, vol. I, p. 181; 1980, vol. I, p. 255; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 508. LR e OV

 

Armezim, armezîm – tafetá ligeiro proveniente de Bengala e que pode ser liso ou de cores || seda encorpada quase sempre preta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 70; Dalgado, 1983, p. 73; Moraes, 1994, vol. I, p. 255. CO

Armilheiro – termo de carpintaria || pequeno formão. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 70. CO 

 

Arneiro – terra de areia || terreno que não produz || terra que só serve para cultivar centeio || bandeja onde se secava a fruta || localidade da Estremadura próxima de Pernes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 512; Viterbo, 1965, vol. I, p. 570; Moraes, 1980, vol. I, p. 256; São Paulo, 1968, vol. III, p. 480. LR

 

Arnez, arnês – antiga armadura completa que protegia a boca, a barba e os queixos, fazendo parte do elmo || arreios de cavalo || protecção moral, égide. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 511-512; Moraes, 1980, vol. I, p. 256. RF

 

Aro de mesa - também designado de cintura. Estrutura horizontal sob o tampo, onde se podem inserir as gavetas e fixar as pernas. Fonte: Sousa e Bastos, 2004, p. 78. AD

 

Arquelha, arquilha – pavilhão esperável da cama. Cortinado, dossel e sobrecéu. Pode ser mosquiteiro. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 257. RF

Arqueta – o mesmo que arca miniatura ou cofre. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 518; Moraes, 1980, vol. I, p. 257. RF

Arquibanco, archibanco – tipo de assento geralmente constituído por uma arca munida de braços e de espaldar || grande banco || conjunto de coisas velhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 474; Moraes, 1980, vol. I, p. 257. RF 

 

Arquinha – o mesmo que arqueta. RF

 

Arrabalde, arrabál, arabálde, arraválde – aglomerado habitacional situado na zona extramuros de uma cidade ou vila. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 130; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 543. RF

 

Arrabil, arrabîl, rabil rabeca de duas cordas usada pelos árabes || antiga rabeca pastoril. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 543; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 309. CO

 

Arraca, arraque, oraca, oracua, oraqua, uraca - vinho feito na Índia de cachos de palmeira destilados que se chama sura. Fontes: Dalgado, 1983, p. 49; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1503. CO 

 

Arraio – o mesmo que arrabalde. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 29. LR

 

Arraiz, rras, rraz – palavra originada na cidade francesa de Arras e que designa pano, peça, ou corte bordado ou tecido com lavores usado nos leitos, vestidos, casacas dos homens e mulheres ricas || pano tecido com lavores para adorno e vestuário || panos fabricados na Flandres de prestígio internacional e importados para Portugal || rica tapeçaria antiga de panos de armar. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. I, pp. 577-578; Moraes, 1980, vol. I, p. 260. CO e RF

 

Arras, arrás – o que em contrato dotal o marido promete da sua fazenda e bens de raiz a sua mulher, para esta usufruir após o seu falecimento Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 547; Moraes, 1980, vol. I, p. 260. RF

 

Arrátel folforinho – usado para pesar especiarias e equivalia a três quartos do arrátel mourisco, ou seja, 12 onças. Fonte: Lopes, 2003, pp. 125-126. LR

 

Arrátel mourisco – correspondia a 16 onças. Fonte: Lopes, 2003, pp. 125-126. LR

 

Arrátel, arrâtel, arratem - antiga medida de peso. Entre os árabes era o peso de duas libras, para os romanos equivalia ao peso de doze onças e, para os portugueses ao peso de dezasseis onças. Actualmente equivale a 459 gramas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 549-550; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 583-586; Moraes, 1980, vol. I, p. 261; Lopes, 2003, pp. 122-123. LR

 

Arratelar - acto de pesar, dividindo em arráteis. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 72; Moraes, 1980, vol. I, p. 261. LR

Arrecadas, arrancanes – brincos e ornamentos que se usam nas orelhas. Pingente. Segundo Bluteau as arrecadas podiam assumir diferentes formas: circular; cilíndrica, com o feitio de perinhas; em forma de gota de água pendente; em forma de coluna ou constituída por três pérolas em forma de bagas de louro ou oliveira. Antigamente, em Portugal, as mulheres usavam arrecadas a que chamavam pensamentos e outras a que chamavam bichas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 553-554; Moraes, 1980, vol. I, p. 262; Sousa, 1789, p. 23; Viterbo, 1965, vol. I, p. 93. AD

Arreio – aparelho de cavalgadura, composto por um conjunto de peças utilizadas para albardar os animais, quer para o serviço de cavalaria quer de carga || ornamento, enfeite. Fonte: Bluteau, 1720, vol. I, p. 555; Moraes, 1994, vol. I, p. 263. OV

 

Arremessão, arremeção – acção ou efeito de arremessar || dardo ou lanço, lança de arremesso, azagaia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 74; Moraes, 1980, vol. I, p. 263. RF

Arriata, arreata – arreio dos cavalos || levar bestas de arriata é levá-las juntas umas às outras pelo cabresto das albardas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 561; Moraes, 1813, vol. I, p. 193. LR e OV

 

Arriel, arriél – ornato constituído por muitos anéis, feitos de fio de ouro, que cobriam metade dos dedos || havia arrieis de orelhas que eram anéis de ouro grossos e largos, que delas pendiam. Arrecada || termo de ourives que designa barra de prata. Rilheira; barra em que se funde o ouro e a prata. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 563, 74; Moraes, 1980, vol. I, p. 265; Nimer, 2005, p. 426; Viterbo, 1965, vol. I, p. 95. AD

 

Arroba, arrova - antiga medida de peso que equivale à quarta parte de um quintal, isto é, a 32 arráteis. Actualmente corresponde a 14 quilos e 788 gramas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 566; Moraes, 1980, vol. I, p. 266; Lopes, 2003, p. 123. LR

 

Arrobar – pesar com arrobas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 566; Moraes, 1980, vol. I, p. 266. LR

 

Arrobe - vinho de mosto apurado ao lume || xarope ou compota || geleia || mel de frutas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 566; Moraes, 1980, vol. I, p. 266. LR

 

Arroido – o mesmo que ruído || luta, briga, combate. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 58; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 568. LR

 

Arroupado – o mesmo que enroupado, agasalhado, vestido ou coberto com roupa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 569. RF

 

Arroz chambaçal – variedade inferior de arroz. Fontes: Linschoten, 1998, p. 171, p. 206 e p. 379; Dalgado, 1983, p. 74. CO

 

Arroz giraçal, girilal, geriçal, girasal – arroz de cominhos, de cheiro peculiar, muito abundante nas várzeas da cidade de Batecalá na Costa do Canará, Índia || melhor qualidade de arroz na Índia vendido em fardos e embalado em forma de discos redondos, atados com palha e cordas || arroz muito fino, branco, perfumado e saboroso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento 1, p. 459; Linschoten, 1998, p. 171, p. 206 e p. 386. CO

 

Arruda, ruda – planta medicinal. Existem duas espécies desta planta: a arruda mansa ou doméstica e a arruda brava; ambas as espécies têm cheiro desagradável e acre. Esta planta era usada para combater a peste; para tal colocava-se umas folhas de arruda silvestre e duas pernas de noz num figo agreste que depois era mastigado. A arruda era colocada na porta das casas para protegê-las de feitiços ou junto dos berços de crianças para as defender do quebranto (mau-olhado). Segundo Chernoviz as folhas desta planta são próprias para provocar a menstruação. Esta planta quando ingerida em quantidades excessivas provoca vómitos, cólicas e inflamação do estômago. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 570; Moraes, 1813, vol. I, p. 197; Chernoviz, 1890, p. 216. LR

 

Arrunhar – cortar as solas dos sapatos em redor || aparar || abrir || cair, arruinar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 490; Moraes, 1813, vol. I, p. 198. LR

 

Arteiro – manhoso, astuto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 73; Moraes, 1813, vol. I, p. 199; D. Duarte, 1942, p. 187. LR

 

Artelhos dos pés - são as duas saídas de osso posicionadas na parte inferior da perna; tornozelo || ponto de junção de um ou mais ossos; articulações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 574; Moraes, 1813, vol. I, p. 199. LR

 

Árvore-triste – também conhecida como árvore da noite || designação dada pelos portugueses a árvore existente em Goa e em Malaca, que só floresce durante a noite o ano inteiro; tem o tamanho duma ameixeira; as suas flores, de cheiro suave, são iguais às das laranjeiras, brancas, com o pé amarelo e avermelhado; são usadas na Índia como açafrão e para tingir. Fontes: Linschoten, 1998, p. 58, 63, 225-226, 230, 374; Dalgado, 1983, p. 79. CO

 

Asa, aza – parte saliente de certos utensílios, em geral, curva e fechada, que serve para se pegar neles || dispositivo metálico geralmente em forma de “U” ou pseudo-oval, com decoração variada e girando pelos extremos em olhais fixos às gavetas, portas, ilhargas e tampas de móveis, destinado a abrir os elementos móveis e a suspender, arrastar ou amparar o móvel no seu transporte || machado antigo || barbatana || membro das aves coberto com penas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 688-689; Machado, 1991, vol. I, p. 397. LR e CO  

 

Asado, azado - vaso com asas, pegas || qualquer coisa que é dotada de asas. Alado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 689; Moraes, 1980, vol. I, p. 273. LR

 

Aselha, azelha – pequena asa || alça || prezilha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 693; Moraes, 1980, vol. I, p. 275. LR

 

Asisterio – mosteiro; em especial, mosteiro de monjas. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 611. CO 

Aspa de Santo André, cruz de Santo André - cruz de braços oblíquos, em forma de X, como aquela em que foi crucificado Santo André. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 590; Moraes, 1980, vol. I, p. 277; Silva e Calado, 2005, p. 28. AD

 

Aspas – é uma espécie de cruz feita com dois paus atravessados, inseridos ou atados, sem ângulos rectos, em forma de um X. Qualquer cruz com essa forma || instrumento de suplício || em heráldica, corresponde a uma insígnia que tem a figura da cruz de Santo André || tecidos provenientes de Aspen (Países Baixos). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 590; Costa, 2004, p. 139; Moraes, 1980, vol. I, p. 277; Silva e Calado, 2005, p. 46. AD 

 

Assadeira – vasilha de barro, ferro ou outro material para fazer assados || mulher que assa castanhas para vender. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 278; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 332. CO

 

Assado – iguaria preparada em seco ou com pouco molho no forno || magusto de castanhas || carne assada ou para assar || maus lances || dificuldades. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 596; Moraes, 1994, vol. I, p. 278; Viterbo, 1983-1985, vol. I, p. 615; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 332. CO

Assador – que ou o que assa || utensílio de cozinha para assar carne ou peixe || recipiente de barro para assar castanhas na Beira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 596; Moraes, 1994, vol. I, p. 279; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 615; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 332. CO

 

Assadura – acto ou efeito de assar || metade de um porco || porco oferecido aos compradores || entranhas de porcos assadas || porção de carne assada de uma vez || inflamação cutânea por atrito ou calor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 596; Moraes, 1994, vol. I, p. 279; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 615; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 332. CO 

 

Assar – torrar ao lume, no forno, ou no espeto || assar a carne || assar na grelha || queimar || causar grande calor ou ardor || abrasar || cauterizar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 596; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 333; Moraes, 1994, vol. I, p. 279. CO

 

Assento de leito – estrado ou lastro que suporta os colchões. Também pode ser feito de ligas. RF

 
Assinado – um escrito assinado da própria letra II documento autenticado com assinatura ou uma marca própria. Assinados por pessoas qualificadas valem como escrituras públicas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol I, p. 607; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 3, p. 543. MD

Astrolábio – instrumento para a observação dos astros acima do horizonte; usado pelos portugueses para a determinação de latitudes, quando se iniciou a navegação astronómica || instrumento com que os astrólogos prediziam o futuro. Fontes: Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. I, p. 240; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. III, p. 597. AR

 

Atabalar – tocar atabale. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 307; Moraes, 1980, vol. I, p. 289. AD

 

Atabale, atabal, atabalaque – timbale. Espécie de tambor, com caixa de cobre coberta só por um lado e que se tocava nos dias de festa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 622; Moraes, 1980, vol. I, p. 288; Sousa, 1789, p. 78. AD

 

Atabaleiro – aquele que toca atabale. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 622; Moraes, 1980, vol. I, p. 288. AD

 

Atacadores, ataquas, atacas – pequena tira de couro usada para apertar algo, principalmente peça de vestuário. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 289; Monteiro, 2001, p. 82. LR e AR

 

Atafal – do árabe Athafar, cinta larga e franjada, presa à alabarda para que não corra, passa debaixo da cauda da besta e serve de retranca || roupa, vestuário de criança || pessoa que se comporta mal. Fontes: Viterbo, 1965, vol. I, p. 623; Moraes, 1980, vol. I, p. 289. RF

 

Atafona – engenho de moer grão, accionado por força humana ou animal || moinho. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 171; 1813, vol. I, p. 218; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 624; Salgado, 1996, p. 532. LR

 

Atafoneiro – o mesmo que moleiro || dono ou pessoa que dirige a atafona. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 624; Moraes, 1980, vol. I, p. 289. LR

 

Atalaia, atalaya – embarcação semelhante à fusta usada na Índia || barco leve a remos || barco ligeiro, que servia de vigia ou de aviso || torre nos ângulos dos baluartes em que se abrigam as sentinelas || guarita || torre de vigia || homem que vigia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 624; Dalgado, 1983, p. 83; Moraes, 1994, vol. I, p. 289; Viterbo, 1983-1984, vol. I, p. 631; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 343. CO

 

Atamarado – semelhante à tâmara || que tem a cor da tâmara || tecido tingido com a cor da tâmara seca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 625; Costa, 2004, p. 139; Moraes, 1980, vol. I, p. 290; Nimer, 2005, p. 289. AD

 

Atanado – qualquer coisa que foi curtido com um tanino. Couro preparado com o tanino || cor do couro curtido || em sentido figurativo quer dizer não ter vergonha || casca das árvores de carvalho que se desfaz em pó e se usa no curtimento de couros para lhes dar maior solidez || mulher prematuramente envelhecida. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 175; 1813, vol. I, p. 219; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 626. LR

 

Atanor – vaso, podendo ser em prata. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 219-220. IS

 

Ataúde – caixa ou cofre onde se colocam os mortos || caixão fúnebre que se leva para a sepultura || esquife || tumba || no século XVII e XVIII era uma espécie de cadeirinha || certa medida de grãos usada, sobretudo, na Galiza e em Leão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 627; Moraes, 1980, vol I, p. 634. OV

 

Atavio ornato || adorno || enfeite || adereço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 627; Moraes, 1980, vol. I, p. 291. OV

 

Atito grito agudo e forte de certas aves quando assustadas ou enfurecidas || pio || assobio silvo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 635; Moraes, 1980, vol. I, p. 295. OV

 

Atorçalado – guarnecido com torçal de seda e fios de ouro ou prata. Fonte: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 315; Moraes, 1980, vol. I, p. 297. AD 

 

Atorçalar, atorcelar – guarnecer ou ornar com torçal; assoguilhar. Fonte: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 315; Moraes, 1980, vol. I, p. 297. AD

 

Atouçar – alvorar; empinar. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 63. AR

 

Atrabilioso, atrabiliário – termo médico que serve para designar o “humor” negro, isto é, a melancolia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 639; Moraes, 1813, vol. I, p. 225. LR

 

Atrabilis – o mesmo que cólera negra ou “humor” melancólico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 639; Moraes, 1813, vol. I, p. 225. LR

 

Atril - o mesmo que estante ou facistol. Móvel que dispõe de um plano inclinado, para se pôr aberto o livro, ou o papel, permitindo a leitura ou a escrita de pé. Assente sobre coluna (fuste) ou pés altos, este pode apresentar mais de uma face de apoio (o que permite a consulta de várias obras em simultâneo), ser fixa, ou rotativa, ter o pé articulado ou extensível. Integra geralmente um ou mais “braços” para apoio de luz. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 456; Sousa e Bastos, 2004, p. 95. AD

 

Atya-Pattya, landi, hatch potch – jogo indiano de influência marata muito divulgado nas escolas das Novas Conquistas || jogo de ataque e defesa jogado por duas equipas de nove jogadores cada, que se desenrola em rectângulo desenhado no chão. Forma parecida em Portugal designada por jogo da barra forte. Fonte: Azevedo, 2001, vol. II, p. 4. CO

 

Aução, auçom – acção || poder de. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 222; Viterbo, 1965, vol. I, p. 100; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 657. LR

 

Avedor de arroydos – barulhento. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 212. LR

 

Avel, avela, ávila – arroz com casca mal cozido, torrado e pisado e que era muito usado como mantimento nas armadas da Índia || óleo de coco fresco usado na medicina. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 85; Dalgado, 1983, p. 88; Moraes, 1994, vol. I, p. 309. CO

 

Avelório, avelórios – a palavra, normalmente usada no plural, designa contas de vidro ou missangas de várias cores, isto é, grãozinhos de vidro redondos do tamanho de cabeças de alfinete e furados no meio, com que se fazem fios que, segundo Bluteau algumas mulheres costumavam trazer no pescoço e no pulso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 662-663; Moraes, 1980, vol. I, p. 309. AD

 

Avença, ovença, ouvença – acordo, pacto, união || pagamento justo que se faz pelo serviço exercido num determinado período de tempo || arrecadação de rendas. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 258; 1813, vol. I, p. 238; Viterbo, 1965, vol. I, p. 105; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 663. LR

 

Avençar – entrar em acordo; geralmente diz-se aquando de um contrato de arrendamento quando se acorda o pagamento com o rendeiro. Fonte: Viterbo, 1965, vol. I, p. 105; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 664. LR

Avental, avantal – pano ou pedaço de couro que mulheres, pasteleiros, cozinheiras e outros oficiais mecânicos põem diante do fato, para cobrir e evitar que este se suje || resguardo que se usa em algumas carruagens para livrar os seus passageiros da chuva e da lama || peça de pedra, de composição variável, que serve de ornato sob o vão da janela || peça recortada e entalhada que prolonga e decora o centro da barra inferior da caixa de algumas mesas, tremós e cómodas do século XVIII e onde se concentra o trabalho da talha ou decoração. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 566, 654-655; Candi, 1985, p. 325; Moraes, 1980, vol. I, p. 310; Silva e Calado, 2005, p. 49. AD

 

Avessamento – oposição. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 240; D. Duarte, 1942, p. 119. LR

 

Avidas – leito portátil ou padiola que servia para levar os pobres à sepultura. Fontes: Viterbo, 1983, vol. I, p. 674; Moraes, 1994, vol. I, p. 311. CO

 

Avinhado – embebido em, impregnado de, que tem sabor de e que tem cor de vinho. Fonte: Dicionário de Língua Portuguesa, vol. I, p. 347. OV

 

Azaga, zaga, saga, çaga, zagan – retaguarda de um exército ou simplesmente retaguarda || indivíduo que vai à frente de uma marcha de gente a pé ou a cavalo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 428; Moraes, 1813, vol. II, p. 655; Conde, 1999, p. 127. LR

Azagaia, azagaya, zagaia – lança curta de arremesso usada pelos berberes e certos povos da África. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 689; Dalgado, 1983, p. 91; Moraes, 1994, vol. I, p. 314; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 372. CO

 

Azambujeiro – espécie de oliveira bravia, de madeira bastante rija cuja matéria-prima servia para fazer as rodas dentadas dos moinhos e dos lagares. O seu fruto é uma azeitona comprida mas delgada, cujo azeite servia para o fabrico de muitas mezinhas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 689. LR

 

Azaria – entrada no território dos inimigos. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 246; Conde, 1999, p. 120. LR

 

Azarnefe – espécie de veneno. Fonte: Monteiro, 2001, p. 82. AR

 

Azebre, azevre, azebre, azeure, zevre – aloés || sumo da erva babosa || planta da família das liliáceas || seiva ou resina dessa planta || hidrocarbonato venenoso ou verdete que se forma na superfície do cobre ou latão pela acção da humidade e do gás || malícia || finura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 695; Linschoten, 1998, pp. 261, 374; Dalgado, 1983, p. 93; Moraes, 1994, vol. I, p. 315; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 37; Machado, 1991, vol. I, p. 480. CO

 

Azeite de pau – designação para o óleo de amêndoa em Macau. Fonte: Dalgado, 1983, p. 93. CO

 

Azemel – aquele que conduz a azémola || almocreve. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 693; Viterbo, 1965, vol. I, pp. 696-697; Moraes, 1980, vol. I, p. 315. LR

 

Azémola, azêmela, azimela, azémela, azémella, azémalla, azémolla azémala, azémula - animal de carga, macho ou mula || pessoa estúpida || parva. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 693; Moraes, 1980, vol. I, p. 315; Viterbo, 1965, vol. I, p. 702. OV

 

Azenha, azenia, acenia, asenha, açenha – instrumento que tem como função facilitar o trabalho dos homens e dos animais no engenho do moinho|| nora, roda de irrigação || moinho de roda movido pela água do ribeiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 694; Moraes, 1980, vol. I, p. 135; Viterbo, 1965, vol. I, p. 698. OV

 

Azevia, asevia – peixe pequeno semelhante ao linguado, muito frequente no rio Tejo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 587. LR

 

Azeviche – pedra negra || substância mineral, muito negra, brilhante, leve e frágil, usada no fabrico de objectos de adornos, joalharia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 694; Moraes, 1980, vol. I, p. 315. OV 

 

Azevieiro – homem atiradiço; dado a mulheres || esperto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 695; Moraes, 1813, vol. I, p. 248. LR

 

Aziar – instrumento de alveitaria com que se apertam os beiços aos animais quando se querem curar ou ferrar de modo a que se aquietem com a dor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 695; Moraes, 1813, vol. I, p. 148; Dias, 2003, vol. VI, p. 104. NP

 

Azinhavre, azinhabre, azinavre – hidrocarbonato venenoso que se forma na superfície do cobre ou latão quando está exposto ao ar e à humidade || o mesmo que verdete ou ferrugem de cobre; substância venenosa. Segundo Bluteau há um azinhavre artificial que é feito com bagaço sobre lâminas de cobre que depois de algum tempo ficam com uma camada de ferrugem verde-azul. Este azinhavre artificial, quando aplicado externamente, alivia e consome as carnes babosas. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 286; 1813, vol. I, p. 248; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 696; Chernoviz, 1890, p. 260. LR

 

Azo, aazo – motivo, ocasião, causa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, pp. 696-697; Moraes, 1913, vol. I, pp. 248-249; D. Duarte, 1942, p. 36. LR

 

Azougado – aquele ou algo que tem azougue || metaforicamente é o mesmo que brincalhão, irrequieto, esperto. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 291; 1813, vol. I, p. 249; Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 697. LR 

 

Azougar – cobrir com azougue || avivar || apodrecer, morrer. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 291; 1813, vol. I, p. 249. LR

 

Azougue - mercúrio || semi-metal líquido e fluído, prateado, pesado e volátil. Mediante a aplicação de determinados processos pode ser transformado num metal sólido. Existem vários tipos de azougue que se distinguem através do seu local de extracção: o primeiro, o mais puro, é aquele que é extraído das minas, ao qual é dado o nome de Avicena Purgado; o segundo é aquele que se tira das minas por meio do fogo, tem cor de cinábrio; o terceiro é aquele que se faz de cinábrio no fogo com o vapor que se atiça; o último azougue é uma mistura de azougue, sal, caparrosa e nitro || no sentido figurativo corresponde ao indivíduo com esperteza || planta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 697; Moraes, 1980, vol. I, p. 317; 1950, vol. II, p. 291. LR

 

Azougue dos pobres – planta medicinal da família das cucurbitáceas. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 291. LR