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Rabão, rabaõ, rabam – algo que tem o rabo cortado || barco que navega no rio Douro mais pequeno que os rabelos || uma espécie de hortaliça, com propriedades terapêuticas. Era usada internamente e destacava-se por excitar as secreções gastrointestinais, por aumentar a qualidade da urina e por provocar suores. Foi amplamente usada no tratamento de doenças como a gota e anemia, mas também da escorutina e escrofulosa. Esta planta entra na composição de antiescorbúticos || na gíria significa diabo. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 124; 1813, vol. II, p. 544; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 80; Chernoviz, 1890, p. 864. LR |
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Rabeca, arrabéca, rabéca – pequeno instrumento musical de cordas; composta por quatro cordas e tangida com um arco de cerdas de cavalo. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 540; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 31. RF |
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Rabeira – pegada || resto e cereais || cauda de um vestido || sujidade na borda dos vestidos || limpadura de qualquer cereal || corda presa ao cabresto do cavalo para o guiar || pequena dívida || quantia diminuta. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 127. LR |
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Rabo – cabo, extremidade || na gíria popular traseiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 83; Moraes, 1813, vol. II, p. 545. LR |
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Rabo de bugio – feto. A infusão desta planta é empregue aquando de bronquites e de escarros de sangue. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 864. LR |
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Rabo de ovelha – casta de uva grossa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 83. LR |
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Rabo de vestidura – o mesmo que cauda de um vestido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 83; Dias, 2003, vol. VI, p. 580. LR e NP |
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Rabo forcado – nome de determinadas aves que têm a cauda dividida em duas partes e que normalmente sobrevoam os mares do Cabo da Boa Esperança. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 84. LR |
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Rabo-de-cavalo – erva à qual se dá o nome de cavalinha. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 83. LR |
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Rabo-de-raposa – flor à qual vulgarmente se chama amaranto. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 83. LR |
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Ração, raçaõ, raçam, reção, reçaõ, reçam, raçom – porção de alguma coisa || em algumas casas monásticas dá-se o nome de ração à porção diária de carne cozida. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 86; Moraes, 1813, vol. II, p. 546. LR |
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Racional – uma das sagradas vestimentas do sumo-sacerdote da lei hebraica. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 88. RF |
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Rádio – aparelho emissor ou receptor de telegrafia ou telefonia sem fio. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXIV, p. 228. AR |
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Ralo - nas portarias dos conventos, no lugar da grade, pequena janela tapada com uma folha de metal, furada em muitas partes, por onde passa a voz. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 100. IS |
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Ramada – conjunto de ramos || ramos verdes que se unem de forma a fazer sombra; sombra que se faz nas janelas e nas portas de uma casa através da suspensão de ramos || pescaria que se faz com o lançamento de ramos para os peixes subirem através deles. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 101; Moraes, 1813, vol. II, p. 549. LR |
Ramal, ramál – molho de fios; conjunto de fios torcidos, entrançados ou pendentes divididos a modo de ramos || ramal de contas, ramal de pérolas, ramal de disciplina, ramal de lágrimas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 101; Moraes, 1813, vol. II, p. 549; Dias, 2003, vol. VI, pp. 581-582. NP |
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Rambotim – tecido de lã procedente do Oriente || fazenda de algodão de Bengala. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 247; Moraes, 1994, vol. IV, p. 452. CO |
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Rami – tecido branco de qualidade, também chamado erva-de-Bengala, usado para bordar colchas de cama, pavilhões, almofadas, panos de barbear e as mantilhas com as quais as crianças eram baptizadas. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 109-110, nota 106. CO |
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Ramo – parte de uma árvore que sai do tronco ou do caule || antigamente colocava-se um ramo verde nas portas das tabernas para assinalar a venda de vinho || veias, artérias sanguíneas || conjunto de coisas arrematadas em leilão || ornamento || palmito que se distribui pelos fiéis no domingo ou Festa dos Ramos || braço || descendência, descendente || cada uma das peças que compõem um lençol || desvio || molho de qualquer coisa || lanço da urdidura. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 173; 1813, vol. II, p. 549; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, pp. 104-105. LR |
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Rapadoira, rapadoura, rapadouro – rapadeira || instrumento que serve para rapar. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 456; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 106. RF |
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Ras, rãs, arras – as primeiras tapeçarias que vieram da Flandres para Portugal. Tomaram este nome por terem a sua origem na cidade de Arras || pano de arras. Fontes: Moraes, 1980, vol. IV, p. 459; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 111. RF |
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Rasa, rasoura, rasoira – medida de madeira para cereais e legumes || pau direito que serve para tirar o excesso nas medidas de secos || aquilo que nivela ou iguala || instrumento de marceneiro que serve para tirar as asperezas da madeira que se entalha || peça de madeira que serve para cortar a telha || tonsura || acção de rapar a cabeça || o dia da rasoura era, em certas casas religiosas, o dia de fazer a barba e cabelo. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 198; 1813, vol. II, p. 553; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 116. LR |
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Raxa – espécie de pano grosseiro de algodão. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 864. CO |
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Rebolaria, rebolaría – enfeites ou ornatos exagerados, inúteis ou escandalosos || fanfarronada. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, p. 469; Bluteau, 1712-1728, Suplemento II, p. 172; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 519; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 874. CO |
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Rébora, róbora, révora, rrévora, reboração e revoração – presente; donativo || tempo de um pupilo sair de tutorias e tornar-se independente. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, p. 470; Viterbo, 1983-1984, vol. II, pp. 519-520; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 875. CO |
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Recabedar – receber solenemente perante o pároco uma mulher como esposa. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 561; Conde, 1999, p. 126. LR |
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Recâmara – câmara interior || guarda-roupa || objectos, vestidos e outros serviços que um Senhor levava consigo em viagem || roupas e utensílios de uso doméstico || culatra de arma de fogo || na Índia, morteiro pequeno que era disparado nas festas. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 244; 1813, vol. II, p. 562; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, pp. 242-243. LR |
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Recolhimento feminino – instituição que albergava mulheres em regime de clausura, sem no entanto obrigar à tomada de votos religiosos, o que significa que estas podiam regressar à vida secular. O recolhimento era usado numa pluralidade de situações: como repositório de raparigas em idade de casar, garantindo a manutenção da sua honra até ao casamento; como refúgio de casadas em caso de ausência dos maridos ou violência familiar; e ainda, como retiro de viúvas. A generalidade dos recolhimentos estava a cargo das misericórdias ou dioceses, que canalizavam legados testamentários para jovens órfãs, geralmente destinados a conceder dotes de casamento a concurso. Algumas mulheres, sobretudo as casadas e solteiras, pagavam a estadia e o sustento, sendo designadas por porcionistas. IS |
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Recolho – hospício; assento ou morada onde alguém vive ou se recolhe. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, p. 477; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 523; Lexicoteca, 1985, vol. II, pp. 885-886. CO |
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Redoma, arredoma – vaso de vidro com gargalo estreito e comprido e com bojo largo || nas aldeias de Castela era o que se oferecia aos noivos durante a boda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 174; Moraes, 1813, vol. II, p. 574. LR |
Redondal – vestido || tipo de azeitona. Fontes: Moraes, 1994, vol. IV, 485; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 524; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 898. CO |
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Refertar – discutir, insistir. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 577; D. Duarte, 1942, p. 361. LR |
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Refrescador – peça de cerâmica (faiança ou porcelana) ou prata, de forma redonda, produzida para encomenda europeia na China a partir de finais do séc. XVII. Fonte: Domingues, 2006, p. 169. CO |
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Regadias, rhagadias – gretas que nascem nas palmas das mãos e solas dos pés do sifilítico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 323; Chernoviz, 1890, p. 892; Arraiz, 1683, Parte I, p. 230. LR |
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Regalo – espécie de órgão do séc. XVI, composto por trombetas e tubos curtos e ligados a um fole || oferta; mimo; delicadeza || vida tranquila || abafo de peles com forma cilíndrica que resguarda as mãos do frio. Fontes: Faria e Sousa, 1945-1948, vol. II, p. 313; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 194; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 910. CO |
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Regatas, rechatas – panos de algodão de várias cores e decorados com figuras, usados na Índia pelos portugueses e cristãos para fazer calças e bragas || chitas encarnadas da Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 194; Linschoten, 1998, pp. 108, 401; Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 252. CO |
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Regimento – documento normativo de uma instituição. Distingue-se do compromisso porque este último requer um juramento. IS |
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Registo-de-santos – Gravura de santo, guardada numa pequena caixa de vidro com fundo de cartão e guarnecida de sedas, veludo, damascos ou brocados contornados de galões dourados e decorada com missangas, contas, pedras e flores minuciosamente confeccionadas. Desta arte decorativa, essencialmente feminina, resultam molduras de uma riqueza artística através da qual se exprimem as sensibilidades e habilidades, as crenças, convicções e devoções. Fontes: Chaves, 1936, p. 17; Azevedo, 2001a, vol. P-V, p. 99. MD |
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Regra – preceitos a seguir || estatuto de determinada ordem religiosa || porção de biscoito, carne, água e vinho que o rei dava a quem embarcava nos navios || moderação. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 204. LR |
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Regueira, rajeira, rageira, rejeira, rogeira, rojeira – vala por onde corre a água || cabo com o qual se atraca a embarcação. Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 205; Moraes, 1813, vol. 586. LR |
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Regymento da física – o mesmo que dieta. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 82. LR |
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Relego – celeiro, adega ou outro espaço onde os senhores recolhiam os frutos das suas colheitas || privilégio de comercializar o vinho senhorial. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 218; Conde, 1999, p. 126. LR |
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Relho, rélho – cinto usado pelas mulheres nobres || fecho ou fivelão do cinto das mulheres || cesto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 220; Moraes, 1813, vol. II, p. 590; Monteiro, 2001, p. 84. AR |
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Relicário, relicario, reliquairo, relicairo - caixa, ou outra coisa, onde se guardam relíquias. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 220. LG |
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Relinga, relínga – corda de atar e debruar as velas do navio. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 591; Dias, 2003, vol. VI, p. 590. NP |
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Relógio – instrumento para marcar as horas. Fonte: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 1980, vol. XVI, pp. 257-259. AR |
Relógio de sol – instrumento que serve para medir o tempo através da sombra de um pau ou ponteiro projectada numa superfície plana que está marcada à semelhança de um relógio. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 226. AR |
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Renda de bilros – trabalho de bilros, formado pelo cruzamento ou entremeado de fios têxteis. Existe uma grande diversidade de pontos; as partes mais ou menos densas são feitas em ponto de pano ou paninho e meio ponto. O fundo da renda (campo) é feito com passadeiras (brides) ou com rede de malhas. Fonte: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 1980, vol. XVI, p. 298. AR |
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Reposteiro – oficial, dependente ou criado, a cujo cargo corre o cuidado e adorno da casa ou de um serviço dela, como as camas, a capela ou prata || pano quadrado, com as armas do rei ou senhor, que serve para colocar nas divisões e ante-câmaras, para cobrir as camas, para pôr sobre as cargas das azémolas e outros usos análogos. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 286. IS |
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Repuxo – declive que se dá ao muro || peça de ferro que se bate com vaivém para fazer entrar outra dentro de algum buraco, furo, onde o martelo não pode chegar bem à que se introduz. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 271; Moraes, 1813, vol. II, p. 606. OV |
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Rés, rez – cabeça de gado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 276; Moraes, 1813, vol. II, p. 608. OV |
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Resbutos - cavaleiros e defensores do Reino do Guzarate antes do domínio árabe. Fonte: Barbosa, 1989, p. 33. CO |
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Resenha, rezenha, resènha – contagem; enumeração. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 323; Moraes, 1813, vol. II, p. 609. LR |
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Resgate - objectos com que se compram mantimentos || termo aplicado à compra de cativos em posse do inimigo, geralmente prisioneiros de outra religião que não a católica, pelo que adquiria um valor espiritual, uma vez que estes corriam perigo de apostasia. Fonte: Leite, 1956-1968, vol. I, p. 503. CO e IS |
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Resma, résma – equivale a vinte mãos de papel ou quinhentas folhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 284; Moraes, 1813, vol. II, p. 613; Monteiro, 2001, p. 84. AR |
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Respaldo – encosto das cadeiras de espaldar || declive || banqueta || cilindro que alisa o pavimento de uma estrada || aplanar. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 494; 1813, vol. II, p. 614; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 287. LR |
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Resplendor, resplandor – nas imagens e figuras dos anjos e santos canonizados é um círculo de luzes, que lhes cinge e coroa a cabeça. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 292. LG |
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Responso, responsório – conjunto de palavras que se cantam durante os ofícios religiosos com uma ou duas vozes alternadas || versetos que se dizem antes de o sacerdote dizer a oração aos defuntos || oração || oração a Santo António para achar coisas perdidas ou para evitar algum mal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 293; Moraes, 1956, vol. IX, p. 505; 1813, vol. II, p. 616; Salgado, 1996, p. 538. LR |
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Restelo – pente de ferro que serve para restelar o linho || local da fundação da Real Casa de Belém. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 390; Dicionário de Língua Portuguesa, vol. II, p. 967. OV |
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Retábulo, retâbolo – obra de arquitectura ou marcenaria, que serve de moldura a um painel, ocupando a face interior de uma capela; coloca-se geralmente sobre um altar || qualquer quadro ou painel. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 300; Moraes, 1813, vol. II, p. 619. AR |
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Retar, reptar – duelo || provar alguma coisa por meio de um desafio || oposição || rastejar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 267; Moraes, 1813, vol. II, p. 605. LR |
Retimento – retenção. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 170 LR |
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Retovo – forro de couro. Fonte: Moraes, 1956, vol. IX, p. 546. LR |
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Retranca, retránca – correia larga que passa por trás das coxas do animal de varal, suspensa por correias mais estreitas que passam sobre a anca deste, e cujas extremidades se prendem aos ganchos dos varais, e serve para o animal impedir, nas descidas, que a carroça rode muito depressa. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 16; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 307; Dias, 2003, vol. VI, p. 597. RF e NP |
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Retrós, retroz – fio de seda torcido || espécie de mandioca proveniente de Pernambuco. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 310; Moraes, 1980, vol. V, p. 18; Dias, 2003, vol. VI, p. 598. LR |
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Revolem, revoleem – casta responsável por acarretar lenha e pedra da floresta para a cidade || cortador, lenhador. Fontes: Barbosa, 1989, p. 108; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 254-255. CO |
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Revolvedora – a acção de mexer ou revolver o conteúdo de uma panela sem retirar a tampa. Fonte: Manuppella e Arnaut, 1967, p. 230. LR |
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Rezoar, arrezoar, arezoar, razoar – discorrer || avaliar ou ponderar as partes de alguma coisa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 323; Moraes, 1813, vol. II, p. 630. LR |
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Rife – aquando das confrontações de um terreno é o monte, a pedreira ou a barreira na qual entestam as propriedades. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 480. LR |
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Rigeira, rejeira, rageira, rogeira – cabo preso ao anete da âncora || corda com a qual o lavrador dirige os bois || corda que se prende à orelha dos bois. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 341; 1813, vol. II, p. 632. LR |
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Rilheira – molde de ferro comprido em que os ourives vazam a prata fundida para fazerem chapas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento II, p. 182; Moraes, 1980, vol. V, p. 28. AD |
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Rimanço – o mesmo que rima. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 153. LR |
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Ripanço, ripo – utensílio para trabalhar o linho, formado por uma tábua de palmo e meio de largo com uns dentes de ferro com que se separa o linho da baganha. Quando se diz ripar o linho, significa puxar o linho pelo ripanço para separar a baganha || espécie de pente ou gadanho com um cabo pequeno usado para ripar azeitonas. Fontes: Bluteau, 1712 – 1728, vol. VII, p. 341; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XXV, p. 764. AR e MD |
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Rizoma – raiz || tintura de arnica. Fonte: Moraes, 1956, vol. IX, p. 629. LR |
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Roba roba – tributo ou pensão no Oriente. Fonte: Wicki, 1961, p. 260. CO |
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Roca - pau ou cana que serve para fiar, composto por cabo, roquil e torre || pau ou cana bojuda numa das extremidades, que a mulher põe à cintura para fiar || rocha || utensílio usado para apanhar fruta || pássaro fabuloso. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, pp. 349-350; Moraes, 1813, vol. II, p. 636; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1001. AR e CO |
Roca de fogo – pão com matéria combustível a modo de roca com linho para pegar fogo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 350. CO |
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Roca de vestido – pano fino de seda ou de algodão || tira estreita de pano ao comprido, como se usava antigamente nas mangas, calças, etc. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 350. CO |
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Rocada de lã ou de linho – porção de lã ou de linho que as mulheres põem na roca para fiar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 350. CO |
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Rocim – cavalo de pequena estatura || cavalo fraco ou de má qualidade. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 36; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 353. RF e OV |
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Rocio, rossio, rexio, cerrado, circuito, heido, eido – lugar espaçoso, terreiro, praça larga II os lavradores chamam assim ao pátio, espaço que fica entre as habitações dos homens e dos animais. Pátio que dá acesso aos currais. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. IV, p.14; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 26, p. 265. MD |
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Roda dos enjeitados – o mesmo que roda dos expostos. IS |
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Roda dos expostos – dispositivo em tudo semelhante às rodas dos conventos e mosteiros de clausura, situado entre o interior de uma casa e a rua, por onde as pessoas abandonavam as crianças de forma anónima. A roda propriamente dita colocava-se numa abertura em tudo semelhante a uma janela, tinha forma cilíndrica, e uma única abertura, girando sobre um eixo. Ao lado, existia uma campainha que era tangida no momento de abandono. A pessoa colocava a criança no cilindro através da abertura, e, do interior, alguém o rodava de forma a retirar a criança da roda e prestar-lhe os cuidados necessários, sem nunca ter contacto visual com a pessoa do lado da rua. Apenas difere da roda dos conventos pela localização (geralmente estes últimos tem rodas no interior da igreja ou na portaria) e pela finalidade, uma vez que nos conventos as rodas se destinavam a fazer passar todo o tipo de objectos do exterior para o interior e vice-versa, e não especificamente crianças de pouca idade. O senso-comum fixou a ideia de que as freiras recebiam expostos, mas a documentação não confirma que tenha sido uma realidade frequente. Segundo a lei, a criação dos expostos competia às câmaras, e, por contrato com estas, a algumas misericórdias do país. Foi Pina Manique quem determinou em Maio de 1783 que todos os concelhos do reino deveriam passar a dispor de uma roda onde as crianças pudessem ser abandonadas de forma legal. IS |
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Rodela – pequeno escudo convexo, geralmente reforçado || disco ou anilha de cortiça || bóia redonda de cortiça || certo género de vasilha. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 38; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 184. RF |
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Rogadores – o mesmo que medianeiros. RF |
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Rolão, rolam – bocadinhos de trigo que se aproveitam do pão || o resultado da separação da farinha do farelo || instrumento dos mestres canteiros que permitia a remoção de grandes pedras || rola grande. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 363; Moraes, 1980, vol. V, p. 41. LR |
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Rolete – rolo pequeno || instrumento usado para endireitar o fundo dos chapéus || entrenó da cana || parte central do rodeiro do carro || trança de cabelo de mulher enrolada em espiral, no alto da cabeça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 363; Machado, 1996, vol. IV, p. 556; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1010. CO |
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Romão – de Roma, geralmente associado a Itália e ao Renascimento || recorte no eixo do carro onde assentam os malhetes, e que fica entre as treitoiras. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 44; Viterbo, 1712-1728, vol. II, p. 195. RF |
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Roquete, roquéte – veste episcopal || ferro de lança de torneio com três ou quatro pontas. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 100; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 374; Moraes, 1813, vol. II, p. 643. AR |
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Rosário – instrumento usado para auxiliar o crente a rezar. Também conhecido por saltério da Virgem, é constituído por 15 dezenas de contas, correspondendo às Ave-Marias, separadas por uma conta maior, que corresponde ao Pai-Nosso. Estas 150 Ave-Marias, intercaladas por 15 Pai-Nossos, invocavam os mistérios (gozosos, dolorosos e gloriosos) correspondentes a Jesus e Maria; dividiam-se em três partes cada uma, chamada terço, invocando cada terço cinco mistérios (cada mistério correspondia portanto a um Pai-Nosso e dez Ave-Marias). A origem desta devoção foi atribuída a S. Domingos, tendo-se intensificado a partir do século XV com a instituição de confrarias cujo fim expresso era o da reza comunitária do rosário. Fonte: Serra, 1998, pp. 15-29. IS |
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Roseta – rosa pequena || laço disposto à semelhança da rosa || sinal vermelho no corpo || coloração da face || pequena bola com piquinhos à semelhança do instrumento dos disciplinantes || roda dentada dos compassos que serve para graduar as linhas || peça móvel da espora que consta de um círculo com vários espinhos e serve para picar a barriga da besta || rodela de croché || doença vegetal caracterizada pelo encurtamento dos ramos || cidade marítima africana junto do Nilo. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 702; 1813, vol. II, p. 644; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 380. LR |
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Rosquilho, rosquilha - antiga designação portuguesa para pão cozido em forma de rosca || biscoito torcido || pequeno bolo oferecido como presente de baptizado na Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 38; Linschoten, 1998, pp. 154, 402; Machado, 1991, vol. V, p. 571. CO |
Ruão – cavalo com pêlo branco e manchas pretas redondas || homem do povo || pão alvo || espécie de tecido de linho que se fabricava na cidade francesa de Ruão; pano semelhante ao cré || planta medicinal brasileira || árvore da família das clusiáceas. Fontes: Moraes, 1956, vol. IX, p. 725; 1813, vol. II, p. 647; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 391; Suplemento I, p. 187. LR |
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Ruibarbo, reubarbo – raiz espinhosa, proveniente da China, de cor amarela que tinha funções terapêuticas como apaziguar a cólera, o estômago, o fígado, o baço, purificava o sangue, resolvia a hidropsia e acabava com as febres. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 324; Costa, 1964, pp. 189-191. LR |
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Rumal – lenço branco ou de cor que serve muitas vezes de touca. Fontes: Trindade, 1963, p. 379; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 263-264. CO |
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Rume – designação para turcos na Índia || soldados turcos ou egípcios, filhos de cristãos, retirados aos pais em criança e educados na fé muçulmana || mamelucos || primeiro estômago dos ruminantes. Fontes: Trindade, 1963, p. 377; Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 399; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1032. CO |