L
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8

Labarda, alabarda – arma de defesa e ataque geralmente utilizada pelos arqueiros na defesa dos príncipes e pelos alferes nas batalhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p.203; Moraes, 1813, vol. II, p.197. OV

 

Lacão, lacam – presunto; perna de porco. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 111; 1813, vol. II, p. 198; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 543. LR

Lacre – espécie de cera ou goma produzida na Índia utilizada para fechar garrafas, cartas, embrulhos, entre outos || cor muito vermelha presente na pele das pessoas mais envergonhadas || fechar, selar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 14; Moraes, 1980, vol. III, p. 324. OV e LR  

 

Lacreada – ornato esmaltado ou feito de lacre ou lacra. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 324. OV

 

Lado – lombo do porco. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 16; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 357. CO

 

Ladrilho – tijolo; barro amassado, cortado à medida, seco ao sol e cozido no forno || passeio da rua || pedaço grande de marmelada || bolo seco || gatuno. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 120; 1813, vol. II, 199; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 19. LR

Lagar, alagar, lagár – espécie de tanque onde se pisam e reduzem a mosto as uvas || engenho onde se moem as azeitonas para delas se extrair azeite. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 19; Moraes, 1813, vol. II, p. 200; Dias, 2003, vol. VI, p. 43. NP

 

Lagaradica, lagaradiga – taxa que o senhor recebia pela utilização dos seus lagares, que podiam ser de azeite ou de vinho. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 200; Conde, 1999, p. 123. LR

Lambrequim - bordado pendente com festões || recorte de madeira, metal ou tecido que encima um pavilhão ou tenda, que envolve a parte superior de um dossel ou cortinado || recorte de metal, madeira ou tecido, colocado nos lados de um baldaquino, cantoneira, etc., para ocultar a junta das peças. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 330; Pais et al., 2001, p. 322; Silva e Calado, 2005, p. 215. AD 

 

Lambugem – guloso || isca || barro muito fino || oliveira minhota || massa líquida da porcelana || alimento de pouca consistência que se ingere antes das refeições para saciar o excesso de fome || os restos de comida que ficam no prato || sopas que se recebem por peditório. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 130; 1813, vol. II, p. 201; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 27. LR

 

Lampadário, lampadârio – castiçal grande de braços, cada um com sua vela, que normalmente se encontra pendurado no tecto nas igrejas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 30; Moraes, 1813, vol. II, p. 202. LR

Lançadeira – instrumento que serve para tecer. Tem forma de barco onde se prende a canela do fio da urdidura || passar o fio através da urdidura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 32; Moraes, 1813, vol. II, p. 202. AR 

 

Lanceta – instrumento de dois gumes afiados que servia para fazer sangrias; instrumento de aço com o qual o sangrador fura e abre as veias || cutelo pontiagudo afiado || espécie de planta. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 141; 1813, vol. II, p. 204; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 35. LR

Lande, landea – bolota dos carvalhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 37; Roque, 1979, p. 167. LR

 

Landoa, lamdoa – glândula inchada ou nascida parecida com a lande. Fonte: Roque, 1979, p. 167. LR

 

Lanha, coco lanho – coco verde e tenro na antiga Índia Portuguesa, muito usado nas antigas armadas, por conter água abundante, ter paladar agradável e ser saudável. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 37; Linschoten, 1998, pp. 217-218, 390; Dalgado, 1919-1921, vol. I, pp. 510-511; Moraes, 1994, vol. III, p. 335; Machado, 1991, vol. III, p. 531. CO

 

Lanio, lâneo – cobertor, vestido ou capa de lã. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 224; Viterbo, 1965, vol. II, p. 358. OV

Lanterna, alinterna – caixa portátil de vidro, dentro da qual se coloca um pequeno reservatório com azeite e torcida, uma vela, etc. || espécie de lampião, cuja luz é resguardada por vidros laterais || obra pequena de madeira com seus vãos e aberturas para dar luz a modo de lanterna no topo dos edifícios || garrafa de vinho || sapato. Fontes: Moraes, 1949, vol. I, p. 642; 1813, vol. I, p. 97; 1999, vol. III, p. 335; Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 37-38; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1363. CO e LR 

 

Lanterneiro – oficial que faz lanternas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 38. CO

 

Láparo – coelho pequeno. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 38. LR

Lapidário, lapidârio, lapidário – qualquer coisa ou alguém que se abriga entre pedras || inscrições lapidares || aquele que talha ou vende pedras preciosas || instrumento de relojoaria. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 148; 1813, vol. II, p. 205; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 39; Dias, 2003, vol. VI, p. 393. LR e NP

 

Laquear anatomicamente, impedir a hemorragia unindo a artéria ferida || cobrir com goma, laca || pintar móveis com tinta de esmalte. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 337. OV

 

Laquecas, alaquecas – contas, brincos, quinquilharias que eram feitas com pequenas pedras de tonalidade alaranjada encontradas na Península do Indo. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 359. CO

 

Larada, laráda – cinza, borralho do lar; conjunto de coisas com que é coberta a lareira || famílias ou pessoas que cercam a lareira || abundância de algo || multidão. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 205; Dias, 2003, vol. VI, pp. 393-394. NP

 

Lardear, alardar - entremear nas carnes tirinhas de toucinho, para lhes dar melhor sabor durante a assadura. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1365. CO

 

Lardo – gordo || toucinho cortado em tiras para entremear outras carnes || condimento. Fonte: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 1365. CO

Lareira - lugar onde se acende lume dentro de casa para o Inverno. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 42; Moraes, 1813, vol. II, p. 206. AR

 

Larim – tanga larim || antiga moeda de prata, que pesava cinco gramas, equivalia sessenta ou cem reais e era utilizada no Golfo Pérsico e na Índia Ocidental. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 45; Dalgado, 1919-1921, vol. I, pp. 513-514; Trindade, 1963, p. 377. CO

 

Lascarim, lascharim, lasquerim – soldado indígena na Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 46; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 515; Trindade, 1963, p. 377. CO

 

Latada, latáda – tipo de grade formada por ripas, varas ou canas na qual se apoiam plantas trepadeiras, arbustos ou videiras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 48-49; Moraes, 1813, vol. II, p. 207; Dias, 2003, vol. VI, p. 394. NP

 

Látego, lâtego, látego – correia de açoutar || correia com que se açoutavam os escravos; azorrague || chicote de cordas || cordas das cilhas || castigo, flagelo || tira feita de couro usada para apertar os arreios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 49; Moraes, 1980, vol. III, p. 341; 1813, vol. II, p. 207; Dias, 2003, vol. VI, p. 394; Pereira, 2000, p. 48; D. Duarte, 1986, p. 33. LR, Np e AR

Laudel, loudel antiga indumentária de guerra composta por saia de malha, coberta com folhas ou lâminas de aço fino ou ferro alcochoada, de modo a resguardar o corpo dos golpes da espada. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 347; Viterbo, 1965, vol. II, p. 359; Dias, 2003, vol. VI, p. 409. OV e NP

 

Laudémio, laudemio – foro que o enfiteuta paga ao senhorio directo quando aliena uma propriedade. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 54; Moraes, 1813, vol. II, p. 208. LR

Lavabo – depósito de água com torneira em refeitórios, sacristias, etc. || acção que consiste no lavar dos dedos na missa pelo sacerdote || pano com que o sacerdote limpa os dedos na missa || lugar onde se fazem lavagens || taça usada na mesa para lavar os dedos durante ou depois das refeições. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. XIV, p. 748. AR

Lavanda – bacia de forma oval ou redonda usada para recolher a água proveniente de um aquamanil no decorrer do lava-mãos. Fontes: Domingues, 2006, p. 105. CO

Lavatório, lavatoreo – acção de lavar || móvel com todas as peças necessárias ao asseio do rosto e das mãos || chafariz, bica de água || numa casa monástica é o conjunto de chafarizes que brotam água para uma pedra onde os religiosos lavam as mãos antes e depois de irem ao refeitório || acção de lavar as mãos que o padre faz na missa depois do ofertório || banho || figurativamente quer dizer “purificar” || infusão para o doente sorver os vapores dos medicamentos ou bochechar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 53; Moraes, 1813, vol. II, p. 209; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 208; Chernoviz, 1890, pp. 286-287. LR

 

Lavego – arado com varredoiro, também chamado labrego, arado grande para limpar o campo de raízes. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 209; Moraes, 1980, vol. II, p. 213. OV

 

Lavor trabalho, labor, ocupação || antigamente, servia para designar qualquer obra trabalhada pelos homens, independentemente do ofício (campos, searas, casas, pontes, muros, igrejas, etc.). Porém, em muitos documentos do século XIV e XV o termo lavor designa sobretudo o trabalho dos homens na agricultura; fruto; a forma como são produzidas as coisas (por ex. uma costura, uma escultura, um bordado). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 54-55; Moraes, 1980, vol. III, p. 345; Viterbo, 1965, vol. II, p. 360. OV

 

Lavrança – agricultura, lavra, cultivo da terra. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 394. NP

 

Lazeira, lazéira – fome, miséria, penúria, desgraça. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 210; Dias, 2003, vol. VI, p. 395. NP

 

Ledice – alegria, prazer. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 66; Moraes, 1813, vol. II, p. 211. LR

 

Ledo – pessoa alegre. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 66; Moraes, 1813, vol. II, p. 211. LR

 

Legacao, legacam – erva que dá flores e frutos, sendo estes umas espécies de pequenas bagas. Muitos confundem esta erva com a salsa parrilha, mas estas diferem por a segunda ter raízes lisas e sem nós. Arraiz afirma que as folhas desta erva depois de secas e dadas a beber a uma criança protegiam-na contra os males vindouros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 63; Moraes, 1813, vol. II, p. 211; Arraiz, 1683, Parte I, p. 161. LR

 

Legado – doação que se faz por testamento; valor ou objecto determinado pertencente aos bens do testador o qual doou em favor a certa pessoa || deixado, transmitido|| herança || testemunho || legado do papa é o indivíduo que o papa envia a qualquer lugar com uma determinada função || embaixada. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 14, p. 811; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 64, Suplemento I, p. 554; Moraes, 1813, vol. II, p. 211. LR e MD

 
Legado pio, bem d’alma – a parte da herança, objectos ou valores, que o testador destina à satisfação dos encargos com a salvação da sua alma, como a celebração de missas, distribuição de esmolas, dádivas a estabelecimentos de assistência, e quaiquer outors actos de caridade ou devoção. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 21, p. 898; Azevedo, 2001a, vol. J-P, pp. 69-70. MD
 

Legatus a latere – enviado do papa, com ampla representação e faculdades plenas para julgar as apelações feitas à Santa Sé. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 275. IS

 
Legitima – aquilo que por herança toca a cada filho em particular dos bens de seus pais; parte da herança dos pais, assegurada por lei aos filhos, e que um testamento não lhes pode tirar. “Dividida a herança em três partes iguais, depois de deduzidas as dividas, duas formam a legitima e devem ficar salvas aos herdeiros necessários, quer seja um só, quer sejam muitos para se repartir entre eles”. Fontes: Bluteau, 1712 – 1728, vol. V, p. 65; Rocha, 1848, p. 240; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 14, p. 819. MD

Legumeiro, legumeira – o mesmo que prato coberto || recipiente da família das terrinas, normalmente oblongo e mais baixo, composto por base e tampa, destinado a manter uma temperatura adequada dos alimentos, incluindo legumes. Fontes: Domingues, 2006, pp. 105, 162; Moraes, 1999, vol. III, p. 348. CO 

 

Leite escurrudo – coalhada || nata. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 361. CO

 

Leito à inglesa – leito muito em voga em Portugal no séc. XVIII; leito com parte da frente extensível semelhante ao moderno sofá-cama. Fonte: Nascimento, 1998, p. 97. CO

Leito cerrado – leito com o dossel suspenso do tecto e espessas cortinas de correr em armações de ferro. Fonte: Nascimento, 1998, p. 90. AD

 

Leito chinês – leito vindo da China. Fonte: Nascimento, 1998, p. 90. AD

 

Leito conventual – leito de frade ou freira, mais ou menos modesto e conforme ao rigor das ordens religiosas. As cabeceiras de muitos deles ostentavam cruzes em relevo ou lâminas pintadas reproduzindo motivos sacros. Fonte: Nascimento, 1998, p. 93. AD

 

Leito da Índia – leito vindo da Índia, em geral, lacado ou dourado. Fonte: Nascimento, 1998, p. 94. AD

 

Leito de aparato – cama luxuosamente armada, revestida de ricos tecidos e bordados para uso cerimonial. Fonte: Nascimento, 1998, p. 86. AD

Leito de balaústres, leito de quatro balaústres – em geral, designam-se assim os leitos de elementos torneados, servindo a indicação do número de balaústres para mostrar a riqueza do móvel. Fonte: Nascimento, 1998, p. 89. AD 

 

Leito de campanha – leito quebradiço, fácil de armar e desarmar. Fazia parte do mobiliário ligeiro facilmente transportável para serviço de deslocações temporárias. Fonte: Nascimento, 1998, p. 90. AD

Leito de colunas - leito com colunas para suporte de dossel. Não se encontram leitos de colunas anteriores ao século XVI. Fonte: Nascimento, 1998, p. 93. AD

 

Leito de cortina fechada – leito cujas cortinas fechadas serviam para ocultar a ama, enquanto amamentava o neófito, e para a mudança de pensaduras. Fonte: Nascimento, 1998, p. 93. CO

Leito de domo – leito caracterizado por um dossel em forma de cúpula. Fonte: Nascimento, 1998, p. 93. AD

 

Leito de estrado – os estrados cobertos com alcatifas serviam para elevar as primeiras camas antes do aparecimento da armação em carpintaria própria. O leito de estrado era um leito rico. Fonte: Nascimento, 1998, p. 94. AD

 

Leito de pavilhão – leito em que o dossel se assemelhava a um pavilhão ou tenda de campanha. Fonte: Nascimento, 1998, p. 98. AD

 

Leito mortuário – leito de aparato, propositadamente armado para se exporem os corpos de pessoas falecidas. Fonte: Nascimento, 1998, p. 97. AD

 

Leito nupcial – leito destinado aos noivos para passarem a noite do casamento. Os cuidados e requintes no paramentar da cama e os tecidos empregues variavam em função da riqueza dos nubentes. Fonte: Nascimento, 1998, p. 98. AD

 

Leitor – aquele que lê || anel que as amas-de-leite tinham como amuleto e que servia contra o mau-olhado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 74-75; Moraes, 1980, vol. III, p. 350. LR

 

Leituário, electuário – medicamento feito com plantas às quais se adiciona mel e açúcar; electuário || o que apresenta a cor do leite || amuleto que as amas-de-leite possuíam || tombo onde estão assentados os bens ou rendas de uma instituição. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 75; Moraes, 1980, vol. III, p. 350; Viterbo, 1965, vol. II, p. 361. LR

 

Leixe – deixe || forma antiga do verbo deixar. LR

 

Lemiste – pano de lã fino, preto e importado de Inglaterra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 77; Moraes, 1980, vol. III, p. 350. LR e OV

Lenço – pano de linho que era trazido no bolso com a finalidade de limpar os suores || pano que se usa ao pescoço || lados de uma gaveta || tela. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 78; Moraes, 1980, vol. III, p. 351. LR 

 

Lenço de muroparte do muro que fica direito e tem alguma extensão. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 225. OV

 

Lenholoés, linaloés – o mesmo que águila. Fontes: Barbosa, 1989, p. 155; Dalgado, 1919-1921, vol. I, p. 521. CO

Leque - espécie de abanico, composto por uma série de varetas ligadas por papel ou tecido, abrindo em semi-círculo. Trata-se de um objecto originário da Ásia, introduzido pelos portugueses no século XVI, que se tornaria indispensável no traje feminino até ao século XIX, usado pela sua eficácia no arrefecimento do ar em ambientes quentes e abafados || moeda de Ormuz e de outras terras da Pérsia Fonte: Bluteau, 1720, vol. V, p. 84; Moraes, 1994, vol. III, p. 354. OV e IS

 

Lequia - espécie de ameixas redondas. Fonte: Cruz, 1997, p. 38. CO

 

Ler de cadeira – poder falar à vontade sobre uma temática; conhecedor. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 397. NP 

 

Levadiga – dores que normalmente antecedem ou acompanham a formação dos bubões || levação, isto é, surgimento de tumores. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 217; Roque, 1979, p. 167. LR

 

Ley antiga – velho testamento. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 110. LR

 

Lhargueiro – o mesmo que colateral nos termos antigos. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 73. OV

 

Liaça, liâça, liáça – feixe; liaça de vimes || molho das palhas donde vão os vidros envoltos nos caixões para não se partirem. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 105; Moraes, 1813, vol. II, p. 220. NP

 

Liame – coisa que une, prende ou liga || cordame de navio || cal amassada, que serve para ligar pedra e tijolos || madeira das curvas com que se ligam por dentro os costados dos navios. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 359; 1813, vol. II, p. 220; Dias, 2003, vol. VI, p. 399; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 106. RF e NP

 

Liar, liár – atar com corda; ligar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 106; Moraes, 1813, vol. II, p. 221. LR

 

Libelo, libello – pequeno livro ou escrito onde se regista o que determinada pessoa deve; esta solicitação do que é devido é normalmente assinalada por artigos e provas || pequena exposição do que se pretende provar contra o réu; acusação. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 108. LR

 

Libra, livra – o mesmo que arrátel || unidade de peso correspondente a 459,5 gramas || nas boticas correspondia a 12 onças || antiga moeda portuguesa do reinado de D. Afonso I que valia 20 reais brancos antigos; com D. João I passou a valer 35 reis e 3 ceitis; no reinado de D. Manuel 92 reais || sétimo signo do zodíaco equivalente à balança || unidade monetária inglesa. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, pp. 229-230; 1813, vol. II, p. 222; Arenales Barrios, 1985, p. 206; Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 115-116; Lopes, 2003, p. 115; Monteiro, 2001, p. 83; Linschoten, 1998, p. 390; Moraes, 1994, vol. III, p. 360. CO, LR e AR

 

Liço, liços – fios da teia do tecelão que se elevam ou abaixam através de pedais a cada passagem da lançadeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 122; Dias, 2003, vol. VI, p. 400. NP

 

Lida, lída – trabalho, tarefa || fadiga, embaraço. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 122; Moraes, 1813, vol. II, p. 223. NP 

 

Lila – espécie de tecido antigo, de lã, fabricado em Lila (Lille), que era fino e lustroso. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 364; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 127; Dias, 2003, vol. VI, p. 400. RF

Lima, líma – instrumento de aço ou de ferro, com asperezas dispostas de modo regular, para polir, desbastar e cortar metais ou outros materiais duros || fruto, espécie de limão doce || engenho e acuidade com que o autor aperfeiçoa a sua obra. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 127-128; Moraes, 1813, vol. II, p. 225; Dias, 2003, vol. VI, p. 400. NP 

 

Limadoalgo que foi polido, aperfeiçoado, apurado. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 129. OV

 

Limetas - vasilhas redondas a modo de redoma. Tomam este nome por se parecerem com a lima ou limão. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 278. IS

 

Limpar as pautas, alimpar as pautas – reduzir várias pautas numa só || satisfazer obrigações. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 329; Moraes, 1813, vol. II, p. 413. LR

 

Lineamentotraço || linha || feições do rosto || contorno. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 137; Moraes, 1980, vol. III, p. 366. OV

 

Língua cervina, lingoa cervina – uma espécie de erva. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 140-141; Moraes, 1813, vol. II, p. 227. LR

 

Língua de vaca, lingoa de vaca – planta cujas folhas depois de fervidas juntamente com a raiz são usadas como tónico nas bronquites. As folhas desta planta podem ser directamente aplicadas sob úlceras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 141; Moraes, 1813, vol. II, p. 227; Chernoviz, 1890, pp. 317-318. LR

 

Língua, lingoa – intérprete. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 227. OV

 

Linguainça – linguíça. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 363. CO

 

Linguetaadorno arquitectónico utilizado sobretudo nas escadas || algo similar a língua pequena || peça metálica com que se faz obocal amovível para os instrumentos de sopro; peça de ferro móvel das fechaduras || rampa para transportar as embarcações da terra para o mar || designação atribuída ao lábio inferior de alguns insectos || compressa estreita e comprida que se coloca nas feridas || em linguagem popular, traidor, denunciador || parede entre duas chaminés || instrumento em forma de compasso comprido e estreito usado em cirurgias. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 143; Moraes, 1980, vol. II, p. 368. OV

 

Linhoplanta de folhas triangulares, composta por duas secções, uma delas lenhosa, a qual se encontra no interior da planta, e a outra na parte exterior, fibrosa, da qual se retira a fibra, em forma de fios, que mais tarde dá origem ao tecido. Os linhos portugueses são de proveniência indígena, sendo os mais recorrentes o galego (Braga, Vila Real e Viana do Castelo), o mourisco (a sul do Tejo) e o riga nacional (Guarda e Minho) || bragal, enxoval || termo de Peniche, pedra de grande porte que serve para pescar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p.149; Moraes, 1980, vol. III, p. 336. OV

 

Linho em cabello, linho em cabeloo linho que ainda não foi tratado, transformado em fio para tecer. Fonte: Viterbo, 1965, vol, p. 363. II. OV

 

Litão, alitão, leitão – peixe || cação pequeno seco e salgado. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 272; 1813, vol. II, p. 230. LR

Liteira espécie de cadeira de mão, coberta e suspensa em duas varas compridas, utilizada para a prática do transporte, inclusive de doentes; carruagem à moda de leito, dado que dispunha, no seu interior, de uma espécie de cama com almofada || roupas de adorno de cama || tecido de estopa ou lã tingido a preto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 157; Moraes, 1980, vol. III, p. 374; Viterbo, 1965, vol. II, p. 364. OV

 

Liteiro – tecido grosso com o qual as pessoas do campo faziam sacos || conjunto de dois lençóis estendidos perpendicularmente e presos a uma varela para impedir que o centeio salte da eira quando se está a debulhar. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 273; 1813, vol. II, p. 230; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 157. LR

Livro de horas - livro de meditação privada, instrumento por excelência da meditação íntima. É uma adaptação do breviário, usado pelos membros do clero, agora para uso dos leigos, popularizado pela devotio moderna. O livro de horas vai buscar ao breviário os seus elementos principais: calendário, salmos penitenciais, ladainhas, sufrágios, ofício de defuntos, e o chamado pequeno ofício da virgem Maria. Este tornar-se-á a oração favorita dos leigos e o texto base dos livros de horas. Como este pequeno ofício era mais comummente conhecido por “horas da virgem”, os livros passam a designar-se por livros de horas. No entanto, para alem da importância que concedem às horas da Virgem, os livros de horas apresentam ainda outras diferenças em relação aos breviários: são independentes face ao ciclo litúrgico e a sua recitação não tem carácter obrigatório, dizendo respeito apenas à devoção privada. Por outro lado, a sua composição escapa ao controle da Igreja, e o copista pode dispor os textos como quiser, às vezes acrescentando textos da sua escolha ou da do encomendador, por vezes profanos. Não há dois livros de horas iguais. Cada livro era produzido por uma equipa, por encomenda, de acordo com o gosto, estatuto e posses do encomendador, pelo que geralmente revela uma ligação estreita, e por vezes reveladora, com um indivíduo específico. Alguns exemplares dão mostras de terem sido muito usados. Marcas de cera, velas ou óleo de candeias, folhas perdidas, encadernações substituídas ou muito gastas, etc. Inclusivamente, o hábito de beijar algumas páginas estraga folhas. Eram adquiridos sobretudo por ocasião do casamento. Os livros de horas tinham fins espirituais e medicinais. Num sentido lato, cada exemplar pode ser considerado terapêutico, uma vez que orações a determinados santos tinham como fim aliviar certos males. Às vezes serviam como livros de razão, onde se anotavam os bons e maus sucessos de família, onde se guardavam pequenos objectos de piedade, sendo os mais comuns os rosários, o que mostra que estes se desenvolveram simultaneamente com os livros de horas no final da Idade Média. Era também nestes livros que as crianças aprendiam a ler. Profusamente iluminados, os livros de horas eram geralmente de produção flamenga ou do norte da França. Podiam ter encadernações luxuosas, com ouro e pedras preciosas, sendo guardados num saquinho de cabedal fino ou numa caixa, semelhante a um escrínio de jóia. Fonte: Serra, 1998, pp. 15-29. IS
 

Lixa – uma espécie de maçã doce || peixe cuja pele, por ser muito dura e áspera depois de seca serve para polir, cobrir caixas ou fazer estojos || pano áspero resguardado com uma camada crespa feita com areia que favorece o polimento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 165; Moraes, 1980, vol. III, p. 377. LR

 

, lô – pano com lavores de palheta de ouro, usado no Oriente; espécie de escumilha || pão doce (pão-de-ló) feito de farinha, ovos e açúcar || lado do navio voltado para o vento ou para o lado de onde vem o vento. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 167; Lexicoteca, 1985, vol. II, p. 1396; Machado, 1996, vol. III, p. 603; Moraes, 1999, vol. III, p. 377. CO 

Loba – veste eclesiástica comprida que tem este nome por necessitar de muito pano na sua confecção. Palla afirma que “as Cortes de Évora de 1481 proibiram aos Judeus o porte de lobas” || vestido antigo de dó; veste roçagante; antiga túnica aberta, sobreposta por diante e sem mangas || tumor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 168; Palla, 1992, pp. 50-51; Dias, 2003, vol. VI, p. 403. LR e NP

 

Lobeta – loba curta. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 404. NP

 

Loboam – designação árabe para o beijoim. Fonte: Barbosa, 1989, p. 142. CO

 

Locutório - grade onde as religiosas falam com pessoas de fora. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 172. IS

 

Logea, lógea - loja, casa térrea; pátio coberto. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 405. NP

 

Logradouros – matos que se reservavam para o pasto do gado de uma determinada aldeia ou para os fornos ou outros serviços da mesma. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. LR

 

Loriga – antiga vestimenta militar, feita de tiras de couro || espécie de saia de malha com lâminas de aço e que fazia parte da armadura dos guerreiros || cota de malha mais vulgar, justa ao corpo prolongando-se sensivelmente até à altura dos joelhos, era composta de um almofar (espécie de capuz) e mangas até aos cotovelos. Fontes: Moraes, 1980, vol. III, p. 383; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 183; Viterbo, 1965, vol. II, p. 67. RF

Loro – a correia dupla que sustenta o estribo e que está apertada ao selim. Fontes: Dias, 2003, vol. VI, p. 408; Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 183. NP e RF

 

Losna, alosna – erva medicinal que tem um talo com muitas ramificações; as suas folhas são brancas, as flores são pequenas e douradas e a sua semente assemelha-se a um cacho de uvas. Planta de gosto amargo, vulgarmente chamada de absinto. Tem propriedades diuréticas, digestivas e estimulantes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 183; Moraes, 1813, vol. II, p. 236; Chernoviz, 1890, p. 331; Roque, 1979, p. 325; Manuppella e Arnaut, 1967, p. 210. LR

 

Louça de barro caboclo – louça de barro não vidrado usada nas casas brasileiras mais humildes. Fonte: Santos, 1968, pp. 82-83. CO

 

Loução – garrido || vestido de cores garridas. Palavra usada com vários sentidos na literatura portuguesa; inicialmente referia-se ao vestuário, “o bem trajado e adornado”, mas adquiriu depois outros sentidos. Fonte: Moraes, 1980, vol. III, p. 384. RF

Louceiro – o oficial que faz a louça || aquele que vende louça || armário ou lugar onde se guarda a louça. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 286 ; Suplemento I, p. 563 ; Moraes, 1813, vol. II, p. 236. LG e LR  

 

Louvaminha – lisonja. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 190; D. Duarte, 1942, p. 183. LR

 

Lucão – antiga palavra portuguesa para rede de pescar. Fontes: Pires, 1978, p. 374, nota 390; Moraes, 1994, vol. III, p. 386. CO

 

Luir, luyr – abanar, brincar. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 16. AR

 

Luita – o mesmo que luta. Fontes: Moraes, 1813, vol. II, p. 239; D. Duarte, 1942, p. 122. LR

 

Lumiar, lumiár, limiar, limiár, liminar – parte inferior da entrada da porta, soleira da porta; patamar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 203; Moraes, 1813, vol. II, pp. 225, 239; Dias, 2003, vol. VI, pp. 411-412. NP

 

Lúpulo, luparo – planta trepadeira com cujas bagas se faz a cerveja || erva quente que tem o efeito de abrandar a cólera, purificar o sangue, relaxar o ventre, diminuir o fígado e o baço quando inchados e declinar a frialdade. O sumo desta erva é purgativo, desopilando o fígado e baço || pé de galo. Fontes: Moraes, 1954, vol. VI, p. 325; 1813, vol. II, p. 240; Bluteau, 1712-1728, vol. V, pp. 206-207; Chernoviz, 1890, p. 339. LR