C
  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • 14
  • 15
  • 16
  • 17
  • 18
  • 19
  • 20
  • 21
  • 22
  • 23
  • 24
  • 25
  • 26
  • 27
  • 28
  • 29
  • 30
  • 31
  • 32
  • 33
  • 34
  • 35
  • 36
  • 37
  • 38
  • 39
  • 40
  • 41
  • 42
  • 43

Cabaço – vaso de casca de abóbora seca que servia para levar água ou vinho || utensílio composto por um cabo de madeira comprido e numa das extremidades pela metade de uma cabaça, cortiça ou um pote de chapa de zinco, que servia para regar os canteiros das hortas ou para tirar a urina das cortes; cântaro em folha-de-flandres para medir o vinho, utilizado no Alto-Minho; antiga medida de líquidos equivalente ao cântaro e que compreendia 24 quartilhos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 4; Moraes, 1813, vol. I, p. 309; Oliveira, 1995, pp. 324-325; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 5, p. 240. LR, AR e MD   

 

Cabaia - do arábe kabaya. Roupão de tecido leve, com mangas largas || roupa usada na China || vestes usadas por alguns povos orientais || veste com uma pequena gola, com abertura lateral sob a ilharga. Fontes: Wicki e Gomes, 1948-1988, vol. XI, p. 276; Verbo Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura, 1966, vol. IV, p. 478. CO

Cabeçada – golpe ou pancada com a cabeça || chapéu, boina ou boné || parte dos arreios que cingem a cabeça das cavalgaduras. As cabeçadas são feitas de tiras de couro que são colocadas na cabeça do cavalo e servem para segurar a embocadura (ferro usado na boca dos cavalos). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 9; Moraes, 1980, vol. I, p. 419. RF

Cabeçal – travesseiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 9; Moraes, 1980, vol. I, p. 419. RF  

 

Cabeção – parte superior ou gola de uma peça de vestuário. Carapuço ou colarinho de uma capa. Gola larga e pendente de capa, casaco ou vestido; colarinho largo de senhoras. Espécie de gola dos padres, na qual vem preso o colarinho || cabresto com duas rédeas e um pequeno arco de ferro, para domar ou governar a cavalgadura sem ferir a boca com o freio || vinheta ou gravura em frontispício de livro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 10; Moraes, 1980, vol. I, p. 419. RF 

 

Cabeças – nos sapatos as cabeças são o rosto do calçado. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 9. LR

Cabeceira de dossel – pano ou cortina fixa pendente do céu ou capelo do dossel à cabeceira do leito. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 248. RF e CO

 

Cabila, cabilda – povo de uma província ou tribo governada por chefe || ajuntamento de gente mourisca antiga e aparentada vivendo no mesmo lugar || tribo ou associação de famílias vivendo no mesmo lugar em Moçambique || bando || cáfila || quadrilha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 17; Faria e Sousa, 1945-1948, vol. III, p. 54; Dalgado, 1983, pp. 206-207; Moraes, 1994, vol. I, p. 421. CO

 

Cabrestilho – cabresto pequeno || correias de couro ou de metal com as quais se prende a espora no pé. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 689; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 21-22. LR

 

Cabresto – aparelho constituído por um conjunto de correias ou cordas, colocado na cabeça do animal, com que se prendem ou conduzem as bestas e também as cabras e ovelhas que pastam presas a uma corda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 22; Moraes, 1980, vol. I, p. 423. RF  

 

Caçanar, cassanar, catanar - sacerdote dos cristãos de S. Tomé na Índia, que seguem o rito cristão sírio. Fontes: Dalgado, 1983, p. 208; Moraes, 1994, vol. I, p. 425. CO

 

Caçaneira, catatiara – mulher do caçanar. Fonte: Dalgado, 1983, p. 208. CO

 

Caçaràs - batatas muito saborosas, que se encontram nos tanques em toda a Costa do Guzerate. Fonte: Moniz, 2000, p. 76, nota 1. CO

Caçarola, cassarola, caçoila – recipiente ou tacho de barro, com cabo, para cozinhar. Fontes: Moraes, 1999, vol. I, p. 425; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 483. CO

 

Caceta – caixa || vaso || caceta de boticário é um vaso de metal, mais ou menos fundo, onde se colocam várias substâncias que são misturadas com a ajuda de uma colher. Pote para mexer electuários. Nas boticas pode ser ainda um outro vaso com furos, à semelhança de uma joeira, com o qual o boticário coava os líquidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 24; Moraes, 1813, vol. I, p. 315. LR

 

Cacha, encacho – pano da Índia, de algodão cru e grosso usado no fabrico das tangas || pano-cru ordinário, feito de algodão || peça de vestuário indiano, parecida com a tanga. Fontes: Dalgado, 1983, p. 163; Trindade, 1963, vol. II, p. 377. CO

 

Cacheira – moça || tecido de felpa comprido; cobertor desse tecido || espécie de vestuário antigo || pau com uma das extremidades torcida || pau da altura de um homem, mais grosso numa das pontas e que servia de arma para os trabalhadores do campo. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 700; 1813, vol. I, p. 316; Viterbo, 1965, vol. I, p. 154; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 25. LR

 

Cachondá, cachundé – o mesmo que cate, ou seja, extracto de madeira da Acacia catechu, engrossado e seco || mistura feita na Índia de especiarias e ervas picantes de efeitos supostamente afrodisíacos || bolinho de cacto, areca, açúcar e outros ingredientes usado na Índia e na Malásia para perfumar a boca. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 159, 377; Dalgado, p. 213; Moraes, 1994, vol. I, p. 427. CO 

 

Cachucho – peixe teleósteo muito comum na costa portuguesa, pequeno, e de bastante valor alimentar; é conhecido por breca na Póvoa de Varzim || papelote do cabelo para ondular || moeda de tostão || chaveta de dobradiça || anel grosso de oiro com grande brilhante. Fontes: Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 484; Machado, 1991, vol. I, p. 634. CO

 

Caciz, cacîz – sacerdote muçulmano || homem nobre em alguns estados africanos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 27; Dalgado, 1983, pp. 213-214; Moraes, 1994, vol. I, p. 428. CO

Caço - vocábulo próprio das Beiras que designa uma frigideira com cabo || vaso de lata que serve para tirar água dos poços || cabaço || concha para a sopa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 27; Moraes, 1980, vol. I, p. 428. LR

 

Caçote – saiote antigo de pano grosso || espécie de saio de pano grosso e acolchoado que levavam à guerra os que não tinham armas de ferro. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, pp. 428-429. RF 

 

Caçuto – tecido indiano || tecido de origem persa preto ou no qual predomina a cor preta. Fontes: Pires, 1978, p. 358, nota 368; Dalgado, 1983, p. 215. CO

 

Cadafalso – estrado erguido em praça pública para a realização de actos solenes, espectáculos fúnebres, autos de fé e execução de condenados || morte || destruição. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 28; Moraes, 1980, vol. I, p. 429. OV 

 

Cadarço espécie de seda grossa proveniente dos casulos do sirgo ou bicho-da-seda || fita de pano estreita. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 28; Moraes, 1980, vol. I, p.429. OV

 

Cadarrão, cadarrom – catarro || constipação. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 72. LR

 

Cadeia, cadea - colar de ouro ou prata para ornato que se trazia ao pescoço nos dias de gala. Alguns chamavam-se grãos || mantéu; volta; tira de pano que cinge o pescoço || pequena fechadura móvel que se incrusta a uma porta ou a um móvel e cuja asa passada num anel fecha a aldraba || corrente formada de elos ou anéis metálicos presos uns aos outros || cárcere; prisão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 29, 367, vol. VIII, p. 571; Moraes, 1813, vol. I, p. 318. AD

Cadeira de andar – o mesmo que cadeira de mãos ou cadeira de levar. Era uma cadeira de tipo usual, de espaldar rectangular e pernas de secção quadrangular, a cujos lados se aplicavam umas braçadeiras de ferro em que entravam os varais para poderem ser conduzidas à força de braços e que tinham entre as pernas dianteiras uma tábua saliente para apoiarem os pés, sendo algumas providas de armação com toldo || cadeira antecedendo a cadeirinha decorativa do séc. XVIII. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 248. CO

 

Cadeira de arruar – liteira que servia para transportar pessoas importantes pelas ruas das cidades. Cadeirinha. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 714. LR

Cadeira de balanço – o mesmo que cadeira de baloiço. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 714. LR 

 

Cadeira de Bispo – trono episcopal colocado ao lado do altar-mor. Fonte: Candi, 1985, pp. 326, 330. AD 

 

Cadeira de campanha, cadeira de viagem – cadeira rasa dobradiça. Fonte: Candi, 1985, p. 326. AD

 

Cadeira de espaldas, cadeira de espaldar, dorsuaria – termo empregue para designar uma cadeira de espaldar ou de encosto. Trata-se de um assento individual de espaldar para apoiar as costas e braços. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 30; Candi, 1985, p. 326; Pinto e Nascimento, 1998, p. 27; Sousa e Bastos, 2004, p. 60. AD 

Cadeira de estado, cathedra, trono – cadeira de cerimonial, provavelmente alta, com braços e espaldar, podendo ter também dossel. Para uso cerimonial, poderia eventualmente paramentar-se com têxteis ricos. A designação de “cadeira de estado” podia abranger outros assentos que pela sua forma, decoração e localização na sala, se adequavam ao prestígio de quem neles se sentava. O termo designava em Portugal, até ao século XVIII, uma cadeira destinada a algumas personalidades, não necessariamente reis ou nobres. Fonte: Candi, 1985, p. 326; Sousa e Bastos, 2004, p. 55; Viterbo, 1965, vol. I, p. 296. AD 

 

Cadeira de jogar e ver jogar – cadeira também designada por voyeuse || cadeira que serve para ver jogar, sentando-se a pessoa em posição normal ou virada para o espaldar, de pernas abertas e braços apoiados no cachaço. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 68. CO

 

Cadeira de levar, cadeira de llevar, cadeira de andar – cadeira portátil usada como meio de transporte. Usavam-se para esse fim, cadeiras de tipo usual, de espaldar rectangular e pernas de secção quadrangular, a cujos lados se aplicavam umas braçadeiras de ferro em que entravam os varais para poderem ser conduzidas à força de braços. Entre as pernas dianteiras, tinham uma tábua saliente onde se apoiavam os pés. Algumas eram providas de uma armação com um toldo. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, p. 57. AD

Cadeira de pernas em aspa - cadeira com pernas em tesoura ou em X. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, p. 44. AD

Cadeira de prioreza - cadeira de estado, usada exclusivamente pela pessoa que detém o poder máximo numa “casa”. Neste caso, a prioresa de um convento feminino. Trata-se geralmente de um assento especial, com espaldar alto e braços, ou seja, de uma cadeira de aparato. IS

 

Cadeira de privado – caixa-retrete fechada sobre assento furado com porta frontal para tirar ou por a bacia || o mesmo que caixa de servidor. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 250. CO

 

Cadeira de São Pedro – trono pontifício. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 714. LR

Cadeira de vestir – cadeira luxuosa, revestida de tecidos ricos em ocasiões solenes. Fonte: Freire, 2001, vol. I, p. 84. CO 

Cadeira encoirada – cadeira coberta de couro. Já existia no século XV. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, p. 47. AD 

 

Cadeira episcopal – trono com dossel, situado no primeiro degrau do altar-mor, ao lado da epístola e destinado ao bispo. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 714. LR

 

Cadeira furada – cadeira com assento furado e bacia por baixo. Era utilizada como retrete. Fontes: Candi, 1985, p. 326; Pinto e Nascimento, 1998, p. 86; Freire, 2001, vol. I, p. 88. AD e CO 

 

Cadeira gestatória – poltrona montada sobre um andor, carregada pelos oficiais do Vaticano quando o papa sai em procissão. Fonte: Enciclopédia Brasileira Mérito, 1959, vol. IX, pág. 668. RF

 

Cadeira inteira – por oposição à cadeira quebradiça ou dobradiça, é uma cadeira respaldada de pernas verticais e assento rectangular. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, p. 46. AD

 

Cadeira quebradiça, cadeira dobradiça – em oposição à cadeira inteira, indica que se trata de uma cadeira articulada, que se podia abrir e fechar. Tinha, no século XVI, o nome de cadeira quebradiça e, no século XVII, o de cadeira dobradiça. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, pp. 45, 28. AD

 

Cadeira rasa, cadeira chã – banco. Móvel de assento de um lugar, desprovido de espaldar e braços. Assenta sobre pernas e pés ou painéis verticais, unidos por travessas. Pode assumir formas diversas. A partir do século XVIII, abandona o seu nome tradicional para tomar o de tamborete. Fontes: Candi, 1985, p. 326; Pinto e Nascimento, 1998, pp. 27-28; Sousa e Bastos, 2004, p. 57. AD

 

Cadeira sem braços – a cadeira sem braços mantém, na primeira metade do século XVII, o estilo e as formas da cadeira com braços, embora em regra as suas proporções fossem mais reduzidas. Fonte: Pinto e Nascimento, 1998, p. 50. AD

Cadeiral – conjunto de estalas ou cadeiras de coro que se destinam ao clero durante as celebrações religiosas. Cada estala é constituída por espalda, braço e um assento (misericórdia). Estão ligadas entre si, numa ou mais filas, ao mesmo nível, ou escalonadas. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 27. AR 

Cadeirinha – cadeira pequena || espécie de assento fechado numa espécie de caixa provida de pegas ou varais em que as pessoas antigamente se faziam transportar por homens; pequena liteira de arruar ou andar pelas ruas da cidade || espécie de armação de madeira ou verga para quem anda a cavalo sentado; andilhas. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 376. AD 

 

Cadeneta, cadaneta – bordado a ponto de cadeia. Trabalho de agulha semelhante a cadeias, feito na roupa branca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 29, 31; Costa, 2004, p. 141; Moraes, 1980, vol. I, p. 430. AD

 

Cadenetilha – trancelim. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 379; Moraes, 1980, vol. I, p. 430. AD

 

Cadenilha – renda estreita em ponto de cadeia. Espiguilha. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 379; Moraes, 1980, vol. V, p. 379. AD

 

Cadexo – troço de seda ou retrós. Fontes: Bluteau, 1712-1728; vol. II, p. 173; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 59. CO

 

Cadicilho, codicilo, codicillo, condecillo, condecilho – disposição, sem instituição de herdeiro, que altera as disposições do testamento. O mesmo que cédula. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 358; Moraes, 1813, vol. I, P. 408. LR

Cadilhos – fios de tecido soltos, sem trama, a formar franja. Fios da extremidade de uma alcatifa, tapete ou toalha que pendem além da tecedura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 32; Costa, 2004, p. 141; Machado, 1977, vol. II, p. 21; Moraes, 1980, vol. I, p. 431. AD

 

Cadolim – variedade de bananas na Índia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 215, 377. CO

 

Cafetã, cafetan – túnica debruada de peles usada no Oriente e que o sultão da Turquia oferece como distinção || cabaia || roupa talar forrada de peles e usada na Europa Oriental. Fontes: Dalgado, 1983, p. 218; Moraes, 1994, vol. I, p. 432; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 488. CO

Cafeteira, cafetéira vaso onde se prepara ou traz o café para se deitar nas xícaras. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 319. AR  

 

Çafões, çafoens – calças largas feitas de peles brandas e curtidas || tecido antigo com o qual se faziam os gibões dos soldados. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 433; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 60. CO

 

Çafom – pele branda, carneira; couro com que se cobrem cadeiras, bancos, etc. || peles dos hábitos trazidos pelos frades da Etiópia. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 59. CO

 

Cagi – cadi, do árabe, juiz. Fonte: Machado, 1977, vol. II, pp. 21, 24. AD

Caibro – peça de madeira que, com outras, sustenta as ripas dos telhados ou as tábuas dos soalhos. Nos telhados apoia-se nas cumieiras, nas terças e nos frechais. Nos soalhos apoia-se em barrotes || peça das rodas dos carros de bois entre as quais fica o meão || o barrote da latada || duas espigas de milho unidas pela mesma palha || um par de qualquer coisa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 41, Suplemento I, p. 175; Moraes, 1980, vol. I, p. 435; 1950, vol. II, p. 729; Silva e Calado, 2005, p. 68. AD e LR 

 

Caimal, caimão – chefe militar principal || senhor de muitas terras e vassalos || simples tratamento dado por membros de classes inferiores a indivíduos de castas altas || antiga designação dos senhores e príncipes no Malabar. Fontes: Dalgado, 1983, p. 221; Moraes, 1994, vol. I, p. 435. CO

 

Cairel - fita entrançada para decorar as abas de um chapéu ou capote. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 41; Viterbo, 1965, vol. II, p. 60; Moraes, 1980, vol. I, p. 436. LR

 

Cairelado – debruado com cairel; orlado. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 415. AD

 

Cairelar – pôr cairel em; debruar, orlar. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 415. AD

 

Cairo - fios e fibras da casca do coco com as quais se fazem cordas, escovas, amarras, entre outras coisas; usado sobretudo para os cabos das embarcações e para a calafetagem || cordel que aperta o trabelho de uma serra mecânica || cidade egípcia || antiga medida portuguesa correspondente a três quartos de alqueire. Fontes: Dalgado, 1983, p. 173; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 116; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 42; Moraes, 1980, vol. I, p. 436. LR e CO

Caismão – canela. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 234, 377. CO 

 

Caixa da penitência – uma pequena arca, onde se guardava o dinheiro resultante das condenações dos que não cumpriam as regras da Igreja. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 60. CO

Caixa das almas – caixa de esmolas. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 738. LR 

Caixa de chá – caixa que serve para guardar o chá. AR 

Caixa de costura – móvel, ou caixa, onde se guardam os utensílios de costura. AR 

Caixa, caxa - arca. Móvel de conter, geralmente de forma rectangular, composto por receptáculo fechado por tampa plana, que serve para guardar ou transportar objectos || em Portugal, esse termo foi também empregue sobretudo no século XVI, para designar as caixas de pequenas dimensões onde eram guardados objectos de sacristia como hóstias e relíquias. Outras caixas de grandes dimensões, designam-se por arcaz ou caixão e serviam para guardar alfaias e paramentos || cofre, estojo || parte do coche em que vão os passageiros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 42, 220; Candi, 1985, p. 326; Silva e Calado, 2005, pp. 68-69; Sousa e Bastos, 2004, p. 81. AD

 

Caixão, caxão, caxam, cayxão, cayxam – arcaz. Caixa grande. Móvel de conter de grandes dimensões, geralmente de forma rectangular, composto por receptáculo fechado com tampa plana, podendo incorporar gavetas, prateleiras, portas e ferragens || servia para guardar mantimentos (grãos ou farinha) || o caixão de sacristia servia para guardar alfaias e paramentos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 220; Candi, 1985, p. 326; Moraes, 1980, vol. I, p. 437; Sousa e Bastos, 2004, p. 81. AD

 

Caixeiro – aquele que faz caixas || empregado que serve os fregueses ao balcão e guarda a caixa do dinheiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 220; Moraes, 1980, vol. I, p. 437. AD

Caixela, caixella – caixa de hóstias; hostiário. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 476; Moraes, 1980, vol. I, p. 437. AD 

 

Cajôam, caioam, cajom – desgraça, perda, ruína, perigo, desastre. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 321; D. Duarte, 1986, p. 13. AR

 

Caladari – pano de algodão com listas pretas e encarnadas procedente da Índia, sobretudo de Bengala. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 438; Dalgado, 1983, p. 229. CO

 

Calaim – estanho oriental || estanho fino da Índia || moeda feita com este estanho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 45; Dalgado, 1983, p. 231; Moraes, 1994, vol. I, p. 439. CO

 

Calaluz – pequena e ligeira embarcação de remos usada antes na Índia insular. Fontes: Dalgado, 1983, p. 231; Moraes, 1994, vol. I, p. 439. CO

 
Calamânia, calamanha – tecido de pouca estimação usado no século XVIII. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 5, pp. 436 – 437. MD
 

Calamba, calambá, calambac, calumbuco - madeira odorífica de qualidade superior || lenho alóe aromático. Fontes:Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 45-46; Wicki e Gomes, 1948-1988, vol. XI, p. 874; Dalgado, 1983, pp. 232-233; Moraes, 1994, vol. I, p. 439. CO

 

Calaminta, calamintha – menta; aquela que nasce nos montes tem propriedades mais benéficas que a calaminta hortense. A calaminta dos montes provoca a urina, fortifica o cérebro, é atenuante e aperitiva, mata as lombrigas, resolve os “humores” que ficaram nas juntas depois da gota; quando queimada ou estendida no chão afugenta as cobras. Segundo Arraiz esta erva ajuda a combater o morbo gálico. O chá desta planta é usado como sudorífico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 47; Moraes, 1813, vol. I, p. 323; Chernoviz, 1890, p. 403; Arraiz, 1683, Parte I, Capítulo 35. LR

 

Calamita – pedra íman || uma das três espécie de estoraque; estoraque seco. Arraiz indica a toma de calamita para combater o morbo gálico. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 48; Moraes, 1813, vol. I, p. 323; Arraiz, 1683, Parte I, Capítulo 29. LR

 

Cálamo - palha dos cereais, nomeadamente do trigo e da cevada || colmo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 48; Moraes, 1980, vol. I, p. 439. LR  

 

Calão, calam – bilha de barro ou cobre com capacidade para aproximadamente um almude e usada para água ou como medida de vinho e azeite || bilha de barro muito bojuda usada na Índia || barco de pescadores usado sobretudo na pesca do atum || manhoso || arranjista || linguagem especial usada por vadios, larápios || no Brasil, pedaço de pau roliço em que se suspendem os objectos transportados ao ombro. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 49; Dalgado, 1983, p. 235; Moraes, 1994, vol. I, p. 439; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 492. CO

Calção – peça de vestuário de tamanho e feitio variados. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 440. RF

 

Calção de balão – calções muito tufados e curtos, logo apertados acima da coxa. RF

 

Calças – peça de vestuário que veste as ancas e, separadamente, cada uma das pernas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 51. RF

Calças bombachas – calças semelhantes às imperiais, usadas pelos portugueses no Japão. Constituem a peça principal do traje típico gaúcho no Brasil. Ver bombachas. Fonte: Lopes, 2003, p. 41. RF  

 

Calças bragas – calças largas e curtas, feitas de lã ou de veludo, introduzidas na indumentária masculina na segunda metade do século XV. Fonte: Marques, 1986, p. 37. RF

 

Calças femininas – usadas como peça interior, justas e de materiais aderentes, presas por ligas ao joelho. Fonte: Oliveira, 1993, p. 97. RF

 

Calças imperiais ou de roca – calças abalonadas até ao tornozelo, confeccionadas com grande quantidade de tecido e ornatos. Fonte: Oliveira, 1993, p. 97. RF

 

Calças soladas – duas peças que se vestiam em separado. Incluíam a parte do pé e uma sola subjacente. Fonte: Oliveira, 1993, p. 97. RF

 

Calceteiro – alfaiate especializado na confecção de calças e calções || aquele que tem por ofício calcetar ruas e estradas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 52; Moraes, 1980, vol. I, p. 441. RF

Caldeira com hissope – recipiente onde se coloca a água benta que se asperge com o hissope. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 119. AR 

Caldeirinha – caldeira pequena || recipiente de metal, portátil, para água benta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 54-55; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 484; Moraes, 1980, vol. I, p. 442; Silva e Calado, 2005, p. 70. AD

 

Caldo – sopa sem pão || líquido resultante da cozedura de legumes, carnes e hortaliças. Nos hospitais do período moderno o caldo fazia parte da dieta alimentar dos convalescentes, idosos e daqueles cujo estômago não suportava refeições mais pesadas || em Trás-os-Montes pode significar couve. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 55; Moraes, 1980, vol. I, p. 442; Chernoviz, 1890, pp. 410-411. LR

 

Caldo amarelo – caldo no qual se lançam gemas de ovos. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 761; Viterbo, 1965, vol. I, p. 156. LR

 

Caleiro, caeiro, cayeiro, caieiro – o mesmo que caleira || calha || pessoa que tem fornos de cal ou que faz cal || na província do Minho refere-se àquele que pesca no rio por oposição ao que pesca no mar. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 762; 1813, vol. I, pp. 326, 321; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 221. LR

 

Caleti, caletim - casta baixa indiana dos tecelãos. Fontes: Barbosa, 1989, p. 103; Dalgado, 1983, p. 237. CO

 

Calhandro – vaso nocturno ou bacio, normalmente cilíndrico e de capacidade variável, que serve para fazer as necessidades || ave semelhante à cotovia (normalmente no feminino, calhandra). Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 59; Moraes, 1813, vol. I, p. 326; Roque, 1979, p. 208. LR

 

Caliça – pedra que cai das paredes antigas || cal que se desprende das paredes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 60; Moraes, 1813, vol. I, p. 326. LR

Cálice eucarístico – vaso utilizado na Santa Missa, no qual o padre consagra o vinho durante a celebração. Normalmente é feito em metal precioso e o interior da copa tem de ser dourado ou mesmo de ouro. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 124. AR 

 

Calico, calicó, calicud, callucao, calicut – tecido branco de algodão feito em Calicut ou no Malabar || o mesmo que cotonia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 238. CO

 

Calmelas – peixe do Oceano Pacífico || peixe das Ilhas Maldivas || peixe muito consumido nas Maldivas após ter sido curado, ou seja, cozido em água do mar e depois seco ao sol em grades durante um longo período. Fontes: Dalgado, 1983, p. 239; Moraes, 1994, vol. I, p. 447. CO

Cama – até ao século XVIII, distinguia-se cama e leito. O termo cama designava o conjunto do colchão, panos, cobertores e demais apetrechos para dormir, que se colocavam em cima de estrado. Leito correspondia à armação de madeira ou metal. Fontes: Candi, 1985, p. 326; Carita e Cardoso, 1986, p. 42. AD

 

Cama de balanço – assemelha-se à actual cama de rede. Fonte: Nascimento, 1998, p. 85. AD

 

Cama de estado – cama proficuamente ornada e que só serve de aparato. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 784. LR

Cama de vento – cama dobradiça, com armação de madeira e leito de lona. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 784. LR

Cama ginecológica – cama ou maca proveniente do Hospital Termal das Caldas da Rainha onde eram feitos tratamentos ginecológicos. LR e AR  

 

Camal – espécie de capuz, independente da cota de malha, encadeado de malha de ferro que servia para proteger a cabeça, o pescoço e por vezes os ombros. Havia-os de diversos modelos; uns tinham uma protecção para o queixo e boca, constituindo uma espécie de barbote em cota de malha, que poderia ser amovível; outros eram reforçados com placas de ferro na face e nos maxilares. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 449. RF

 

Câmara da cama de estado, camara de estado – o quarto com a cama onde dormia o rei. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 64. CO

 

Camarabando – cinto de seda trazido pelos muçulmanos orientais || faixa. Fonte: Dalgado, 1983, p. 242. CO

 

Câmaras de sangue – o mesmo que disenteria. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 418. LR

 

Câmaras, camarás, camaras – fluxo de ventre, diarreia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 69-70; Chernoviz, 1890, p. 418. LR

 

Camareiro – fidalgo que serve na câmara do rei. O camareiro-mor tinha as funções de vestir e despir o monarca, tendo precedência sobre os homens da câmara e guarda-roupa do rei. Em ocasião de Cortes o camareiro-mor levava a fralda da opa real ficando sentado atrás da cadeira do rei || criado de café || homem da câmara || bacio de quarto || rede de pesca também designada de camaroeiro. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 790; 1813, vol. I, p. 329; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 70; Salgado, 1996, p. 532. LR

 

Camarinhas – câmara pequena || prateleira situada no canto de uma sala || fruto da camarinheira que é muito fresco e que tem propriedades medicinais como baixar febres ou matar lombrigas || bago pequeno proveniente da groselheira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 71; Moraes, 1980, vol. I, p. 450. LR

Camaroeiro – covão de pescar camarões || divisa da rainha D. Leonor (1458-1525). Fonte: Moraes, 1813, vol I, p. 329. IS

 

Camarote - diminuto de câmara || quarto dos navios onde ficam os passageiros e oficiais || compartimentos de um teatro, com serventia própria onde se podia assistir às peças com mais comodidade. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 791; 1813, vol. II, p. 329; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 71. LR

 

Camartelo – espécie de martelo terminado de uma parte em gume e de outra em massa esférica ou quadrangular || instrumento de demolição. Fonte: Dicionário da Língua Portuguesa, vol. I, p. 469. OV

 

Camba – termo de carpinteiro de carros, designa as peças que dispõem o contorno das rodas dos carros onde entram os raios || pequeno moinho de mão utilizado para o fabrico do pão e da cerveja || saias || fraldas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p.72; Moraes, 1980, vol. I, p.450. OV

 

Cambador – cambista, cambiador, banqueiro. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 792; 1813, vol. I, p. 330; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 72. LR

 

Cambaiate, cambaite – tecido de algodão procedente de Cambaia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 244. CO

 

Cambaz – cobertura acolchoada para defender o corpo. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 451. RF

Cambo, cámbo – vara farpada pela qual é recolhida a fruta das árvores; pau com um pequeno gancho, inclinado para baixo, com que se procura algo que não se pode alcançar com as mãos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 73; Moraes, 1813, vol. I, p. 330; Dias, 2003, vol. VI, p. 149. NP

 

Cambolim - manta de lã, de ordinário parda, muito usada na Índia e na Pérsia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 190. CO

 

Cambraia – pano fino e transparente de linho ou algodão oriundo da cidade de Cambray || planta brasileira da família das malpiguiáceas || em gíria, aguardente. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 74; Moraes, 1980, vol. I, p.452. OV

 
Camelão – pano grosseiro originário do Oriente feito inicialmente de pêlo de camelo de onde deriva o seu nome. Foi introduzido na região da Flandres desde a Idade Média II tecido de lã que se usava antigamente para confeccionar saias ou capotes II o camelão de seda era uma variedade de tafetá ou chamelote fabricado em Itália. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 5, p. 586; vol. 6, p. 580. MD
 

Camilha - leito de dia; preguiceira(o); espreguiceira(o); espreguiçadeira(o) || pequena cama || canapé ou leito ligeiro de recosto, para dormir a sesta ou descansar. Sem resguardo aos pés, apresenta para apoio do corpo um estrado, ou plano horizontal, geralmente em palhinha ou couro || o termo camilha pode igualmente designar a miniatura do leito onde se coloca, em geral, a imagem do Menino Jesus. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 77; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 592; Moraes, 1980, vol. I, p. 454; Sousa e Bastos, 2004, p. 66. AD 

 

Caminheiro – pessoa ou coisa que caminha bem || viandante || aquele que recova; que transporta de um lado para o outro; recoveiro ou recoveira || indivíduo que anda pelas terras a cobrar alguma dívida ou a dar informações. Aquele que andava pelas terras a cobrar dinheiros e que estacionava em frente da porta do devedor, recebendo dois tostões por dia até que a dívida fosse saldada || roteiro || nome de aves da família dos motalicídeos. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 803; 1813, vol. I, p. 331; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 77. LR

 

Camisa - peça de roupa que se trazia debaixo de outros vestidos, logo a seguir ao corpo, de comprimento até aos joelhos e com mangas || roupa de tecido leve || na terminologia dos pedreiros significa argamassa, taipa ou cal, com a qual se reboca qualquer tipo de parede || menstruação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 81; Moraes, 1980, vol. I, p. 454; Dias, 2003, vol. VI, p. 149. LR e NP

 

Camisa da chaminé – parede que separa as várias chaminés nos diferentes andares de uma habitação. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Camisa de altar - veste dos sacerdotes. Fonte: Viterbo, 1965, vol. II, p. 65. LR

 

Camisa de armas – cota. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Camisa de meia – camisola de lã que se veste por debaixo da camisa. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Camisa de onze varas – o mesmo que problemas. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 805. LR

 

Camisa de Vénus - preservativo. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 454. LR

 

Camisa mourisca - veste sacerdotal || alva || camisa muito larga e comprida usada pelas mouras. Fonte: Viterbo, 1965, vol. II, p. 65. LR

 

Camisio - camisa sacerdotal. Fonte: Viterbo, 1965, vol. II, p. 65. LR

 

Camisote – armadura antiga que cobria o corpo todo || camisa de luxo, com punhos, bofes e tira, usada antigamente. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 449. RF

 

Camoeza – espécie de maçã que se encontra em Alcobaça e que se distingue por ser cheirosa e muito saborosa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 82. LR

Campainha de mão – instrumento com badalo, usado para chamar pessoas, geralmente com uma haste de madeira para pegar na mão. IS 

 

Campanil – liga metálica composta por cobre e estanho com a qual se fazem os sinos e as campainhas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 84; Moraes, 1813, vol. I, p. 332. LR

 

Cana, canaa – planta que nasce nos lugares húmidos || haste de várias plantas cana-de-milho, cana-de-açúcar, cana-da-índia etc. || denominação atribuída a determinados ossos compridos e rectos, cana da perna, cana do nariz || pau ou haste utilizado para fazer mover o leme de uma embarcação || colmo de determinadas gramíneas, nomeadamente do trigo, do centeio e da cevada || aguardente derivada da fermentação da cana-de-açúcar; a cana de pesca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 89; Moraes, 1980, vol. I, p.457. OV

 

Canacas, canacar, canacópole – casta baixa do Malabar que fazia adargas e sombreiros. Fonte: Barbosa, 1989, pp. 104-105. CO

 

Canacópole – escrivão, contador, gerente, administrador no Sul da Índia || catequista e procurador dos cristãos. Fonte: Dalgado, 1983, p. 249. CO

 

Canada - antiga medida que correspondia à soma de quatro quartilhos, isto é, à décima segunda parte do almude || caminho por entre paredes ermas e escuras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 89; Viterbo, 1965, vol. II, p. 65; Moraes, 1980, vol. I, p. 158. LR

 

Canafistola, canafístula – árvore da qual se extraem frutos com o mesmo nome || planta medicinal que tem uma polpa líquida, escura e doce à semelhança do açúcar que serve para purgar o estômago. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 90. LR

Canapé - assento comprido com encosto referenciado a partir do séc. XVII, em que várias pessoas se podem sentar em simultâneo ou deitar-se. Fontes: Moraes, 1994, vol. I; p. 458; Freire, 2001, vol. I, p. 53. CO 

Canastra – cesto pouco alto fabricado em vime ou verga || embarcação || jogo entre quatro pessoas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 93; Moraes, 1980, vol. I, p. 459. LR 

 

Canastra encourada – cesta grande ou cestão de vime, cana, etc. revestido a couro, com ferragem e usado para arrecadação ou transporte. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 251. CO

 

Canastrel – cesto de asa; canastra pequena. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 475. OV

Candela – o mesmo que candeia, lâmpada. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 831. LR 

Candelabro das trevas – suporte de velas de grandes dimensões, colocado junto ao altar durante o Ofício das Trevas na Semana Santa. A parte superior tem forma de triângulo, onde estão dispostos entre treze a quinze bocais. O bocal que se encontra no topo é denominado galo das trevas. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 34. AR

Candelabro, candelâbro, candelábro castiçal para mais do que uma vela || candeeiro de grandes dimensões. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 97; Moraes, 1813, vol. I, p. 335. AR

 

Candia – ilha mediterrânica, Creta. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 98. LR

Candil, candim – medida de peso asiática, que oscilava entre os 214 e os 235 quilos || moeda de Ormuz || pequena candeia ou lâmpada || fosforecência das águas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 99; Linschoten, 1998, p. 379; Dalgado, 1983, pp. 254-255; Moraes, 1994, vol. I, p. 461; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 510. CO

Canela, canéla – droga aromática || especiaria de cozinha || droga medicinal. O tronco da planta tem três cores: branco, vermelho e negro. É da parte negra que se tira a melhor canela. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 100; Moraes, 1813, vol. I, p. 336. AR 

Caneleira – armadura para as canelas || instrumento rústico constituído por um eixo de madeira ou ferro, com um volante, que gira em duas peças fixas verticalmente numa base de madeira. Este eixo termina num espigão aguçado, no qual entra a canela. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 336; Oliveira, 1976, p. 144. AR 

 

Canequim - variedades de tecido de algodão de Cambaia difíceis de distinguir entre si. Pano grosso de algodão, outrora muito usado, quer na Índia quer na África Oriental. Fonte: Dalgado, 1983, p. 202; Moraes, 1980, vol. I, p. 462; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 101. CO e LR

 

Cânfora, alcanfor, alcanfora – substância cristalina, com odor característico, de largo emprego industrial e medicinal, extraída de vários vegetais, e também obtida por via sintética || goma que sai de uma árvore de extraordinária grandeza nascida nas Índias Orientais, com a mesma designação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 221; Moraes, 1980, vol. I, p. 132. RF

 

Canforar, alcanforar – dissolver cânfora || misturar com cânfora || polvilhar com cânfora. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, pp. 132, 462. AD

Canga, cánga jugo com que se levam os bois para a lavoura. Os pescoços dos bois encaixam numas travessas, às quais se chama cangalhos || varas usadas pelos mariolas para levar carga suspensa || fazenda de algodão amarela ou azul, originária da Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 102; Moraes, 1813, vol. I, p. 336. AR 

 

Cangalha – barco pequeno na Índia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 261. CO

 

Cangalhas – armadura de pau em forma de grade que se coloca no dorso das bestas para equilibrar a carga || mesa quadrada de cozinha onde se colocavam antigamente as quartas de água || óculos ou lunetas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 102; Moraes, 1980, vol. I, p. 463. LR

 

Cangalho – paus da cangalha que se colocam entre o pescoço do animal. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 463. LR

 

Cangali – classe de servos no Malabar || ração de arroz que se dá ao jornaleiro no Malabar. Fonte: Dalgado, 1983, p. 261. CO

 

Cangu, cangue – milho painço em Goa. Fonte: Dalgado, 1983, p. 262. CO

 

Canhamaço – tecido de estopa grossa proveniente do cânhamo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 192; Moraes, 1980, vol. I, p. 464; Viterbo, 1965, vol. II, p. 66. LR

 

Canhenho – caderno de lembranças || livro de notas ou de ementas || o mesmo que canho, isto é, canhoto. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 844; 1813, vol. I, p. 337; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 103; Salgado, 1996, p. 533. LR

 

Canissa – termo usado em Timor para aguardente de cana. Fonte: Dalgado, 1983, p. 262. CO

Canistrel, canistel – cesto fabricado em vimes ou junco, com asa arqueada, que servia para colocar fruta ou guardar pássaros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 105; Moraes, 1980, vol. II, p. 465; Viterbo, 1965, vol. I, p. 66. LR

 

Canja, canjica, canje, kangi - comida dada aos doentes da Índia || água de arroz com pimenta e cominhos || arroz muito cozido em água e sal, e algumas vezes sem sal, e assim comida como desenjoativo, de manhã por almoço e às vezes à tarde por merenda || leite azedo misturado com arroz e frango aos pedaços em água deste arroz || água com milho || sopa rala de arroz, com sal e algum tempero cuidadoso e parco. Fontes: Wicki e Gomes, 1948-1988, vol. II, p. 403; Dalgado, 1983, p. 206; Cruz, 1988, p. 134; Cascudo, 1967-1968, p. 229. CO

 

Cano de escrivaninha – estojo cilíndrico contendo o conjunto de objectos indispensáveis à escrita. Fontes: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 252. CO 

 

Cantareira – vão, sem portas, situado numa das paredes da cozinha, onde se colocam os cântaros e as quartas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 110; Moraes, 1980, vol. I, p. 467. LR e LG

 

Cantárida, cantarida, cantharida – insecto semelhante ao escaravelho que depois de reduzido a pó tem propriedades medicinais. O pó deste insecto pode ser aplicado sobre a pele e quando tomado internamente provoca a urina, sede e dores. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 110; Moraes, 1813, vol. I, p. 338; Chernoviz, 1890, pp. 452-453. LR

Cântaro, cántaro – medida de 12 canadas, equivalente a 12,8 litros || vaso de barro semelhante à quarta usado para transportar água. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 110; Moraes, 1813, vol. I, pp. 338-339; Monteiro, 2001, p. 82. AR

 

Cantoneira – prateleira, móvel triangular que se adapta a um canto da casa e que serve para nela se colocarem utensílios e objectos || termo de livreiro que designa um ferro de três cantos que se usa para cobrir os livros de ouro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento, vol. I, p. 194; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 775; Moraes, 1980, vol. I, p. 468; Silva e Calado, 2005, p. 75. AD

 

Canudo – cigarro feito com qualquer tipo de folha, em especial, de bananeira na Índia. Fonte: Dalgado, 1983, pp. 264-265. CO

 

Canutilho, canotilho – fio dourado ou prateado em forma de espiral fechada usado para bordar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 108, Moraes, 1980, vol. I, p. 466. LR

Cão de chaminé – o mesmo que ferro de chaminé; utensílio de metal (sobretudo ferro) amparando a lenha que arde na lareira. Geralmente usado aos pares, é constituído por barra horizontal com quatro pernas e remate frontal decorativo. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, pp. 252, 262. CO

 

Capa de aguadeiro – capa pela qual escorrem as águas das chuvas || metaforicamente é utilizada com o sentido de encobrir uma mentira. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 117. OV

 

Capa de asperges, manta de asperges – capa usada por todo o clero, do papa aos cantores e ocasionalmente pelos meninos de coro aquando de cerimónias solenes, à excepção da missa, vésperas, procissão ou bênção do Santíssimo; o mesmo que pluvial || capa que o sacerdote vestia aquando das procissões fora da Igreja para se proteger da chuva. Inicialmente a capa tinha um capuz que com o passar dos anos se converteu numa peça em forma de escudete, com galão e franja|| capa usada pelo sacerdote quando aspergia água benta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 554; Moraes, 1813, vol. II, p. 460; Thesaurus, 2004, p. 171. AR

 

Capa de capelo – capa comprida com um capuz curto, frequentemente utilizada pelos antigos aquando do término do luto. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 117. OV

 

Capa de engrês – data do século XIII, capa de pano fabricada na Inglaterra e importada para Portugal. Fonte: Viterbo, 1965, vol. II, p. 68. OV 

Capacete – cobertura metálica, usada pelos combatentes, para proteger a cabeça de golpes, balas, entre outros; género de casco sem viseira, com as bordas normalmente caídas || parte metálica superior do alambique || tecto móvel do moinho de vento. Fontes: Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, pp. 788-789; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 118; Moraes, 1813, vol. I, p. 340. AR
 

Capado – animal castrado || filho da cabra que era castrado depois de fazer um ano. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 118; Moraes, 1980, vol. I, p. 469. LR

 

Caparazam – antiga armadura de cavalo presa à sela || capa grande; espécie de gualdapa, que tem as roupas quadradas, com cantos iguais e forro forte bem grande, para que a roupa ande direita. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. I, p. 119. RF

 

Caparosa, caparrosa – espécie de sal mineral, predominante nas minas de cobre || designação utilizada no comércio de determinados sulfatos, sobretudo o do ferro. Existem várias cores de caparrosa: azul (sulfato de cobre), pedra-lápis, branca (sulfato de zinco) e verde (sulfato de ferro) || vitríolo verde || arbusto do qual se extrai matéria tintorial preta que serve para fazer água e tinta de escrever. Fontes: Moraes, 1980, vol. I, pp. 470, 950; vol. II, pp. 866-867; 1813, vol. I, p. 340; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 119. OV e LR

 

Capdal – o conjunto de géneros desde queijos e requeijões, a vinho e azeite, ou frutas e cereais, em que se pagavam os foros, em contraposição a miudezas como galinhas e ovos. Fonte: Guimarães, 2001, p. 121. CO

 

Capeirão – capa grande. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 470. OV

 

Capeirete – pequena capa. Fontes: Moraes, 1994, vol. I, p. 470; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 68. CO

 

Capeirote capuz antigo. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 470. OV

 

Capela – propriedade vincular, inalienável e intransmissível, destinada à celebração perpétua de missas e outros legados pios. Geralmente era instituída em vida do doador, mediante contrato com a entidade que fornecia os capelães, afectando bens de raiz ou os seus rendimentos. Podia contemplar a alocação de um espaço próprio no interior da igreja: nesta acepção, constitui um lugar de sepultura com obrigação de missas e serviço de culto. Mesmo que não tivessem espaço próprio, as missas de obrigação deviam ser escrituradas em livro próprio. As capelas dispunham geralmente de um ou vários capelães que celebravam as missas, e tinham um administrador, que podia ser um leigo. Fonte: Araújo, 1997, p. 404. IS

 

Capela de flores – o mesmo que chapéu de flores. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 122. LR

 

Capelhar, capelhár – vestidura mourisca que fazia parte da indumentária masculina, trajada por cima de outra vestimenta chamada de marlota, utilizada comummente nas justas e nos jogos de canas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 121; Moraes, 1813, vol. I, p. 341; Dias, 2003, vol. VI, p. 153. NP

 

Capelina – peça de cavaleiro armado, talvez o morrião, que defendia a cabeça, ornado com plumas || toucado de senhora ou criança. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 471. RF

 

Capelo – espécie de capuz de religiosos || tipo de capa que os doutores usam aos ombros em funções académicas solenes || espécie de touca ou capuz que as mulheres, especialmente as viúvas e freiras, usavam antigamente || chapéu cardinalício || espécie de dossel. Estrutura cupuliforme de pano com armação interior de ferro que encimava os dosséis de pavilhão || espécie de elmo. Fontes: Candi, 1985, p. 326; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 514; Moraes, 1980, vol. I, p. 471. AD

 

Caperotada – guisado de pedaços de aves assadas. Fonte: Guimarães, 2001, p. 121. CO

 

Capiar – sacristão da Igreja dos cristãos de S. Tomé no Malabar, os quais seguem o rito sírio. Fonte: Dalgado, 1983, p. 266. CO

Capitel, capitél parte superior, remate, de uma coluna, que pode ser decorada ou simples. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 127; Moraes, 1813, vol. I, p. 342. AR 

 

Capítulo – junta dos religiosos que consultam sobre alguma matéria. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 128. LG

 

Caporal – género de tabaco picado || antiga graduação militar entre o cabo e o sargento. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 887. LR

Capote – capa comprida e larga com capuz || casaco comprido geralmente usado pelos militares || capinha de toureiro || parte superior de um tampo de um cortiço de abelhas || disfarce, pretexto || galinha de Angola || planta da família das esterculiáceas. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 474. OV

 

Capotilho – capote pequeno. Fonte: Dicionário de Língua Portuguesa, vol. I, p. 488. OV

 

Capotim – medida que correspondia a duas braças em Moçambique. Segundo Moraes seriam 4.40 metros. Fonte: Moraes, 1950, vol. II, p. 888. LR

 

Cappa-pelle – capa forrada de peles, como por exemplo de arminho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 68. CO

 

Cappa-saya – capa fechada e redonda imitando as batinas eclesiásticas. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 69. CO

 

Capuz – capa negra que cobria da cabeça aos pés, utilizada antigamente pelos portugueses para expressar o luto || cobertura de pano para resguardar a cabeça das intempéries; parte do hábito de certas religiões || vestimenta guerreira dos Mouros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 131; Moraes, 1980, vol. I, p. 475. OV

 

Caquemono – pintura japonesa, que se suspende nas paredes a modo de mapas. Fonte: Dalgado, 1983, p. 266. CO

 

Caqui – fazenda de algodão côr de barro muito usada nos equipamentos militares. Fonte: Dalgado, 1983, p. 268. CO

 

Carabá, carbá – garrafão na Índia Portuguesa. Fonte: Dalgado, 1983, p. 268. CO

 

Carabe, carabé, charabè – âmbar amarelo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 133; Dalgado, 1983, p. 268; Moraes, 1994, vol. I, p. 476. CO

 

Carabina, cravina, clavina – arma de fogo, mais grossa e mais curta que a espingarda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 602; Moraes, 1813, vol. I, pp. 404, 491. LR

 

Carahatonilam – safira preta e azul. Fonte: Dalgado, 1983, p. 269. CO

 

Caram, carão, carãao – cara, rosto, tez, a flor da pele do rosto, aspecto, aparência, figura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 138; Moraes, 1813, vol. I, p. 344; Dias, 2003, vol. VI, p. 155. NP

 

Carambola – num jogo de bilhar significa tocar em mais do que uma bola || engano || fruto da caramboleira que cozido em açúcar serve de doce e de medicamento || ave dos países do Norte que se diz destra a escapar das mãos do caçador. A esta ave também se dá o nome de “tarambola”. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 903; 1813, vol. I, p. 344; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 135-136; Suplemento I, p. 198; Chernoviz, 1890, pp. 437-438. LR

 

Caramboleira, carambola – árvore da família das oxalidáceas com flores vermelhas, cachos curtos, fundo baciforme grande, ovóide e amarelo, de polpa ácida. É muito cultivada nas regiões tropicais devido ao seu fruto: quando está verde pode ser usado como pickles e maduro é comestível, depois de cozido em calda de açúcar. Fonte: Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, 1980, vol. IV, p. 962. AR

 

Caramelo, caramèlo – superfície da água congelada, gelo; frio || doce feito de açúcar, batido fora do lume. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 136; Moraes, 1813, vol. I, p. 344; Dias, 2003, vol. VI, p. 155. NP 

 

Caraminhola – poupa de cabelos entrançados com uma fita vermelha || cabelo comprido || trufa; enredos || mentira, aldrabice || coisas impossíveis ou irrealizáveis. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 478. OV

 

Carapuça espécie de capacete pontiagudo para a cabeça feito de malha, pano ou corvo || forro de metal ou lona utilizado para cobrir os archotes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 138; Moraes, 1980, vol. I, p. 480. OV

 

Carapulo – o mesmo que cúpula, invólucro escamoso ou foliáceo que cerca a glande ou bolota. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p.492. OV

Caravela – barco de grande mobilidade de manobra, de tonelagem média, com três mastros, onde se montavam panos com forma triangular. O tipo de aparelho de vela e a sua montagem permitiam que navegasse cingida ao vento. Podia ser dotada de remos. No século XVI apareceram as caravelas redondas, com vela quadrada, suspensa de uma verga mais curta, podendo rodar de um arco limitado em torno do mastro || antiga moeda de prata com pouco valor || gratificação, gorjeta. Fontes: Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. I, p. 480; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, pp. 862-864. AR

Caravelão – pequeno navio com as mesmas características das caravelas, mas de menor tonelagem. Era utilizado como elemento de ligação nas armadas de guerra || diz-se de pessoa alta, encorpada. Fontes: Dicionário de História de Portugal, 1989, vol. I, p. 481; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 864. AR 

 

Carbúnculo, carbunculo, carbunclo – doença infecciosa de homens e animais. O mesmo que antraz. Tumor maligno derivado do sangue inflamado que queima as partes onde se encontra localizado e suas circundantes. Apresenta-se redondo, duro e com uma crosta negra ou acinzentada; diferente de bubão; é o ponto de infiltração vermelho ou negro que por vezes marca a porta de entrada cutânea dos bacilos da peste || pedra preciosa muito luzente, parecida com o rubi. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 915; 1813, vol. I, p. 345; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 140; Roque, 1979, p. 166. LR

Carda – instrumento de madeira com pontas de ferro, em forma de pente com que se carda a lã, algodão, etc. || prego miúdo para calçado || antigo instrumento de tortura || sujidade. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 141; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 527, Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. V, p. 883; Moraes, 1980, vol. I, p. 482; 1950, vol. II, p. 918. AD e LR 

 

Cardaço, cadaço – fio grosseiro || corda || segundo Moraes na província da Beira serve para designar o bagaço da uva. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 482. LR

 

Cardamomo, cardamo – planta indiana ou arábica da família do gengibre utilizada com finalidades terapêutico-medicinais ou culinárias. Existem três espécies de cardamomo: grande, médio e pequeno; o cardamomo pequeno é, segundo Bluteau, o melhor. Tambem se pode dizer cardamo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 141, Moraes, 1980, vol. I, p. 482. LR

 

Cardar – processo de passar fios de qualquer tecido por uma escova de metal || o contrário de cardear ou carmear. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 142. LR

 

Cardo bento, cardo santo – planta cuja fervura em água é benéfica para eliminar os humores supérfluos do estômago. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 144-145; Moraes, 1813, vol. I, p. 346; Chernoviz, 1890, 471. LR

 

Carduca, carduça - instrumento semelhante à carda, mas muito maior, e com dentes de arame grossos e agudos com que se prepara a lã para se cardar || carda grosseira para as primeiras cardaduras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 146; Moraes, 1994, vol. I, p. 483. CO

 

Carducador, carduçador – oficial que prepara a lã com o instrumento chamado carduça. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 146. CO

 

Carducar, carduçar – passar ou pentear na carduça a lã, algodão, etc., para se cardar depois. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 483. CO

 

Careca – fruto do Ceilão que serve para purgas e para tinta. Fonte: Dalgado, 1983, p. 275. CO

 

Carepa, carèpa, carepo – concha translúcida da ostra || material muito usado como substituto de vidro nas janelas || pequenas lâminas que saltam do ferro candente ao ser batido na bigorna || mancha || defeito || lanugem criada na superfície da fruta seca || esfoliação escamosa da pele || no Algarve, folhelho de milho macio e fino com que se enchem colchões || em Matosinhos, a corola da flor da videira || no Alentejo, chuva miúda || chuvisco || superfície suja de uma tábua que se tira com exó para se aplainar. Fontes: Bluteau, 1712-1728; vol. II, p. 146; Dalgado, 1983, p. 276; Moraes, 1994, vol. I, p. 484; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 531. CO

 

Cariacari – traje de gala usado no Japão. Fontes: Dalgado, 1983, p. 277; Moraes, 1994, vol. I, p. 485. CO

 

Caril - molho indiano feito de sumo de tamarindos para temperar o arroz || molho feito com várias especiarias, como malagueta, pimenta, açafrão, cominhos, gengibre, tamarindo, cebola, alho, coco, e empregue como conduto para acompanhar o arroz ou a apa || conforme o ingrediente, diz-se caril de peixe, caril de carne || no Brasil, o caril é feito com o caldo de peixe, coco picado e outros ingredientes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 149 e Suplemento 1, p. 201; Moraes, 1994, vol. I, p. 485; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 532; Machado, 1991, vol. I, pp. 277-278. CO 

 

Carlá – tecido fino || fazenda grosseira de algodão de cor vermelha e fabricada no Guzerate || antigo estofo asiático. Fontes: Dalgado, 1983, p. 279; Moraes, 1994, vol. I, p. 486. CO

 

Carmesim – tinta que dá lustre às cores e faz com que as mesmas sejam mais duradouras || vermelho, rubro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 150, Moraes, 1980, vol. I, p. 486. LR

 

Carmim – tinta artificial muito vermelha e extraída da cochonilha, pedra hume ou excrescência vermelha depositada pela fêmea do pulgão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 151; Moraes, 1980, vol. I, p. 486. LR

 

Carminativo – cristel carminativo é aquele que gasta as ventosidades e flatulências do estômago e do intestino; é normalmente composto por erva-doce, funcho, alcaravia, salva, erva-cidreira, hortelã, cominhos e outros ingredientes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 151; Moraes, 1813, vol. I, p. 348; Chernoviz, 1890, p. 477. LR

 

Carne de enxerca, carne de enxerga, carne a enxerga - carne vendida a olho nú fora do açougue, de chacina ou salmoura. Fontes: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 157, nota 1; São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. CO

 

Carne salpresa – carne salgada. Fonte: Roque, 1979, p. 154. LR

 

Carneira – pele de carneiro curtida e preparada para diversas aplicações, incluindo a encarnação de livros || tira ou faixa de couro que guarnece os chapéus dos homens || sepultura rasa de pedra ou alvenaria || variedade cultural da macieira || espécie de abóbora || no Alentejo castanha mal assada || no Brasil ovelha. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 154; Moraes, 1994, vol. I, p. 487; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 534. CO

 

Carneirada – rebanho de carneiros. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 154. LR

 

Carnosidade - carne que inchou no cano da urina devido ao “humor” corrosivo. Inchaço situado na uretra devido à gonorreia. Esta carnosidade era destruída com a ajuda da pedra infernal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 156; Moraes, 1813, vol. I, p. 349; Chernoviz, 1890, p. 483. LR

 

Caroá - peça de tecido de algodão grosseiro e tosco do Balagate e do Gujerate. Fonte: Dalgado, 1983, p. 279. CO

 

Caroás – casta de pescadores em Ceilão e no Coromândel. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 488. CO

 

Carpear – o mesmo que carmear || gozar || desembaraçar fios de lã ou de outro tecido com as mãos || processo que antecede o de cardar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 158; Moraes, 1980, vol. I, p. 490. LR

 

Carqueja, carqueija, carque – planta ou erva que nasce em terrenos arenosos e secos, usada para acender fogueiras. Antigamente os mais pobres faziam uma espécie de xarope com esta planta, pois acreditava-se que purificava o sangue e expelia os maus humores através do suor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 158-159; Moraes, 1980, vol. I, pp. 490-491. LR

 

Carraça navio de grande porte utilizado pelos portugueses de outrora nas primeiras viagens à Índia || parasita que se fixa à pele de determinados animais, carrapato. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 159; Moraes, 1980, vol. I, p. 491. OV

 

Carreira – estrada de carros ou caminho destinado para correr a pé ou andar a cavalo; caminho, estrada, rota; trilho; percurso || fila || corrida; corridas de cavalos ou demonstrações da arte de cavalgar || metaforicamente é a duração de uma vida || espaço que fica quando se separa o cabelo com a ajuda de um pente ou de uma agulha || serviço de vassalo, que consistia em fazer anualmente uma viagem, dar uma caminhada, muitas vezes com o seu carro, onde o mandava o senhor ou senhorio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 163-164, 202; Moraes, 1813, vol. I, p. 352; 1980, vol. I, pp. 492-493; Conde, 1999, p. 121. LR e RF

 

Carreta - carro pequeno. Carruagem ou coche pequeno de rodas grandes, puxado por um cavalo ou outro animal de tiro || carro fúnebre || nome vulgar que se dá aos carros de artilharia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 164, vol. VII, p. 547; Moraes, 1980, vol. I, p. 493; Viterbo, 1965, vol. I, p. 159. AD

 

Carrião, carriam – aquele que semeia com enxada e sem bois. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. LR

 

Carta de quitação – carta de pagamento || documento pelo qual se dá a conhecer que alguém ou alguma coisa ficou quite || liquidação, ajuste. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 71. LR

 

Caruncula – em cirurgia refere-se a pequenos pedaços de carne. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 172; Moraes, 1813, vol. I, p. 354. LR

 

Casa aguada – expressão utilizada para referir-se, em tempos de peste, a uma casa que devia ser aspergida ou borrifada com determinados líquidos (vinagre) contra a peste. Fonte: Roque, 1979, p. 326. LR

 
Casas colmaças – edíficios cobertos com palhas de centeio, a que chamam colmo no Entre Douro e Minho. Fonte: Bluteau, 1712 – 1728, vol. II, p. 378. MD
 
Casas sobradadas – morada de casas, edifício, em que vive uma família, com seus móveis e alfaias, amparada das injúrias do tempo. A casa é composta de rés-do-chão e um andar. O andar é para habitação e os baixos, as lojas, para animais, adega, celeiro, recolha de alfaias agrícolas. O pavimento do andar é feito com tábuas unidas, assoalhado. A cobertura destes edífícios pode ser em telha ou colmo. Diz-se casa telhada aquela que é coberta de telha curva. Fontes: Bluteau, 1712 – 1728, vol II, pp. 172 – 173; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 6, pp. 102 – 104. MD
 

Cascassi – tecido de algodão indiano grosseiro e áspero ao tacto. Fontes: Dalgado, 1983, p. 283; Moraes, 1994, vol. I, p. 500. CO

 

Cascavel – guizo que se colocava ao peito das bestas e pés das aves || cobra, víbora || antigo jogo de destreza praticado no século XVIII. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 179-180, Moraes, 1980, vol. I, p. 500. LR 

 

Casco - casca || unha de pé de solípedes, paquidermes e outros animais || vasilha para líquidos; tonel, pipa, barril || armação; arcabouço; núcleo || em heráldica, representa um capacete de ferro sem gorjal nem viseira. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, pp. 131-133; Moraes, 1980, vol. I, pp. 500-501. AD

 

Casco da cabeça – crânio || juízo, inteligência. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 180; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 131; Moraes, 1980, vol. I, pp. 500-501. AD

 

Casco de cebola – casca de cebola. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 180. AD

 

Casco de ferro - capacete. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 180; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 131. AD

 

Casco de navio – quilha e costado de uma embarcação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 180; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, pp. 131-132. AD

 

Casco de sela, casco de selim – conjunto de peças de madeira e ferro que compõem a sua armação. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 131. AD

 

Casco do marisco – concha; molusco; búzio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 180; Moraes, 1980, vol. I, pp. 500-501. AD

 

Casimira – no Brasil saieta e baitão || tecido de lã finíssima da Índia, usado para calças, coletes, etc. Fontes: Machado, 1996, vol. II, p. 24; Moraes, 1999, vol. I, p. 50; Silva, 2004, p. 235. CO

 

Casimireta – casimira leve de qualidade inferior. Fontes: Machado, 1996, vol. II, p. 24; Moraes, 1999, vol. I, p. 501. CO

 

Cassa – tecido transparente de algodão ou linho que vinha antes do Oriente. Fontes: Dalgado, 1983, p. 283; Moraes, 1994, vol. I, p. 502. CO

Cassoula, caçoula, cassoila, caçoila - vaso de terra, panela para o fogo || vaso com dois fundos: no inferior coloca-se uma chama ardente e no superior os cheiros a serem queimados e que exalarão pelos orifícios do dito vaso || caçarola || recipiente baixo e largo próprio para confeccionar alimentos || perfumador. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 317; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 183. LR 

Castão – ornato de metal, osso ou marfim na extremidade de um bastão, bengala, etc. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 549; Moraes, 1980, vol. I, p. 504. AD 

Castiçal – utensílio que tem um bocal na parte superior onde se coloca uma vela. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 197; Moraes, 1813, vol. I, p. 358. LR e AR

Casula – veste litúrgica sem mangas e comprida usada pelos padres sobre a alva durante a celebração da missa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, 193. LR e AR 

 

Catabira – cabaia japonesa feita de linho e usada no estio. Fontes: Dalgado, 1983, p. 292; Moraes, 1994, vol. I, p. 506. CO

 

Catafalco estrado onde se coloca o caixão para se prestar grandes honras || casa mortuária. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 506. OV

 

Cataló, catalô – leito, espreguiçadeira ou canapé em charão na Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 207; Dalgado, 1983, p. 292; Moraes, 1994, vol. I, p. 507. CO

 

Catalufa – tecido de lã, algodão, linho ou seda, muito vistoso com fios de prata ou ouro e pouco usado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 207; Moraes, 1980, vol. I, p. 507. LR

 

Catamarrã, catamaram – jangada de três ou quatro pranchas usada na Costa do Coromandel || barco à vela actualmente. Fontes: Dalgado, 1983, p. 293; Moraes, 1994, vol. I, p. 507. CO

Catana – alfange ou terçado de origem japonesa usado antigamente || espada curta || espada usada em Timor || faca comprida e larga na Índia || pessoa maldizente || repreensão || no Brasil pancada || nome popular dado no Brasil às grandes raízes adventícias das palmeiras. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 195-196; Dalgado, 1983, p. 293; Moraes, 1994, vol. I, p. 507. CO 

 

Catanada – golpe de catana || espadeirada || repreensão || censura enérgica. Fontes: Dalgado, 1983, p. 293; Moraes, 1994, vol. I, p. 507. CO

 

Catapanel – pequena embarcação no Ceilão. Fontes: Dalgado, 1983, p. 295; Moraes, 1994, vol. I, p. 507. CO

 

Cataplasma – papas húmidas que se aplicam na parte inflamada da pele. Esta pasta era feita com ervas, raízes e outras substâncias trituradas e cozidas, sendo usada para aliviar as dores. Forma farmacêutica de consistência intermédia entre unguentos e cerato formada por substâncias de diferente solidez e de aplicação externa || em cirurgia é o acto de unir os lados de uma ferida com dois bocados de pano e clara de ovo batida juntamente com pó de sangue de dragão e incenso || untar, cobrir || no sentido figurativo significa pessoa sem energia || num coche é o pedaço de couro que tem duas argolas por onde passam as guias do mesmo. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 1014; 1813, vol. I, p. 360; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 196; Arenales Barrios, 1985, p. 200; Chernoviz, 1890, p. 500. LR

 

Cataplasma de oxymel ou oximel – cataplasma composto por vinagre, mel e farinha de cevada. Fonte: Arenales Barrios, 1985, p. 200. LR

 

Catapune – barco no Ceilão. Fonte: Dalgado, 1983, p. 295. CO

 

Cataringoto – banquete, refeição preparada pelos cristãos do Japão por turnos nas suas casas. Fonte: Dalgado, 1983, p. 300. CO

 

Catasol, cataçol – tecido fino e lustroso || espécie de tinta. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 208. LR

 

Cate – no século XVI, peso indiano com valor de moeda, correspondente a 250 cruzados. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 1018; 1813, vol. I, p. 361; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 199. LR

 

Catele, cátel, catle, catre, catere, camilha - leito de pés baixos e que se dobram, quando é armado. Tem a parte onde se deita o corpo em lona || leito pequeno, pobre e tosco || cama de viagem || palanquim || jangada || na Índia designa uma espécie de machila ou maca de lona suspensa de varal por meio de cadeias de ferro e transportada aos ombros por quatro homens || trono dos reis no Malabar em forma de estrado ou divã ricamente paramentado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 203; Moraes, 1813, vol. I, p. 362; 1950, vol. II, p. 1021; 1980, vol. I, p. 512; Dalgado, 1983, p. 297. CO e LR

 

Cauduta – cota roçagante introduzida em Portugal pela segunda mulher de D. Afonso III, D. Brites de Gusmão, chamada, por isso, a Rainha Rabuda. Fontes: Machado, 1996, vol. II, p. 42. CO

 

Cauim no Brasil espécie de bebida preparada com a mandioca cozida e fermentada. Fonte: Moraes, 1994, vol. I, p. 514. CO

 

Caulim, caulino - substância argilosa com a qual se fabrica a porcelana da China. Fontes: Dalgado, 1983, p. 304; Moraes, 1994, vol. I, p. 514. CO

 

Cauri, caurim, cauril – molusco gastropóle || concha pequena e branca de molusco usada como moeda na Ásia Austral e em África || búzios pequenos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 216; Trindade, 1963, p. 49; Dalgado, 1983, p. 305; Moraes, 1994, vol. I, p. 514. CO

 

Cáustico, caustico – medicamento corrosivo que se aplica sobre a carne e a queima || virtude cáustica é aquela que queima, que corrói || no sentido moral significa remédio violento || termo de pintor: sobre a madeira branca queimar com uma espécie de ferros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 218-219; Moraes, 1813, vol. I, p. 363; Chernoviz, 1890, pp. 515-516. LR

 

Cautere – guardar, acautelar. Fonte: Conde, 1999, p. 121. LR

 

Cautério potencial – pedra usada em vez do botão de fogo para cauterizar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VI, p. 654. LR

 

Cautério, cauterio – aquilo que queima || chaga resultante da aplicação do botão de fogo ou da pedra de cautério || ferro em brasa que se aplica sobre feridas ou para estancar o sangue. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 219; Moraes, 1813, vol. I, p. 363; Chernoviz, 1890, p. 520. LR

 

Cauterizar, cauterisar – queimar com um ferro quente || metaforicamente significa penalizar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 219; Moraes, 1813, vol. I, p. 363. LR

 

Cavalgadura – besta de sela; animal cavalar || injúria. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 1046-1047; 1813, vol. I, p. 364; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 205. LR

 

Cavalhada – festa com cavalos. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 1047; 1813, vol. I, p. 364; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 209. LR

 

Cavalinha, cavallinha – planta, semelhante ao junco, que serve para os torneiros amaciarem a madeira || o resultado da trituração desta planta com umas gotas de vinho serve para aliviar as dores na coluna; pode beber-se ou aplicar directamente sobre as costas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 208. LR

 

Cavalo de pau – suporte de madeira próprio para guardar selins, selas e cadeirinhas, constituído por duas tábuas pregadas em “V” invertido e prolongado por quatro pernas. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 253. CO 

 

Cavalo, cavallo – animal quadrúpede || peça de xadrez || castigo de chicote || chagas que apareciam nas partes baixas pouco depois de um indivíduo ter contraído sífilis e antes de a doença chegar ao fígado || na agricultura chama-se cavalo ao pau que se enxerta, sendo o outro designado de garfo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 208-213; Chernoviz, 1890, pp. 521-527. LR

 

Cavilha – prego grosso de madeira ou metal utilizado para segurar madeiras ou chapas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 215. LR

 

Cavouco, cabouco – escavação || espaço no moinho onde se coloca o rodízio e onde ele gira. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 518. LR

 

Cavouqueiro, cabouqueiro – pessoa que extrai pedras da pedreira || aquele que trabalha nas minas || que faz caboucos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 216. LR

 

Caydes – panos de corações ou de dote grossos. Fonte: Pires, 1978, p. 291, nota 296. CO

 

Ceareiro, seareiro – indivíduo que semeia com bois de outrem, alugados ou pedidos emprestados. Fonte: São Paulo, 1968, vol. III, p. 479. LR

 

Ceia, cea – refeição que se fazia à noite; actual jantar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 221-222. LR

 

Ceira, seira – saco de esparto em que se mete a azeitona moída para a espremer || cesto ou cabaz que serve ordinariamente para conter fruta || cabaz para transporte ou acondicionamento. Fontes: Moraes, 1980, vol. V, p. 111; 1813, vol. I, p. 370; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 228 e vol. VII, p. 557. RF e OV &

 

Ceitil, seitil – antiga moeda que correspondia à sexta parte de um adarme; antiga moeda portuguesa de cobre mandada lavrar por D. João I que equivalia a um sexto de um real e que perdurou até ao reinado de D. Sebastião || proveniente de Ceuta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 228-229, Moraes, 1980, vol. I, p. 522; Viterbo, 1965, vol. II, p. 88. LR

Celada, – o mesmo que elmo; babeira; o mesmo que armadura férrea para a cabeça || moeda portuguesa do tempo de D. Fernando. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 229; Moraes, 1980, vol. I, p. 522. RF 

Celha – boceta redonda de charão da China usada pelas senhoras portuguesas na Índia para a sua costura || recipiente levado pelas peixeiras à cabeça || cabelo das pestanas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 230; Dalgado, 1983, p. 310. CO 

 

Cendal, sendal, cedal, sedal - tecido fino ou transparente de linho, seda ou algodão. Este tecido, por ser forte e muito fino, era vendido a peso e não por medida. Usou-se muito desde o século IX até ao XVII. Semelhante à estamenha e ao tafetá, usava-se nas guarnições dos tecidos de luxo, e, convenientemente reforçado, na tapeçaria e cortinas || véu ou banda para cobrir o rosto ou o corpo || guarnição própria para vestidos || na cirurgia designa uma ligadura de pano muito fino que se põe em contacto com a dura mater descoberta || veste usada por Jesus Cristo na Crucifixão e que se resume a uma faixa estreita de pano que envolve o corpo abaixo da cintura. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 236, vol. VII, p. 577; Carvalho, 2004, p. 114; Costa, 2004, p. 142; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 440; Moraes, 1980, vol. I, p. 525, vol. V, p. 119. AD

 

Cenóbio, cenôbio – monges vivendo no mosteiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 26; Moraes, 1994, vol. I, p. 525; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 89; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 563. CO

 

Cenobita – monge ou monja vivendo em comunidade ou no cenóbio. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 236; Moraes, 1994, vol. I, p. 525; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 89; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 563. CO

 

Cenorim – variedade de bananas na Índia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 215, 379. CO

 

Cenrada – o mesmo que decoada. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 237. LR

 
Censo – renda ou pensão que se paga pela posse da terra ou de alguns bens de raiz ao senhorio. O censo pode ser consignativo ou reservativo II pagar o censo à morte ou pagar o censo comum, é morrer. A vida que se deixa é o tributo que se paga. Fontes: Viterbo, 1798, pp. 260-261; Bluteau, 1712 – 1728, vol. II, p. 237; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 6, pp. 443 – 444. MD
 

Cepa, sepa – caule da videira do qual saem as varas || parte inferior das árvores || cebola. Fontes: Moraes, 1950, vol. II, p. 1092; 1813, vol. I, p. 373; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 243. LR

 

Cerame – cabana africana ou asiática de telhado forrado com folhas de palmeira e cujo sobrado é suportado por quatro troncos de árvores dispostas em quadrado || capa antiga, manto com capucho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 245; Moraes, 1980, vol. II, p. 7. LR e RF

 

Cercamentos de paredes – panos de armar para revestir paredes. Fonte: Marques, 1986, p. 83. RF

 

Cerda – cada um dos pelos grossos e ásperos de certos animais. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 375. RF

 

Cerdeira – o mesmo que cerejeira. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 530. OV

 

Ceremes – vestido. Fonte: Viterbo, 1965, vol 1, p. 58. RF

 

Cerieiro, cirieiro, serieiro – homem que fabrica ou vende velas de cera. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 328; Moraes, 1980, vol. II, p. 51. LR

 

Cernelha, cernèlha – parte do corpo onde se juntam os ombros; os alveitares chamam cernelha às cruzes do animal, isto é, à parte a seguir ao pescoço onde se encontram as espáduas || carne do fio do lombo com toucinho misturado. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 34; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 252; Moraes, 1813, vol. I, p. 375. AR

 

Cerome, cerrome, çurame - capote ou capa grande de mulher || sobretudo || capa mourisca. Fontes: Moraes, 1994, vol. II, p. 10; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 90. CO

 

Ceroto – unguento semilíquido que serve para confortar os ossos quebrados. Era normalmente feito à base de cera, goma, óleos e pós defecativos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 252; Moraes, 1813, vol. I, p. 376; Chernoviz, 1890, pp. 352-353. LR

 

Ceroulas vestuário interior de pano de linho em forma de calças ou calções com o intento de cobrir o corpo dos homens desde a cinta aos joelhos e por vezes até mais abaixo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 252; Moraes, 1980, vol. II, p.11. OV

 

Cerquer – antigo tecido indiano de seda. Fonte: Dalgado, 1983, p. 312. CO

 

Certosima – decoração europeia criada na Cartuxa de Parma e constituída por embutidos de cores diferentes perfazendo figuras geométricas polícromas afectando a forma de xadrez, estrela, rosácea, etc, que foi usada na arte indiana mogol e aparece em certos móveis indo-portugueses seiscentistas. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 253. CO 

 

Cervilha – extremidade da proa de um barco. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 12. LR

 

Cervilhas, servilhas – calçado de couro fino, de uma só sola, usado pelos anjos e penitentes nas procissões ou por sacerdotes. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 257; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 90. LR e CO 

 

Cervilheira – defesa da cabeça em malha de ferro, que era colocada sobre a coifa. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 12. RF

 

Cestão – cesto grande revestido a couro, lona ou tecido rico, usado para arrecadar e transportar alfaias domésticas, sendo, por vezes, munido de fechadura. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 253. CO 

 

Cestro, sestro, seestro – pandeiro; instrumento musical de latão usado nas folias || vício; manha de um animal || sinistro || esquerdo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 622; Suplemento I, p. 210; Moraes, 1813, vol. I, p. 696. LR

 

Cetim, setim – pano de seda fino e macio || nome dado pelos portugueses à madeira de uma planta que os Brasileiros chamam de Paquea. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 623; Moraes, 1980, vol. II, p. 13. LR

 

Céu de emparamentos – conjunto de docel, costaneiras e cortinas de um leito. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 253. CO 

 

Ceva – alimentos com os quais se cevam os animais || processo de engordar algo ou alguém. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 262. LR

 

Cevadeira – saco ou alforje para o transporte de mantimentos ou provisões para o trabalho || saco que se ata ao pescoço dos animais para dele comerem quando não existe manjedoura || mecanismo para ralar mandioca || vela pequena colocada na proa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 262; Moraes, 1980, vol. II, p. 13; Moraes, 1813, vol. I, pp. 378-379; Viterbo, 1965, vol. II, p. 92. OV e LR

 

Chaça – no jogo da péla o lugar onde a bola pára ou faz segundo pulo, que se nota com uma marca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 265; Moraes, 1980, vol. II, p. 14. RF

 

Chachari - alimento de arroz cozido em água ou manteiga com feijão ou lentilha descascada e partida || em Goa é preparado com trigo, legumes secos, sumo de coco e jagra. Fonte: Dalgado, 1983, p. 212. CO

 

Chacim – porco doméstico ou montês. Fontes: Moraes, 1994, vol. II, p. 14; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 93. CO

 

Chacina, chacîna – postas de carne salgada guardada e conservada em toneis, pipas e outros vasos || acto de chacinar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 265-266; Moraes, 1994, vol. II, p. 14. CO

 

Chacota – dança viva e divertida entrecortada de gracejos e momentos de ritmo e executada em ritmo ternário muito na moda no séc. XVII || cantiga vilanesca antiga, que os rústicos cantam em coro || reunião dos chacoteiros || dança antiga acompanhada de canto || grupo de mulheres que se juntam para cantar e dançar || chiste || cantiga vulgar com toques e alusões satíricas || zombaria, escárnio, troça. Fontes: Azevedo, 2001, vol. I, p. 69; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 266; Moraes, 1994, vol. II, p. 15. CO

 

Chader, chandel, chaudel, chautar – tecido branco de algodão || lençol || coberta de cores. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 95, 379; Dalgado, 1983, pp. 315-316. CO

 

Chaem – comissário imperial itinerante enviado anualmente de Pequim em visita de inspecção às províncias || antigo magistrado de alta jurisdição na China. Fontes: Dalgado, 1983, pp. 316-317; Moraes, 1994, vol. II, p. 15; Pereira, 1992, p. 17, nota 34. CO

 

Chaga – lesão cutânea resultante da abertura espontânea ou provocada por um bubão que supurou; ferida. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 366-367; Moraes, 1813, vol. I, p. 380; Chernoviz, 1890, p. 560; Roque, 1979, p. 167. LR

 

Chaguer, cheguel, chiquel – coiro granuloso, que se prepara na garupa de cavalo ou jumento. Fonte: Dalgado, 1983, p. 317. CO

 

Chaia, chaya – casa de chá no Japão. Fonte: Dalgado, 1983, p. 317. CO

Chaleira – vaso estanhado em cobre, com asa e bico de bule, que serve para aquecer água. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, 380. IS  

 

Chaliá – casta da Costa do Ceilão que prepara a canela e transporta os palanquins. Fontes: Dalgado, 1983, p. 319; Moraes, 1994, vol. II, p. 16. CO

 

Chaloca – espécie de chinelo de ourelo com sola de pau inteiriça, usado essencialmente no Algarve. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 578. AR

 

Chamalote, chamalòte, chamelòte – tecido de lã ou pêlo de camelo com seda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 268; Moraes, 1980, vol. II, p. 16; 1951, vol. III, p. 20. OV

 

Chambité – forja do ferreiro no Concão. Fonte: Dalgado, 1983, p. 320. CO

 

Chameira – mulher que levava o pão e o cozia no forno || mulher que avisa as pessoas que amassam o pão para que o tragam ao forno. Fontes: Bluteau, 1712-1728; vol. II, p. 222; Moraes, 1994, vol. II, p. 17; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 93. CO

 

Chanca, chánca – o mesmo que pé grande || chanqueta; trazer a parte do calcanhar do sapato virada para baixo, calcando-a || calçado grosseiro, semelhante à soca, normalmente com sola de madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 271-272; Moraes, 1813, vol. I, pp. 382-383. AR 

 

Chanco – búzio grande || encontra-se no Golfo de Manar em Ceilão e Guzerate e Costa da Pescaria || madrepérola || proveniente de uma concha || consiste fundamentalmente em carbonato de cálcio limitado por uma substância orgânica chamada conchiolim. Fonte: Wicki e Gomes, 1948-1088, vol. I, p. 319. CO

 

Chanda - indivíduo de casta baixa no Ceilão, cujo ofício era fazer vinho e jagra. Fonte: Dalgado, 1983, p. 323. CO

 

Chandala – indivíduo das castas mais baixas na Índia, suposto originariamente produto de um sudro e de uma brâmene || figurativamente, malfeitor. Fontes: Dalgado, 1983, p. 325; Moraes, 1994, vol. II, p. 18. CO

 

Chandarrus – goma copala na Índia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 325; Moraes, 1994, vol. II, p. 18. CO

 

Chandondé, cachumbé – bolinho de cacto, areca, açúcar e outros ingredientes usado na Índia e na Malásia para perfumar a boca. Fonte: Dalgado, 1983, p. 213. CO

 

Chanfrador, chanfradòr – instrumento de chanfrar, utilizado pelos espingardeiros, ferreiros e entalhadores. Fonte: Morais, 1980, vol. I, p. 382. RF

 

Chanfrar, chanfrár – acto de fazer chanfro, de aparar pela borda || cortar pela extremidade de um tecido. Fontes: Fontes: Morais, 1980, vol. I, p. 382; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 272. RF

 

Chanfro, chànfro – o aparo que se faz pela borda de uma tábua, inflectindo para o interior, adelgaçando-a, de forma a assentar sobre outra. Fonte: Morais, 1980, vol. I, p. 383. RF

 

Changaia – designação na Índia Portuguesa de fazenda de seda grossa, forte e amarela procedente de Xangai, na China; usada para fazer fatos de Verão e, sendo tingida, também em sotainas. Fonte: Dalgado, 1983, p. 327. CO

 

Changatá, changatar, sangatar – prelado, sacerdote budista || presidente da assembleia dos budistas. Fontes: Dalgado, 1983, p. 327; Moraes, 1994, vol. II, p. 19. CO

 

Chanoiú - acção de fazer a infusão de chá || casa de chá || peças de chanoiú são os utensílios de chá, como chaleira, chícara e pires. Fonte: Dalgado, 1983, p. 327. CO

 

Chanqueta – calçado sem contraforte no calcanhar ou com o contraforte acalcanhado || dobra no talão do sapato. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 272; Moraes, 1994, vol. II, p. 19. CO

 

Chanto o mesmo que pranto; alarido; gemido || melancolia, tristeza. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 19; Viterbo, 1965, vol. II, p. 94. OV

 

Chão – terra que pisamos; superfície sólida plana, rasa, liso || solo || pavimento, soalho || figurativo, sem adornos || franco, singelo, natural || antigamente, medida agrária. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 272; Moraes, 1980, vol. II, p. 19. OV

 

Chapa – lâmina; placa || lâmina ou placa de metal usada para ornamento de roupa ou para cobrir superfícies de diferentes objectos || insígnia honorífica, aberta em metal || antigo instrumento musical militar. Fontes: Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 273; Carvalho, 2004, p. 115; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, pp. 600-601; Moraes, 1980, vol. II, p. 20. AD

 

Chapado, chapádo, chapada – ornato antigo que consistia em chapas metálicas aplicadas nos tecidos. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 81; Moraes, 1813, vol. I, p. 383. AR

 

Chaparia – ornato feito com pequenas chapas de metal aplicadas sobre a roupa e jaezes || porção de chapas; quantidade de folhas de metal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 273; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 602; Moraes, 1980, vol. II, p. 20. AD

 

Chapas – jogo, jogar as chapas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 272. LG

 

Chapeado, chapado – coberto, forrado com chapa ou chapas || protegido, guarnecido. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 602; Moraes, 1980, vol. II, p. 20. AD

 

Chapear – revestir, forrar de chapas ou chaparia || ferrar cavalos. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 20. AD

Chapeleira - caixa própria para guardar e transportar chapéus. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 20. OV

 

Chapelina – chapéu usado pelas mulheres do Douro e também no sertão do Ceará. Fonte: Machado, 1991, vol. II, p. 83. CO

 

Chapelinha – chapéu baixo, de abas largas, enfeitado de flores ou plumas vistosas, para uso de senhoras em dias de festa. Fonte: Machado, 1991, vol. II, p. 83. CO

Chapéu – qualquer cobertura, com abas e copa, para resguardar a cabeça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 274; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 603. AD 

 

Chapéu cuzcuzeiro – chapéu com copa alta e aguda. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 275. AD

Chapéu de cardeal - chapéu vermelho, de abas largas e com cordel, destinado exclusivamente aos cardeais, e símbolo do poder cardinalício. IS

 

Chapéu de regateira – chapéu de abas grandes e copa baixa. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 275. AD

 

Chapéu de sol, chapéu-de-sol – guarda-sol; sombreiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 275, vol. VII, p. 717, Suplemento II, p. 220; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 603. AD

 

Chapim de rainha ou de princesa – termo de Corte em Portugal || tributo pago a pessoas reais. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 276. CO

 

Chapim, chapîm – calçado de quatro ou cinco solas usado pelas mulheres para parecerem mais altas. Em Portugal os chapins eram quase sempre feitos em cortiça || pantufos || antigo sapato de sola alta para mulheres || sapatinho elegante || antigo coturno usado nas representação de tragédias || chapa que liga os carris de ferro às travessas ou chulipas || base || peanha || pequeno pássaro conirrostro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 276; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 579; Moraes, 1994, vol. II, p. 20; 1813, vol. I, p. 384. CO e LR 

 

Chapineiro – vendedor de chapins. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 20. CO

 

Chaprão – pau tosco que serve para malhar || tabuão ou pranchão de madeira || andaime grande || pessoa com um corpo mal feito. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 21; Ferrão, 1990, vol. IV, p. 253, Machado, 1991, vol. II, p. 84. OV e CO

Charamela – antigo instrumento musical com uma palheta metida em cápsula ou barrilete, onde se soprava com força, considerado como percursor do oboé e do clarinete. Havia charamelas de três dimensões: bastarda, média e charamelinha || banda de música composta por instrumentos de sopro || o mesmo que charameleiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 277; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 592; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, pp. 611-612; Moraes, 1980, vol. II, p. 21. AD 

 

Charameleiro – aquele que toca charamela. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 277; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 592; Moraes, 1980, vol. II, p. 21. AD

 

Charamelinha – charamela pequena que se afinava numa quinta acima duma charamela média. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 592; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 612; Moraes, 1980, vol. II, p. 21. AD

 

Charana – bandeja com pé que se usa na Índia Insular especialmente para bétele e outros ingredientes do masticatório oriental. Fonte: Dalgado, 1983, p. 331. CO

 

Charão, acharão, charam – espécie de verniz de laca muito lustroso e permanente usado na China e no Japão e extraído de várias árvores || por extensão, objecto revestido deste verniz e adornado ao gosto oriental. Fontes: Dalgado, 1983, p. 330; Moraes, 1994, vol. II, p. 21; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 579. CO

 

Chardês – pano tosado e grosso. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 94. CO

 

Chardina – mulher pertencente à casta indiana dos guerreiros ou chardós. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 21. CO

 

Chardó, charodó – homem da segunda casta indiana na organização bramânica || xátria || guerreiro. Fontes: Dalgado, 1983, pp. 332-333; Moraes, 1994, vol. II, p. 21. CO

 

Chata – jantar que os cristãos de S. Tomé dão por ocasião de enterros ou ofícios solenes dos seus parentes defuntos || embarcação de duas proas, de fundo chato e pequeno calado. Fontes: Dalgado, 1983, p. 335; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 579. CO

 

Chatim - comerciante || mercador || comerciante no Sul da Índia || negociante pouco escrupuloso; velhaco || traficante || tratante || gentio natural do Coromandel dedicado ao comércio || mercadores grossos de ouro, prata, pedraria, sedas, roupas e outras fazendas de preço. Fontes:Barbosa, 1989, p. 111; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 278-279; Dalgado, 1983, p. 266; Moraes, 1994, vol. II, p. 23. CO

 

Chatinar – negociar || subornar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 279; Dalgado, 1983, p. 265; Moraes, 1994, vol. II, p. 23; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 579. CO

 

Chatinaria – traficância || negócio de chatins. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 23. CO

Chave, cháve – instrumento de pequena dimensão, normalmente de ferro ou metal, constituído por cabo, palhetão e dentes, que serve para abrir e fechar portas, arcas ou outros objectos com fechadura || com poder, faculdade, domínio || explicação que dá a entender o que não se percebe numa alegoria ou fábula. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 279; Moraes, 1813, vol. I, p. 385. AR 

 

Chávena – o mesmo que xícara. Fontes: Dalgado, 1983, p. 340; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 580. CO 

 

Cheda - pranchas existentes na parte lateral dos carros, onde se encaixa o fueiro || no Minho, base do carro da lavoura. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 25. OV

 

Cheila, chêla – tecido de algodão e muito fino fabricado na Índia (Negapatão, São Tomé de Masulipatão) de todas as cores e decorado com diversos tipos de floreados, figuras e lavrados. Tecido usado para fazer calças pelos portugueses e pelos cristãos na Índia. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 107-108, 380; Dalgado, 1983, p. 341. CO

 

Cheiros – as ervas usadas nos cozinhados para lhes dar um sabor agradável e que podem ser coentros, salsa, hortelã, orégãos, tomilhos, poejos, manjerona, alho e cebola, além do sumo de limão, de laranja azeda e agraço, e do vinagre. A estes juntou-se pimenta, mostarda, cominhos, gengibre, cravo-da-índia, noz-moscada, canela, açafrão e caril. Fonte: Braga, et al, 1990, p. 624. CO

 

Cheleira, chileira – lugar onde se empilham as balas num navio || prateleiras existentes nos camarotes e despensas de um barco para guardar copos, garrafas, etc. || nos barcos rabelos são os pequenos sobrados que estão junto à proa. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, pp. 51, 60; 1813, vol. I, p. 387. LR

 

Cheripo – ostra lisa e branca da Índia contendo a melhor qualidade de pérolas || ostra, com a qual os indianos realizavam colheres e conchas de beber. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 266, 380; Dalgado, 1983, p. 342. CO

 

Chicharo – peixe do mar semelhante ao carapau. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 289. LR

 

Chicharro – espécie de feijão || leguminosa rasteira. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 289. LR

 

Chincapalões – tipo de banana muito comum no Malabar e considerada de qualidade superior. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 215, 380. CO

 

Chiote, chióte – vestimenta de tecido grosseiro com capelo. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 179. NP 

 

Chispo, chispe – pé de porco, boi ou vaca || presunto || antigamente, sapato de mulher, alto, bicudo e muito polido. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 293; Moraes, 1980, vol. II, p. 32; Viterbo, 1965, vol. II, p. 99. OV

 

Chita, chitas – tecido de algodão estampado e colorido || tecido antes designado como pano pintado ou apenas pintado || variedade de garoupa || certo animal carnívoro africano. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 293; Dalgado, 1983, p. 347; Moraes, 1994, vol. II, p. 32; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 586. CO

 

Chitelha – chita de qualidade inferior. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 32. CO

 

Choca – jogo || bola com que os rapazes se servem, impelindo-a com vara grossa || pau usado neste jogo || bola || primitivamente jogo oriental designado de homem a cavalo introduzido no Império Bizantino e, de novo, pelos ingleses com o nome pólo || na Idade Média conhecido como chuca || chocalho grande || vaca de chocalho que serve de guia aos touros bravos || salpico ou mancha de lama no vestuário || nome comum a algumas aves da família dos formicáridas no Brasil || pederasta || no Algarve sapão de ourelo com sola de pau, chanca, chaloca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 294; Dalgado, 1983, p. 349; Moraes, 1994, vol. II, p. 33; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 586. CO

Chocalho – instrumento sonoro de metal, obtuso, aberto na parte inferior e com um badalo || espécie de campainha que se coloca no pescoço dos animais, sobretudo dos carneiros, ovelhas e vacas || no sentido popular, pessoa que fala muito. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 295; Moraes, 1980, vol. II, p. 33. OV

Chocolateira - vaso de folha de cobre, ou lata, que serve para fazer o chocolate. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 390. IS 

 

Chogó – sobretudo em forma de roupão usado pelos muçulmanos e hindus no exterior; em Goa, é normalmente de algodão branco, antes conhecido como cabaia. Fontes: Dalgado, 1983, p. 350; Moraes, 1994, vol. II, p. 34. CO

 

Chole, chól, chóli – corpete de mulher abastada na Índia || espécie de baniana curta e muito justa ao corpo || espécie de corpete ou jaqueta de manga curta até um pouco acima da cintura. Fontes: Dalgado, 1983, p. 350; Moraes, 1994, vol. II, p. 34. CO

 

Chriseo, criseu, criseo – objecto em ouro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 301; Moraes, 1980, vol. II, p. 177. LR

 

Chuça – feminino de chuço. Pau comprido com uma das extremidades em ponta de ferro Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 340; Moraes, 1813, vol. I, p. 393. LR

 

Chumaço, chimaço, plumaço, plumazo, plumada, pulvinar – pequena almofada, coxim ou travesseiro cheio de penas que se usava antigamente || porção de algodão, de penas ou outras substâncias que se põem entre os forros e o pano de um vestuário, para lhe altear a forma || substância com que se almofada qualquer objecto || colchão de penas || cobertor de peles de coelho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 340; Costa, 2004, p. 143; Moraes, 1980, vol. II, p. 37, vol. IV, pp. 304, 406; Viterbo, 1965, vol. II, p. 149. AD

 

Chumela, chimela – pequeno travesseiro; almofada || compressa que se usa numa ferida ou sangria || faixa que se usava colocar no umbigo do recém-nascido. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 609; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 713; Moraes, 1980, vol. II, p. 37. AD e OV

 

Chunambo - cal que se obtinha pela calcinação das conchas de mariscos. Fonte: Dalgado, 1983, p. 282. CO

 

Ciática, sciatica, sciâtica, sciática, siatica – espécie de gota; em alguns casos chama-se gota ciática. Dor na parte superior da coxa que por vezes se estende à virilha e a toda a perna || nome de duas veias: ciática maior e ciática menor. Fontes: Chernoviz, 1890, p. 966; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 307-308, vol. VII, p. 523; Moraes, 1813, vol. II, P. 673. LR

 

Cidra, cídra – fruto da cidreira, da espécie do limão, mas de tamanho maior, de cuja casca se faz doce. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 309; Moraes, 1913, vol. I, p. 395. AR e LR

 

Cidrão, cidram – qualidade de cidra grande e de casca grossa || doença dos bois. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 104; 1813, vol. I, p. 395; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 309. LR

 

Cifa – azeite de peixe usado para untura de navios || azeite ou gordura || areia com que os ourives enchem os frascos de moldar e vazar as peças, que depois têm que lavrar. Fontes: Dalgado, 1983, p. 358; Moraes, 1994, vol. II, p. 42; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 594. CO

Cilha – correia que se passa por baixo da barriga do animal para apertar a sela. Fonte: Moraes, 1913, vol. I, p. 396. AR e LR 

 

Cilha de catre correia larga que se prega nos paus para formar o fundo de um leito ou de uma cadeira estofada. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 43. OV

 

Cilheira, cilhadouro – parte do corpo do equídeo onde é colocada a cilha. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, 2003, p. 183. NP

 

Cilício – malhas de arame com pontas, que se apertam à volta do corpo, causando mortificação. Fonte: Moraes, 1813, vol. II, p. 699. AR

 

Cimalha, cimálha – saliência no alto da parede onde os beirais do telhado assentam || moldura que remata o capitel || parte mais alta da cornija || cimo; alto || cabeceira. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 286; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 314. RF

 

Címbalo, címbalos – mais usado no plural, consiste num antigo instrumento musical, semelhante aos modernos pratos, composto por dois meios discos côncavos de metal, que se percutiam || cada um dos dois discos de metal chamados pratos || antigo instrumento de cordas. Espécie de cravo maior || designação antiga do saltério. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 314; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 616; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 773; Moraes, 1980, vol. II, p. 44. AD

 

Cimeira – o enfeite que orna o cimo de um capacete; nos escudos timbre ou peça posta sobre o elmo. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 397; Dias, 2003, vol. VI, p.183. NP

 

Cimitarra, çamitarra, cimitara, cimitárra – sabre asiático de lâmina curta e curva também usado pelos turcos. Fontes: Bluteau, 1712-1728; vol. II, p. 314; Dalgado, 1983, p. 348; Moraes, 1994, vol. II, p. 44. CO

 

Cinábrio, cynabrio, cinabrio, cinnabrio – combinação de enxofre com azougue/mercúrio. Pedra muito vermelha e pesada que se achava nas minas do azougue. Era normalmente usado na cura do morbo gálico através de sumos ou vapores. O cinábrio pode ser natural ou artificial. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 315; Moraes, 1813, vol. I, p. 397; Chernoviz, 1890, p. 395; Arraiz, 1683, Parte I, pp. 145-51. LR

 

Cinamomo, cinnamomo – árvore que exala um aroma semelhante ao da canela || canela. O decocto da sua casca era usado para fazer lavatórios contra as úlceras. Quando ingerido internamente provoca vómitos e em quantidades excessivas pode envenenar || figurativamente significa zelo santo e fervor de espírito. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 318; Suplemento I, p. 236; Moraes, 1813, vol. I, p. 397; Chernoviz, 1890, p. 395; Barreyra, 1698, p. 75. LR

Cingidouro, cingidoiro – cinto. Faixa que pode ser de vários materiais e feitios e que cinge o meio corpo || lugar onde aperta o cinto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 317; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 619; Moraes, 1980, vol. II, p. 46. AD 

 

Cinto, cinfa, cinta – faixa de tecido, correia de pele, metal ou cordão para cingir ou apertar na cintura || cordão com que os ministros do altar apertavam as alvas || a parte inferior do busto; cintura || série de paus que reforçam o forro ou o tabuado do costado da embarcação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 318-319; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 815; Moraes, 1980, vol. II, p. 47; Viterbo, 1965, vol. I, p. 192. AD e CO

 

Cinteiro – pessoa que faz cintas ou cintos || fita ou cordão que cerca a copa do chapéu junto à aba e a que chamam também cintilho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 319; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 620; Moraes, 1980, vol. II, p. 47. AD 

 

Cintilho – cinto pequeno para envolver, como adorno, qualquer peça de vestuário || cinto rico de pedraria || fita ou cordão de chapéu; cinteiro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 319; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 817; Moraes, 1980, vol. II, p. 47. AD

 

Cinzel baixo – tipo de lavrado com pouco relevo. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 254. CO 

Cinzel, sinzel, sizel – instrumento de ferro ou aço com uma extremidade aguda e outra preparada para ser batida com maços de madeira ou metal, usado pelos canteiros, escultores e gravadores e que serve para lavrar pedra, prata ou ouro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 319, vol. VII, p. 661; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 620; Moraes, 1980, vol. II, p. 48; Pais et al, 2001, p. 320. AD 

 

Cinzelado – trabalhado a cinzel, esculpido || feito com cuidado, esmerado, aprimorado. Fonte: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 620. AD

 

Cinzelador – aquele que cinzela; que maneja o cinzel. Fontes: Figueiredo, 1996, vol. I, p. 620; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VI, p. 822. AD

 

Cinzeladura, cinzelagem, cinzelamento – lavor feito a cinzel || técnica de lavrar o bloco metálico, ou peça moldada com cinzel, desbastando e aperfeiçoando pormenores, ou repuxado, batendo a folha metálica pelo reverso de forma a obter um relevo. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 48; Pais et al., 2001, p. 320. AD

 

Cinzelar, sinzelar, sizelar – lavrar a cinzel || trabalhar com esmero e nitidez || fazer com delicadeza; apurar, aprimorar || empregar com precisão e apuro || inscrever. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 319; Moraes e Bluteau, 1789, vol. II, p. 404; Moraes, 1980, vol. II, p. 48. AD

 

Ciranda, siranda – instrumento de pedreiros que serve para cirandar (peneirar). Crivo ou peneira grossa para limpar areia, cal ou grão || dança popular. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 321, vol. VII, p. 661; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 622; Moraes, 1980, vol. II, p. 49; Sousa, 1789, p. 91. AD

 

Cirandar – limpar com ciranda; peneirar || dançar a ciranda || andar de um lado para o outro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 32; Figueiredo, 1996, vol. I, p. 622; Moraes, 1980, vol. II, p. 49. AD

Círio – vela grande de cera. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 328; Suplemento I, p. 328; Moraes, 1813, vol. I, p. 400. LR 

 

Círio bento – vela de cera que se levava na festa das Candeias (22 de Fevereiro). Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 328. LR

 

Cirroso, scirroso, seirroso, escirroso – tumor pré-natural causado pelo “humor” melancólico. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. VII, p. 527. LR

 

Citar, citár – chamar solenemente alguém para comparecer perante um juiz || indicar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 330; Moraes, 1813, vol. I, p. 401. LR

 

Clarete, clareta – vinho vermelho claro || palhete || espécie de licor de canela. Fontes: Moraes, 1999, vol. II, p. 56; Machado, 1996, vol. II, p. 140; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 336; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 606. CO

Claustro – de um mosteiro. É um páteo quadrado e descoberto, com galerias ou lanços de arcos ao redor, sustentados por colunas ou pilares. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 240. LG

 

Clister alimentício – dá-se em forma de clister com o objectivo de nutrir || caldo de carne sem sal, fervura de pão, gemas de ovos e leite. Este tipo de clister era ministrado em pequenas quantidades e sempre que o estômago não conseguia suportar os alimentos. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 608. LR

 

Clister lavativo – aquele que tinha como única função lavar os intestinos. Neste tipo de clister não eram utilizados óleos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. V, p. 53. LR     

 

Clister laxativo – clister feito à base de canafistula e água quente, mel de abelhas, água tépida, azeite doce ou óleo de rícino. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 609. LR

 

Clister medicamentoso – medicamento empregue sob a forma de clister; são usados para evitar o desagrado de alguns doentes face a determinados medicamentos. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 608. LR

 

Clister simples – varia consoante a temperatura da água. Com água tépida ajuda a defecção; é aconselhado àqueles que sofrem de prisão de ventre. Fonte: Chernoviz, 1890, p. 608. LR

Clister, clyster, crystel, cristel – injecção de água ou de outro líquido que se colocava no recto por meio de uma seringa e que tinha propriedades medicamentosas. Também assume o nome de “ajuda” ou, em sentido lato, “mezinha”. Os clisteres podem ser alimentícios, simples ou medicamentosos, consoante as substâncias que os compõem || medicamento que estimula a defecção. Também se designa por clister o instrumento com que ministram as “ajudas”.  Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 615; Moraes, 1980, vol. II, p. 60; Salgado, 1996, p. 534; Chernoviz, 1890, pp. 607-608. LR

 

Cloquaires – vocábulo antigo que significa colheres. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 111. CO

 

Cloques – espécie de sapato de pano com sola de madeira usado no Algarve. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 61. CO

Coador, coadór – vaso composto por pequenos orifícios que serve para filtrar líquidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 347; Moraes, 1813, vol. I, p. 405. AR  

 

Coberta da cama - o mesmo que cobertor || coberta pode também designar a chapa de ferro que se encontra em cima das molas de uma fechadura. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 626. LR

 

Coberta de mesa - tudo aquilo que se coloca em cima da mesa (alimentos ou utensílios de comida). Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 626. LR

 

Coberta, cuberta – como o termo cobertal, usado a partir do séc. XIV para designar cobertores feitos com pele de coelho, algodão ou lã, forrados de pano || no séc. XVI podia designar a coberta ou colcha de cama || pode também designar a chapa de ferro que se encontra em cima das molas de uma fechadura || tudo o que se estende sobre qualquer coisa para a cobrir || cobertura, armadura de cavalos || pratos de diferentes iguarias que vêm ao mesmo tempo à mesa || embarcação de toldos de madeira || termo de pedreiro que serve para designar a pedra que se colocava em cima dos balaústres de uma janela || objecto que serve para cobrir algo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 626; Moraes, 1994, vol. II, p. 64; Freire, 2001, vol. I, p. 180 e vol. II, p. 290. LR e CO 

 

Cobertal – o mesmo que cobertor. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 64. RF

 

Cobrada – no Minho grupo de pescadores munidos duma só rede, que alternam os lances com outro grupo. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 65. CO

 

Cobrada de peixotas – par de pescadas. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 111. CO

 

Cobricama, cubricama – coberta de cama, colcha, sobrecama, colhelha || dossel, sobrecéu. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 65. RF e LR

 

Cocedra, cozodra – colchão que se coloca por cima do almadraque ou enxerga, geralmente de lã ou algodão almofadado com penas, cobertor acolchoado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 244; Moraes, 1980, vol. II, p. 66. RF

 

Cochada – coche com muita gente; quantidade de gente que leva um coche. Fonte: Moraes, 1951, vol. III, p. 217. LR

Coche – carruagem de estilo antigo, usada em certas solenidades, de quatro rodas tirada por mulas ou cavalos || sege || em Goa, era palanquim de caixa oblonga onde era levado o viático para os enfermos || tabuleiro com rebordos para conduzir cal amassada || caixa do rebolo dos carpinteiros e marceneiros || vasilha de lata || gamela, com que se extrai água das poças ou presas || voz com que se chamam os porcos || entidade com poderes divinos da tribo africana dos Quicongas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 353; Dalgado, 1983, p. 365; Moraes, 1994, vol. II, p. 67; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 614. CO

 

Cochonilha, cochenilha, cochinilha – insecto, aparentemente semelhante ao percevejo, de onde se extrai uma substância para o fabrico de tintas vermelhas para tingir panos como o pano de escarlata || carmim. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 356; Moraes, 1980, vol. II, p. 67. LR

 

Coco, còco – fruto do coqueiro || noz revestida de casca línea relativamente forte de que há variadas espécies || vasilha feita da casca do coco, provida de um cabo que a atravessa perto da boca, utilizada para tirar água dos potes || fazer cocos a alguém: querer assustar alguém como se faz às crianças. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 407; Dias, 2003, vol. VI, p. 186. NP

 

Cocotina – manteiga de coco. Fonte: Dalgado, 1983, p. 369. CO

 

Codornos – pêras grandes e grossas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 358; Manuppella, 1986, p. 183. CO e LR

 

Cofem – cesto de verga ou de esparto. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 187. NP

 

Cofo – espécie de escudo oriental, capacete ou adarga. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 70. RF

Cofre, cofré – cesto de vime || arca ou móvel que serve para guardar objectos de valor. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 360; Moraes, 1813, vol. I, p. 409. AR 

 

Cogula, cucula, cocula, cógula, cuculla, cucullo, cogulo – vestidura monacal com capelo e mangas || espécie de túnica larga dos religiosos e das freiras monacais, trajada sobre as demais vestes || casula || vestidura laica com ou sem mangas || montão ou amontoamento || género de aves cuculiformes da família dos cuculídeos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 629; Moraes, 1994, vol. II, p. 188; Dias, 2003, vol. VI, p. 183; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 161; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 697. NP e CO 

 

Coice, couce – golpe que os animais dão com os membros inferiores para trás || pontapé com o calcanhar || antigamente, caruncho, traça || figurativo, ingratidão, selvajaria || retaguarda, traseira, geralmente aplicado a quem ia por último nas procissões e outros cortejos || recuo de arma de fogo || fim de qualquer coisa || couce da porta é um pequeno pedaço de madeira que entra na parede ou no chão e sobre o qual a porta roda. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 339, 593; Moraes, 1813, vol. I, p. 487; 1980, vol. II, p. 163; Chernoviz, 1890, p. 738. OV e LR

Coifa – também designada por crespina ou garvin, rede de torçal com a qual as mulheres prendiam o cabelo || touca. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 363; Moraes, 1980, vol. II, p. 71; Palla, 1992, p. 71. LR

 

Coira – gibão de couro usado pelos soldados para resguardar o corpo || mulher de baixa condição || morte || cidade episcopal dos Grisões. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 236; Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 246. LR

 

Coita – faca grande de cozinha || faca de mato || dor, pena, aflição, desgraça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 246; Dalgado, 1983, p. 371; Moraes, 1994, vol. II, p. 72. CO

 

Colaça, collaça – ama-de-leite || nome geralmente dado a crianças que mamaram do leite da mesma ama. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 412. LR

 

Colação, collaçam, colaçam, colaçaõ, collação – o mesmo que consoada. Antigamente designava a refeição leve que se tomava à noite nos dias de jejum || acto de colocar alguma coisa em comum || combinação. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 367, 373; Moraes, 1813, vol. I, p. 412. LR

 

Colapore – tecido de algodão de diversas cores fabricado em Colapor na Índia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 373. CO

Colar de contas – jóia da cultura popular constituída por contas de forma esférica e arredondada. Este colar ia sendo feito conta a conta, sendo estas colocadas apenas até meio do pescoço num fio de algodão. Actualmente o colar é todo composto por contas. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

 

Colares – vinho tinto palhete procedente de Colares, vila perto de Sintra. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 242; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 367. LR

Colcha – cobertor ou coberta de cama ou mesa, estampada ou com labores, de vários tecidos e cores. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 367; Moraes, 1980, vol. II, p. 73. OV

 

Colcha de montaria – colcha com decoração baseada na representação de cenas venatórias ou figurando caçadores a pé ou a cavalo, animais selvagens e, por vezes, animais domésticos. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 267. CO 

 

Colchoeiro – pessoa que faz ou vende colchões. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 243; 1813, vol. I, p. 411; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 368. LR

 

Colcotar, colcothar, colcotarx – vitríolo verde || peróxido de ferro que resulta da calcinação do mesmo metal. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 368, Moraes, 1980, vol. II, p. 73. LR

 

Coldre – cada um dos dois estojos de couro pendentes do arção de sela, e em que de ordinário se metem pistolas ou outras armas || aljava para setas, virotes, virotões. Fonte: Moraes vol. II, p. 73. RF

 

Colectário – livro litúrgico em que se compreendem as capítulas e orações das horas canónicas, chamadas colectas || colectano. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 74; Viterbo, 1712-1728, vol. I, p. 201. RF

Colete – peça de vestuário, curta e sem mangas, com longas cavas, geralmente usada sobre uma camisa. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 75; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 269. RF

 

Colhareiro – caixa para guardar colheres || árvore silvestre. Fontes: Machado, 1996, vol. II, p. 173; Moraes, 1999, vol. II, p. 76. CO 

 

Colírio, colirio, collirio, collyrio, colyrio, colîrio – nome dado aos medicamentos que se aplicam directamente sobre o olho. Substância líquida resultante da infusão de ervas ou plantas que se aplicam directamente nos olhos. Os colírios secos são normalmente feitos à base de sementes ou pedra-ume desfeita em pó muito fino que depois são aplicados nos olhos com o auxílio de uma pena. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 377; Moraes, 1813, vol. I, p. 414; Chernoviz, 1890, p. 654. LR

 

Colobio - túnica romana e depois usada pelos bispos, monges, anacoretas e soldados sem mangas não passando dos ombros e dos cotovelos ou chegando aos pés || dalmática. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 378; Moraes, 1994, vol. II, p. 77; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 161. CO

 

Colodra, colodro, colondra, colondro – cabaça grande para ter ou medir vinho. Fontes: Moraes, 1994, vol. II, p. 78; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 115. CO

 

Com boa aguça – o mesmo que com zelo, com vigor. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 58. AR

 

Comeres – coisas que se comem; géneros passíveis de serem ingeridos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 392. LR

 
Cômoro – terra ou pedaço de chão entre outros dois, mais baixos II elevação de terreno que se utiliza para delimitar a propriedade de um campo ou de uma leira II muro que ampara terras II socalco. Fontes: Bluteau, 1712 – 1728, vol. II, p. 410; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 7, p. 256. MD
 

Compeçar – começar || tirar de uma peça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 416; D. Duarte, 1942, p. 6. LR

 

Compromisso – conjunto de regras pela qual se rege uma instituição de tipo confraternal, constituindo a sua lei-base. Ao contrário do regimento, o compromisso pressupõe um juramento no qual os confrades se comprometem a respeitar as regras nele inclusas. IS

 

Comsas – tecido fino de algodão feito em Bengala e muito apreciado em toda a Índia. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 109, 381. CO

 

Conder – incenso. Fonte: Linschoten, 1998, pp. 247, 381. CO

Condessa, condeça - pequena e delicada cesta redonda ou oval de vime ou verga, com tampa e sem asa. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 438. CO 

 

Conduto – canal, rego, vala || qualquer coisa que se coloca dentro do pão (carne, manteiga, etc.) || qualquer mantimento que não seja pão || peixe ou carne acompanhando o pão. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 450-451; Viterbo, 1965, vol. II, p. 124; Moraes, 1980, vol. II, p. 103; 1813, vol. I, p. 440. LR e CO

 

Confeiteira – mulher que faz confeitos || recipiente onde se guardam confeitos || lugar onde se vendem doces. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 453. LR

 

Confeitos – do latim confectu. Comprimidos exteriormente revestidos com açúcar || pevide envolvida em açúcar derretido que depois se seca no fogo || preparações feitas à base de açúcar aromatizadas com águas destiladas ou óleos de rosas, hortelã, limão, laranja || tudo aquilo que se apresenta numa refeição como sobremesa || doces || pequenos glóbulos usados para decorar bolos || erva-doce com açúcar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 453; Moraes, 1980, vol. II, p. 104; Manuppella, 1986, pp. 129-131; Chernoviz, 1890, p. 661; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 644. LR e CO

Confessionário - o lugar onde se senta o sacerdote para ouvir o crente em confissão. IS

 

Consela – píxide, boceta, pequeno cofre ou baú para guardar o Santíssimo Sacramento. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 129. CO

 

Conta – objecto globular de substância dura, furada, que com outros e em determinado número, constitui o rosário ou com que se fazem ornatos, colares, etc.; as contas podem ser de vidro, madeira, nácar, âmbar, ágata, concha, diamantes, pérolas, ouro, etc.; missanga. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 119; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. VII, pp. 520-521; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 493. AD

Contador – aquele que conta; pessoa que verifica as contas. Contador-mor do reino era o indivíduo que distribuía as coisas pelos ministros inferiores || móvel antigo com pequenas gavetas que assenta sobre uma peanha com quatro pés || aquele que narra. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 455; 1813, vol. I, p. 455; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 492. LR 

 

Conteira – peça que reforça a ponta da bainha das espadas || peça de metal, com que se reveste a parte inferior de um cajado, bordão ou bengala; ponteira || rasto de canhão || parte posterior do reparo das peças de artilharia de campanha || mulher do conteiro || mulher que faz contas. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 120; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 493. RF

 

Contenença, contenénça – rosto, semblante || cortesia, modéstia, modos, atitude, posição. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 60; Moraes, 1813, vol. I, p. 457. AR

 

Contínuo – indivíduo que levava recados da corte ou paço. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 502. LR

 

Conto, cónto – história, fábula || número || haste da lança. Fontes: D. Duarte, 1986, p. 75; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 502; Moraes, 1813, vol. I, p. 459. AR

 

Contorva – inquieta. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 190. LR

 

Cóóna de manteiga – pão de manteiga cónico ou pontiagudo muito comum no Minho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 132. CO

 

Copa – compartimento ou armário onde se guardam géneros alimentícios, louças, talheres, roupas de mesa, etc. e onde se fazem alguns serviços domésticos. Aparador || baixela, serviço de mesa || parte superior das árvores || espécie de vaso ou copo mais largo que fundo e com pé; taça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 529-530 e Suplemento I, p. 259; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 615; Moraes, 1980, vol. II, p. 133. AD e LR

Copa do broquel – copa do escudo. O ponto central da parte mais saliente do escudo. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 530. AD 

Copa do chapéu – parte superior do chapéu, aquela que cobre a cabeça. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 530; Moraes, 1980, vol. II, p. 133. AD 

 

Copal, pancopal – nome industrial de resinas de várias leguminosas de regiões tropicais empregues na preparação de resinas || resina dura, amarela, luzidia, transparente e cheiros. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 259; Moraes, 1994, vol. II, pp. 133-134. CO

Copeira – mulher que cuida da copa. Mulher que serve à mesa as refeições || lugar onde se guardam as louças de mesa; copa. Fontes: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 617; Moraes, 1980, vol. II, p. 134. AD 

 

Copeiro – segundo Bluteau é uma espécie de tabuleiro com um pau atravessado por cima, por onde se pega, e em que se levam as tigelas, pratos e tudo o que é necessário para a mesa. || aquele que cuida da copa || criado que serve à mesa || aparador ou armário em que se guardam copos, garrafas, louças, etc.; bufete. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 532; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 617; Moraes, 1980, vol. II, p. 134. AD

 

Copeiro-mor – copeiro principal. Fidalgo a quem cabe a administração da copa do Rei. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 531; Moraes, 1980, vol. II, p. 134. AD

 

Copete – o mesmo que topete || passador por onde entram os talões na espora. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 134; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 532. RF

Copo vaso que é utilizado para beber. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 534. OV

 

Copra, copala – amêndoa de coco seca e preparada para dela se extrair um óleo chamado copraol || coco pilado e alimento dos mais dos pobres na Ásia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 259; Dalgado, 1919-1921, vol. II, pp. 383-384; Moraes, 1994, vol. II, p. 135; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 667. CO

 

Copraol – substância gorda própria para supositórios, velas, etc., extraída da copra. Fontes: Dalgado, 1919-1921, vol. II, p. 384; Moraes, 1994, vol. II, p. 135. CO

Coração – jóia da ourivesaria popular feita em forma de coração para usar como pendente num fio. Podem ser opados, feitos de chapa fina ou de filigrana. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR  

Cordão – jóia da ourivesaria popular que consiste em fios com cerca de dois metros e vinte, podendo ser de elos redondos ou em forma de pêra, usado como cloar de várias voltas. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR 

 

Cordial limpeza – pureza do coração. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 196. LR

 

Cordoalho – designação para cairo em Bengala. Fonte: Trindade, 1963, p. 49. CO

 

Cordoeiro – pessoa que faz cordas || aquele que vende cordas. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 547-548. LR

 

Cordovão, cordovam, cordovaõ – couro de cabra ou bode, curtido e preparado, frequentemente destinado ao fabrico de calçado. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 548; 1813, vol. I, p. 471; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 548; Suplemento I, p. 260. LR

 

Coreixa ave pernalta da família dos gruídeos. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 548. OV

 

Corja – na origem vinte objectos da mesma natureza || multidão || enfiadas de pedras preciosas || pacotes de tecidos || jogos de louça || objectos vendidos em número de vinte || actualmente, grupo de gente desprezível. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 548; Dalgado, 1983, p. 387; Moraes, 1994, vol. II, p. 142; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 671. CO

 

Cornaca - tratador e condutor de elefantes na Índia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, p. 549; Dalgado, 1983, pp. 390-391; Moraes, 1994, vol. II, p. 142; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 671. CO

 

Corno de vinho – vasilha em corno para o vinho. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 134. CO

 

Coronha, cronha, crónha – peça de pau a que está fixa uma espingarda ou arma semelhante. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 618; Moraes, 1813, vol. I, p. 497. AR e LR

 

Coronhiero, corunheiro – indivíduo que faz coronhas de espingardas. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 474. LR

 

Corpinho corpo pequeno || espécie de gibão sem abas || corpinho poderia ser acompanhado por mangas estreitas de seda. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 557. OV

Corporal, corporale - pano de linho branco sobre o qual o sacerdote coloca o cálice e a hóstia, no altar. Esta peça tem apenas como decoração renda ou bordado simples na orla. Fontes: Alarcão e Pereira, 2000, p. 55; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 560; Moraes, 1980, vol. II, p. 147. AD  

 

Corrediças - cortinas de correr || encaixe de madeira ou metal dos batentes de uma porta, janela ou tampa de uma caixa || elemento constitutivo dos móveis de leitura e escrita que consiste num par de réguas com puxadores na extremidade, inseridas sob o batente, onde este se apoia quando aberto. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 562; Moraes, 1980, vol. II, p. 148; Sousa e Bastos, 2004, p. 97. AD

 

Correeiro – indivíduo que trabalha o couro. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 562; Moraes, 1813, vol. I, p. 475. LR

 

Corregimento – acto ou efeito de corrigir; correcção; conserto; reparação || preparos; ornamentos; adornos; arreio || guarnição. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 563; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 742; Moraes, 1980, vol. II, p. 149. AD

 

Corregimentos avantejados – o mesmo que bons arreios. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 54. AR

 

Corrença – disenteria ou diarreia. Fonte: Roque, 1979, p. 333. LR

Corrente de relógio – jóia masculina que servia para pendurar o relógio ao peito ou à cinta. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR  

 

Corrijola – planta com flor branca e que tem propriedades adstringentes e detersivas. O cozimento das folhas desta planta é usado para estancar hemorragias e diarreias. Esta planta é também chamada erva sanguinária ou apenas sanguinha. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 570. LR

 

Corselete, cosolete – armadura leve de metal com que cobriam o peito os soldados que combatiam a pé; peito de armas || corpete, justilho. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 153. RF

 

Corset – variante francesa da cota, aberto à frente ou dos lados. RF

Corta-mão, cortamão, cortamaõ, cortamao – o mesmo que esquadro. Instrumento de carpintaria que serve para marcar a esquadria (ângulos de 90º) e meia-esquadria (ângulos de 45º); assemelha-se a um “L” ou a um triângulo feito em madeira. Fontes: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 264; Moraes, 1980, vol. I, p. 685. LR e OV

 

Corta-papel – faca de osso, marfim, metal ou outro material, usada para cortar papel, abrir as folhas de um livro, entre outras utilizações. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 798. AR 

 

Corte de jibões – designação antiga na Índia para certo tipo de tecido especialmente destinado a jibões. Fonte: Dalgado, 1983, p. 392. CO

Cortiço – peça de forma mais ou menos cilíndrica, feita de casca de árvore ou de cortiça, destinada à habitação de abelhas || utensílio usado na fase de tascar o linho; trata-se de uma operação manual de limpeza, batendo-o com a espadela de encontro ao cortiço. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 824. AR 

 

Cortina de ouvir missa – tratava-se de um dispositivo que permitia aos reis ouvirem missa num espaço reservado no interior das igrejas, assim designado por ser delimitado por meio de uma cortina. Ser admitido a ouvir missa dentro da cortina era privilégio reservado apenas a alguns e uma grande honra que o rei podia circunstancialmente conferir. IS 

 

Cós – tira de pano que remata peças de vestuário, como o vestido, a saia, as calças ou os calções, no lugar em que cingem a cintura || parte do vestuário em que se ajusta essa tira de pano e que, por isso, cinge e aperta || tira que remata as mangas ou o peitilho da camisa e sobre a qual se ajustam os punhos e o colarinho. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 581; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 839; Moraes, 1980, vol. II, p. 157. AD 

 

Coscorão – no Brasil também chamado orelhas-de-abade. Bolo com farinha (por exemplo, de mandioca) e ovos fritos em azeite e passado em açúcar, mel ou calda. Fontes: Cardim, 1997, p. 112; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 582; Moraes, 1813, vol. II, p. 383. CO

 

Costa – costela || borda do mar, litoral, praia || parte da cadeira que serve de apoio das costas || parte oposta à fachada ou à frente principal de um edifício; traseiras || instrumento de sapateiro, também chamado alisador. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 159; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 584. RF 

 

Costal – saco próprio para ser levado às costas de um indivíduo ou animal || peso equivalente a 60 quilogramas || peso equivalente a duas arrobas e meia || pertencente às costas. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 624; 1813, vol. I, p. 485; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 584. LR

 

Costaneira termo utilizado pela antiga milícia portuguesa. Ala direita e ala esquerda não eram comuns entre a milícia portuguesa mas sim alas Costaneiras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 584. OV

 

Cota – espécie de vestido comprido, justo ao corpo e com ampla saia que os cavaleiros antigos usavam sobre a armadura || espécie de gibão ou bata em uso outrora || lado oposto ao gume de uma ferramenta cortante || antiga medida da ex-Índia Portuguesa || determinada porção || quinhão, prestação. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, pp. 160-161; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 589. RF

 

Cota de armas – vestimenta que levavam os reis de armas nas funções públicas, nas quais está bordado o escudo real. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, pp. 160-161; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 589. RF

Cota de malha – armadura defensiva, semelhante a uma camisa de mangas curtas, que cobria o tronco até à cintura. É feita de anéis ou malhas de metal entrelaçadas e usada principalmente por peões e escudeiros. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 918. AR
 

Coté – casa || quarto onde se albergam amores ilícitos e clandestinos. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 161. RF

 

Cote, de cote – de uso corrente, quotidiano. IS

 

Cotim – espécie de tecido de linho ou algodão || nó dos dedos. Fontes: Moraes, 1994, vol. II, p. 161; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 682. CO

 
Cotio – uso quotidiano, vulgar, comum. Diz-se saia de cotio ou roupa de cotio, aquela roupa que é de uso diário. Fonte: Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 7, p. 923. MD
 

Cotiom – pano. Fonte: Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 140. CO

 

Cotonada - marmelada. Fonte: Cascudo, 1967-1968, p. 246. CO

 

Cotonias – palavra indiana utilizada para se referir a tecido de algodão || tecido utilizado em vestimentas ou panos para as velas das embarcações. Um tecido resistente de que faziam velas para barcos e os hábitos pobres dos franciscanos || pano às riscas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 591; Moraes, 1980, vol. II, p. 162; Trindade, 1963, vol. II, p. 337. LR e CO

 

Couceira – pedras laterais da porta || pedras inferiores nas quais assentam as ombreiras. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 593. OV

 

Couçoeira – copo pequeno de vidro || pranchas de tabuado grosso oriundas do Brasil utilizadas para a confecção de portas. Fonte: Moraes, 1813, vol. I, p. 487. OV

 

Coudel, caudel – cargo militar; capitão de besteiros e de cavalaria; por ordem de D. Afonso V os escudeiros que serviam a cavalo no exército ficaram sob a alçada de um capitão ao qual se deu o nome de coudel. No início o coudel-mor ficou responsável por todos aqueles que serviam na milícia com cavalo, depois ficou apenas encarregado das leis para conservar a boa raça dos cavalos. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 639; 1813, vol. I, pp. 487-488; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 593-594. LR

 

Coura – antigo gibão de couro para resguardo do corpo dos soldados com grandes abas. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 163; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 595. RF

 

Courama curtida – couro tratado. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 595-596. LR

 

Courama em cabelo – couro por tratar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 595-596. LR

 

Courama, coirama – couro curtido ou não tratado || vestes dos vaqueiros || planta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 595, Moraes, 1980, vol. II, p. 163; Viterbo, 1965, vol. II, p. 112. LR

 

Courela, courella – pedaço de terra comprido e estreito || antiga medida agrária || montado de sobreiros || vinha com uma área não superior a 5000m2. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 597; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 683. CO

 

Couro de Sinde – couro decorativo, provavelmente trabalhado, dourado e policromado à maneira dos guadamecis, proveniente da região de Sinde, na Índia e usado para vários fins, por exemplo, em colchas. Fonte: Ferrão, 1990, vol. IV, p. 256. CO

 

Couseiro – livro do Santo Ofício no qual se tirava apontamentos. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 644; 1813, vol. I, p. 488; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 596. LR

 

Côvado – antiga medida de comprimento que equivale a 66 centímetros || medida de três palmos que era usada para medir panos de seda ou de cor || parte do navio onde a caverna começa a encurvar-se ou a fazer volta para cima || cotovelo. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 592; Moraes, 1980, vol. II, p. 164. LR

 

Covão, covam, côvão – cova de grandes dimensões || cesto de vime utilizado para transportar aves ou pescar nos rios. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 592; Moraes, 1980, vol. II, p. 165. LR

Covilhete – pratos pequenos, tais como pires, pratos de doce, pratos de salada, de aba abaulada, redonda, recortada ou de formato irregular || recipiente semelhante a uma malga ou tigela, de corpo bojudo e avantajado, que se cobre com tampa como se fosse uma pequena terrina || pratinho ou pires chato, de louça vidrada, próprio para doce || em Trás-os-Montes, púcaro de barro ou folha, com duas asas, para sopa de criança. Fontes: Domingues, 2006, p. 68; Moraes, 1999, vol. II, p. 165; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 684; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 594. CO 

 

Covilhetes de metal – formas para fazer pastéis. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 594. CO

Coxim, cochim – almofada que serve de assento num estrado || leito de sesta na Ásia, canapé ou sofá sem encosto com um colchão de espessura pequena || almofada de couro usada pelos douradores || tecido onde se guardam as velas do navio; tecido com o qual se forra alguma coisa para evitar que o roçar das cordas danifique o objecto || artifício de fogo feito de estopas embebidas em enxofre, sebo, pólvora e pez || nome dos objectos que servem de assento a alguma coisa. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 652; 1813, vol. I, 490; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 598. LR 

Coxote – a parte da armadura que fica acima das grevas e sobre as coxas. Fontes: Moraes, 1980, vol. II, p. 166; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 598. RF

Crasta, clastra – claustro || galeria || monte que delimita as dunas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 601; Moraes, 1980, vol. II, p. 168; Viterbo, 1965, vol. II, pp. 105, 143. LR

 

Cravação, cravaçam, cravadura – acto ou efeito de cravar || modo de união por meio de cravos e pregos com o intuito de segurar. Pregaria || ornato de cravos ou pregos dispostos com simetria na superfície dos móveis, sobre a madeira, couro ou tecido || o trabalho de engastar pedras preciosas. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 601; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, pp. 1008-1009; Moraes, 1980, vol. II, p. 168. AD

 

Craveira – instrumento que serve para medir o comprimento ou a altura || medida para medir a altura dos recrutas || compasso de sapateiro; utensílio que serve para medir sapatos || comprimento de 12 polegadas || buracos das ferraduras por onde se colocam os cravos || instrumento de ferreiro que serve para fazer a cabeça dos pregos. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 663; 1813, vol. I, p. 491; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 602; Suplemento I, p. 268. LR

 

Craveiro – género de plantas da família das cariofiláceas || fabricante de um tipo de pregos chamados cravos || instrumento de música parecido com o cavaquinho || diz-se do palmo que corresponde a uma unidade de medida. Segundo Bluteau, três palmos craveiros equivalem a um côvado português e cinco equivalem a uma vara portuguesa. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 592, 602; vol. VI, p. 210; vol. VIII, p. 362; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, pp. 1010-1011; Moraes, 1980, vol. II, p. 169. AD

Cravinho, cravínho – preguinho || que vem de cravo || especiaria de cozinha || utilizado na fabricação de medicamentos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 602; Moraes, 1813, vol. I, p. 491. AR 

 

Craviórgão, craviorgam, claviorgão, claviorgam - antigo instrumento musical, que segundo Bluteau consiste num cravo unido a um órgão e que além das cordas tem canos que se tangem com o ar. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 339, 602; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. VII, p. 1015; Moraes, 1980, vol. II, p. 169. AD 

Crepe – deriva do francês crepe. Tecido algo rugoso, leve e transparente, feito de seda crua ou de lã fina próprio para confecções femininas, também conhecido como crepe da China ou crepe-de-cetim; fita ou tecido preto e encrespado usado no chapéu, braço, gola do paletó, em sinal de luto. É muito utilizado nas vestes sacerdotais. É feito de seda crua e engomada, semelhante às sarjas || luto || rolo de borracha; borracha rugosa própria para solas de sapatos || escuridão || doce de farinha frita, açúcar e recheios diversos, assim chamado pelo seu aspecto enrugado e semelhante a filhó || panos pretos, por vezes ornamentados de prata e ouro, com que se cobrem as paredes da câmara-ardente, os carros mortuários, as igrejas nas cerimónias fúnebres || uvas pretas. Fontes: Machado, 1996, vol. II, p. 296; Moraes, 1999, vol. II, p. 171; Lexicoteca, 1985, vol. I, pp. 688-689; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 606 Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, 1981, vol. 8, p. 20. CO e MD

 

Crez, crés – pano de linho francês empregue na confecção de roupa branca. Fonte: Bluteau, 1712-1728, Suplemento I, p. 272. LR

 

Cris, crys – punhal de feição da adaga usada pelos malaios com dois a três palmos de comprido, de dois gumes e lâmina ondulada. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 117, 382; Dalgado, 1983, pp. 403-405; Moraes, 1994, vol. II, p. 177. CO 

 

Criseo, cryseo, chryseo, chriseo – feito de ouro; dourado. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 697; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 301. LR

 

Crismal – faixa ou pequeno pano de linho com o qual se envolve a testa ou as mãos aquando da unção com um dos santos óleos. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 83. AR

 

Cristaleira, cristeleira – móvel onde se guarda a louça de cristal || mulher que tinha por função dar/aplicar clisteres/cristeis. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 614; Moraes, 1980, vol. II, 179; Salgado, 1996, p. 534. LR

 

Croco indiano – açafrão da Índia. Fonte: Dalgado, 1983, p. 406. CO

 

Croque – vara comprida que tem na extremidade um gancho de ferro com a função de afastar ou aproximar uma embarcação de um lugar ou cais || pancada na cabeça com uma vara || mulher pouco digna. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 618; Moraes, 1980, vol. II, p. 183. LR

Cruz de Malta, cruz de estrela – peça de ourivesaria tradicional que consiste numa cruz de filigrana ornamentada com esmaltes. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

Cruz de raios – peça de ourivesaria tradicional que consiste numa cruz em canovão com resplendor, tendo por regra a Senhora da Soledade aos pés de Jesus. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR

Cruz O Senhor – peça de ourivesaria tradicional que consiste numa cruz em que a figura de Jesus aparece destacada. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR 

Cruz oca barroca – cruz opada que não contém a imagem do Senhor; pode ter decoração em esmalte. Fonte: www.museudaourivesaria.com. AR 

Cruz pastoral – insígnia papal de patriarca e arcebispo usada em cerimónias litúrgicas; tem a forma de um bastão, encimado por uma cruz. A cruz papal tem tripla travessa e a do patriarca travessa dupla. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 92. AR

 

Cruz relicário – relicário com pé e receptáculos para as relíquias em forma de cruz. Fonte: Thesaurus, 2004, p. 99. OV

 

Cruzado – antiga moeda portuguesa, primeiramente em ouro e depois em prata, mandada cunhar aquando das campanhas de Cruzada contra os infiéis || moeda que valia 480 reis || interceptado. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 623. LR

 

Cruzeira – barra que divide ao meio a rama. Fonte: Moraes, 1980, vol. I, p. 718. OV

 

Cruzeta – cruz pequena || armação de mastros || cabide de guarda-vestidos. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 625; Moraes, 1813, vol. I, p. 499. LR

 

Cubebas, cubebeira – arbusto semelhante às pimenteiras, originário da Índia; possui propriedades excitantes; algumas das suas virtudes são fortificar o cérebro e abrir o apetite. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 732; 1813, vol. I, p. 499; Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 625-626. LR

 

Cuia, cuya – vaso de barro covo no qual bebe o índio brasileiro || cabaço aberto pelo meio e limpo do miolo, para servir de prato onde se come || rede. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 508; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 648. RF

 

Cuitelo, cuitello, cutelo, cutello – beija-flores || o mesmo que alfange || faca grande que antigamente servia para decapitar ou para talhar a carne e cortar o couro; ferro grande, largo e semi-circular com o qual se corta o couro || no sentido figurativo é o mesmo que ameaça || travessão da balança || penas que nascem nas pontas das asas das aves de rapina || velas que se unem quando está bom vento. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, pp. 743, 789; 1813, vol. I, p. 508; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 648. LR

 

Cujavem – casta baixa indiana encarregada de fazer louça e tijolo. Fonte: Barbosa, 1989, pp. 101-102. CO

 

Cujuba – espécie de cabaça ou cuia destinada a guardar objectos no Norte do Brasil. Fonte: Moraes, 1994, vol. II, p. 190. CO

 

Culatra, culátra – extremidade oposta à boca das armas de fogo ou parte inferior do cano. Fontes: Moraes, 1813, vol. I, p. 502; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 633. RF

 

Cúlcitra – antigamente colchão, almadraque. Fonte: Moraes, 1980, vol. II, p. 190. OV

 

Culita – legume indiano || legume comido em forma de papas por gente pobre, por ser barato; dá-se também ao gado. Fontes: Dalgado, 1983, p. 415; Moraes, 1994, vol. II, p. 190. CO

 

Cunca, conca – tigela, escudela ou malga de pau || no Alentejo, queijo de ovelha redondo e pequeno || rótula do joelho || um litro de vinho || jogo da malha || jogo do fito. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 629; Moraes, 1994, vol. II, p. 192; Viterbo, 1983-1984, vol. II, p. 162; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 700. CO

 

Cupa – espécie de sal de Goa || barrica usada pelos romanos para o transporte de vinhos e outros líquidos || sebe || cercado. Fontes: Dalgado, 1983, p. 419; Moraes, 1994, vol. II, p. 193. CO

 

Cura – pároco || acto de aplicar remédios; modo como o médico aplica os remédios a um doente || saúde || cuidado. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, pp. 630-640, Suplemento I, p. 279; Moraes, 1813, vol. I, p. 504. LR

 

Curação, curaçam - acto de curar. Fonte: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 640. LR

 

Curcuma – ou açafrão da Índia || género de gengiberaceas; raiz semelhante à do gengibre que tinge de amarelo e é frequente no Brasil. Também designada gengibre de dourar. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 769; 1813, vol. I, pp. 504-505; Chernoviz, 1890, pp. 776-777. LR

 

Curumbi, curumbim, curumi, curumim – na Índia, membro da casta sudra de agricultores na Costa Ocidental da Índia || agricultor na Índia || no Brasil, menino ou jovem rapaz. Fontes: Linschoten, 1998, pp. 177, 179, 383; Dalgado, 1983, pp. 421-422; Moraes, 1994, vol. II, p. 198 CO

 

Cuscuz, cuscus – grânulos de farinha de milho ou de arroz cozidos mediante o vapor de água. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 645; Moraes, 1980, vol. II, p. 198. LR

 

Cuscuzeira, cuscuseira - tigela de fogo, alta e a afunilar, com buracos, onde se cozem os cuscuz. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 645; Moraes, 1980, vol. II, p. 198. LR

 

Cuscuzeiro, cuscuseiro – aquele que vende cuscuz || o chapéu de cuscuzeiro é estreito, alto e com a copa em ponta. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 645; Moraes, 1980, vol. II, p. 198. LR

Cuspideira – vaso no qual se cospe || escarradeira || vaso destinado aos caroços de certos frutos, como cerejas, ameixas, pêssegos, azeitonas || cobra venenosa. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 784; 1813, vol. I, p. 507; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 646; Domingues, 2006, p. 70; Lexicoteca, 1985, vol. I, p. 705. LR e CO 

Custódia, custodia – vaso de prata ou ouro, cujo remate circular, onde está a hóstia consagrada debaixo de um cristal, tem o seu resplendor em forma de sol. Serve para expôr no altar à vista dos fiéis o Santíssimo Sacramento. Pode também referir-se a uma jóia de ourivesaria popular, tradicional no Minho, de formato semelhante a uma custódia. Fontes: Bluteau, 1712-1728, vol. III, p. 647. www.museudaourivesaria.com. LG   

 

Cutileiro, cuteleiro – aquele que faz ou vende cutelos, tesouras e outros instrumentos cortantes. Fontes: Moraes, 1951, vol. III, p. 789; 1813, vol. I, p. 508; Bluteau, 1712-1728, vol. II, p. 648. LR

 

Cutilquê – coisa sem valor, ninharia, de pouco préstimo e/ou utilidade. Fonte: Dias, 2003, vol. VI, p. 222. NP

 

Cuvilheira, covilheira - moça de câmara, camareira. Fonte: Oviedo y Escudero, 1870, p. 265. IS